Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

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#226 Mensagem por Tricampeão » 30 Jul 2011, 21:48

Compson escreveu:
Tricampeão escreveu:
Taiado escreveu:Uma vez que um neurônio disparou uma sinapse, não posso pará-la, é como se eu tivesse dado um tiro; e, de forma similar, se um neurônio não tiver disparado a sinapse, não tenho também como forçá-la, pois ela resulta de um processo eletroquímico, não da vontade. Como é que aquilo que chamo de "eu" poderia controlar o cérebro que chamo de "meu"?
Mas se aquilo que chamo de "eu" for considerado exatamente como as sinapses determinísticas do cérebro que chamo de "meu", então é possível pensar no livre-arbítrio como a realização dessas sinapses.
Sim, mas aí não seria realmente livre, mas apenas aparentemente livre, como quer Russel. Não haveria espaço para julgamentos morais, por exemplo; ou entao eles aconteceriam de forma automática, como resposta a estímulos externos. Essa resposta seria previsível a partir das leis da Física.
Compson escreveu:Por outro lado, quando meu cérebro dispara um tiro "vá estuprar a Renata Fan" e outra parte retruca "não faça isso pois ela é humana" ou "não faça isso pois você (eu) vai se foder", nenhuma dessas sequências de sinapses é propriamente natural, nem o meu tesão pela Renata Fan (que atende a um padrão de beleza longamente construído por revistas masculinas), nem meu respeito pela mulher (que responde ao modo como quero que os outros me vejam), nem minha preocupação com as consequências (que depende da vigência de um código penal).

Essa importância dos estímulos sociais ou mesmo o simples fato de não haver um tiro, mas vários tiroteios no meu cérebro, já não abre espaço para algo além de um comportamento totalmente determinístico?
Não é possível construir a cadeia causal desde o código penal, a revista masculina e a sua educação no seminário beneditino de São Bernardo até as sinapses que aconteceram ou não. Entre a recepção dos dados dos órgãos dos sentidos e o disparo do primeiro neurônio que vai te fazer consumar o ato existe um intervalo, que atribuímos ao julgamento racional. O que está em questão é, se nesse intervalo, valem as leis da Física ou não. A complexidade ou simplicidade dos estímulos externos não altera o problema, por isso é melhor usarmos casos simples como exemplo: se sinto sede e tenho um copo de água na minha frente, sem que exista qualquer impedimento a que eu o beba, mesmo assim admitimos que preciso decidir se vou ou não beber a água. isso é verdadeiro ou mera ilusão?

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Taiado
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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#227 Mensagem por Taiado » 31 Jul 2011, 10:05

oGuto escreveu:
Taiado escreveu:Não existe formula mágica, apenas a experiencia pessoal. Num exemplo mais dramático, tenho um colega cuja filha mais nova se matou com o revolver q ele guardava em casa numa gaveta destrancada da escrivaninha. É o sujeito mais ateu q conheço. Nada é capaz de convence-lo de q Deus existe, e olha q não é uma pessoa ignorante, é um sujeito com uma formação q nem 0,01% da população brasileira tem acesso, é até dificil contra-argumentar com ele, por duas razões: pelo vasto cabedal de informações e conhecimentos q ele possui e poço de remorso em q ele esta afundado
Não compreendi o contexto de se utilizar de uma tragédia pessoal para se discutir o ateísmo.
Principalmente, porque coisas desse tipo só se definem como óbvias quando vistas em retrospecto.
O que é um dos conceitos do existencialismo sartriano, o mundo dos Em-si e dos Para-si.
Por este prisma, uma tragédia como a que citou, findada em sua essência, somente existe no passado.
Do meu ponto de vista, há mais proveito no ateísmo expresso do existir preceder a essência, caminho de saída para a angústia do seu amigo, do que na religiosidade da essência governar a existência, buraco no qual parece querer jogá-lo (com todo respeito, belo amigo você).
Caro companheiro oGuto,

Na verdade a tragédia pessoal citada serve unica e exclusivamente para ilustrar meu ponto de vista de q o ateista geralmente é uma pessoa que sofreu uma grande decepção. Esta decepção geralmente é direcionada a Deus.

Desta forma no exemplo, existe a composição, do sentimento de culpa dele por deixar uma arma de fogo marcando, e do fato q menina que tinha um caso de depressão muito grave, cujo tratamento talvez tivesse de ser trancando a pessoa, sei lá. Não sou psiquiatra, ou psicologo, mas acho q mesmo um profissional pode apenas tentar mostrar-lhe o caminho de saída desta tragédia, para retomar a vida normal, mas com bastante dificuldade, como é obvio pela situação.

Conheço uma outra situação em q uma pessoa, que sofreu uma grande injustiça, um grande mal, pelas mãos de terceiros, passou a negar a existencia de Deus devido a este acontecimento. Se a gente for investigando pessoa a pessoa, será raro o ateista q chegou a conclusão pela não existencia de Deus e aceitou isso sem ter tido algum tipo de tribulação emocional.

Um bom domingo a tds. :wink:

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Tricampeão
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#228 Mensagem por Tricampeão » 31 Jul 2011, 15:46

Taiado escreveu:Se a gente for investigando pessoa a pessoa, será raro o ateista q chegou a conclusão pela não existencia de Deus e aceitou isso sem ter tido algum tipo de tribulação emocional.
Eu acho que, se formos investigando a pessoa, será raro encontrarmos alguém que não tenha nascido ateu.

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leteseu
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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#229 Mensagem por leteseu » 31 Jul 2011, 17:59

Tenho contato com uma crianca pequena, que neste momento está conhecendo todos valores morais básicos.

O avó dela lhe conta sobre Jesus Cristo, sobre o juízo final, ressureicão, etc.

A crianca me faz perguntas sobre estas coisas, tomando-as como verdades absolutas.

Em especial, já percebo que a crianca tem uma verdade implantada sobre vida após a morte.

É difícil competir com os avós...

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Compson
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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#230 Mensagem por Compson » 01 Ago 2011, 02:51

leteseu escreveu:É difícil competir com os avós...
Não sei não... Uma hora ou outra, a curiosidade ou os hormônios acabam vencendo.
Tricampeão escreveu:Sim, mas aí não seria realmente livre, mas apenas aparentemente livre, como quer Russel. Não haveria espaço para julgamentos morais, por exemplo; ou entao eles aconteceriam de forma automática, como resposta a estímulos externos. Essa resposta seria previsível a partir das leis da Física.
Por curiosidade, a que obra de Russel você se refere?
Acho que só agora entendi precisamente o que os senhores estão discutindo. Tinha pensado "livre arbítrio" como a simples capacidade de tomar decisão, mas na verdade é a capacidade do sujeito de autodeterminar suas decisões para além de qualquer determinação externa.
Mas, assim, o problema é uma aporia resultante da ilusão de um sujeito autodeterminado. Desfeita essa ilusão, colocado o "eu" consciente apenas como a superfície de todo um processo de reações químicas e impulsos elétricos que ele conhece muito parcamente, a questão do livre-arbítrio deixa de fazer sentido. Assim:
Tricampeão escreveu:Entre a recepção dos dados dos órgãos dos sentidos e o disparo do primeiro neurônio que vai te fazer consumar o ato existe um intervalo, que atribuímos ao julgamento racional. (...) se sinto sede e tenho um copo de água na minha frente, sem que exista qualquer impedimento a que eu o beba, mesmo assim admitimos que preciso decidir se vou ou não beber a água. isso é verdadeiro ou mera ilusão?
Se não supusermos aquela separação entre o eu consciente e o eu, digamos, "pulsional" a pergunta não faz sentido.

Entre o início do "processamento" e a consumação do ato intervém uma série de outros impulsos (minha sede é maior que minha preguiça de ir até a água? essa água parece saudável? quão escassa é essa água no ambiente em que estou? alguém mais a deseja? se alguém a deseja, devo pegá-la o mais rápido possível por garantia, cedê-la generosamente, propor uma divisão? etc.), alguns dos quais posso considerar como próprios de um "julgamento racional", outros não.

Quer dizer, aquilo que socialmente convencionamos como "julgamento racional" é apenas uma parte do processo decisório, que tem motivações muito mais profundas.

Mas discordo disso:
Tricampeão escreveu:A complexidade ou simplicidade dos estímulos externos não altera o problema
A introdução de estímulos externos complexos (simbólicos) muda tudo. No mínimo, entram dois fatores linguísticos que exponenciam a aleatoriedade:

(1) O quanto as normas e símbolos são explícitas, precisas e socialmente conscientes.

(2) O quanto cada indivíduo é capaz de compreender essas normas e símbolos, julgar sua adequação a cada caso, operar com suas zonas de flexibilidade ou indiferenciação...

Nesse sentido, pode haver um livre-arbítrio relativo: há pessoas que têm mais capacidade de entender e internalizar as normas sociais de racionalidade do que outras.

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Tricampeão
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#231 Mensagem por Tricampeão » 01 Ago 2011, 22:35

Compson escreveu:Por curiosidade, a que obra de Russel você se refere?
Sei lá onde li isso. Já faz quase 40 anos. Deve ser "Análise da Mente".
Sua explicação dos processos mentais me parece bastante próxima à que ele advoga.
Não nos esqueçamos que o Vidraceiro de Amsterdã também parece não admitir o livre-arbítrio, e sim a hipótese de uma Natureza completamente determinística, que inclui o homem e seu pensamento.
Compson escreveu:Nesse sentido, pode haver um livre-arbítrio relativo: há pessoas que têm mais capacidade de entender e internalizar as normas sociais de racionalidade do que outras.
Existiriam, então, diferenças entre os "algoritmos" usados pelos diversos indivíduos, mas nenhum deles teria livre arbítrio, no final das contas. Por isso eu disse que nada muda se considerarmos estímulos externos simples ou complexos; as pessoas podem reagir de forma diferente também no caso dos estímulos simples: existem cegos, daltônicos, míopes, surdos, etc.
Compson escreveu:Acho que só agora entendi precisamente o que os senhores estão discutindo. Tinha pensado "livre arbítrio" como a simples capacidade de tomar decisão, mas na verdade é a capacidade do sujeito de autodeterminar suas decisões para além de qualquer determinação externa.
Não entendi bem a distinção. Entendo que é de tomar decisões que estamos falando, uma vez que não é possível que o sujeito seja absolutamente livre de qualquer sobredeterminação, pois o ser humano é um ser contingente.

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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#232 Mensagem por Dick Laurent » 02 Ago 2011, 14:20

Taiado escreveu:
oGuto escreveu:
Taiado escreveu:Não existe formula mágica, apenas a experiencia pessoal. Num exemplo mais dramático, tenho um colega cuja filha mais nova se matou com o revolver q ele guardava em casa numa gaveta destrancada da escrivaninha. É o sujeito mais ateu q conheço. Nada é capaz de convence-lo de q Deus existe, e olha q não é uma pessoa ignorante, é um sujeito com uma formação q nem 0,01% da população brasileira tem acesso, é até dificil contra-argumentar com ele, por duas razões: pelo vasto cabedal de informações e conhecimentos q ele possui e poço de remorso em q ele esta afundado
Não compreendi o contexto de se utilizar de uma tragédia pessoal para se discutir o ateísmo.
Principalmente, porque coisas desse tipo só se definem como óbvias quando vistas em retrospecto.
O que é um dos conceitos do existencialismo sartriano, o mundo dos Em-si e dos Para-si.
Por este prisma, uma tragédia como a que citou, findada em sua essência, somente existe no passado.
Do meu ponto de vista, há mais proveito no ateísmo expresso do existir preceder a essência, caminho de saída para a angústia do seu amigo, do que na religiosidade da essência governar a existência, buraco no qual parece querer jogá-lo (com todo respeito, belo amigo você).
Caro companheiro oGuto,

Na verdade a tragédia pessoal citada serve unica e exclusivamente para ilustrar meu ponto de vista de q o ateista geralmente é uma pessoa que sofreu uma grande decepção. Esta decepção geralmente é direcionada a Deus.

Desta forma no exemplo, existe a composição, do sentimento de culpa dele por deixar uma arma de fogo marcando, e do fato q menina que tinha um caso de depressão muito grave, cujo tratamento talvez tivesse de ser trancando a pessoa, sei lá. Não sou psiquiatra, ou psicologo, mas acho q mesmo um profissional pode apenas tentar mostrar-lhe o caminho de saída desta tragédia, para retomar a vida normal, mas com bastante dificuldade, como é obvio pela situação.

Conheço uma outra situação em q uma pessoa, que sofreu uma grande injustiça, um grande mal, pelas mãos de terceiros, passou a negar a existencia de Deus devido a este acontecimento. Se a gente for investigando pessoa a pessoa, será raro o ateista q chegou a conclusão pela não existencia de Deus e aceitou isso sem ter tido algum tipo de tribulação emocional.

Um bom domingo a tds. :wink:
Tudo bem. Esta foi sua experiência pessoal. Também tive as minhas. E é óbvio e frequente que uma pessoa tenha uma experiência ruim com um representante ou amostra de determinado grupo e generalize para o restante, tomando aquela experiência como base - assim uma pessoa que tenha recebido um péssimo atendimento num hospital público pode assumir que todo médico é um mercenário de havental; alguém agredido ou humilhado por um policial (encaixo-me nessa categoria) pode achar que toda a corporação não presta. Mas por mais que a pessoa se apegue aos seus preconceitos, no fundo tem de admitir que a realidade não é bem assim: a maioria dos médicos valorizam suas profissões e veem nela algo mais do que um meio para ganhar muito dinheiro, e, felizmente, os policiais corruptos ainda não são maioria (ainda).
Mais uma vez, se quase a totalidade da população mundial acredite em alguma forma de divindade, então logicamente que os que creem em Deus são maioria entre todos os extratos de comportamentos, inclusive entre os auto-destrutivos, alcoolatras, drogados, suicidas, prostitutas, assassinos... Não creio que haja uma incidência maior de desvios de conduta entre ateus.
Ateísmo por revolta?
Você cita o caso do seu conhecido que passou por uma tragédia pessoal e se "converteu" ao ateísmo. Primeiro que provavelmente no caso dele seja uma perda de fé temporária, assim como uma coxeadura provocada por um forte trauma e que volta aos poucos com fisioterapia. No caso dele a "fisioterapia" vai ser a típica fase de revolta (pela qual ele está passando), questionamento (Por que eu, meu Deus? Por que minha filha?), negação (se tu permites que algo assim aconteça com um de seus devotos filhos é porque ou não existe ou não se importa) e aceitação. Caso a fé fosse minimamente ancorada na razão, ele tiraria algo de útil dessa situação e se tornaria um ateu convicto. Mas como a fé é só uma forma irracional de cobrir um buraco emocional, o famoso vazio existencial, e as pessoas se convenceram de que não inventaram nada melhor para se colocar no lugar, ele vai se convencer de que essa tragédia aconteceu porque: a) Deus tem um plano maior secretíssimo para a vida dele e ele, como ser humano, não tem capacidade para entender; b) Deus levou-a naquele instante para poupá-la de um futuro sofrimento maior ou mesmo para tirá-la do sofrimento pelo qual ela passava naquele momento (viciada, marginalizada, deprimida); ou seja, ele foi misericordioso; c) Deus deu o livre arbítrio ao ser humano para que ele pudesse fazer o que quisesse; mas, principalmente em sociedade, o desejo de uns entra em conflito com o de outros, e como o ser humano é pródigo em desrespeitar regras, o que causou a morte da filha do nobre cristão acima não foi Deus e sim o exercício do livre arbítrio dela, livre inclusive para tirar a própria vida. Deus não interferiu porque só assim o ser humano vai aprender a lição. Ou seja: de todos os ângulos que se olhe Deus está protegido, logo não há motivo para o sujeito abandonar sua fé.
Mas a lógica é coisa do Diabo, como alguns dizem e:
a) dizer que não se pode questionar a existência de algo porque essencialmente não temos capacidade, inteligência para compreendê-lo é encerrar o assunto da forma mais fácil, medíocre e até arrogante; b) poupar alguém do sofrimento, tirando-lhe a vida tem um nome que costuma provocar arrepios em religiosos, debates acalourados entre médicos e filósofos e dar cadeia em certos países: Eutanásia. Sou a favor da pessoa poder decidir sobre todos so aspectos de sua vida, inclusive sua morte, desde que consciente o suficiente para isso e, em determinados casos, ciente de possíveis punições. Um paciente com câncer terminal deveria ter o direito de poder acabar com seu sofrimento. Agora, pode-se discutir até que ponto uma pessoa com dor aguda ou deprimida tem condições de decidir isso. Mas é consenso entre as religiões que, independente da situação isso é considerado um pecado gravíssimo. Só Deus tem esse direito. É como se um legislador por ter criado determinada lei, estivesse acima dela. Se um cidadão comum infringe a lei é preso, mas se o presidente da república faz o mesmo ele sai impune. Ao que parece o tribunal divino não é muito diferente do nosso. c) Deus deu o livre arbítrio ao ser humano como uma forma de lavar as mãos e dizer: "vocês são humanos então que se entendam; depois não venham botar nada na minha conta." Para que nós aprendessemos a nos respeitar, a conviver. Mas então há os ditos milagres, pequenas intervenções divinas no curso da vida de alguém: uma menina sobrevive a um acidente de avião com 142 mortos; uma diarista cae do décimo sétimo andar e não morre; durante um acidente de carro, um bebê é lançado a vinte metros de distância e só tem escoriações; tudo ótimo, Deus é bondoso e protege os indefesos, mas aí: playboy... foi mal, empresário bate o carro a 150km/h, matando uma jovem estudante de advocacia, e sai vivo com apenas alguns ferimentos; assaltante troca tiros com a polícia, mata um pedestre, foge e bate o carro em alta velocidade e escapa vivo. Espera um pouco, qual o critério para as intervenções de Deus? Quer dizer que para Deus tanto faz um bom cristão ou um assassino? Na hora de realizar um milagre na vida de uma pessoa Ele escolhe na base do unidunitê. Isso para mim tem outro nome: Acaso. Quem sabe um pouco de probabilidades tem consciência de que, para toda ação, há possibilidade de erro ou acerto. O que varia são as percentagens. Ou seja, um copo escapar da minha mão, bater no piso e continuar intacto, sair rolando escada abaixo e parar no último degrau ainda intacto é uma possibilidade, remota, mas ainda sim possível. Assim como ganhar na loteria. Ou levar cinco tiros na cabeça e sobreviver. Para os religiosos há um outro padrão: se for algo muito improvável (mas possível), importante é um milagre de Deus. Se for algo improvável mas de significado nulo, como o exemplo do copo, então é só coisa do acaso. E tem os desastres naturais - também tidos como manifestações de Deus sem um significado ou intenção clara. Pegue-se o caso do Tsunami que matou milhares de pessoas. Quem faz isso aqui na terra, indenpendente de sua justificativa é tido como genocida mas Deus só quer dar um recado. Ou seja, ela dá o livre arbítrio mas interfere.
Das duas uma: ou Deus é como um espectador entediado de reality show que, quando a coisa amorna, ele provoca uma tragédia aqui outra ali para esquentar o programa. Ou não há nada lá em cima.
O nosso colega aventou a possibilidade do ateísmo ser uma "sequela" do degosto provocado por uma grande tragédia. Eu rebato com a possibilidade muito mais concreta de, diante de tantos bons argumentos para a não-existência de Deus, persisti nessa crença seja uma consequência de lavagem cerebral, que todos sofremos desde pequeno, primeiro no seio familiar, depois pela mídia e cultura para acreditarmos nessa mentira.

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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#233 Mensagem por Compson » 02 Ago 2011, 18:31

Para não dizerem que só leio literatura anticomunista, vai um Leibniz:
Entre os cabalistas hebreus, malkuth ou o reino, a última das sephiroth, significava que Deus governa tudo irresistivelmente, mas com brandura e sem violência, de modo que o homem crê seguir sua vontade enquando executa a de Deus. Eles diziam que o pecado de Adão havia 'truncatio malkuth a ceteris plantis', isto é, que Adão havia mutilado a última das sephiras, construindo um império dentro do império.

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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#234 Mensagem por causidico_SP » 03 Ago 2011, 08:34

Li ontem no Papo de Homem
Pense bem antes de morrer

por Alberto Brandão
em 01/08/2011 às 12:10 | Cultura, PdH Shots

Podemos agrupar as mais variadas crenças sobre a morte em dois extremos: “Tudo acaba, nada sobra além de material biodegradável” e “Não somos apenas carne e osso, existe algo que segue”. Em ambos, temos perguntas sem resposta.

Se você tem alguma certeza, é porque não pensou até o fim.

'Apesar da morte ser inescapável, por que temos uma grande dificuldade em aceitá-la, em acreditar que em algum momento nosso corpo vai virar poeira, em imaginar o que é não mais existir? Como explicar a hipótese de que vamos continuar vivendo em uma entidade não física? Quais argumentos existem para acreditar que temos uma alma? Há mesmo algo em nossa personalidade que nunca muda? Por que consideramos a morte algo negativo? O suicídio é um ato moral e racional?'

Convido vocês a embarcar nessa grande viagem sobre a morte ao lado do professor de filosofia Shelly Kagan (que foi aluno de Thomas Nagel), neste impressionante curso da universidade de Yale. São 26 vídeos, mais de 20 horas de aulas precisas. Kagan não deixa preconceito algum guiar o assunto.

Pensar rigorosamente é uma bela forma de nos aproximar do que é certo: vamos todos morrer.

O curso inteiro está no YouTube.
Assisti a aula introdutória e gostei bastante.

About the Course

There is one thing I can be sure of: I am going to die. But what am I to make of that fact? This course will examine a number of issues that arise once we begin to reflect on our mortality. The possibility that death may not actually be the end is considered. Are we, in some sense, immortal? Would immortality be desirable? Also a clearer notion of what it is to die is examined. What does it mean to say that a person has died? What kind of fact is that? And, finally, different attitudes to death are evaluated. Is death an evil? How? Why? Is suicide morally permissible? Is it rational? How should the knowledge that I am going to die affect the way I live my life?

About Professor Shelly Kagan

Shelly Kagan is Clark Professor of Philosophy at Yale. After receiving his B.A. from Wesleyan University in 1976, and his Ph.D. from Princeton University in 1982, he taught at the University of Pittsburgh and the University of Illinois at Chicago before coming to Yale in 1995. He is the author of the textbook Normative Ethics, which systematically reviews alternative positions concerning the basic rules of morality and their possible foundations, and The Limits of Morality, which challenges two of the most widely shared beliefs about the requirements of morality. He is currently at work on The Geometry of Desert.

Os vídeos do You Tube podem ser vistos com legenda em português, para ativá-las clique em "cc".

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... FRl8&gl=BR

Os vídeos também podem ser baixados do site na Universidade de Yale.

http://oyc.yale.edu/philosophy/death/content/downloads

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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#235 Mensagem por Dr. Zero » 04 Ago 2011, 00:52

Imagine (1971)
John Lennon



Imagine there's no Heaven
It's easy if you try
No Hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say that I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say that I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one

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Tricampeão
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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#236 Mensagem por Tricampeão » 05 Ago 2011, 17:32

Compson escreveu:Para não dizerem que só leio literatura anticomunista, vai um Leibniz:
Entre os cabalistas hebreus, malkuth ou o reino, a última das sephiroth, significava que Deus governa tudo irresistivelmente, mas com brandura e sem violência, de modo que o homem crê seguir sua vontade enquando executa a de Deus. Eles diziam que o pecado de Adão havia 'truncatio malkuth a ceteris plantis', isto é, que Adão havia mutilado a última das sephiras, construindo um império dentro do império.
Isso não me parece fazer justiça ao pensamento do Polímata de Leipzig. Ele advogava o Paralelismo, não o Ocasionalismo, como Malebranche. Também me lembra uma seita islâmica medieval, cujo nome me esqueci, mas que significa algo como "aqueles que pensam".

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Compson
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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#237 Mensagem por Compson » 05 Ago 2011, 23:26

Tricampeão escreveu:Isso não me parece fazer justiça ao pensamento do Polímata de Leipzig. Ele advogava o Paralelismo, não o Ocasionalismo, como Malebranche. Também me lembra uma seita islâmica medieval, cujo nome me esqueci, mas que significa algo como "aqueles que pensam".
É de um texto tardio chamado Ensaios de Teodiceia. Talvez ele já estivesse meio louco (esse filósofos clássicos sempre morrem loucos). Dizem que Voltaire escreveu Candido para satirizar o otimismo desse livro.

Mas peguei da citação de um terceiro, que talvez tenha descontextualizado a bagaça. De qualquer modo, achei que tinha a ver com o tópico.

Mas, porra, o Tricampeão decorou o Manual de História da Filosofia Rural Amadora, etc... Não deixa passar uma!

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Carnage
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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#238 Mensagem por Carnage » 07 Ago 2011, 17:27

Taiado escreveu:Eu pessoalmente nunca discriminei ou marginalizei ninguem por não acreditar em Deus, mas curiosamente, tds as pessoas q conheci no decorrer de minha vida com esta posição, eram pessoas bem pre-dipostas a serem auto-destrutivas, que tinham sofrido um grande trauma ou desilusão, com um componente de culpa interna muito claro. Nunca encontrei alguem leve de espirito com esta crença, sempre pessoas soturnas, (embora não com tds as pessoas, mas em sua maioria) pessoas com um QE (quociente emocional) bem baixo, bem pouco ou quase nenhum "joie de vivre" e assim sendo, não tive interesse em permanecer amigo destas pessoas, invariavelmente vampiros emocionais. Daquelas pessoas q parecem sugar seu animo, sua alegria.
O Senhore definitivamente não conhece direito os ateus. Suas colocações, baseadas exclusivamente em percepções pessoais extremamente limitadas, são totalmente equivocadas.

Eu conheci diversos crentes que cometeram suicídio. Eu conheço diversos crentes que cometem diuturnamente atos vis e ignóbeis, mesquinharias e maldades. Conheço diversos crentes que são injustos e arrogantes, infelizes e egoístas. Conheço diversos crentes que não tem um pingo de generosidade no coração. Conheço diversos crentes que nunca ergueram um dedo sequer pra ajudar alguém.

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Dr. Zero
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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#239 Mensagem por Dr. Zero » 07 Ago 2011, 23:35

insigne le teseu:

pelos seus posts aparentemente vc é maçom, entretanto não houve nenhuma manifestação de sua parte quando eu mencionei em outros posts a "pseudo-entidade maligna" Baphomet, que foi forjada para incriminar os templários e os maçons quando o establishment religioso achou conveniente lutar contra ambos

e digo mais: nada garante que o universo seja justo como o querem os teístas, nada garante que deus seja de fato uma entidade do bem

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leteseu
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Re: Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

#240 Mensagem por leteseu » 09 Ago 2011, 07:41

não me manifestei pois em nada havia a contribuir

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