Essa discussão sobre incel/redpill é muito mais profunda do que ficar botando culpa em "feminismo", "woke" ou qualquer outra desculpa fácil.
O que existe hoje é uma geração de moleques viciados em celular, viciados em dopamina, socialmente atrofiados.
Passam o dia vendo vídeo curto idiota, absorvendo distorções e teorias conspiratórias como se fossem verdades.
Quando não estão vendo vídeo, estão jogando o dia inteiro.
Não sabem trocar ideia. Não sabem olhar no olho. Não sabem lidar com a vida real.
Óbvio que não arrumam mulher nenhuma.
Diferente de antigamente, quando a gente levava um fora e era na base do "foda-se": tomei toco, bora pra próxima, vida que segue. Hoje o moleque leva um fora e entra em crise existencial:
"Nenhuma mulher presta."
"Mulher é interesseira."
"Mulher trai."
"Mulher é promíscua."
E pronto: encontram consolo em campanhas redpill, que nada mais é que um monte de frustrado tentando justificar por que não pega ninguém.
Quer ver como dá pra melhorar?
Olha só o que aconteceu quando proibiram celular nas escolas: gurizada interagindo olho no olho de novo, adolescentes do ensino médio fazendo roda de conversa, jogando bola, se zoando.
Crianças do fundamental voltando a brincar de esconde-esconde, correndo no pátio.
Crianças que não sabiam nem ler ponteiro de relógio (!!!) agora usando os bons e velhos relógios de pulso, reaprendendo o básico que tinham perdido (só sabiam ver hora no celular).
Um grande acerto essa proibição. Provaram na prática que o problema não é "o mundo", "as mulheres", "o sistema".
O problema é que essa geração foi feita refém de uma vida vazia.