Belo Monte e o tiro no pé do Lula, digo nos nossos!

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#31 Mensagem por Tricampeão » 03 Mai 2010, 19:14

O desmatamento não conta em absolutamente nada. A área inundada é desprezível com relação ao que é desmatado anualmente para dar lugar a atividades agrícolas. Ninguém está reclamando de desmatamento, pelo menos os ambientalistas sérios não estão. As preocupações são outras.

Continuando a análise da entrevista do colega Célio Bermann:

O colega acusa o projeto de ter como maior característica "o modelo de apropriação do território amazônico, baseado na tomada de seus recursos naturais, de sua água, seus rios, para proporcionar a expansão de bens de alto conteúdo energético e baixo valor agregado. Ou seja, faço referência às indústrias minero-metalúrgicas, de minério de ferro, bauxita e também sua primeira transformação, em aço e em lingote de alumínio. Essa forma de “promover” o desenvolvimento da região amazônica e do país é absolutamente lesiva aos interesses da população brasileira.". Se entendi bem, o colega acusa a mineração e a metalurgia de serem indústrias de baixo valor agregado, por esse motivo indesejáveis na região. Faltou indicar que indústria ele recomenda instalar lá no meio da floresta. Quanto mais sofisticada essa indústria, mais prejudicaria o ecossistema: mais recursos naturais utilizaria, mais resíduos tóxicos produziria, mais infraestrutura exigiria; além disso, requereria mão de obra especializada, difícil de encontrar hoje até nas capitais da região. Finalmente, não consigo imaginar como uma indústria dessas funcionaria sem uma indústria de base que fornecesse as matérias-primas necessárias.

O colega reclama que o projeto "está nas mãos de empresas estatais", CHESF e Eletronorte. Não vejo aí nenhum problema, pois não são estatais dedicadas a preparar empadinha, são estatais cuja função é produzir e gerir energia elétrica. Se alguém acha que estatais não deviam cuidar desse assunto, aí é outra história, devia brigar para que CHESF, Eletronorte e outras fossem fechadas, não condenar o projeto por ter sido entregue a elas.

O colega, ao meu ver comete um erro grosseiro quando afirma que "haverá períodos de estiagem, entre setembro e outubro, nos quais a capacidade de geração se reduzirá a 1080 mW. Frente a esse fato, o governo passou a trabalhar com a noção de ‘média de energia’, em torno de 4000, 4500 mW ao longo do ano, o que é uma maneira enganosa de caracterizar o empreendimento. A energia que estará garantida, independentemente do regime hidrológico, é de apenas 1000, 1100 mW. O restante da energia disponibilizada terá valor comercial menor.". Em primeiro lugar, um mês ou dois de estiagem no ano não fazem com que a energia garantida seja de apenas 1 GW; energia garantida é aquela que a usina tem certeza de produzir; Belo Monte pode assegurar mais do que isso em dez meses do ano. Em segundo lugar, não é verdade que o restante da energia terá valor comercial menor; esse valor de R$ 78,00/MWh é para vender para o governo, uma parte pode ser comercializada nos leilões do mercado atacadista de energia e ali não há preço fixo.

Célio Bermann acusa o Ministério das Minas e Energia e a Eletrobrás de estar nas mãos do Sarney, que mantem relações históricas de com o setor eletrointensivo. Aí confesso que me surpreendi, pra mim o Sarney era um tosco que ficou rico vendendo gordura de côco ou outro produto derivado da flora nativa maranhense, não sabia que ele estava envolvido com o setor elétrico. Realmente, o Ministério está nas mãos do PMDB. Mas mesmo que estivesse em outras mãos, não vejo como não teria relações com o setor eletrointensivo, que é o maior consumidor. O Ministério da Agricultura, por exemplo, também privilegia o agronegócio e não dá pelota para os pequenos agricultores. Isso, por si, não quer dizer que todo projeto agrícola oficial esteja equivocado.

Célio Bermann meio que fugiu da questão a respeito do aproveitamento do potencial hidrelétrico brasileiro, disse que "Nós temos hoje uma dependência excessiva da hidroeletricidade amazônica.", suas respostas a respeito de fontes alternativas não foram conclusivas, recomendou investir em diminuir as perdas no sistema, para baixá-las de 15% para 10% (eu não tenho a menor idéia de quanto custaria isso, e parece que ele também não, pois não cita números) e no final acabou reconhecendo que não há substituto para empreendimentos como Belo Monte.

Finalmente, numa demonstração de ingenuidade, aceitou o custo de 30 bilhões, estimado pelos empreiteiros, como se fosse verdadeiro. Ora, num leilão, é óbvio que quem compra quer baixar o preço e quem vende quer aumentá-lo. O mais prudente é acreditar que o valor correto está em algum lugar entre os dois. Ele diz ainda que o preço do kW instalado está alto, para os padrões internacionais. Mais uma demonstração de ingenuidade. Nâo dá pra comparar o preço do kW instalado na Inglaterra, por exemplo, com o de uma usina que vai ser instalada na Amazônia. Não tem que importar as máquinas? Não tem que levar os equipamentos por essa distancia toda? Não tem que construir canteiro de obras? Não tem que construir alojamento? É claro que o kW instalado lá vai ser mais caro. O valor tem que ser comparado com outras obras similares. O kW de Jirau ficou em quanto? Nove bilhões de investimento, 3500 MW: 2500 reais/kW, não é isso? E quem ganhou está reclamando? Muito pelo contrário, estão tentando adiantar a obra; já encontraram uma maneira de alterar o projeto de maneira a economizar um bilhão.

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Re: Belo Monte e o tiro no pé do Lula, digo nos nossos!

#32 Mensagem por ZeitGeist » 04 Mai 2010, 12:29

A destruição que a construção desta hidroelétrica, irá causar naquela região, estão muito além do valor final que irá sair Belo Monte!
A devastação que é promovida diariamente por posseiros, pecuaristas e garimpeiros não justificam irmos lá e terminar o serviço :twisted:!
Precisamos de energia sim, mas como diz um tio do Rio de Janeiro, o JC., devemos utilizar nossos sustentadores de orelha e acharmos melhores alternativas.

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#33 Mensagem por Tricampeão » 04 Mai 2010, 20:10

Não falei de garimpeiros, nem de posseiros, nem de pecuaristas. Falei de terras liberadas para agricultura.
É claro que o governo pode proibir até isso na Amazônia e transformar tudo numa grande reserva, mas não acho que esse seja o caminho.
Com relação às alternativas, vamos lembrar que até o autointitulado especialista Célio Bermann, que é contrário ao projeto, quando questionado não conseguiu apontar nenhuma.
No ano que vem, será licitada mais uma usina, dessa vez no rio Tapajós, e com capacidade instalada de 6 GW e com lago de mais de 700 km2, bem maior que o de Belo Monte. Imagino que também trabalhará a fio d´água, porque essa parece ser a tendência atual.
Analisando tecnicamente tanto as últimas usinas licitadas quanto as próximas, chega-se à conclusão de que Belo Monte é a que apresenta melhor relação custo/benefício. Isso não acontece à toa. O lugar escolhido proporciona um desnível maior, cerca de 90m. Não há melhor lugar hoje no Brasil para construir uma usina desse porte.

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Re: Belo Monte e o tiro no pé do Lula, digo nos nossos!

#34 Mensagem por Pinter » 05 Mai 2010, 08:45

Governo tenta montar plano que evite térmicas
Objetivo é leiloar usinas a gás somente quando não houver licença ambiental para hidrelétricas

Sabrina Lorenzi, iG Rio de Janeiro | 04/05/2010 09:53

Assim como as usinas que geram energia a óleo combustível e a carvão, térmicas movidas a gás natural tendem a ficar de fora do plano de expansão de geração elétrica, no que depender do governo. O plano é leiloar projetos de térmicas movidas a gás somente quando não tiverem sido obtidas licenças ambientais para hidrelétricas, disse ao iG o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, responsável pelo planejamento do setor.

A premissa de incluir apenas fontes renováveis nos novos projetos de energia orienta o próximo Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica, que será divulgado nesta terça-feira pela estatal responsável pelo planejamento do setor. “Não estou dizendo que não vamos licitar térmicas", diz Tomalsquim. "Vamos licitá-las se houver necessidade, quando não houver licença para as hidrelétricas."

A decisão de evitar as térmicas daqui para frente inverte o caminho que o País encontrou nos últimos ano para escapar do déficit de energia. Nos leilões de energia nova implementados para ampliar a oferta de eletricidade, o governo licitou usinas poluentes como forma de compensar projetos hidrelétricos que não saíram do papel. Nos últimos dois anos, as térmicas responderam por dois terços da energia nova comercializada no mercado, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Ponto fora da curva

"Não tem mais espaço para energia suja na nossa matriz e vamos compensar isso com fontes alternativas", afirma Tolmasquim. De acordo com estudo divulgado na semana passada pela EPE, as fontes renováveis ampliaram presença na matriz energética no ano passado, para 47,3% de toda a energia consumida no País. Mas foi um ponto fora da curva, já que a crise econômica inibiu o consumo de carvão por siderúrgicas e as chuvas abundantes estimularam a produção das hidrelétricas, em detrimento das térmicas.

Em relatório sobre a geração de energia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informa a instalação de pelo menos 60 térmicas no País. Elas funcionam como uma espécie de seguro, despachando energia para suprir a demanda quando falta geração hidráulica. A prioridade de funcionamento é da energia mais barata, proveniente de hidrelétricas.

"Temos uma safra de usinas hidrelétricas a serem licitadas, com mais facilidade de obter licenciamento ambiental porque desenvolvemos uma política de planejamento no setor, desenvolvendo estudos de viabilidade e de impacto ambiental que vão dar mais consistência ao setor", afirma Tolmasquim.

Menos de um quarto de Belo Monte

Conforme o iG noticiou, o governo finaliza ou tem prontos 23 projetos de hidrelétricos no País. Deste total, segundo Tolmasquim, a EPE pretende leiloar 13 hidrelétricas ainda neste ano, para suprir a necessidade de eletricidade dos próximos anos.
 
Pelo menos quatro usinas hidrelétricas que o governo planeja licitar neste ano têm estudos concluídos de impacto ambiental e de potencial hidrelétrico. Os projetos somam 2.378 MegaWatts (MW) de potência instalada, menos de um quarto da capacidade de geração de Belo Monte. A maior delas, a usina de Teles Pires, no Rio Tocantins, tem capacidade para 1.820 MW e previsão de entrada em operação em 2015.

As outras com estudos prontos previstas para leilão em 2010 são: Ribeiro Gonçaves (113 MW), localizada no rio Parnaíba, entre Piauí e Maranhão; Telêmaco Borba (120 MW), no rio Tibagi, no Paraná, e Pedra Branca (320 MW), no rio São Francisco, entre Pernambuco e Bahia. A usina de Tabajara, no rio Ji-Paraná, em Rondônia, tem estudos concluídos, mas não está na lista dos projetos para 2010.

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#35 Mensagem por Tricampeão » 05 Mai 2010, 19:56

Sou obrigado a fazer alguns reparos também às observações do ministro, citadas pelo Carnage.
Substituir hidrelétrica por eólicas custaria R$ 32 bilhões, diz ministro
Não sei como ele chegou a esse número.
A usina de Paracuru, no Ceará, custou 115 milhões e gera 23 MW. 173 Paracurus gerariam os 4 GW de Belo Monte e custariam cerca de 20 bilhões.
http://www.farolcomunitario.com.br/meio ... 0_0046.htm
Na verdade, o que torna a energia eólica cara é o custo operacional. 173 eólicas dariam muito mais trabalho para gerenciar do que uma hidrelétrica grande. Além disso, a tecnologia usada é mais delicada.
E teria que ser montada uma fila de mais de 2000 cataventos, o que daria um comprimento de mais de 500 km Acho que o James Cameron não ia achar muito bonito um paredão de 50m de altura e 500 km de extensão no meio da Amazônia.
Se essas 173 usinas fossem montadas em terreno perfeitamente plano, seria necessária uma área de no mínimo 400 km2 para gerar 4GW de potência. Pau a pau com a área inundada de Belo Monte. Sendo assim, não vejo como alguém pode falar que uma usina eólica seja menos agressiva ao meio ambiente que uma hidrelétrica.
Este link traz informações úteis sobre o potencial eólico brasileiro:
http://www.cresesb.cepel.br/index.php?l ... /atlas.htm

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Re: Belo Monte e o tiro no pé do Lula, digo nos nossos!

#36 Mensagem por Pinter » 07 Mai 2010, 08:24

Depois de construírem a usina de belo monte, estão querendo dividir o estado do Pára em três partes, vcs estão sabendo?

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/c ... 03675.html

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#37 Mensagem por Tricampeão » 07 Mai 2010, 21:08

Pelo que li, concordo com o tucano que critica a proposta. Não vejo vantagem nenhuma para os paraenses. Para a Vale, talvez. O tal Estado de Carajás passaria a ser uma área livre para a mineração; atualmente, a Vale encontra muita dificuldade para obter licenças ambientais na região.

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Re: Belo Monte e o tiro no pé do Lula, digo nos nossos!

#38 Mensagem por Pinter » 11 Mai 2010, 13:53

Lula é burro ou o Tarso que é esperto?



Vejam:




Além do turismo, sol, vento e mar dão energia ao CE




O Estado investiu R$ 1,5 bilhão na produção de luz elétrica a partir de ventos, sol e ondas. Até 2011 esse valor pode dobrar

Gustavo Poloni, enviado especial ao Ceará | 10/05/2010 05:48

Movido apenas com a força do vento, o Ceará produz em um mês o equivalente a R$ 2,2 milhões em eletricidade. É isso que custa, no mercado livre de energia, os 500 megawatts produzidos por 250 cataventos gigantes instalados no Estado. A cena é deslumbrante: em alguns dos principais cartões postais do litoral cearense, máquinas de 80 metros de altura e 200 toneladas dão um ar futurista à paisagem. É uma mudança movida a R$ 1,5 bilhão em investimentos -- valor que deve dobrar até o final de 2011. Além de contar com os maiores parques eólicos do Brasil, o Ceará está investindo em outras fontes de energia renovável. Até o final do ano, o Estado vai ganhar a segunda maior fazenda de energia solar do mundo e um projeto piloto para produzir eletricidade a partir da força das ondas, transformando o Ceará na capital brasileira da energia limpa.

Com o litoral cheio de torres de 80 metros que produzem energia através do vento, o Ceará virou o Estado que mais produz energia eólica no País

Entre as três fontes de energia limpa que estão sendo exploradas no Ceará, a que mais se destaca é a eólica. O Estado conta com 14 parques que, juntos, somam cerca de 250 torres. Elas produzem pouco mais de 500 MW de luz elétrica – suficiente para abastecer uma cidade com 2,6 milhões de habitantes. É pouco perto do consumo nacional, de 58,6 mil MW. Mas já representa metade da energia consumida no Ceará. O maior parque da região é o Bons Ventos, com 75 torres. Localizado em Aracati e em Taíba, cidades no litoral cearense, já recebeu cerca de R$ 800 milhões em investimentos. Nos próximos anos, o número de torres de energia eólica deve se multiplicar no litoral cearense. A argentina Impsa anunciou que vai colocar R$ 2 bilhões na instalação de 11 parques eólicos no Estado. “O Ceará deixou de ser lembrado apenas pelo sol e calor”, diz Luiz Eduardo Aguilar, presidente do Parque Eólico Bons Ventos.

Veja também:

* As alternativas de energia limpa
* Grandes obras criam um novo Nordeste
* Porto de Suape vai se transformar em S/A

Além de parques que produzem energia a partir do vento, o Ceará ganhou fábricas que integram a cadeia de produção do setor. Pás, geradores e torres, partes que formam o aerogerador, já são produzidos no Estado. Fundada em 2006, a Tecnomaq foi a primeira empresa brasileira criada com o objetivo de fazer torres de energia eólica. Para isso, contratou consultores alemães (a Alemanha é um dos países mais avançados nessa área) para dar treinamento a seus funcionários por 100 euros a hora/aula. As torres também precisaram ser submetidas a um processo de tropicalização. Isso porque os parques eólicos alemães estão instalados sobre pedras, e não na areia de praias. Até o final do ano, a Tecnomaq deve produzir 120 torres e vai faturar algo em torno de R$ 70 milhões. Em 2011, o faturamento deve chegar a R$ 120 milhões. “Aqui no Ceará estamos construindo o Brasil do amanhã”, diz Bucar Amad Bucar, gerente geral da Tecnomaq.

Primeira a fabricar torres de energia eólica, a Tecnomaq vai faturar R$ 70 milhões em 2010

No início da década de 1990, o governo do Ceará deparou-se com o fantasma do apagão. Sem rios perenes, o Estado dependia exclusivamente da energia produzida pelas usinas de Paulo Afonso, na Bahia, e de Tucuruí, no Pará. Para continuar a crescer de forma sustentável e auto-suficiente, o então governador Ciro Gomes pediu que uma equipe estudasse como outros países produziam energia a partir de vento, sol e ondas – recursos encontrados em abundância no Ceará. Oito anos depois, as primeiras quatro torres de energia eólica eram instaladas na capital, Fortaleza.

O Ceará não chegou ao posto de capital nacional da energia limpa apenas com a boa vontade de governantes e o empenho de empresários. De acordo com o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, o Nordeste tem capacidade de gerar 75 GW – ou cinco vezes a capacidade da usina de Itaipu, a segunda maior do mundo. É mais do que a soma de todas as outras regiões do País. Entre os Estados com maior potencial, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e, claro, o Ceará, que lidera o ranking de produção de energia eólica no País. Considerada uma boa alternativa às energias não-renováveis, que tem como principal vilão o petróleo, a energia eólica é tida como a mais limpa e usa a força dos ventos para gerar eletricidade.

Longe do litoral, um outro tipo de fazenda de energia limpa começa a ganhar forma. Para aproveitar o sol que castiga o sertão cearense, a MPX, empresa que faz parte do grupo EBX, do empresário Eike Batista, lançou no fim de março a pedra fundamental para a construção da maior usina de energia solar da América do Sul, a segunda maior do mundo. Localizada em Tauá, cidade de 17 mil habitantes a 340 quilômetros de Fortaleza, ela vai ocupar uma área de 220 hectares, ou 220 campos de futebol. Na primeira etapa do projeto, que ficará pronto até o fim do ano, serão usadas R$ 4,4 mil placas fotovoltaicas para gerar 1 MW, energia suficiente para alimentar a casa de 5 mil pessoas. A ideia é que a produção seja multiplicada por 50 nos próximos anos – um investimento que pode chegar a US$ 250 milhões.

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#39 Mensagem por Tricampeão » 11 Mai 2010, 21:23

Pinter escreveu:Lula é burro ou o Tarso que é esperto?
O atual governador do Ceará é Cid Gomes.
O Estado investiu R$ 1,5 bilhão na produção de luz elétrica a partir de ventos, sol e ondas.
[...]
O Estado conta com 14 parques que, juntos, somam cerca de 250 torres. Elas produzem pouco mais de 500 MW de luz elétrica – suficiente para abastecer uma cidade com 2,6 milhões de habitantes. É pouco perto do consumo nacional, de 58,6 mil MW.
O repórter mostra que não entende nada do assunto ao misturar os conceitos de potência e consumo. 500 MW são a capacidade instalada no Ceará, com 250 torres de 2 MW cada. O consumo nacional é de 388 GWh/ano, o que corresponde a 33 GWh mensais.
http://www.epe.gov.br/mercado/Documents ... 5-2009.pdf
A capacidade instalada de hidroeletricidade é de 66 GW. É evidente que estamos falando de mundos diferentes.
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/Atla ... ca/4_5.htm
Com o litoral cheio de torres de 80 metros,
O governador realmente criou muita poluição visual. Mas esse não é, evidentemente, o pior dos problemas.
O maior deles é o preço, como já escrevi. Em dezembro último, foi realizado o primeiro leilão de energia eólica no Brasil. O preço do kWh ficou em quase R$ 150,00, mais que o dobro do que custa a energia gerada por fonte hidráulica.
http://www.estadao.com.br/noticias/econ ... 2242,0.htm
No início da década de 1990, o governo do Ceará deparou-se com o fantasma do apagão. Sem rios perenes, o Estado dependia exclusivamente da energia produzida pelas usinas de Paulo Afonso, na Bahia, e de Tucuruí, no Pará.
Essa é uma informação muito importante. Quando uma região não tem outras opções mais baratas, e ao mesmo tempo conta com muitos ventos e uma grande área plana disponível, a energia eólica se torna viável. Ainda assim, não se pode mandar energia para outras partes do país, tudo tem que ser consumido localmente.
De acordo com o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, o Nordeste tem capacidade de gerar 75 GW – ou cinco vezes a capacidade da usina de Itaipu, a segunda maior do mundo.
É verdade, mas para isso toda a superfície do Nordeste teria que ser coberta por turbinas eólicas. A metodologia de cálculo está bem clara no Atlas. É por isso que esse valor serve apenas como uma referência, não corresponde à realidade palpável.
Existem outros problemas, menos conhecidos. Por exemplo, não se descobriu ainda uma maneira efetiva de proteger as turbinas contra raios. Um pára-raios convencional protege pouco uma haste de mais de 50m de altura no meio de um descampado.
Para aproveitar o sol que castiga o sertão cearense, a MPX, empresa que faz parte do grupo EBX, do empresário Eike Batista, lançou no fim de março a pedra fundamental para a construção da maior usina de energia solar da América do Sul, a segunda maior do mundo. Localizada em Tauá, cidade de 17 mil habitantes a 340 quilômetros de Fortaleza, ela vai ocupar uma área de 220 hectares, ou 220 campos de futebol. Na primeira etapa do projeto, que ficará pronto até o fim do ano, serão usadas R$ 4,4 mil placas fotovoltaicas para gerar 1 MW, energia suficiente para alimentar a casa de 5 mil pessoas. A ideia é que a produção seja multiplicada por 50 nos próximos anos – um investimento que pode chegar a US$ 250 milhões.
220 hectares ocupados pra gerar 1 MW? Isso aí é piada?

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Re: Belo Monte e o tiro no pé do Lula, digo nos nossos!

#40 Mensagem por Locutus_Ofborg » 12 Mai 2010, 07:31

Pinter escreveu:Lula é burro ou o Tarso que é esperto?
Nem um, nem outro.

Fonte alternativa de energia não é fonte mágica de energia, é preciso ter as condições ideais para explorá-la. Acredito que o estado do Ceará reúna as condições naturais muito boas para a energia solar e eólica.

Mas... duvido muito que mesmo com as fontes alternativas o estado do Ceará seja auto-suficiente. A maior parte de sua energia vem do Sistema Interligado Nacional gerada pelas tradicionais térmicas e hidrelétricas. Sistema esse em que Belo Monte estará futuramente.

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Re: Belo Monte e o tiro no pé do Lula, digo nos nossos!

#41 Mensagem por Pinter » 12 Mai 2010, 08:16

Sei que o Tarso não é o governador, mas quando estive lá, sei que é um dos "mandantes" do Ceará.

O Shopping Iguatemi pertence a familia dele.
Até criaram um bairro com o nome dele em Fortaleza.

Era só pra comparar os "poderes" PSDB X PT.

Mas valeu pela observção ai Tricampãeo!

ABs.

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#42 Mensagem por Tricampeão » 14 Mai 2010, 20:09

Agora que já concluímos que existem poucas opções para produzir-se energia em grande quantidade, e que energia solar e eólica poderiam talvez vir a ser opções viáveis no futuro em alguns poucos lugares do mundo, examinemos o que é viável hoje.
Comecemos pelos combustíveis fósseis. O concorrente típico é o carvão; gás natural, querosene e outros produtos mais nobres normalmente não são empregados para gerar energia elétrica, devido ao seu custo mais alto. 40% da energia elétrica produzida no mundo vem do carvão.
A moderna usina de Medupi, na África do Sul, é um bom exemplo. vai gerar 4,8 GW, quase o mesmo que Belo Monte, consumindo para isso 14.6 milhões de toneladas de carvão por ano.
http://en.wikipedia.org/wiki/Medupi
Essa usina durará apenas 40 anos, o que é até muito numa termoelétrica. Já uma hidroelétrica pode durar 100 anos ou mais.
Medupi vai custar 100 bilhões de rands, o que dá uns 25 bilhões de reais.
A queima do carvão produz metano e dióxido de carbono, dois gases de efeito estufa pronunciado, e mais dióxido de enxofre, que provoca chuva ácida. Só para termos uma idéia do impacto ambiental, vamos usar o valor de 2249 libras de dióxido de carbono por MWh gerado, segundo dados da Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Coal_electricity
2249 * 0,454 * 4800 * 24 * 365 = 43 milhões de toneladas por ano.
Será que eu fiz alguma coisa errada? Isso aí é mais do que o que entra de carvão.
Mas está certo. Para cada quilo de carvão queimado, quase 3 quilos de dióxido de carbono são gerados na atmosfera.
http://en.wikipedia.org/wiki/Coal
Impressionante, não é mesmo?
É claro que as emissões de metano, dióxido de enxofre, cinza, etc., teriam que ser calculadas também, se quiséssemos ter uma visão mais apurada do tamanho do problema.
Podemos concluir agora que a energia hidráulica é mais limpa que a térmica, certo Danuza Leitão?
Um momento, estava me esquecendo, ainda não levamos em conta que serão necessários 14.6 milhões de toneladas de carvão por ano.
Esse carvão tem que ser minerado. Carvão não cai do céu, como se fosse água.
Como será uma mina de carvão que produz 14.6 milhões de toneladas de carvão por ano?
Reposta: cerca de metade da mina de El Cerrejón:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cerrej%C3%B3n
que é a maior mina de carvão a céu aberto do mundo. Ela produz cerca de 31 milhões de toneladas por ano.
Quais seriam os efeitos negativos de uma mina como essa? Vejamos:
http://www.lablaa.org/blaavirtual/tesis ... fectos.pdf"
Geração de pó. Geração de gases. 7800 hectares de solo desmatado, com deslocamento da fauna e aumento da erosão. Mudança de curso e contaminação dos cursos d'água com nitrato de amônio, óleo e resíduos de combustíveis.
Sem contar os riscos de acidentes: além dos normais em uma mineração (equipamentos pesados, dinamitação, tráfego contínuo de mais de 200 caminhões de 7 metros de altura e mais de 400 toneladas cada um, deslizamentos de terra, etc.), existe ainda o perigo de explosão devido à autocombustão do carvão estocado.
E o deslocamento de terra? No site da empresa não aparece a relação minério/estéril. É claro que não, pois este é um dado que não interessa às mineradoras divulgar. Mas felizmente, nas revistas ufanistas colombianas, ele foi publicado:
http://www.soho.com.co/wf_InfoArticulo.aspx?IdArt=11230
Para cada caminhão de carvão, sete de estéril. Ou seja, para extrair 15 milhões de toneladas de carvão para Medupi, teriam que ser transferidos 120 milhões de toneladas de terra por ano, se o veio explorado for rico como o de El Cerrejón.
Ainda teríamos, é claro, que considerar os gastos de energia e a poluição ambiental gerada no transporte do carvão da mina para a usina, além do custo da infraestrutura (ferrovia?).
Acho que até a Danuza Leitão concordaria que não é uma opção muito boa.

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Re:

#43 Mensagem por caçador_novo » 19 Mai 2010, 00:29

Tricampeão escreveu:Agora que já concluímos que existem poucas opções para produzir-se energia em grande quantidade, e que energia solar e eólica poderiam talvez vir a ser opções viáveis no futuro em alguns poucos lugares do mundo, examinemos o que é viável hoje.
Comecemos pelos combustíveis fósseis. O concorrente típico é o carvão; gás natural, querosene e outros produtos mais nobres normalmente não são empregados para gerar energia elétrica, devido ao seu custo mais alto. 40% da energia elétrica produzida no mundo vem do carvão.
A moderna usina de Medupi, na África do Sul, é um bom exemplo. vai gerar 4,8 GW, quase o mesmo que Belo Monte, consumindo para isso 14.6 milhões de toneladas de carvão por ano.
http://en.wikipedia.org/wiki/Medupi
Essa usina durará apenas 40 anos, o que é até muito numa termoelétrica. Já uma hidroelétrica pode durar 100 anos ou mais.
Medupi vai custar 100 bilhões de rands, o que dá uns 25 bilhões de reais.
A queima do carvão produz metano e dióxido de carbono, dois gases de efeito estufa pronunciado, e mais dióxido de enxofre, que provoca chuva ácida. Só para termos uma idéia do impacto ambiental, vamos usar o valor de 2249 libras de dióxido de carbono por MWh gerado, segundo dados da Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Coal_electricity
2249 * 0,454 * 4800 * 24 * 365 = 43 milhões de toneladas por ano.
Será que eu fiz alguma coisa errada? Isso aí é mais do que o que entra de carvão.
Mas está certo. Para cada quilo de carvão queimado, quase 3 quilos de dióxido de carbono são gerados na atmosfera.
http://en.wikipedia.org/wiki/Coal
Impressionante, não é mesmo?
É claro que as emissões de metano, dióxido de enxofre, cinza, etc., teriam que ser calculadas também, se quiséssemos ter uma visão mais apurada do tamanho do problema.
Podemos concluir agora que a energia hidráulica é mais limpa que a térmica, certo Danuza Leitão?
Um momento, estava me esquecendo, ainda não levamos em conta que serão necessários 14.6 milhões de toneladas de carvão por ano.
Esse carvão tem que ser minerado. Carvão não cai do céu, como se fosse água.
Como será uma mina de carvão que produz 14.6 milhões de toneladas de carvão por ano?
Reposta: cerca de metade da mina de El Cerrejón:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cerrej%C3%B3n
que é a maior mina de carvão a céu aberto do mundo. Ela produz cerca de 31 milhões de toneladas por ano.
Quais seriam os efeitos negativos de uma mina como essa? Vejamos:
http://www.lablaa.org/blaavirtual/tesis ... fectos.pdf"
Geração de pó. Geração de gases. 7800 hectares de solo desmatado, com deslocamento da fauna e aumento da erosão. Mudança de curso e contaminação dos cursos d'água com nitrato de amônio, óleo e resíduos de combustíveis.
Sem contar os riscos de acidentes: além dos normais em uma mineração (equipamentos pesados, dinamitação, tráfego contínuo de mais de 200 caminhões de 7 metros de altura e mais de 400 toneladas cada um, deslizamentos de terra, etc.), existe ainda o perigo de explosão devido à autocombustão do carvão estocado.
E o deslocamento de terra? No site da empresa não aparece a relação minério/estéril. É claro que não, pois este é um dado que não interessa às mineradoras divulgar. Mas felizmente, nas revistas ufanistas colombianas, ele foi publicado:
http://www.soho.com.co/wf_InfoArticulo.aspx?IdArt=11230
Para cada caminhão de carvão, sete de estéril. Ou seja, para extrair 15 milhões de toneladas de carvão para Medupi, teriam que ser transferidos 120 milhões de toneladas de terra por ano, se o veio explorado for rico como o de El Cerrejón.
Ainda teríamos, é claro, que considerar os gastos de energia e a poluição ambiental gerada no transporte do carvão da mina para a usina, além do custo da infraestrutura (ferrovia?).
Acho que até a Danuza Leitão concordaria que não é uma opção muito boa.
Só colocando uma questão: comparar com térmicas a carvão é sacanagem, tão grande quando querer utilizar Balbina como um modelo de hidrelétrica. Afinal, se é para discutir térmicas, temos que considerar térmicas a gás natural, apesar do preço e dos riscos envolvidos (desabastecimento, cambial), pelo menos enquanto o BRasil não for auto-suficiente. Outra opção são as usinas nucleares, que são térmicas também.

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Re: Re:

#44 Mensagem por Tricampeão » 19 Mai 2010, 20:36

caçador_novo escreveu:Só colocando uma questão: comparar com térmicas a carvão é sacanagem, tão grande quando querer utilizar Balbina como um modelo de hidrelétrica. Afinal, se é para discutir térmicas, temos que considerar térmicas a gás natural, apesar do preço e dos riscos envolvidos (desabastecimento, cambial), pelo menos enquanto o BRasil não for auto-suficiente. Outra opção são as usinas nucleares, que são térmicas também.
Balbina é uma hidrelétrica muito abaixo da média, fruto da incompetência dos centuriões colocados no governo do Brasil pelo grande capital internacional entre 1964 e 1989.
Termoelétricas a carvão, ao contrário, são o tipo mais usado no mundo. Por isso, acho que a comparação que fiz é justa.
O preço do gás o impede de ser competitivo. O Brasil só tem termoelétricas a gás porque elas não são as responsáveis pelo grosso do abastecimento de energia; são uma opção estratégica, para situações de contingência, por isso podem usar um combustível mais caro e mais limpo. Se não tivéssemos hidrelétricas, teríamos que construir termoelétricas a carvão, não a gás, para substituí-las.
O gás tem outra desvantagem com relação ao carvão: não pode ser transportado facilmente. Só é possível construir uma usina a gás num local por onde passa um gasoduto. Isso cancela um dos principais apelos de uma termoelétrica, que é o de poder ser construída em qualquer lugar.

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Re: Re:

#45 Mensagem por caçador_novo » 19 Mai 2010, 22:22

Tricampeão escreveu:
caçador_novo escreveu:Só colocando uma questão: comparar com térmicas a carvão é sacanagem, tão grande quando querer utilizar Balbina como um modelo de hidrelétrica. Afinal, se é para discutir térmicas, temos que considerar térmicas a gás natural, apesar do preço e dos riscos envolvidos (desabastecimento, cambial), pelo menos enquanto o BRasil não for auto-suficiente. Outra opção são as usinas nucleares, que são térmicas também.
Balbina é uma hidrelétrica muito abaixo da média, fruto da incompetência dos centuriões colocados no governo do Brasil pelo grande capital internacional entre 1964 e 1989.
Termoelétricas a carvão, ao contrário, são o tipo mais usado no mundo. Por isso, acho que a comparação que fiz é justa.
O preço do gás o impede de ser competitivo. O Brasil só tem termoelétricas a gás porque elas não são as responsáveis pelo grosso do abastecimento de energia; são uma opção estratégica, para situações de contingência, por isso podem usar um combustível mais caro e mais limpo. Se não tivéssemos hidrelétricas, teríamos que construir termoelétricas a carvão, não a gás, para substituí-las.
O gás tem outra desvantagem com relação ao carvão: não pode ser transportado facilmente. Só é possível construir uma usina a gás num local por onde passa um gasoduto. Isso cancela um dos principais apelos de uma termoelétrica, que é o de poder ser construída em qualquer lugar.
Quanto ao fato de que a construção de Balbina foi um absurdo, concordo totalmente contigo. E acrescento que hoje ela não seria construída.
Também concordo contigo que o grande problema do gás natural é o seu transporte/armazenamento, apesar de que tecnicamente ele pode ser liquefeito antes de ser transportado/armazenado (claro que há um custo envolvido).
Por tudo isso, mencionei a opção nuclear, que é adotada por países desenvolvidos como a França e os EUA. Aliás, há planos de construir várias no BRasil, com a vantagem que elas podem ser construídas próximas aos centros consumidores.
De qualquer forma, a nossa matriz energética baseada nas hidrelétricas é admirável, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico.
Quanto às fontes alternativas, me intriga quem vai pagar o alto custo necessário para implementá-las em larga escala - o que normalmente não é colocado nos debates. De repente, vem aí uma nova Conta de Consumo de Combustíveis, que todos nós usuários do sistema interligado pagamos
mesmo que poucos se dêem conta disso.

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