Libicocco escreveu:Prezado Alexander,
Na Europa a maioria das putas sao dos paises ex-sovieticos?
Antes do "muro" vc ia na Romania e transava en troca de um par de mias de mulher!
em Budapest ha a maior produçao do film porno´
Cuba e´um puteiro a ceu aberto!
W comunismo!
Prezado camarada Libicocco,
Ainda lembro-me daquelas frias, porém alegres, manhãs moscovitas dos anos 80; todos os dias acordava e lia orgulhosamente todas as fantásticas matérias do jornal
"Pravda". Notícias sobre a exploração científica do universo, a emancipação de operários e camponeses, a luta contra a opressão mundial, casos de espionagem, etc... Mas, particularmente, sempre me fixava detalhadamente nos altos índices de prostituição nos degenerados países capitalistas.
Obviamente, também existiam prostitutas no bloco Oriental. Era comúm ver algumas prostitutas deambularem pelo centro de Moscou a partir da era Brejnev, ou então, até hoje, podemos ver uma enorme quantidade de prostitutas nas principais cidades cubanas. Porém, com a chegada dos tempos modernos, a prostituição adotou uma outra concepção; a prostituta já não é mais aquela garota miserável que, ao não conseguir satisfazer suas necessidades primárias, é obrigada a prostituir-se. As prostitutas modernas, pelo contrário, são escravas do capital que foram contaminadas pela cruel "
cultura do consumismo". Na modernidade, muitas delas se prostituem com o objetivo de comprar uma série de mercadorias de luxo, viver em lugares requintados, etc... Sim, até mesmo certas mulheres do bloco socialista foram envenenadas com esta corrente ocidental, desde que os novos governantes soviéticos começaram a se corromper, abandonando os velhos princípios da "
Revolução Cultural" e abandonando o eficaz costume didático das "Instituições Correccionais de Comportamento". Uma burocracia começou a crescer rapidamente para satisfazer os privilégios de uma já existente burocracia em expansão.
Mas mesmo durante a burocratização e grave crise econômica soviética (os anos terminais da URSS), o índice de prostituição jamais se comparou aos altos índices dos países capitalistas. Anos mais tarde, após alguns degenerados bebedores de
Coca-Cola terem derrubado o muro de Berlim, já era possível ver uma enorme quantidade de prostitutas. Com a chegada do Capitalismo, a explosão da prostituição por toda a Europa Oriental surpreende a todos que transpõem a antiga "
Cortina de Ferro". Para aqueles que, por terra, viajam da Alemanha unificada para a República Tcheca, por exemplo, a longa fila de prostitutas que oferecem seus serviços ao longo dos dois lados da estrada que se abre a partir da fronteira oriental da Comunidade Européia é a constatação mais impactante de que novos tempos chegaram, não necessariamente melhores no seu conjunto. Processos semelhantes acometem países como a Polônia, nos quais o turismo sexual explode como modernidade.
Alguns dias depois de eu ter chegado em terras Tupiniquins, não apenas compreendi que o jornal "
Pravda" estava repleto de razão, como também percebi que no sistema capitalista todas as mulheres são prostitutas, o problema é que algumas se corrompem mais facilmente que outras. Reparei que aquelas mulheres Tupiniquins não apreciavam as verdadeiras virtudes masculinas de um europeu oriental (honestidade, laboriosidade, força, disciplina e organização). Todas elas, pelo contrário, apenas pensavam no capital, algo que eu não podia oferecer. Assim sendo, em nome do capital, estas pobres mulheres capitalistas foram cruelmente obrigadas a violentarem à si próprias, através da negação e do sacrifício da condição feminina.
Apesar da prostituição ser uma instituição anterior ao capitalismo, ela assumiu características próprias nesse novo contexto social, tomando proporções diferentes, principalmente se for levada em conta a vida na cidade.
Numa hipotética sociedade pré-capitalista (portanto, sem a existência de um "patrão"), as prostitutas tinham condições de vida e de trabalho diferenciadas: exerciam o seu ofício de forma independente, moravam nas suas próprias casas, podiam escolher com quem ter relações sexuais e, como tudo que ganham lhes pertence, recebem menor número de homens. Com o surgimento de um Capitalismo primitivo, surge o papel do "patrão" e das "prostibuladas". As prostibuladas eram obrigadas a receber aqueles que freqüentavam o bordel e os donos do local não lhes concedem repouso, existindo um excesso de trabalho. Com o passar do tempo, a prostituição criou um mercado especial, o tráfico de mulheres, que no final do XIX e no início do século XX, foi reprimido de forma constante pelo aparelho de Estado, alegando-se um volume muito grande de estrangeiras entre as prostitutas.
Pobre daqueles homens que jamais tiveram a oportunidade de conhecer uma mulher soviética, livre de qualquer ambição materialista e apenas desejando ser possuída pelo rude falo proletário. Pobre daqueles homens que jamais tiveram a oportunidade de conhecer uma mulher nascida numa radiante sociedade socialista, conservando seus mais íntimos instintos femininos!
Desde que comecei a viver num sistema capitalista, notei claramente a diferença comportamental de seus cidadãos, constatando o enorme poder que um determinado modo de produção exerce nos costumes da população. Para provar tal afirmação, farei um breve resumo de diferentes modos de produção, relacionando-os com a atitude sexual de seus integrantes, enfocando principalmente a análise materialista da história, que Marx, falecido em 1883, não pudera terminar.
Segundo a teoria marxista, na concepção materialista, o fator culminante da história é a produção e a reprodução da vida imediata. Mas essa produção e essa reprodução são de dois tipos: por um lado, a produção dos meios de subsistência, por outro lado, a produção do homem próprio, a continuação da espécie.
Numa determinada sociedade primitiva, os seres humanos viviam em promiscuidade sexual. Com esse tipo de relacionamento não era possível estabelecer, de forma exata, a paternidade, a não ser pela linha feminina, segundo o direito materno. Isso ocorria com todos os povos. Em razão disso, as mulheres eram os únicos progenitores conhecidos da nova geração, merecedoras de grande respeito e apreço, alcançando o domínio absoluto. Isso prova a superioridade das uniões por grupos, nas quais todas as mulheres podiam pertencer a todos os homens. Em conseqüência, os bens produzidos também eram compartilhados por todos, enquanto as mulheres recebiam grande consideração e respeito, por serem as únicas reconhecidas como geradoras da prole.
Mas com o passar do tempo, a sociedade passou a adotar a monogamia, em que a mulher se relacionava com apenas um homem. Com os desenvolvimento da agricultura e da ganaderia, os povos passaram a uma vida sedentária, pastoreando seus rebanhos e cultivando terras, abandonando assim, a vida de nómadas. Com esta nova situação, a enorme produção agrícola e de bens dotados de certa durabilidade e riqueza, representada pelos rebanhos, a quem pertenceria? Num primeiro instante, não há dúvidas que toda esta riqueza pertencia à comunidade. Porém, cedo deve ter-se desenvolvido a propriedade privada dos rebanhos, a qual, segundo os relatos históricos, era atribuída aos chefes de família. A transformação dessas riquezas em propriedade particular das famílias representou um golpe no matrimônio e na comunidade baseada no matriarcado. Assim sendo, as leis foram bruscamente mudadas, pertencendo, a partir deste mesmo instante, todos os bens ao sexo masculino. Segundo as palavras de Engels: "
o desmoronamento do direito materno foi a grande derrota histórica do sexo feminino em todo o mundo. o homem apoderou-se também da direção da casa; a mulher viu-se degradada, convertida em servidora, em escrava da luxúria do homem, em simples instrumento de reprodução".
Segundo Engels, a monogamia teria sido "
a primeira forma de família que não se baseava em condições naturais, mas econômicas e, em concreto, no triunfo da propriedade privada sobre a propriedade comum primitiva, originada espontaneamente. Os gregos proclamavam abertamente que os únicos objetivos da monogamia eram a preponderância do homem na família e a procriação de filhos que só pudessem ser seus para dele herdarem".
Concluindo, a mulher, ao passar a ser completamente subordinada aos interesses econômicos masculinos, tornou-se historicamente uma dependente do capital ou, em outras palavras, escrava do capital; passou a ter como única saida relacionar-se com um homem adinheirado, prostuindo a sua natureza feminina. Como já disse inúmeras vezes, o grande problema destas mulheres é que, como apenas aspiram a relacionar-se com um homem adinheirado (ou seja, um burguês pomposo de gestos afeminados), jamais terão a oportunidade de conhecer um homem de verdade, ou seja, um proletário. Desta forma, durante o capitalismo, surgiu uma espécie de
apartheid social onde as mulheres burguesas foram cruelmente obrigadas a sacrificar a sua condição feminina, relacionando-se apenas com homens do mesmo patamar social (homens de heterossexualidade duvidosa).
Alexander Dimitrov