20/11 - Dia da Consciência Negra

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#121 Mensagem por O Pastor » 06 Mai 2011, 21:11

Nazrudin escreveu:O Pastor levantou um assunto que é interessantíssimo. Eu não sabia desse dado que a Argentina chegou a ter tanto quanto o Brasil, mas havia sim uma população negra considerável... Agora a forma do extermínio e eliminação do território argentino.... um hermano me contou como foi.... mas vou deixar o Pastor contar para vcs.

Hoje em dia não é tão difícil saber sobre isso, como já foi no passado. Basta digitar no google “negros na Argentina”, que aparece muita informação interessante. Os nossos hermanos já tiveram, proporcionalmente falando, tantos negros quanto nós. A Argentina foi um país escravocrata, sim senhor, e em algumas províncias, havia até mais negros do que brancos. Muito distante daquele mito que muitos acreditavam/acreditam que eles foram uma linda colônia européia, pacífica e bonitinha, de enraizamento.

Pra quem acha que foram os imigrantes italianos que inventaram o tango e deram a ginga portenha no futebol, ou não conseguem entender as feições não-européias de jogadores como Verón, Tevez e Maradona, que leiam o texto abaixo. Ele é indicado principalmente para os baba-ovo de argentino. E no Brasil, eu sei que tem muitos.


A marginalização do povo negro na Argentina.

Em 1810 um terço dos 44 mil habitantes de Buenos Aires eram negros escravos. Menos de 70 anos depois só 2% da população tinham origem africana. Os outros foram mortos direta ou indiretamente pela ação do próprio governo argentino.

A Argentina enviou seus negros para todas as guerras possíveis. A maior delas foi a do Paraguai (na qual Argentina, Brasil e Uruguai se uniram contra o ditador Solano Lopez). Mas houve outras. Algumas bem convenientes para um governo que queria o “branqueamento” da população. Em uma delas, negros foram colocados para brigar com índios. Duas minorias se viram forçadas a se exterminarem mutuamente.

As populações negras sobreviventes se amontoaram em bairros paupérrimos de Buenos Aires. Aos negros não era dado ou permitido escola, emprego, saúde ou cidadania. Viviam abandonados, como bichos. Uma epidemia de febre amarela, agravada por uma onda de tifo e outras doenças próprias de lugares infectos, tomou conta do gueto. Na verdade, a febre amarela também se espalhou para os bairros dos brancos pobres, mas seus habitantes foram levados para um outro lugar, mais seguro, enquanto dos bairros negros, cercados pela polícia, ninguém podia entrar ou sair. O resultado foi a morte de quase todos os negros, nas piores condições que um ser humano pode morrer.

Para dizimar 1.500 índios na Patagônia (entre homens, mulheres, velhos e crianças), o governo argentino tinha usado o expediente de “doar” a eles cobertores e mantas contaminados com o vírus da febre amarela e outras doenças. Historiadores defendem que o mesmo processo foi usado para acabar com os negros de Buenos Aires.

Durante a Segunda Guerra Mundial, não foi apenas o regime ditatorial que aproximou Juan Domingo Perón de Adolf Hitler. Foi, também, a política de segregação racial, que defendia a tese de que os arianos são superiores às outras raças. Na verdade, esta é uma das grandes falácias da humanidade. Os egípcios, que eram negróides, já conheciam a Astronomia enquanto os germanos, que deram origem aos alemães, ainda comiam carne crua. Todos os homens, do indígena brasileiro, africano ou australiano, ao europeu loiro, de olhos azuis, têm, exatamente, o mesmo DNA. Perón tanto se identificava com as idéias de Hitler, que abriu as portas da Argentina para 10 mil oficiais nazistas que fugiam das tropas aliadas. Ainda hoje se calcula que 20% da população argentina é adepta do neonazismo.

É muito ingênuo imaginar que as demonstrações de racismo em estádios de futebol da Argentina são inofensivas e só ficam ali. Elas expressam o pensamento da maioria do povo argentino. O ex-presidente Carlos Menem chegou a dizer que “negros são um problema do Brasil, a Argentina não tem esse problema”. Um deputado, em plena tribuna, alardeou que aquela casa era de gente decente, pois não tinha “índios ou negros”.

A Argentina tem negros, mas nega isso.

A Argentina é tão racista que nega uma parte de sua população. Poucos sabem, pois até o governo faz questão de dizer que o país não tem negros, mas isso não corresponde à verdade. Pesquisas realizadas por entidades humanitárias mostram que de 6 a 7% da população do País é de pessoas de origem negra. Somados aos índios, 15% da população argentina não é da raça branca.

O governo se empenha tanto em esconder por baixo do tapete esses 15% de negros e índios, que os últimos censos demográficos omitem a designação de raça. Só com o esforço de entidades internacionais de direitos humanos é que o item “raça” aparecerá nos censos da população argentina. Como não existem oficialmente, esses grupos minoritários são tratados como refugiados em seu próprio país, sem direito a saúde, emprego, nada.

Isso tem causado cenas bizarras, como da senhora que foi detida por falsidade ideológica. Ela ia viajar para fora do País e apresentou um documento provando que era argentina. O funcionário da alfândega reagiu, indignado: “Como pode ser argentina, se é negra?”. Contaram tantas vezes a mentira, que todos acreditam nela.

Tevez e Maradona, um negro e um índio .

Não é preciso ser um especialista para olhar com atenção o jogador Carlos Tevez e perceber nele fortes traços negróides. Ou você diria que Tevez é descendente de alemães ou ingleses? O rapaz veio da ralé argentina, uma ralé que – pela tolerância natural gerada pela pobreza - aceitava e aceita brancos, negros e índios sem frescuras ou intelectualismos.

Assim como Tevez tem origem negra, só um cego não percebe no corpo e nos traços de Maradona (pernas curtas, troncudinho, cara redonda, olhos um tanto amendoados) uma inegável origem indígena.

Da mesma forma que dois grandes ídolos do futebol argentino são frutos das minorias renegadas do País, a contribuição cultural mais importante dos argentinos à humanidade também não foi dada pela raça branca. O venerável tango veio da milonga, que era a música criada e cantada pelos negros dos bairros pobres de Buenos Aires.

Por tudo isso é que não se pode esperar uma atitude mais tolerante, democrática e inteligente dos argentinos com relação ao racismo. Num país que anda na contramão da história, que prefere a segregação à fraternidade, negros serão mal recebidos por muito tempo ainda.

Em um continente onde brancos, negros e índios se misturam e, depois de tantas tragédias, tentam acertar as diferenças para um futuro de paz, justiça e prosperidade, ninguém merece suportar o racismo de um país amargurado, que ainda não caiu na sua dura realidade.


http://www.culturanegra.com.br/argentina.htm

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#122 Mensagem por O Pastor » 06 Mai 2011, 21:16

Para quem não está acostumado a discutir questões raciais, sempre que lê textos como os postados aqui, tende a achar que os interlocutores são radicais, sectaristas e amargurados. Isto porque as pessoas em geral possuem idéias muito arraigadas sobre o assunto e não se permitem muito abertura sobre a questão.

Acima de tudo a idéia é mostrar a necessidade que o Brasil tem de melhorar sua distribuição de renda. Eu não tenho dúvida que ela passa diretamente na questão racial. O que se quer não é “roubar” os direitos de ninguém, o que se quer é garantir que este país de fato se torne uma democracia. Acho que todos concordam que o tempo da cordialidade e do tapinha nas costas precisam ficar pra trás. Os tempos precisam ser de uma real reconciliação, de um real reconhecimento a todos os brasileiros. Nisto a política de cotas é uma política importante, não a única, mas uma das fortes possibilidades diretas de resolvermos a questão.

Eu não tenho dúvidas de que o povo está pouco se lixando pra teorias intelectuais sobre raça. O povo quer é trabalhar, ter oportunidades e poder criar suas famílias da melhor maneira possível. No fundo, no fundo o povo está pouco se lixando pro carro do comercial da TV, pra mansão de 1 milhão de dólares da revista Caras. O povo não liga pra essas coisas, o povo simples se quer é racista. O povo se torna racista por causa dos medos impostos pelas elites, estas sim, sectaristas. O povo quer fazer cultura, as elites querem fazer guerras. O povo se miscigena, o povo está pouco se lixando se seu vizinho é negro, branco, índio ou amarelo. Já as elites, sempre com medo de mudanças e das diferenças, apenas querem ficar cada vez mais ricas, nem que tenham que matar pra isso. O problema da humanidade sempre foram uns poucos imbecís que se achavam donos da vontade de todos.

O Brasil com todos os seus problemas, caminha para reconciliação que me parece inevitável. O povo, negro, branco, mestiço, indio, pouco a pouco tenderá a aceitar o fato de que não somos apenas mais um paiseco de segunda classe da expansão europeia pelo mundo. Nós somos uma civilização única, que caminha pra ser exemplo de união, paz e felicidade entre todos os povos. Eu acredito muito que não seremos mais uma amargurada Argentina. Seremos o Brasil!!

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#123 Mensagem por Tricampeão » 06 Mai 2011, 22:24

A solução dos problemas dos negros resolverá automaticamente o problema dos pardos, moreninhos, chocolates e afins, na minha opinião.
Cabe aos negros mostrar isso aos pardos, moreninhos, chocolates e afins, e assim obter o seu apoio. Juntos, constituem mais da metade da população brasileira.
Desistam, sulistas metidos a brancos. A manipulação da informação e a repressão policial costumeiras permitirão a vocês ganhar apenas um pouco de tempo.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#124 Mensagem por rapaz solitário » 07 Mai 2011, 01:20

Pastor

Eu acho que você se enganou em relação ao que eu realmente gostaria de demonstrar com minhas palavras, e acho que você erra em relacionar classificação étnica com condição sócio-econômica. Não vejo a necessidade de se generalizar "negros" como defasados, por mais que boa parte deles o sejam socio-economicamente e generalizar "não-negros" como o contrário. Independente de indios, indiodescendentes, negros e afrodescendentes, em sua boa parte, estarem no degrau de baixo da hierarquia social brasileira, do ponto de vista fenotípico, eles não são a mesma coisa. É esse o ponto onde quero chegar. Não me refiro a movimentos de auto-afirmação como sendo estes os únicos a justificarem uma classificação fenotípica. Até porque existem afro e indiodescendentes ricos e brancos e amarelos pobres.

Eu sei que os indios, na época colonial (e até hoje, como na Argentina, por exemplo) eram/são chamados de negros (como o termo popular na Argentina "cabecitas negras", em referência aos indios e descendentes). Só que, por mais que você tenha explicado o tal contexto do uso do termo "negro", que diz respeito a uma relação sócio-cultural-econômica, as pessoas, num modo geral, não vêem indiodescendentes como negros, pois negro aqui no Brasil é o africano, e não o indio.

Quanto à miscigenação... . Hehehehe... . Confesso que esse tema, pra mim, é muito controverso. Sim! A miscigenação é considerada positiva no aspecto genético, pois fortalece os seres advindos de tal mistura. Só que tem muita gente que pensa que esse fato pode ser visto como motivo principal pra que continue havendo mistura. E eu pergunto: quantas pessoas se unem a um parceiro(a) por motivo de ver seus filhos se tornarem mais fortes geneticamente? Parece até pretexto... . Agora, natural até que ponto? Não vejo como miscigenação a "salvação da lavoura", uma necessidade, como se fosse um modelo a ser seguido por todas as nações do mundo, como se todos dependessem disso. É claro que pessoas de origens diferentes podem se amar normalmente, não é algo impossivel. Só que, você vai ter que concordar comigo: não que toda mistura dependa disso, mas fica notório no Brasil uma visão politicamente correta da mistura, principalmente no que se diz a qualqur não-negro se misturar com um negro. Por que? Muita gente vê isso como a principal forma de combater o racismo. Ou seja: se uma pessoa se casa com um negro, deixa de ser racista/preconceituosa. Nota-se muito, ultimamente, divulgação de alguns comerciais de TV, programas, filmes, novelas ou minisséries que abordam esse tema e incentivam a mistura. Mas, o que me deixa emputecido de raiva é que, nessas horas, enfatizam muito a mistura com negros. A novela Duas Caras (que foi a penúltima novela que eu acompanhei na minha vida, sendo a última A Favorita, que também abordava esse tema) tocava no assunto de mistura, mas só se via casal branco x negro. Oras! Só há negros e brancos no Brasil? Se fosse pra fazer isso ao pé da letra, teriam que colocar casais entre negros, brancos, amarelos e vermelhos, sem exceção. Só que o que ninguém se dá conta é que, como citei antes, tal ação passa uma visão de combate ao preconceito, mas também se trata de um preconceito. Afinal, não vejo absolutamente nada nesse mundo que defina que a miscigenação, por mais que possa acontecer normalmente/naturalmente, como algo a ser sempre seguido, ou como algo correto (ou politicamente correto). É só notar nações, como a China, Japão, e as Coréias, onde principalmente a última nação é um tanto homogênea, e seguem vivendo normalmente até hoje. Tem muita gente alienada dentre o povo que aceita tais idéias como algo a ser seguido por ser algo "educado". Repito: não digo que toda miscigenação aconteça por conta de influência da mídia ou coisa do tipo, mas só ressalto um fato notório dentre muita gente na sociedade e influencia muita gente. E, pra essas pessoas, falta um pouco de senso crítico a respeito dessa questão, se algo nisso tudo é certo ou errado. Não existe certo ou errado; tais coisas se tratam de meros conceitos que convém à vontade de cada um e ditam seu modo de vida. Ah! E o seu prognóstico de diminuição dos brancos e aumento de negros e pardos por conta da miscigenação é algo que diz respeito ao cenário do Brasil. Mas, e como funcionará nos outros países do Mundo? Sim! Haverá misturas. Mas ao ponto de tornar um grupo predominante, como seriam os pardos (ou negros) no Brasil? É engraçado ver tal mudança no Brasil e não em outros países do Mundo... . Ai é que eu chego ao ponto de: até que ponto a miscigenação é assim tão natural?

E, 70% das pessoas que se dizem brancas, pra você, não são? Olha... . Tudo bem que você tem certa razão nisso, mas 70% é muita coisa. Dificuldade pra se notar o que é e o que não é eu também tenho, mas de tanto analisar a fuça das pessoas, não que eu seja antropólogo, mas consigo avaliar de certa forma o que é e o que não é.

Em relação aos indiodescendentes, há, no Amazonas, o "Dia do Caboclo", data esta controversa, pois movimentos negros são um tanto contrários a ele, pelo motivo que você enfatiza aqui: que ambos os grupos poderiam se unir em uma só causa, em vez de cada um seguir o seu rumo. Minha opinião: não concordo com essa visão dos MNs. Não vejo porquê juntar tudo num só saco. A troco de quê? Há a influência regional nas partes com predominância indigena, como na Região Norte, que está em parte da lingua popular, no nome dos pratos e em alguns hábitos culturais, aos quais eu não recordo direito. E há comunidades no Orkut, a respeito de indiodescendentes, onde tais pessoas se afiliam pra discutir alguma coisa a respeito. Só que muitos tópicos não passam de coisas como "Tal pessoa se parece com india?", "Seus antepassados são de qual tribo?", "Quem na sua familia é indio?", e similares. Ou seja: pouca ou quase nenhuma informação a respeito de algo direto sobre cultura indigena. Diferentemente dos negros, são poucos os indiodescendentes que cultivaram algo típico de si, quando estes se resumem a cultos oriundos de outros povos ou a cultos misturados, e isso tem muito a ver tanto com parte da destruição indigena que a colonização praticou quanto da mistura, também, pois mesmo que exista muita coisa com dedo da cultura indigena, nem sempre isso é reconhecido ou notado. Um exemplo clássico é em relação às ditas religiões africanas, que houve influência indigena nela, tanto que as entidades pertencentes a elas são chamadas de... caboclos! Por mais que muita gente saiba da influência indigena nessas religiões, elas não deixam de ser consideradas religiões africanas. Logo, nota-se uma "apropriação" cultural. Outra coisa que se diz algo brasileiro, mas de origem africana, é a Capoeira. Só que Capoeira... é uma palavra indigena! O Saci Pererê, que é visto como um duende negro, que se não me engano foi idealizado por Monteiro Lobato (me corrija, caso esteja errado), foi feito baseado em crenças indigenas, onde tais Sacis se assemelhariam fisicamente ao que são os personagens do filme Avatar, tanto que tal filme se baseou na versão original dos sacis. Sendo assim, fica dificil falar pra alguém se mobilizar e ver seus direitos quando há pouca referência de si próprio no âmbito cultural, quando fica mais fácil se "identificar" com a causa alheia, seja ela negra ou branca, pois eu citei que não só dentre os pardos existem indiodescendentes, mas entre os brancos também. Fafá de Belém é cabocla e passa fácil, fácil por branca no Brasil.

Ah! E eu não inventei a classificação étnica/racial de que todo pardo = negro, e que tais pardos são incluídos na contagem geral dos negros. Quem inventou isso, se não me falha a memória, foi o Lula, "por reconhecimento da importância negra na construção do Brasil". Pô! E onde ficam os indiodescendentes nessa história?

E, Pastor, não pense que eu estou aqui pra tentar criticar negativamente os negros, até porque, mesmo eu defendendo a causa indigena, talvez eu me encaixaria mais no termo "cafuzo" do que "caboclo". Discuto isso por ver uma versão dos fatos que eu acho que algumas pessoas poderiam pensar melhor nisso. E essa questão "cafuza ou cabocla" me atormenta. Não é fácil, pra mim, ter pai branco e mãe cabocla (ambos tem pai negro) e me ver muito diferentes deles. Tenho traços indigenas da minha mãe, mas me vejo mais parecido com o meu avô paterno do que com o meu pai. Me faz parecer não ser filho dele. E nem cito outros detalhes que me deixam ainda mais puto da vida com isso... .

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#125 Mensagem por O Pastor » 07 Mai 2011, 20:17

Rapaz,

Acho que o dia em que os excluídos se unirem, teremos força de barganha. Enquanto ficarmos separados por detalhes e picuinhas, continuaremos vendo a banda passar. Os negros precisam da ajuda dos pardos, e vice-versa, porque com o grande volume deles, nem sei onde se poderia chegar. O nosso grande problema é extamente esta falta de união. É nisso que os construtores de nosso apartheid social conseguem sucesso. O dia que unirmos, teremos força de boicote, força de impor nossas vontades e força pra votar leis que sejam interessantes pra gente. Enaquanto isso, vamos ficar colhendo migalhas e migalhas.

Quanto a miscigenação da maneira que vc colocou. Acho que a midia tem esses surtos repentinos de querer glorificar uma coisa, em detrimento de outras. Mas são sempre visões superficiais, que raramente condizem com a realidade. Novelas então, nem se fala. Na verdade, apesar de haver muitos casais inter-raciais no Brasil, eles ainda são minoria. Não é todo mundo que sente atração ppor pessoas de etnias diferentes. Ninguém é obrigado a gostar da beleza do outro, não por imposição. Por outro lado, o sucesso da miscigenação simboliza uma sociedade que consegue conviver melhor com diferenças. Ao menos tolerá-las mais...

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#126 Mensagem por O Pastor » 07 Mai 2011, 20:35

Eu não compro uma Playboy deve ter mais de 10 anos. Só vejo a revista quando estou na barbearia, esperando minha vez de cortar o cabelo. Detesto seu editorial, detesto sua pretensão em ser uma revista de "nú intelectual", mas reconheço sua fama.

A ex-BBB Janaína diz que não pousa na revista, por ser negra demais. POis eu acho o seguinte:

1) A Playboy tem o direito de colocar na capa quem ela quiser. SE a maioria de seus assinantes preferem e impoem as loiras, logo ela deve satisfazê-los. Se houver assinantes que gostem de beleza negra, estes devem exigir que a revista coloquem modelos negras nas capa, através de protestos e cartas aos editorias da revista.

2) Janaina não está errada. Muitas mulheres, ex-BBBs, muito mais feias que ela conseguiram a cobiçada capa, porque ela não pode??

3) Janaina não está errada. A beleza da mulher negra é pouco valorizada no Brasil.

4) É aí que entra a questão do boicote. Se os negros fossem mais fortes, mais unidos, digamos, como Instituição, poderiam impor este tipo de coisa, poderiam impor um boicote a quem eles acharem que vão contra. Isso funciona nos EUA e poderia funcionar no Brasil.


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Janaina, ex-BBB...ahhhh, eu casava fácil!!!

Ex-BBB Janaína mostra os novos seios, agora siliconados: 'Escândalo sem roupa'

Turbinada, ex-BBB está chateada por não ter recido convite para posar nua: 'Preferem outro perfil de mulher, talvez com o cabelo menos duro'.

Janaína acaba de realizar uma de suas metas pós-Big Brother Brasil: seios novos. Ela colocou 220 ml de silicone em cada peito e está feliz da vida com o novo visual.

"O resultado do peito ficou tudo que eu sonhei!De roupa, discreto e sem roupa, um escândalo! Eu não queria colocar peito para vira ponto de referência... Tipo assim: "A padaria fica ali, perto da casa daquela negra peituda (risos).", diverte-se.

Turbinada, Jana quer fazer um ensaio sensual para seus fãs e vai disponibilizá-lo em seu site pessoal. Contudo, posar nua é um assunto que incomoda a ex-BBB, que considera preconceito não ter recebido convite para tirar a roupa.

"Não recebi nenhum convite, na verdade queria bem saber porque, pois acho meu corpo bem bonito. Agora então está, com toda modéstia, perfeito! Mas essas revistas preferem outro perfil de mulher, talvez com o cabelo menos duro ou mais clarinha. Quem sabe?", desabafa.

"Só sei que disseram que eu mostrei pouco no BBB, pois fui superdiscreta com relação ao meu corpo, coisa que sou mesmo. Não combina comigo ficar me exibindo. Gosto de ser sensual e não sexual, dependendo do momento é claro! Mas prefiro nem pensar nisso. Simplesmente deixo rolar!Afinal quem está perdendo são eles (risos)", completa.

Agora, ela se recupera da cirurgia em casa, procurando ficar sossegada. "O pós-operatório está ótimo, quando eu abuso eu sinto muita dor, mas se eu ficasse quietinha tudo seria mais tranquilo! Mas quem me segura quieta?", conta, rindo.

http://www.correio24horas.com.br/notici ... sem-roupa/

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#127 Mensagem por O Pastor » 07 Mai 2011, 20:40

Enquanto isso...Jaque contradiz a Janaina. Acho a Janaina mais bonita, mas a Jaque é mais gostosa...

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#128 Mensagem por roladoce » 07 Mai 2011, 20:46

O problema que no Brasil os negros são incetivados a serem "cantores" de pagode, samba ou "dançarinos/dançarinas" e por acaso, por uma "azar" do destino estudar...

Com o pouco grau de instrução, criou-se absurdos no Brasil, do tipo:

Você chamar um negro de negro, pra muitos é encarado como ofensa, é comum os negros no Brasil serem chamado de moreno, moreninho e por ae vai...mais negro virou um termo pejorativo.. :oops:

Os próprios negros tem vergonha de sua condição, e muitos sentem uma vergonha de lutar pela causa negra ou defender as conquistas, por que, conseguiram "implantar" na cabeça de nós (negros), que assim estamos mendigando favor ou migalhas..e com isso a classe media branca tomando as faculdades publicas de qualidade e por ae vai...

Lá nos EUA, que foi citado, o orgulho, por assim dizer, negro, é ensinado desde criança, lá o negro não tem vergonha de sua condição e nem brigar por ela...

Lá fora eles não fogem de questões raciais inceridas na socidade, como esse caso da playboy, que achei louvavel (nunca pensei que diria isso em relação um EX-BBBabaca) ter coragem de falar sobre essa forte questão racial nos meios de comunicação (antes que falem, a playboy se comunica com meu pau).

Mais como a força dessas midias estar no Sul/Suldeste do país, entendem-se o racismo....

E ela eu comia todo dia, até meu pau ficar inchado....

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#129 Mensagem por Tricampeão » 08 Mai 2011, 20:15

roladoce escreveu:Lá nos EUA, que foi citado, o orgulho, por assim dizer, negro, é ensinado desde criança, lá o negro não tem vergonha de sua condição e nem brigar por ela...
Mas isso acontece hoje. No passado, um negro que ousasse conversar com uma mulher branca podia ser linchado. E isso até a década de 1960. Foi então que os negros americanos desistiram de esperar as leis serem cumpridas e partiram pro pau.
Não duvido que aconteça o mesmo por aqui. Os fascistas brasileiros copiam tudo dos gringos filhos da puta, que idolatram. Primeiro, vocês estão vendo, combatem as medidas de equalização com argumentos pífios e com a lavagem cerebral da imprensa venal; depois, quando virem que perderam o debate, vão tentar virar a mesa por meio dos seus juízes comprados; quando perderem nessa instância também, vão simplesmente ignorar a lei, e vai ficar por isso mesmo, pois a polícia está também a soldo deles.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#130 Mensagem por rapaz solitário » 09 Mai 2011, 00:50

O Pastor escreveu:Rapaz,

Acho que o dia em que os excluídos se unirem, teremos força de barganha. Enquanto ficarmos separados por detalhes e picuinhas, continuaremos vendo a banda passar. Os negros precisam da ajuda dos pardos, e vice-versa, porque com o grande volume deles, nem sei onde se poderia chegar. O nosso grande problema é extamente esta falta de união. É nisso que os construtores de nosso apartheid social conseguem sucesso. O dia que unirmos, teremos força de boicote, força de impor nossas vontades e força pra votar leis que sejam interessantes pra gente. Enaquanto isso, vamos ficar colhendo migalhas e migalhas.

Quanto a miscigenação da maneira que vc colocou. Acho que a midia tem esses surtos repentinos de querer glorificar uma coisa, em detrimento de outras. Mas são sempre visões superficiais, que raramente condizem com a realidade. Novelas então, nem se fala. Na verdade, apesar de haver muitos casais inter-raciais no Brasil, eles ainda são minoria. Não é todo mundo que sente atração ppor pessoas de etnias diferentes. Ninguém é obrigado a gostar da beleza do outro, não por imposição. Por outro lado, o sucesso da miscigenação simboliza uma sociedade que consegue conviver melhor com diferenças. Ao menos tolerá-las mais...
Sendo sincero, eu também acho que os excluídos de um modo geral, ao se juntarem, poderiam causar maior impacto e obter maiores resultados. Mas, continuo com meu pensamento que não vejo necessidade de todos se juntarem baseados em uma única insignia. Negro é negro e índio é indio. Numa ação de união dessas, logo fica caracterizado uma perda de identidade étnica/fenotípica por parte de um dos lados, e o lado seria o lado indiodescendente, sendo estes considerados negros, também. Concordo com a parte mulata dentre os pardos ajudarem os negros, no sentido de indentificação total com a causa. Não vejo porquê associar indiodescendente a negros, no sentido fenotípico, pelo menos. A não ser que ficasse discriminado a origem de cada um dos grupos, ambos podendo se ajudar, informando devidamente quem é o que, em vez de chamar todos de negros. Pra que isso? Diga a um caboclo amazonense se ele é negro e verá se, pelo menos, muitos deles não vão discordar? Digo "pelo menos" porque deve haver pessoas sem conhecimento de sua real identidade e, sabe-se lá por que, pensam ser negros. Minha mãe é um exemplo disso: tem fenótipo indigena (apesar dos cabelos terem endurecido com o passar dos anos) e, só pelo fato do pai dela ser negro (filho de mãe branca), ela se achava negra, em detrimento de sua imagem e da sua mãe india, até eu esclarecer esse ponto pra ela.

E quanto a mistura, é realmente esse ponto da mistura passar uma aceitação maior entre os povos, de parecer politicamente correto que eu critico. Não há necessidade de se usar a mistura como instituição pra promover a aceitação entre os povos. Misturas poderão acontecer normalmente por conta do convívio (desconsiderando influências externas, é claro). Mas, ver a mistura como algo correto e a não-mistura como algo errado, como muita gente vê, também é preconceito. Como eu citei antes, não quero dizer que a mistura seja unicamente influenciada por conceitos da mídia, mas enfatizei o quanto ela pode influenciar a cabeça das pessoas, e influencia, sim. Não vejo tais divulgações midiáticas como algo meramente superficial. Não podemos generalizar tal situação, mas apenas atentar que servem de base pra criação de conceitos pra muita gente, e eu não gosto de tais atitudes. Mas, isso é apenas a maneira como eu vejo tais assuntos. Eu penso de um jeito; você, Pastor, pensa de outro, e outras pessoas variam em seus pensamentos. E, no final, prevalece a vontade que se impõe, que convém. E segue o jogo.

Ah! E a Jaqueline é gostosa mesmo! Baita rabão!!

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Nazrudin
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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#131 Mensagem por Nazrudin » 09 Mai 2011, 09:03

Esse tópico ficou bom... concordo 100% com a Jaque...

Deve ser ótimo morar no centro do mundo. No Norte gringos filhos das puta e no sul agro-facistas, devem estar se referindo aos argentinos... Meu chegado Tricampeão deve estar brincando claro, temos (nós brasileiros) negros até em Blumenau. Aliás, os alemães de lá adoram se misturar. Porto Alegre é uma cidade muito misturada, mas trago essas informações como fatos apenas.

A bem da verdade no aspecto racial os gringos norte-americanos foram realmente muito mais filhos da puta que os brasileiros. Aqui as tensões foram amenizadas sexualmente....

Mas é da sociedade americana a capacidade de se renovar e está aí o primeiro presidente negrão para comprovar. É claro que eles inventaram esse sistema de cotas que quizeram copiar aqui, o qual não concordo pelas razões já expostas.

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#132 Mensagem por Tricampeão » 09 Mai 2011, 22:27

Nazrudin escreveu:Deve ser ótimo morar no centro do mundo. No Norte gringos filhos das puta e no sul agro-facistas, devem estar se referindo aos argentinos... Meu chegado Tricampeão deve estar brincando claro, temos (nós brasileiros) negros até em Blumenau. Aliás, os alemães de lá adoram se misturar. Porto Alegre é uma cidade muito misturada, mas trago essas informações como fatos apenas.

A bem da verdade no aspecto racial os gringos norte-americanos foram realmente muito mais filhos da puta que os brasileiros. Aqui as tensões foram amenizadas sexualmente....

Mas é da sociedade americana a capacidade de se renovar e está aí o primeiro presidente negrão para comprovar. É claro que eles inventaram esse sistema de cotas que quizeram copiar aqui, o qual não concordo pelas razões já expostas.
Realmente, aqui no Império do Centro temos essas vantagens, não somos nem baianos cabeça chata e preguiçosos nem branquelos racistas e que não gostam de tomar banho.
Mas eu não diria que todos os que moram aí no porão são agrofascistas, nem que não existam agrofascistas espalhados pelo nosso amado, sofrido e pardo Brasil. É função da mídia venal disseminar as idéias retrógradas pelo nosso povo e, infelizmente, fá-lo muito bem.

Vocês branquelos brasileiros foram menos filhos da puta que os gringos, é verdade, mas por outro lado agora têm um problema que eles não têm. Lá, os negros são minoria. Aqui, negros e pardos são maioria. Não se trata de obterem concessões, igualdade de acesso, reconhecimento à sua cultura, etc. Trata-se de assumirem o leme. Não é emplacar um juiz na Suprema Corte e um generalão no Pentágono e um presidente pau mandado de vez em quando, como acontece no Inferno do Norte; é ter a maioria das cadeiras na Câmara, no Senado, no STF, no ministério, quiçá até na diretoria do Avaí.
Menos que isso é injustiçal, distorção inaceitável, fonte de instabilidade e de caos social.
Neste ponto, é preciso reconhecer que estamos atrás dos gringos filhos da puta.

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Re:

#133 Mensagem por O Pastor » 10 Mai 2011, 21:48

Sobre o Sul...

Também muita confusão e falta de conhecimento. A negrada foi sim, fundamental em vários momentos na história daquela região. Não foram apenas colonos europeus que contribuiram. Índios e negros foram tão importantes quanto...

Destaco, por exemplo, os lendário Lanceiros Negros, que foram invencíveis e fundamentais na Revolução Farroupilha. A única derrota que sofreram, foi a traição da história (e da monarquia)...

[ external image ]

Muito da cultura gaúcha advém daí. Eram os negros que conduziam o gado dos estancieiros.


Os Lanceiros Negros, bravura e lembrança farroupilha

21 junho 2010

“Quem foram os negros,
que o grito da terra,
qual chama divina
bradou pelo chão,
deixando o arado,
caído esquecido,
partiram levando
a lança na mão?”
(Altamira Bataglia Medina)

Março de 1845. O Tratado de Poncho Verde é assinado, e finalmente é selada a paz no Rio Grande sul. Após dez anos de intensas batalhas e atos extraordinários de bravura, a revolução Farroupilha chegara ao fim, deixando vestígios que até hoje permeiam a sociedade gaúcha, em seus estudos, comportamentos, ideologias. Entretanto, dentre os muitos fragmentos deixados, existe uma cicatriz que envolve o povo rio-grandense. A chamada Batalha de Porongos, que supostamente teria sido um massacre contra a tropa de lanceiros negros, marca uma série de referências daquilo que ainda é obscuro na revolução. Na trilha de um maior esclarecimento sobre esses fatos, caminha o projeto de pesquisa “Os lanceiros negros e a revolução farroupilha: falas e silêncios da historiografia”, desenvolvido pela acadêmica do curso de história Letícia Rosa Marques, sob orientação da professora doutora Maria Medianeira Padoin.

A Guerra dos Farrapos é ainda bastante glorificada nos dias de hoje. Em qualquer região do estado, quando alguém falar em bravura ou em luta por ideais, a batalha farroupilha será mencionada. O modo como parte das lideranças do Rio Grande do Sul não aceitou as imposições do governo central, e buscou de alguma forma impedi-las, transformou-se em traço histórico do gaúcho. Grandes nomes como os de Bento Gonçalves, Antônio de Sousa Neto e Giuseppe Garibaldi, são lembrados entre os heróis farrapos. Nomes que suscitam imperecíveis líderes naqueles dez anos de guerra. E na conclusão das batalhas, quando a paz é selada, outros heróis surgem. Supostos heróis. Pois, para ser assinada a paz entre o governo do país (império) e o gaúcho (republicano), foi necessária a morte dos negros que lutavam pela causa farroupilha e pela própria liberdade.

Letícia Rosa Marques é acadêmica do curso de história, na UFSM. Nascida em Caçapava do sul, foi criada em meio a uma cultura tradicionalista forte. Uma cidade de amplo folclore gauchesco cultivado por negros, tanto por acolher o primeiro CTG fundado por eles no estado. Anos depois, ao ter contato com o mundo acadêmico e seus estudos sobre a revolução farroupilha, percebeu uma ampla lacuna. Encontrava uma quantidade ínfima de personalidades negras nos arquivos farrapos. Um fato que lhe causou estranheza, já que vivenciou tanto dessa presença na sua infância. E nesse ponto se descobre uma das maiores tragédias da história farrapa.

Na negociação da paz na revolução, os farroupilhas incluiram uma cláusula que concedia a liberdade a todos os negros que lutaram na revolução. O impasse estava criado e parecia um obstáculo intransponível na resolução da paz. A saída encontrada foi a mais cruel possível: o coronel Teixeira Nunes e seu corpo de Lanceiros Negros descansavam no acampamento da curva do arroio Porongos. Foi então que apareceu o coronel monarquista Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, de surpresa e quebrando o decreto de suspensão de armas. O exército de negros foi dizimado. A assinatura do tratado de paz foi garantida.

Esse episódio é apenas o mais famoso dos tantos que marcaram a Revolução Farroupilha, ocultando a enorme presença afro-descendente nas conquistas da guerra. Na pesquisa de Letícia, aos poucos se desvenda o que segue perdido na linha histórica. Textos e personagens reais foram queimados e ocultados para que jamais se revelassem as atrocidades praticadas. Algumas poucas informações, retratos, relíquias de família preservadas com cuidado que comprovam os acontecimentos, reside na própria cidade de Letícia. Em sua maioria, são fragmentos notórios, documentos, antigos retratos, objetos conservados desde o fim das batalhas. Pequenas heranças da era farrapa que são valiosas não só para as famílias que as guardam como também para os historiadores, que aos poucos remontam o cenário da revolução. Fontes capazes de confirmar a presença negra entre as lideranças da revolução.

O projeto de pesquisa de Letícia, porém, não se deteve apenas a Caçapava do Sul, muito menos ao Rio Grande do Sul. A Guerra dos Farrapos se estendeu além das fronteiras do estado. Pelo Brasil, pela América do Sul e pelo mundo, ainda estão ocultas revelações que podem trazer verdades da revolução. Isso é possível, não apenas pelas batalhas terem avançado além do território gaúcho, mas também por compreenderem uma quantidade infindável de estrangeiros solidários pela causa gaudéria. Um exemplo desses é o cientista italiano Tito Livio Zambeccari. Tornou-se amigo e assessor daqueles que viriam a ser os líderes da Revolução Farroupilha, influenciando diversos manifestos assinados na época e durante a revolução.

http://w3.ufsm.br/infocampus/?p=1301

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#134 Mensagem por O Pastor » 10 Mai 2011, 22:02

Não por acaso possuem o único senador negro, eleito e reeleito.

[ external image ]
Paulo Paim, primeiro senador negro eleito e reeleito.

O primeiro deputado estadual negro, a presidir uma assembléia legislativa no Brasil.

[ external image ]
Carlos santos, primeiro deputado estadual negro

Além do lendário Alceu Collares, primeiro prefeito negro de POrto Alegre.
[ external image ]

Eu vivi quase 1 ano em Caxias do Sul e posso dizer que neste aspecto eles estão bem mais a frente que a maioria dos estados brasileiros. A negrada de lá, comparada com a do restante do país é bem mais consciente. Enfim, não sei se digo isso porque vivi pouco tempo lá, mas tenho muitas saudades. Sobre tudo das italianinhas gostosas, eheheheheh!!!

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Re:

#135 Mensagem por rapaz solitário » 11 Mai 2011, 00:15

Tricampeão escreveu:
Nazrudin escreveu:Deve ser ótimo morar no centro do mundo. No Norte gringos filhos das puta e no sul agro-facistas, devem estar se referindo aos argentinos... Meu chegado Tricampeão deve estar brincando claro, temos (nós brasileiros) negros até em Blumenau. Aliás, os alemães de lá adoram se misturar. Porto Alegre é uma cidade muito misturada, mas trago essas informações como fatos apenas.

A bem da verdade no aspecto racial os gringos norte-americanos foram realmente muito mais filhos da puta que os brasileiros. Aqui as tensões foram amenizadas sexualmente....

Mas é da sociedade americana a capacidade de se renovar e está aí o primeiro presidente negrão para comprovar. É claro que eles inventaram esse sistema de cotas que quizeram copiar aqui, o qual não concordo pelas razões já expostas.
Realmente, aqui no Império do Centro temos essas vantagens, não somos nem baianos cabeça chata e preguiçosos nem branquelos racistas e que não gostam de tomar banho.
Mas eu não diria que todos os que moram aí no porão são agrofascistas, nem que não existam agrofascistas espalhados pelo nosso amado, sofrido e pardo Brasil. É função da mídia venal disseminar as idéias retrógradas pelo nosso povo e, infelizmente, fá-lo muito bem.

Vocês branquelos brasileiros foram menos filhos da puta que os gringos, é verdade, mas por outro lado agora têm um problema que eles não têm. Lá, os negros são minoria. Aqui, negros e pardos são maioria. Não se trata de obterem concessões, igualdade de acesso, reconhecimento à sua cultura, etc. Trata-se de assumirem o leme. Não é emplacar um juiz na Suprema Corte e um generalão no Pentágono e um presidente pau mandado de vez em quando, como acontece no Inferno do Norte; é ter a maioria das cadeiras na Câmara, no Senado, no STF, no ministério, quiçá até na diretoria do Avaí.
Menos que isso é injustiçal, distorção inaceitável, fonte de instabilidade e de caos social.
Neste ponto, é preciso reconhecer que estamos atrás dos gringos filhos da puta.
Deixa eu ver se eu entendi o post acima: pelo o que eu entendi, o fato de pardos e negros formarem a maioria da população brasileira faz com que seja de direito que ambos assumam o leme, como dito pelo Tricampeão? Que assumam o comando de tudo? Que tenham direito a tudo e todos, e os "branquelos filhos da puta e adjacentes" passem a baixar a cabeça e venerar "os maiorais negros e pardos"? Discordo totalmente!!! Primeiro que, se assim fosse por obrigação, a Africa do Sul, com apenas 10% de brancos, não foi e é do jeito que está. E tal pensamento de se preferir a maioria só mostra o tratamento diferenciado que cada povo passaria a ter, com a maioria populacional sendo privilegiada e a minoria se lascando. E, se assim for, os negros norte-americanos, que compõe 13% da população yankee, não deveriam reclamar por direitos nem nada, por serem minoria populacional. Muito contraditório tal pensamento do Tricampeão, pelo qual eu entendi o post dele... .
Pô! Apesar do nosso histórico, de tudo o que ocorreu, ter tal tratamento com os ditos "branquelos filhos da puta (e adjacentes, posto por mim)" só seria nada mais do que retaliação. É isso o que os negros e pardos querem que ocorra? Vingança? Independentemente de tudo, soa algo constitucionalmente errado, da mesma forma que negros, indios e descendentes vêm sendo tratados por esses anos, não só no Brasil, mas em todo lugar onde existam eles. Se é pra fazer algo, que seja da maneira certa, sem diferenciamentos, condicionamentos e privilégios. Se o Estado tem 0.001% de negros ou 99.99% de negros, ambos têm que ter direitos a tratamento igual, sem privilégios. Não tem por que pensar que, se negros e pardos são maioria, tem que ter tratamento melhor que o restante do povo aqui residente. Pombas!!

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