As "luzes" tucanas e o "apagão" do planejamento
O setor de energia é por definição uma área indissociável do planejamento. Os projetos nesse setor são de longa maturação. Construir uma usina obrigatoriamente é algo a ser previsto anos antes; o calendário das obras obedece a estudos estratégicos de evolução da demanda. O planejamento é imperativo em se tratando do principal insumo da sociedade moderna. Sem a garantia deste, os demais perdem potência de uso.
Prescindir do planejamento estatal nessa tarefa é algo só cogitável em uma época em que a mentalidade pública foi esfericamente colonizada pelo espírito imediatista dos ditos mercados autossuficientes. Aqueles que, livres da mão pesada do 'intervencionismo', alocariam os investimentos da forma mais eficiente, ao menor custo.
Um dia, em meados de maio de 2001, esse conto de fadas midiático ortodoxo trombou com o lobo mau, pasme, da escassez de eletricidade num país que tem uma das maiores redes fluviais do mundo: era o 'apagão. A diferença entre a oferta e a demanda sinalizava um déficit de robustos 20%. Duas horas de apagão em cada dez. Um colosso.
Curioso, ninguém desconfiara antes? Não. O conluio entre as privatizações e a ganância dos acionistas privados, cuja lógica consiste em sobrepor os dividendos aos investimentos, indicava céu de brigadeiro. Não foi uma falha, mas o resultado de uma convicção .
Ainda hoje, a alegada falta de chuva é a humilhante explicação dos protagonistas desse 'cochilo' do século operado por um governante brasileiro.
Hidrelétricas, como se aprende nos bancos escolares, dispõem de reservatórios justamente para estocar água.Uma forma planejada de assegurar a geração das turbinas quando as chuvas escasseiam.
O colosso tucano que hoje borrifa iluminismo contra os obscurantistas estatizantes contratara uma escuridão estrutural em pleno século XXI. Seu custo: 2% do PIB, mais um salário mínimo per capita em impostos emergenciais cobrados dos brasileiros.
O desemprego em São Paulo, em abril do ano seguinte, bateu em 20,4% - no auge da Depressão nos EUA, em 1937, chegou a 27%. O 'apagão' vitaminou uma economia já desidratada pela ortodoxia monetária e escalpelada pela fuga de capitais. Hoje, ainda, muita gente se espanta que o saldo líquido de vagas criadas no ciclo tucano tenha sido inferior a 800 mil. Cinco milhões de empregos criados no período, mas devastados por barrigadas desse tipo. Nos oito anos de Lula, a contrário, 15 milhões de empregos foram gerados: o saldo final foi superior a 11 milhões de vagas.
O iluminismo colonizado pelos mercados revelou-se puro obscurantismo
conservador.
Quem se jactava de haver 'enterrado a era Vargas', desprezou também o exemplo de Roosevelt. Com ele, a ferramenta da racionalidade mais óbvia para enfrentar as incertezas intrínsecas aos mercados e à natureza: o planejamento público da economia. De novo aqui, o oposto do que fizeram Lula e Dilma a partir de crise de 2008.
Neste 11 de setembro de trágicas efemérides, a Presidenta Dilma Rousseff trouxe à memória nacional mais esse episódio para relativizar a soberba daqueles que uma década depois continuam a aspergir lições de ética e finanças, a partir de uma experiência histórica falida. A mídia esqueceu , mas quando estourou o 'apagão, em maio de 2001, o governo FHC vivia às voltas com uma CPI focada na corrupção que transbordava das entranhas do Palácio e da base aliada.
Dilma contrapôs ao corte de 20% energia elétrica, produzido nesse intercurso do mercadismo com as 'luzes', um corte médio de 20% nos preços das tarifas a partir de janeiro de 2013.
A redução deve funcionar como um importante impulso de competitividade para a indústria brasileira, uma das poucas no mundo abastecida predominantemente por energia limpa proveniente dos rios.
Dilma, que é especialista na área, deflagrou também um pente fino nas empresas do setor de energia. Em bom português: acabou a mamata herdada da privatização tucana. A partir de agora elas serão obrigadas a reduzir suas tarifas na proporção dos investimentos já amortizados. Se já foram amortizados não podem onerar os preços. O desconto já anunciado pode ficar maior.
Sem esconder certa ponta de orgulho, a Presidenta observou: "Tivemos que reconstruir esse setor".
A reconstrução inclui um Plano Decenal que prevê 71 novas usinas até 2017, com potencial de geração de 29.000 MW ( o equivalente a duas Itaipus).
O hiato de planejamento público de três décadas sem grades obras passa por um bem-vindo aggiornamento. Trata-se de incorporar à engenharia brasileira de grandes estruturas - que sempre foi uma referência entre os países em desenvolvimento - a mitigação de impactos sociais e ambientais das hidrelétricas. Algo perfeitamente possível do ponto de vista técnico e econômico.
Existem 140 usinas hidrelétricas hoje; são responsáveis por 84% da energia elétrica consumida no Brasil.
Em todo o planeta, a fonte de eletricidade mais usada é o carvão mineral (40%), maior emissor de CO2. Mais de 65% da geração de eletricidade mundial provém de fontes fósseis (carvão mineral, gás natural e dieesel) de alta emissão de CO2. O uso de fontes renováveis e de baixa emissão não ultrapassa 13% na média mundial; limita-se a 7% nos países ricos. No Brasil é de 47%, sendo a hidroeletricidade a grande responsável por esse trunfo.
Impedir o sucateamento desse patrimônio representa, em si, um ganho ambiental inestimável. Hoje talvez ele estivesse comprometido se a lógica vigente nos anos 90 ainda comandasse o Estado brasileiro.
Postado por Saul Leblon às 18:38
DESMISTIFICANDO FHC
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
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Santayana: Em nenhum governo agentes públicos enriqueceram tão rápido quanto no de FHC
publicado em 10 de setembro de 2012 às 20:26
Blog do Mauro Santayana
Houvesse sido o seu governo o mais limpo e mais honrado de toda a nossa história republicana, naturalmente, o Sr. Fernando Henrique Cardoso manteria silêncio sobre os seus sucessores. Não lhe caberia censurá-los, nem elogiá-los, deixando o juízo à transparência dos fatos.
Quando alguém despreza a inteligência alheia, e é o que faz o ex-presidente, infirma a própria inteligência. Em nenhum governo houve tão rápido enriquecimento de agentes públicos, quanto no seu. Tudo se fez de forma asséptica, com cuidadoso planejamento legal, para que os brilhantes rapazes da equipe econômica saíssem por uma porta – a das instituições públicas – e entrassem pela outra – a do sistema financeiro e das empresas privatizadas, ganhando milhões neste movimento. É provável que, em nenhum dos casos, houvesse infração às leis, ajustadas previamente ao programa, a partir do governo Collor. Pode ter sido “legal”, mas contrariou todas as regras morais e feriu profundamente o mandamento ético.
É claro que sempre há descuidos, como houve o do “adjutório” ao banqueiro Cacciola. Cacciola, que pôde fugir para a Itália, foi laçado pelas circunstâncias e acabou indo para a prisão. Os outros implicados, diretores do Banco Central, apesar de condenados, respondem em liberdade. O dinheiro desapareceu no vórtice da crise.
Nenhum chefe de Estado, antes dele – e, até agora – nem depois dele, violou a Constituição a fim de reeleger-se, mediante o suborno de parlamentares com favorecimentos e, de acordo com as denúncias conhecidas, dinheiro vivo. A emenda da reeleição já se encontra na História como um dos momentos mais constrangedores da vida republicana.
Em entrevista a um portal da internet, há alguns meses, Fernando Henrique se referiu ao Ministro Gilmar Mendes – que ele nomeou – como “corajoso”. Não lhe pode ser negada a mesma coragem. A coragem, por exemplo, de se referir aos fatos lamentáveis da Ação 470, em julgamento pelo STF, como se referiu, esquecendo-se de que homens de seu partido se encontram sob suspeita de atos semelhantes. O publicitário Marcos Valério, é o que se sabe, sempre agiu com neutralidade partidária. Em lugar do ataque a Lula, seria melhor a Fernando Henrique um ato de contrição.
No julgamento dos pósteros, Lula, com todos os seus acertos, erros e defeitos, será lembrado como o sertanejo que entrou para a História, arrombando-a com o próprio peito, como fazem os pobres. E Fernando Henrique será lembrado como o “intelectual” arrogante, que chamou o seu próprio povo de caipira, e os aposentados de vagabundos. Ele, sim, é até hoje fascinado com os estrangeiros, embasbacado com Paris e Boston, frustrado por não ter nascido no Marais do século 18, nem na Nova Inglaterra de Franklin e Jefferson.
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
Sei que estou devendo uma respota para o Taiado, mas simplesmente não tive paciência de sentar e levantar ponto a ponto o que ele escreveu ainda, mesmo porque a maior parte já comentei em vários outros posts... Me desculpe, colega, mas vai ficar pra outra hora.
Nesse meio tempo, pra relembrar:
http://www.brasil247.com/pt/247/midiate ... -Folha.htm
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -corrupcao
Nesse meio tempo, pra relembrar:
http://www.brasil247.com/pt/247/midiate ... -Folha.htm
FHC e a história de duas capas da Folha
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No dia 13 de maio de 1997, o deputado Ronivon Santiago confessou ter vendido seu voto para a releeição de FHC por R$ 200 mil; oito anos depois, Roberto Jefferson afirmou que parlamentares vendiam votos ao PT por R$ 30 mil/mês, algo que jamais foi provado, e o resultado é o que se viu ontem no STF; todos são iguais perante a lei?
10 de Outubro de 2012 às 10:16
247 – Maio de 1997. Fernando Henrique Cardoso, no terceiro ano do seu primeiro mandato, aprova a emenda da reeleição, esticando o poder presidencial no Brasil de quatro para oito anos – o antecedente histórico, no Congresso, havia sido a compra dos cinco anos para José Sarney, onde congressistas foram presenteados com farta distribuição de concessões de rádio.
Na Folha de S. Paulo, um parlamentar, o deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) confessa ter recebido R$ 200 mil para votar a favor da reeleição – uma reforma constitucional articulada por Sergio Motta, que era o braço direito e operador principal de FHC. Autor da reportagem, Fernando Rodrigues vence o Prêmio Esso de Jornalismo.
Maio de 2005. Acossado por uma série de denúncias, Roberto Jefferson concede uma entrevista à jornalista Renata Lo Prete e diz que deputados vendiam seus votos ao PT em troca de uma mesada de R$ 30 mil/mês, o “mensalão”. Anos depois, o delator admite que a palava mensalão era apenas uma figura retórica e jamais foram encontrados saques ou depósitos nos valores denunciados por Jefferson. Os recursos sacados eram correspondentes aos valores dos acordos eleitorais feitos pelo PT e dirigentes de vários partidos – entre os quais, o próprio PTB, de Roberto Jefferson – para pagar campanhas passadas e organizar campanhas futuras.
A única semelhança entre os dois casos é que, assim como Fernando Rodrigues, Renata Lo Prete também venceu o Prêmio Esso de Jornalismo. Em 1997, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era apelidado de “engavetador-geral da República” e ele, naturalmente, não encontrou indícios para abrir uma investigação. Em entrevistas, FHC chegou a dizer que, se alguém tentou comprar votos, não foi ele – a emenda da reeleição poderia vir a beneficiar também prefeitos e governadores.
Hoje, FHC é quem organiza o discurso da oposição. Numa palestra no Itaú Unibanco, disse que a condenação dos réus da Ação Penal 470 é a prova de que as instituições estão funcionando no Brasil. Talvez tenha sido a confissão de que, nos seus oito anos de governo, em que Brindeiro foi reconduzido três vezes para a Procuradoria-Geral da República, elas não tenham funcionado a contento.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -corrupcao
Sobre FHC e a corrupção
Por JB Costa
Comentário ao post "FHC e a tolerância com a corrupção"
Vamos por tópicos:
1) A sociedade é tão tolerante com a corrupção que suportou oito anos do governo FHC. Nunca na história deste país(créditos para Lula) a RES pública foi tão assaltada. Claro que tudo sob o manto de eufemismos como choque de gestão, reengenharia, Estado mínimo, governabilidade e termos parecidos.
2) O PSDB é o partido com maior número de políticos "ficha suja". O PSDB em três eleições seguidas se aliou com o DEM, partido de um sem número de integrantes mais sujos que pau de galinheiro, a exemplo de José Roberto Arruda, cotado, inclusive, para ser vice do José Serra em 2010.
3) FHC é cínico. Repito: FHC é cínico. Muitos vão escrever isso, mas faço questão de ser redundante: o dono da patente do dito mensalão é o PSDB desse príncipe sem coroa. Todo e qualquer esquema de corrupção a partir de 1995, teve ou tem o gene do tucanato. Lista-se facilmente no mínimo uns quarenta. O processo de privatização foi o maior assalto ao patrimônio do país em todos os tempos.
4) As instituições nas esferas preventiva e repressiva(CGU, MP, Polícia Federal) só começaram a funcionar de forma efetiva a partir dos governos de Lula. Antes eram não só olvidadas, mas também perseguidas, a exemplo da Polícia Federal que passou os oito anos do governo desse vaidoso a comer o pão que o diabo amassou. Tanto em termos operacionais, como na gestão do seu pessoal.
Fernando Henrique Cardoso só ousa emitir essas mentiras, despistes e falácias porque tem um aparato midiático que lhe dá cobertura full time. Ah, se fosse o Lula. Seria rebatido em todas as suas alegativas.
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... os-coimbra
http://www.blogdacidadania.com.br/2012/ ... cobertada/Conversando com FHC
Marcos Coimbra
É enternecedor o carinho de nossa grande imprensa com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Sempre que o entrevistam, é uma conversa amena. Percebe-se a alegria dos jornalistas em estar na sua presença.
O tom é cordial, as perguntas são tranquilas. Tudo flui na camaradaria.
O que não chega a ser surpreendente. FHC é um boa prosa, que sabe agradar os interlocutores. Além de ser uma pessoa respeitável, seja pela trajetória de vida, seja por sua maturidade.
Natural que o tratem com consideração.
Estranho é constatar que a amabilidade com que é recebido não se estende a seu sucessor. A mesma imprensa que o compreende tão bem costuma ser intransigente com Lula. Para não dizer francamente hostil e deselegante.
Quem lê o que ela tem falado a respeito do petista nos últimos dias e o compara ao tratamento que recebe Fernando Henrique deve achar que um deixou a Presidência escorraçado e o outro sob aplauso. Que a população odeia Lula e adora o tucano.
Esta semana, tivemos mais um desses bate-papos. Saiu na Folha de São Paulo.
FHC discorreu sobre o Brasil e o mundo. Falou do PSDB, de Aécio e Serra. Meditou sobre o julgamento do mensalão com a sabedoria de quem o vê a prudente distância. Opinou sobre Dilma e Lula. Contou de sua vida particular, a família e os amores.
Foi uma longa conversa, sóbria e comedida - embora com toques de emoção.
Mas foi frustrante. Acabou sendo mais uma oportunidade perdida para ouvir FHC sobre algumas questões que permanecem sem resposta a respeito de seu governo.
É pena. Não está na moda “passar o Brasil a limpo”? “Mudar o Brasil”? “Ser firmes e intransigentes com a verdade”?
Ninguém deseja que Fernando Henrique seja destratado, hostilizado com perguntas aborrecidas e impertinentes. Que o agridam.
Um dia, no entanto, bem que alguém poderia pedir, com toda educação, que falasse.
Que contasse sua experiência como líder do governo Sarney no Congresso, quando viu (só viu?) mais de mil concessões de televisão e rádio fazer parte das negociações em troca de apoio parlamentar.
Que descrevesse o projeto do PSDB permanecer no poder por 20 anos e como seria posto em prática, quais as alianças e como seria azeitado (sem esquecer a distribuição, sem licitação, de quase 400 concessões de TVs educativas a políticos de sua base).
Que relembrasse os entendimentos de seu operador com o baixo clero da Câmara para aprovar a emenda da reeleição. Quanto usou de argumentos. E o que teve que fazer para que nenhuma CPI sobre o assunto fosse instalada.
Que apontasse os critérios que adotou para indicar integrantes dos tribunais superiores e nomear o Procurador-Geral da República. Que explicasse como atravessou 8 anos de relações com o Judiciário em céu de brigadeiro.
Que refletisse sobre o significado de seus principais assessores econômicos tornarem-se milionários imediatamente após sair do governo - coisa que, se acontecesse com um petista, seria razão para um terremoto.
Enfim, FHC poderia em muito ajudar os amigos. Esses que fingem ter nascido ontem e se dizem empenhados em “limpar” a política.
Bastaria que resolvesse falar com clareza.
No mínimo, diminuiria a taxa de hipocrisia no debate atual e reduziria o papo furado. O que é sempre bom.
No governo FHC corrupção era descaradamente acobertada
Eduardo Guimarães
Ontem (3), o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou publicamente que “A corrupção não está mais debaixo do tapete” e que, “Hoje, há mais autonomia dos órgãos de fiscalização e controle como o Ministério Público, a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de pronto, rebateu a afirmação de Carvalho. À noite, no Jornal Nacional, a reportagem mostrou parte das declarações do ministro e do ex-presidente sobre o assunto. FHC, visivelmente alterado, qualificou como “leviandade” a declaração do adversário político.
Vejamos, pois, quanto de motivos teve o ex-presidente para se irritar assim com a declaração do ministro de Dilma.
FHC, quando governou, foi beneficiário da cumplicidade da mídia, que ajudou a acobertar descaradamente a corrupção ao sonegar ao público notícias sobre escândalos que dispensariam o bom e velho “domínio do fato” devido à vastidão de provas que havia.
Nesse ponto, há que fazer jus ao jornal Folha de São Paulo, o único grande veículo que denunciou adequadamente a compra de votos para a reeleição de FHC, quando deputados da base aliada de seu governo foram grampeados declarando, ipsis-litteris, que haviam sido pagos pelo então ministro (hoje falecido) das Comunicações, Sérgio Motta, para votarem a favor da emenda constitucional que permitiu ao tucano obter um segundo mandato em 1998.
Além de FHC ter mudado as regras de jogo com ele em andamento ao propor ao Congresso a emenda da reeleição – o que Lula não se permitiu fazer apesar de ser tratado pela mídia tucana como se tivesse tentado e não conseguido –, ainda teve uma denúncia muito bem fundamentada, com provas materiais, de que deputados foram pagos para apoiá-lo.
Além da Folha de São Paulo, nenhum veículo de peso deu destaque ao escândalo. E o procurador-geral da República de então, que o presidente tucano manteve no cargo por oito anos – Lula, nesse período, nomeou QUATRO procuradores-gerais –, não esboçou a menor reação.
Observação: essa foi a principal razão de o ex-PGR Geraldo Brindeiro ter sido alcunhado como “engavetador-geral da República”.
Controladoria Geral da União? No governo FHC chamava-se Corregedoria, em vez de Controladoria, e jamais incomodou o governo, enquanto que a CGU de Lula e Dilma tem sido uma pedra no sapato deles, pedra colocada por eles mesmos no âmbito do esforço hercúleo que fizeram para dar transparência ao que o antecessor tucano escondia.
Polícia Federal? Essa só serviu mesmo para ajudar o governo, ou melhor, o candidato do governo FHC à própria sucessão. Ou alguém esqueceu que a PF só incomodou políticos da oposição durante a era tucana e que seu maior feito foi em 2002, quando destruiu a candidatura de Roseana Sarney para ajudar o candidato governista, José Serra?
FHC esbofeteou a nação ao comparar a omissão criminosa dos órgãos de controle de seu governo (no que tangia a investigá-lo) com a atuação deles hoje. E esse crime foi cometido com o concurso de praticamente toda a grande imprensa, que não só fechou os olhos para a corrupção da era tucana como levantou escândalos só contra a oposição petista.
E se você, leitor, acha que exagero, assista, abaixo, vídeo (completo) de entrevista que o dito “decano do colunismo político brasileiro”, Janio de Freitas, da Folha de São Paulo, concedeu ao programa Roda Viva. Na ocasião, como se pode ver no vídeo, afirmou que a mídia funcionou como “suporte político” do governo FHC.
PS: após o vídeo, veja matéria de 2001 da Folha de São Paulo, enviada pelo leitor Eduardo, que mostra bem quem FHC nomeou para a Procuradoria Geral da República
*
Roda Viva | Janio de Freitas | 06/08/2012
http://www.youtube.com/watch?v=N0ZJ1ZFR ... r_embedded
*
Quando presidente, FHC nomeou primo de seu vice para a PGR:
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/fhc-x-fhc/
Do Diário do Centro do Mundo
FHC, o reacionário
PAULO NOGUEIRA
Fernando Henrique Cardoso tem que tomar cuidado para não repetir a trajetória de Carlos Lacerda
Fernando Henrique Cardoso está diminuindo com o correr dos anos. Não na mesma velocidade de José Serra, é certo, mas com constância.
Dona Rute faz falta? É possível. Talvez ela mitigasse o rancor com que a vaidade de FHC enfrenta a vantagem que Lula vai levando no duelo pelo tamanho na história do Brasil diante da posteridade.
A despeito da mídia em seu ultraconservadorismo, forma-se um consenso segundo o qual entre FHC e Lula foi este último quem realmente inovou no combate ao que é claramente o maior mal do Brasil: a miséria, decorrente da abjeta distribuição de renda.
FHC acabou com a inflação, e isso é uma conquista gigantesca. Mas em políticas sociais suas realizações foram pequenas, até porque ele estava cercado de economistas que as desprezavam.
Eram economistas profundamente influenciados pela Universidade de Chicago, dominada pelas ideias do Nobel Milton Friedman, um economista de grande influência mundial entre os anos 1970 e 2000.
Friedman demonizava as políticas sociais como esmolas, e defendia um Estado mínimo e desregulamentado. Reagan, nos Estados Unidos, e Thatcher, na Inglaterra, foram os maiores propagandistas do ideário de Friedman.
Vista na época de FHC como uma receita infalível para fortalecer economias, a doutrina friedmaniana se revelaria, com os anos, um fracasso colossal. Ela está na origem da crise econômica mundial que castiga a humanidade desde 2007.
Um pequeno grupo se beneficiou do friedmanismo, o chamado 1%, para usar a memorável expressão do movimento Ocupe Wall St. Mas os 99% restantes, como dizia meu Tio Lau, se estreparam.
FHC é filho de seu tempo. Ele estava engaiolado, como era tão comum nos dias em que foi presidente, dentro da crença de que o friedmanismo era o melhor caminho. Na verdade, o único. Nem os trabalhistas britânicos sob Tony Blair ousaram contestar os mandamentos Friedman, e consequentemente se movimentaram para a direita como se fossem discípulos de Thatcher.Só recentemente, sob a liderança renovadora de Ed Milliband, os trabalhistas voltaram para o centro-esquerda.
Lula chegou em outro momento. No início da década de 2 000 o modelo de Friedman começava já a estertorar. A iniquidade social se revelou insustentável. A maioria pilhada começou a protestar de forma cada vez mais intensa.
FHC não pecou lá para trás, porque o cenário era muito diferente. Seu governo seguiu placas que pareciam confiáveis. FHC fez, essencialmente, o que Reagan e Thatcher fizeram antes dele. Ele retomou, a rigor, o que Collor iniciara canhestramente. FHC teria que ser um gênio ou um profeta para enxergar, em sua presidência, os abismos para os quais o friedmanismo afinal conduziria.
Mas peca hoje, ao não entender – ou ao fingir não entender – o mundo que está aí. E então ele parece querer ser maior que Lula no grito. Alinha-se ao conservadorismo nacional para tentar recriar o cínico “Mar de Lama” que tanto contribuiu para o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954.
FHC fala agora em “crise moral”, como se não tivesse feito coisas como se outorgar por meios obscuros um segundo mandato não previsto na Constituição.
A direita gosta, naturalmente. Mas isso não impede que FHC vá se aproximando de Carlos Lacerda, o mentor celerado do “Mar de Lama”, e mais tarde um personagem central no golpe militar de 1964.
Lacerda foi para a lata de lixo da história, merecidamente. Faça uma estátua para ele e ela será prontamente esculachada.
FHC ainda tem chance de não repetir a trajetória de Lacerda. Mas tem que se mexer.
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
Lacerda foi para a lata de lixo da história, merecidamente. Faça uma estátua para ele e ela será prontamente esculachada.
INQUALIFICÁVEL (SE É QUE EXISTE ESSA PALAVRA) O COMENTÁRIO ACIMA!!
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
Lacerda foi para a lata de lixo da história, merecidamente. Faça uma estátua para ele e ela será prontamente esculachada.
INQUALIFICÁVEL (SE É QUE EXISTE ESSA PALAVRA) O COMENTÁRIO ACIMA!!
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
Uma mentira repetida mil vezes torna-se a verdade...
Sem ofensas, mas é mais do q óbvio que o FHC foi o maior presidente que o Brasil já teve... quem não concorda com isso são pessoas ideologicamente comprometidas com a antiga esquerda.
Cada vez mais o povo percebe que o Lula foi o maior ladrão da história deste país.
FHC nunca cairá no esquecimento de quem viveu a época da hiperinflação, da desvalorização da moeda e da instabilidade econômica. A distribuição de renda promovida pelo presidente Lula só pode ser feita após a estabilização da economia. Negar isso não é apenas esdruxulo, mas estúpido também.
Sem ofensas, mas é mais do q óbvio que o FHC foi o maior presidente que o Brasil já teve... quem não concorda com isso são pessoas ideologicamente comprometidas com a antiga esquerda.
Cada vez mais o povo percebe que o Lula foi o maior ladrão da história deste país.
FHC nunca cairá no esquecimento de quem viveu a época da hiperinflação, da desvalorização da moeda e da instabilidade econômica. A distribuição de renda promovida pelo presidente Lula só pode ser feita após a estabilização da economia. Negar isso não é apenas esdruxulo, mas estúpido também.
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
FHC teve sim seus desvios e problemas. Ao meu ver são TODOS bandidos!
Infelizmente o FHC fica reduzido a um mero cordeirinho inocente quando comparado ao molusco-mor e a quadrilha dos corruPTos.
Infelizmente o FHC fica reduzido a um mero cordeirinho inocente quando comparado ao molusco-mor e a quadrilha dos corruPTos.
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
TODOS os presidentes da republica, velha, nova e atual e ditadura militar só fizeram desserviços para o Brasil como País e como Nação.
TODOS eles corromperam para si, para a família, para os amigos e para os correligionários.
TODOS eles quiseram imprimir seu nome na historia, fazendo coisa boa ou merda, porem nenhum de fato fez nada a favor do crescimento e florescimento da nação.
Somos um país unido no papel, mas as animosidades uns com os outros está por toda parte, os gaúchos são doidos para dar o ponta pé no separatismo.
Rio de Janeiro tem a questão dos royalties eles se julgam donos de um petróleo que não serve pra fazer gasolina.
São Paulo depois de 32 foi dizimada, não existe um sentimento paulista, pois todos somos filhos dos outros, o sentimento paulista não existe em são Paulo.
No resto do país eu não tenho uma opinião formada, os confrades de lá poderiam falar melhor.
De fato, sou houve um estadista no Brasil em 500 e poucos anos de história: Dom Pedro II, não sou monarquista nem defendo tal sistema politico, acredito no parlamentarismo, acredito ser o sistema “menos pior”.
Dom Pedro II governou por quase 50 anos e fez tudo o que era possível para o Brasil e para os Brasileiros, todos os que são conhecedores da historia do Monarca atestam o que estou dizendo, claro que houve problemas porem se a filosofia do Imperador fosse mantida até hoje, seriamos uma nação de fato, no porte dos estadunidenses.
Ficar defendendo Lula ou FHC para mim é comparado a paixões clubistas, deveríamos fazer com eles e com todos os presidentes o que fizeram com o Imperador: Apaga-los da historia e fazer com que a figura de dom Pedro II seja para nós como Lincoln é para os americanos do norte.
Posso estar certo ou não, porem o que precisamos é canalizar nossas forças em construir uma nação, fortalecer o aspecto ético que a administração publica deve ter e fazer com que a educação em solo tupiniquim seja o propulsor da economia. A Alemanha conseguiu fazer isso em 60 anos, por que não podemos fazer em 20? (isso sem citar a coreia do sul)
Pensem bem, se querem defender alguém, que defendam alguém que fez algo de bom por nós, eu sou Dom Pedro II contra todos esses picaretas que vieram depois dele!
TODOS eles corromperam para si, para a família, para os amigos e para os correligionários.
TODOS eles quiseram imprimir seu nome na historia, fazendo coisa boa ou merda, porem nenhum de fato fez nada a favor do crescimento e florescimento da nação.
Somos um país unido no papel, mas as animosidades uns com os outros está por toda parte, os gaúchos são doidos para dar o ponta pé no separatismo.
Rio de Janeiro tem a questão dos royalties eles se julgam donos de um petróleo que não serve pra fazer gasolina.
São Paulo depois de 32 foi dizimada, não existe um sentimento paulista, pois todos somos filhos dos outros, o sentimento paulista não existe em são Paulo.
No resto do país eu não tenho uma opinião formada, os confrades de lá poderiam falar melhor.
De fato, sou houve um estadista no Brasil em 500 e poucos anos de história: Dom Pedro II, não sou monarquista nem defendo tal sistema politico, acredito no parlamentarismo, acredito ser o sistema “menos pior”.
Dom Pedro II governou por quase 50 anos e fez tudo o que era possível para o Brasil e para os Brasileiros, todos os que são conhecedores da historia do Monarca atestam o que estou dizendo, claro que houve problemas porem se a filosofia do Imperador fosse mantida até hoje, seriamos uma nação de fato, no porte dos estadunidenses.
Ficar defendendo Lula ou FHC para mim é comparado a paixões clubistas, deveríamos fazer com eles e com todos os presidentes o que fizeram com o Imperador: Apaga-los da historia e fazer com que a figura de dom Pedro II seja para nós como Lincoln é para os americanos do norte.
Posso estar certo ou não, porem o que precisamos é canalizar nossas forças em construir uma nação, fortalecer o aspecto ético que a administração publica deve ter e fazer com que a educação em solo tupiniquim seja o propulsor da economia. A Alemanha conseguiu fazer isso em 60 anos, por que não podemos fazer em 20? (isso sem citar a coreia do sul)
Pensem bem, se querem defender alguém, que defendam alguém que fez algo de bom por nós, eu sou Dom Pedro II contra todos esses picaretas que vieram depois dele!
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
Sinceramente, não entendo os que batem no Lulla para enaltecer o FFHH.
Bater no Lula , vá lá, há muito o que se dizer a respeito do governo dele. Mas endeusar o FFHH? Não entendo isso.
Não existem homens públicos no Brasil. Não sei se já houve algum.
A bola, cava vez mais, está com a sociedade. Ou nos organizamos e colocamos essa cambada de filhos da puta dentro de parâmetros mais civilizados ou ficaremos ad eternum entoando chorumelas pelos cantos.
O estado brasileiro possui os mecanismos necessários para que a sociedade mande recados bem claros aos políticos. Quando impressionados por uma mobilização popular digna desse nome, eles respondem da forma apropriada.
Bater no Lula , vá lá, há muito o que se dizer a respeito do governo dele. Mas endeusar o FFHH? Não entendo isso.
Não existem homens públicos no Brasil. Não sei se já houve algum.
A bola, cava vez mais, está com a sociedade. Ou nos organizamos e colocamos essa cambada de filhos da puta dentro de parâmetros mais civilizados ou ficaremos ad eternum entoando chorumelas pelos cantos.
O estado brasileiro possui os mecanismos necessários para que a sociedade mande recados bem claros aos políticos. Quando impressionados por uma mobilização popular digna desse nome, eles respondem da forma apropriada.
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
Concordo em gênero, numero e grau com o amigo que disse que o Brasil não tem ou teve grandes estadistas para se orgulhar.
É o reflexo da nossa população.
Não existe esta separação de povo e políticos. De onde vem os políticos brasileiros, da Lua?
Por mais que doa admitir o brasileiro é um povinho sem vergonha. Se vc der duas escolhas a um cidadão, uma em que ele beneficie a coletividade e outra em q ele beneficie a si próprio, 99 em 100 vão na segunda opção sem pensar duas vezes.
Dentro deste raciocínio, FHC foi um politico que fez a administração mais consciente que eu vi. Lula fez boas coisas também, mas ele mais deu continuidade nas boas coisas, sem inventar, e jogou para galera com assistencialismo improdutivo em ultima analise, do que qualquer outra coisa.
Por isso defendo FHC, não por que ele foi um santo (longe disso), mas por que ele fez algo... diferentemente dos outros.
É um tecnocrata filho da puta que fica atrás de uma mesa e para quem as outras pessoas são apenas números, mas a administração pública necessita de um certo afastamento para enxergar as necessidades da coletividade sem o envolvimento emocional... eu disse um certo afastamento...
Este é o maior desafio de quem chega ao topo de qualquer coisa, se lembrar daqueles que estão embaixo...
É o reflexo da nossa população.
Não existe esta separação de povo e políticos. De onde vem os políticos brasileiros, da Lua?
Por mais que doa admitir o brasileiro é um povinho sem vergonha. Se vc der duas escolhas a um cidadão, uma em que ele beneficie a coletividade e outra em q ele beneficie a si próprio, 99 em 100 vão na segunda opção sem pensar duas vezes.
Dentro deste raciocínio, FHC foi um politico que fez a administração mais consciente que eu vi. Lula fez boas coisas também, mas ele mais deu continuidade nas boas coisas, sem inventar, e jogou para galera com assistencialismo improdutivo em ultima analise, do que qualquer outra coisa.
Por isso defendo FHC, não por que ele foi um santo (longe disso), mas por que ele fez algo... diferentemente dos outros.
É um tecnocrata filho da puta que fica atrás de uma mesa e para quem as outras pessoas são apenas números, mas a administração pública necessita de um certo afastamento para enxergar as necessidades da coletividade sem o envolvimento emocional... eu disse um certo afastamento...
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
Uma coisa é certa: Nenhum deles inventou a roda, todos tiveram erros e acertos, porem nenhum fez nada q vá durar mil anos.Taiado escreveu:Concordo em gênero, numero e grau com o amigo que disse que o Brasil não tem ou teve grandes estadistas para se orgulhar.
É o reflexo da nossa população.
Não existe esta separação de povo e políticos. De onde vem os políticos brasileiros, da Lua?
Por mais que doa admitir o brasileiro é um povinho sem vergonha. Se vc der duas escolhas a um cidadão, uma em que ele beneficie a coletividade e outra em q ele beneficie a si próprio, 99 em 100 vão na segunda opção sem pensar duas vezes.
Dentro deste raciocínio, FHC foi um politico que fez a administração mais consciente que eu vi. Lula fez boas coisas também, mas ele mais deu continuidade nas boas coisas, sem inventar, e jogou para galera com assistencialismo improdutivo em ultima analise, do que qualquer outra coisa.
Por isso defendo FHC, não por que ele foi um santo (longe disso), mas por que ele fez algo... diferentemente dos outros.
É um tecnocrata filho da puta que fica atrás de uma mesa e para quem as outras pessoas são apenas números, mas a administração pública necessita de um certo afastamento para enxergar as necessidades da coletividade sem o envolvimento emocional... eu disse um certo afastamento...
Este é o maior desafio de quem chega ao topo de qualquer coisa, se lembrar daqueles que estão embaixo...
Estadista pensa mil anos na frente, nenhum investiu em educação como se deve, educação não é prouni, é investir na base, no elementar e apartir daí fazer a coisa acontecer.
A alemanha investiu na base e em curso tecnico, não entrou em crise e ainda dá as cartas.
Nem Lula, nem FHC são estadistas, não fizeram nada além do que a obrigação, nenhum deles tirou dinheiro do bolso para fazer algo q preste, fizeram o caminho inverso, como todos os outros.
Está na hora de agirmos como o amigo acima disse: Pensar no coletivo e não a si.
Brasil é um povinho sem vergonha? Sim, é, mas ainda dá tempo.
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
O maior aliado da "fama" de FHC em alguns meios é o total desconhecimento do que ele realmente fez ou a falta de memória aliada a cumplicidade de uma mídia que sempre o tratou a pão de ló
http://diariodocentrodomundo.com.br/o-p ... o-e-fhc-2/
Mas é lógico que é só o Lula e o PT que fazem essas coisas. FHC foi um santo...
http://www.redebrasilatual.com.br/blog/ ... urnas/view
http://diariodocentrodomundo.com.br/o-p ... o-e-fhc-2/
Só lembrar que depois da presídência filha dele "trabalhava" de acessora de senador do DEM sem nunca bater o ponto ou aparecer no senado...O público, o privado e FHC
Paulo Nogueira 26 de janeiro de 2013 59
É bem mais fácil apontar erros nos outros do que ver ver os nossos próprios.
Acabo de ler uma mensagem de um leitor que merece as luzes do holofote, porque faz pensar. O autor dela se chama Manuel Henrique.
O texto é auto-explicativo, e demonstra apenas que o PT pode ser culpado de muitas coisas, a maior das quais é ter frustrado as expectativas de muita gente que acreditava que o partido tinha um código de ética puro como São Francisco de Assis.
Mas não dá para acusá-lo de ter inventado a nomeação de amigos e fazer o que FHC definiu, hoje, como uma “mistura entre o público e o privado”.
Ao texto de Manuel:
Hoje, os jornais destacaram a fala de FHC em um seminário, em que criticou subrepticiamente Lula por misturar o público e o privado. Seria cômico, se não … Mesmo nos comentários anti-FHC poucos lembraram do quanto ele misturou o público e o privado. FHC sabe bem do que fala. Afinal, como presidente da República, nomeou o então genro David Zylbersztajn como diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (sem nem passar pela sabatina do Congresso) e para o Conselho Administrativo do Banco do Brasil. Também garantiu emprego para o filho Paulo Henrique no comissariado-geral responsável pelo pavilhão do Brasil na Expo 2000, na Alemanha. O comissariado, criado por decreto presidencial, geriu projeto orçado em R$ 14 milhões, mas realizado por 18 milhões, com recursos públicos. Para montar o estande foi contratada (sem licitação), por R$ 13,7 milhões, a Artplan Prime, uma agência de publicidade (!) dirigida por Fernanda Bornhausen Sá e Ricardo Dalcane Bornhausen, filha e sobrinho do então senador Jorge Bornhausen, na época presidente do então PFL (aliado do governo e hoje renomeado DEM). E olha que nem falei na “boquinhas” que Fernando Henrique conseguiu para o mesmo filho nas ex-estatais Companhia Siderúrgica Nacional na Light. Tudo isso enquanto ocupava a Presidência da República. Temos que reavivar essas memórias.
Mas é lógico que é só o Lula e o PT que fazem essas coisas. FHC foi um santo...
http://www.redebrasilatual.com.br/blog/ ... urnas/view
A 'ingratidão' de FHC ao mentor da emenda da reeleição, ex-chefão de Furnas
Por: Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual
FHC demonstrou ingratidão ao ignorar a morte, aos 80 anos, de Luiz Carlos Santos, seu ex-ministro de articulação política durante a emenda da reeleição, quando deputados que, comprovadamente, venderam seus votos por R$ 200 mil na época.
FHC elogiava Santos afirmando que ele era tão "esperto" que dava nó em fumaça. Antes disso, Luiz Carlos Santos era ligado ao grupo do ex-governador Orestes Quércia, adversário dos tucanos em São Paulo. FHC "importou" Santos justamente para aplicar seus métodos na época da emenda da reeleição.
Oficialmente, o ex ministro de FHC tratava com os parlamentares cargos no governo, liberação de emendas e verbas do interesse de cada parlamentar, outras demandas e favores e, extraoficialmente, sabe-se lá o que mais .
Aprovada a reeleição, FHC combinou com Santos para ingressar no PFL (ele era do PMDB), e ser vice de Paulo Maluf na eleição para governador, em 1998. O objetivo do tucano era ter dois palanques de apoio em São Paulo, para se reeleger presidente naquele ano: teve o de Mario Covas e o de Maluf.
Venceu Covas, mas Luiz Carlos Santos não ficou no sereno. Em seguida, foi nomeado presidente da estatal Furnas, onde ficou até 2002, quando afastou-se para candidatar-se a deputado federal. Deste período vem as denúncias da famosa lista de Furnas, um esquema de caixa 2 montado para desviar dinheiro público daquela estatal junto a seus fornecedores, segundo denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Os esquemas de financiamento de campanha tucanas em 2002 não foram suficientes para eleger José Serra presidente, mas levou ao poder governadores do partido, como Aécio Neves (MG) e Geraldo Alckmin (SP), por exemplo.
Não vamos aplicar aqui a deturpação da teoria do domínio do fato, usada pelo STF para condenar dirigentes do PT no chamado caso do mensalão, para acusar Santos só por ele estar na chefia da estatal, mas o fato irrefutável é que, no mínimo, o esquema funcionou sem encontrar obstáculos na sua gestão.
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Re: DESMISTIFICANDO FHC
Tinha até me esquecido disto aqui, mas esta semana lembrei e resolvi gastar um tempo. Desculpe pela demora.
A Carta Capital já criticou o governo Lula várias vezes. Criticou onde tinha que criticar. A grande mídia (que é controlada por meia dúzia de famílias), que é realmente partidarizada, essa sim costuma usar de mentiras, distorções e devaneios com o intuito de atacar o governo petista pra tentar tirá-lo de lá e colocar alguém mais afinado com seus interesses. De direita, é óbvio.
Mas a inflação foi controlada no governo Itamar, não no governo FHC!!
E nem foi tão controlada assim, pois apesar de ter baixado muito, ainda era umas 5 vezes mais alta que a média de quase todas as economias do mundo na mesmo época! Ou seja, mesmo com o Plano Real, o Brasil ainda tinha uma das mais altas inflações do mundo no período!
Lula não deu sequência às reformas? Como assim sequência?? Se A inflação estava sobre controle ANTES do governo FHC porque ele não fez as reformas que você cobra do Lula quando assumiu? Lógico que o governo petista não fez o que devia mas também é culpa do Lula que FHC não as fez? Qual foi o entrave para FHC?
Como a balança pode pender, na sua opinião, para FHC se ele mesmo não fez o que devia (nesse ponto então é empate) e além disso quebrou o Brasil mais de uma vez e ainda foi aos poucos perdendo o controle da inflação ao final do seu governo? Motivo pelo qual manteve taxas de juros estratosféricas ao longo de todo seu governo.
FHC levou a dívida pública às alturas isso fazendo as privatizações justamente sobre o pretexto de que elas diminuiriam a dívida! Sobre que parâmetro isso é uma boa condução da política fiscal? Entregou patrimônio público a preço de banana e ainda endividou o Brasil como poucos conseguiram.
O governo Lula terminou com redução da inflação, juros muito menores, uma grande redução da relação dívida pública/PIB, aumento do mercado interno, milhões fora da linha de pobreza, recordes na balança comercial e crescimento médio de 4% contra 2,3% de FHC, o 26º lugar no ranking dos presidentes da república. Isso tudo tendo passado pela maior crise do capitalismo dos últimos 70 anos.
FHC terminou o mandato dele sem cumprir uma única promessa de campanha, das duas.
Como esses fatos podem colocar ele num patamar melhor que Lula?
Recentemente a Selic foi muito reduzida, o que deverá refletir no pagamento do serviço da dívida sobrando dinheiro pra investimentos.
Não vou nem falar nas divisas do país, que FHC dizimou e que Lula aumentou a patamares nunca antes alcançados!
FHC teve a sua disposição a CPMF, que deveria ter sido usada para exclusivamente para a saúde, mas foi desvirtuada por seu governo. Anos depois seu partido lutou pra acabar com o imposto, subtraindo uma fortuna do financiamento. Ou seja, só servia quando era pra ele, não para ajudar outros governos.
De qualquer forma, Saúde e Educação são dois pontos muito fracos no governo Lula, que merecem sim crítica, mas curiosamente é pouco explorado este viés. A mídia prefere atacar a política econômica e a corrupção, justamente os dois pontos onde Lula dá um baile em FHC.
Vai entender.
Mas mesmo assim é inegável que o governo Lula fez bem mais pelo assunto que FHC, não só com a PF, que nem é responsável pela Segurança Pública, mas principalmente em investimentos.
Ações, como a implementação das UPPs no Rio nem sequer tiveram algo parecido no governo FHC.
Investimentos em segurança pública dobraram no governo Lula
A segurança pública foi uma das principais prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 2003 e 2009, os investimentos em segurança pública dobraram no Brasil. O aumento, porém, não resultou em melhora nos índices de criminalidade como demonstrou o 4º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php? ... cia=144617
Primeiramente o nível de redução não é nem de perto idêntico. Basta olhar o gráfico abaixo
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Em segundo lugar, redução de pobreza é redução de pobreza. Os gráficos são absolutos, já incorporam a suposta “melhora da vida da população como um todo” devido ao controle da inflação. Mesmo assim se nota que depois do governo Itamar, durante todo o governo FHC os índices praticamente não se alteram. Ou seja, não mostra nenhum grande mérito do governo FHC na redução da pobreza, ela efetivamente só caiu mesmo depois que Lula assumiu.
Como isso pode significar que FHC foi melhor? Quando você diz que FHC melhorou a “população como um todo” e Lula melhorou para os mais pobres fica muito confuso a sua noção de “Redução da Pobreza”. Se o quesito é redução da pobreza é óbvio que conta a melhora para os mais pobres. Se os mais pobres configuram a maioria da população, é lógico que a melhora para a maioria é uma melhora pra a “população como um todo”, pois a maioria foi beneficiada!
Além disso, com já falei, ao final do governo FHC a inflação já batia os 12%, o que é óbvio não podei ser bom para a população. Hoje ela chega perto de 6% e já há gritos histéricos de perda do controle, mas quando a política econômica supostamente mais bem administrada de FHC deixou chegar a quase 8% em 2001 e 12% em 2002 não se fazia tanto escândalo.
Essa ladainha de que o Bolsa Família não passa de unificação dos programas já existentes no governo FHC também é uma grande bobagem. Embora verdade per se, o fato é que estes programas do FHC eram tímidos, muito pouco difundidos e de impacto muito pequeno, como os próprios gráficos demonstram. O governo Lula não fez só unificar os programas, ele efetivamente lançou um programa que fazia diferença, abrangente e bem mais ambicioso.
Que mérito tem em se criar algo se não se implementa pra valer?
Se isso não é um mérito que conta pra Lula ganhar a disputa, não sei o que é então...
Mas essa redução toda que os gráficos mostram não é só resultado do BF. Não mesmo. Uma das coisas que mais afetou essa melhora real da vida da população foi a política de aumento do poder de compra do salário mínimo implementada pelo Lula. Um aumento de US$ 81,0 em 2002 para US$ 288,0 em 2010. Isso sim fez uma grande diferença para as pessoas e para a economia como um todo!
Além disso a robusta criação de empregos do governo Lula, que criou quase 15 milhões de empregos em seus oito anos, com crise global e tudo, enquanto FHC criou 5 milhões, ajudou e muito a economia e com certeza melhorou a vida de muita gente. E junto com isso ainda teve aumento do salário médio dos trabalhadores. O desemprego caiu de 9.2% em 2002 para 6,2% em 2010. Hoje está em 5%. Era de 5,2% quando FHC assumiu...
Era Lula cria mais empregos que governosFHC, Itamar, Collor e Sarney juntos
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ ... 11104.html
Acho difícil sob qualquer parâmetro dizer que FHC se saiu melhor...
Nesse campo pode até ser meio complicado perceber quem é melhor, mas uma análise de alguns pontos no governo FHC e nas opiniões atuais dele do seu partido permitem esclarecer um pouco as coisas.
Pra começo de conversa FHC perpetuou a adesão automática aos interesses Norte Americanos mesmo quando isso implicava em prejuízo evidente para o Brasil! FHC era putinha dos ianques, ponto. Sua política externa era totalmente submissa aos interesses norte americanos. Fato que é muito bem exemplificado no episódio dos sapatinhos no aeroporto.
Ele quase fez o Brasil entrar na Alca, o que teria sido um grande desastre como foi a Nafta para o México! Só não entrou porque foi impedido.
Esse detalhe por si só já depões demais contra ele! Junte-se a isso o fato de que ele quase arrendou a base de lançamento de Alcântara para os americanos sob um contrato extremamente lesivo aos interesses nacionais, e até mesmo humilhante, que tinha por objetivo claro atrasar o nosso progresso espacial! Só foi impedido pelo congresso. Que política externa era essa que fazia o que prejudicaria o Brasil só pra agradar aos EEUU?
Isso já o deixa muito atrás de Lula, que rompeu com essa subserviência, fato que é muito criticado pelas viuvinhas na mídia.
Lula diversificou em muito as relações do Brasil no mundo, fazendo acordos comerciais mais plurais com os BRICS, com países da África e Ásia, com a Ucrânia, etc. Essas relações ajudaram em muito o Brasil na grande crise. E foram duramente criticadas pelo partido de FHC em mais de uma ocasião, o que mostra que se fosse eles a conduzir a política atualmente relegaria o país novamente a posição de coadjuvante mesmo na época atual, por privilegiar relações com os EEUU e se afastar de Rússia, China, Índia, etc.
Criticam Lula por relações com o Irã, mas elas em momento algum foram ruins para o Brasil.
Relações ruins por relações ruins FHC teve a audácia de condecorar o crápula do Fujimori com a mais alta comenda brasileira:
http://www1.folha.uol.com.br/fol/pol/ult220799021.htm
Ainda poiou a tentativa dele de se eleger pela terceira vez, o único líder de toda a América do Sul a fazer isso. E depois ainda ajudou a providenciar asilo e fuga a Vladimiro Montesinos, capanga do sanguinário aspirante a ditador, chefe de seu serviço de inteligência e coordenador do narcotráfico peruano depois de Fujimori ter fugido pro Japão na iminência de ser deposto pelo povo do Peru.
Que diz isso da política externa de FHC?
Quanto a “audaciosas investidas” dos vizinhos do que você fala? Por acaso acha que o Brasil deveria agir contra seus pares na América do Sul com o autoritarismo e terrorismo que os norte americanos agem contra o mundo? Isso parece uma política aceitável?
Por qualquer parâmetro sou obrigado a dizer que a política externa de Lula, embora muito longe de ser perfeita, foi muito mais vantajosa para o Brasil que a de FHC. Impossível achar que FHC se saiu melhor.
Tirando a propaganda polítco-partidária do PSDB travestida de jornalismo, foi FHC que foi totalmente leniente com a corrupção!
Sua afirmação equivale a dizer que o tio que todo mundo achava que era bonzinho é pior que o primo que estuprou a enteada só porque olhou a vizinha tomando banho pelo buraco da fechadura! Pior porque dele não se esperava que nem isso ele fizesse!
Expectativas irreais não justificam o rótulo de partido mais corrupto que atribuem ao PT, quando é justamente no governo Lula que mais se fez contra a corrupção, o que a propaganda tenta de todo jeito esconder.
O PT aderiu ao jogo. Lamentável mas foi a decisão pragmática. Não é uma justificativa! Nunca mesmo! Mas eu não esperava que ele conseguisse fazer as coisas de outro jeito.
Só que o PT foi muito além do que os outros. É do governo Lula e do PT uma imensidão de iniciativas contra a corrupção, que ninguém nunca fez antes! Desde os vários programas implantados pelo governo federal, como a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, fortalecimento da CGU, da Polícia Federal, do COAF, implementação das iniciativas de transparência governamental, entre muitas outas coisas
Informações que já dei aos montes no tópico sobre corrupção, basta ir lá e procurar
O combate à corrupção nos governos Lula e Dilma
http://www.teoriaedebate.org.br/materia ... ?page=full
Dez anos de estratégia contra a corrupção
http://clippingmp.planejamento.gov.br/c ... -corrupcao
E FHC, o que fez?? NÃO FEZ NADA!! FHC sentou em cima da corrupção em seu governo.
Foram múltiplos escândalos, um pior que o outro, e todos foram solenemente varridos pra baixo do tapete! O rolo compressor do congresso barrou e inviabilizou todas as maiores CPIs contra o governo.
O Brasil não esquecerá: 45 escândalos que marcaram o governo FHC
http://www.consciencia.net/o-brasil-nao ... verno-fhc/
http://www.youtube.com/watch?v=Uo5Lj1QtD1o
FHC manteve em seus oito anos de governo o mesmo procurador na PGR, o famigerado “Engavetador” Geraldo Brindeiro, que acoberto criminosamente todos os escândalos e denúncias contra o governo federal e aliados. Tudo sem exceção. A corrupção no governo FHC foi tolerada e escondida. Tudo que foi roubado foi acobertado.
Lula sempre mudou o procurador, o nomeando de acordo com as listas elaboradas pelo MP e sempre dando total liberdade a ação deste! Nunca houve impedimento de investigação nenhuma e todos os casos foram apurados.
FHC inviabilizou completamente a ação da PF em seu governo, que não fez nada contra a corrupção. No governo Lula a PF voltou a ser valorizada e executou várias operações, fez centenas de prisões e desbaratou dezenas de esquemas de corrupção!
FHC foi conivente com a Privataria que lesou os cofres públicos em bilhões de reais e rendeu enormes prejuízos ao Brasil. Lula não mexeu neste vespeiro, mas pelo menos isso nunca mais se repetiu e ainda foram implementados mecanismos pra dificultar que isso aconteça novamente.
Mesmo no caso do Plano Real, todos os economistas que participaram de sua implementação ficaram ricos. Vários ministros de FHC ficaram ricos. FHC ficou rico, Serra e sua filha ficaram milionários! Falam de uma fortuna de Lula que nunca aparece. Falam de uma fortuna do filho do Lula que dificilmente passa a da filha de Serra. Apresentam o “maior escândalo de corrupção de todos os tempos”, o mensalão do PT, e quando ricos tem entre os envolvidos? KKKKK! O maior escândalo onde ninguém ficou rico...
Sem mencionar a reeleição que FHC comprou com suborno de 200 mil reais a sabe-se lá quantos parlamentares. Dois com certeza confessaram o fato, que logicamente, nunca foi investigado e sim engavetado pelo Brindeirinho. Ah, o mensalão, o mensalão...
O governo Lula pode ter aderido ao jogo dos conchavos, arranjos e carguinhos para aliados, mas ao mesmo tempo fez todas estas iniciativas contra a corrupção e ainda o PT tenta implantar uma reforma política com mecanismos pra tentar acabar com a necessidade destes conchavos e arranjos, reforma essa que é barrada justamente pela oposição!
Fora a propaganda da mídia, que faz o jogo simplesmente porque não tolera o que o PT está fazendo país contra seus interesses, é impensável que alguém ache mesmo que o PT é mais corrupto que o PSDB, (aliás campeão em candidatos impedidos de concorrer por conta de ficha suja nas últimas eleições) e não veja nada que o primeiro está fazendo para tentar mudar a cultura da corrupção entranhada no nosso sistema político.
E sem tem mesmo uma desilusão que afastou muita gente da política e salientou o ditado popular de que “político é farinha do mesmo saco”, isso é culpa da mídia, que na tentativa de inviabilizar e tirar o PT do governo exacerbou casos menores, inventou mentiras e superdimensionou tudo relativo ao PT, criando um clima artificial de escandalização perpétua, ao mesmo tempo que ocultava o que a oposição fazia. O PT nada contra isso com a própria reforma política que tenta emplacar.
Frente à atuação totalmente conivente de FHC, e até mesmo a participação ativa deste na corrupção, já que cansou de nomear parentes e amigos para vários cargos em seu governo, além do fato de nunca ter feito ação nenhuma pra aumentar o combate contra a corrupção, fica difícil dizer que ele se saiu “menos ruim”! Pra mim é evidente que o país poucas vezes foi tão saqueado quanto no governo FHC.
E as ações do governo Petista contra a corrupção, mais todas as investigações que foram feitas sem intervenção do governo, o credenciam tranquilamente a ser classificado como muito “menos ruim”, mas muito menos mesmo, que o PSDB.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... hCQfsH-R9Q
Em particular a mega-desvalorização do Real, que fudeu com tudo mundo em 1999, foi culpa somente de FHC, que segurou a cotação da moeda artificialmente unicamente para ganhar a reeleição que comprou no congresso! Foi uma crise fabricada pela pilantragem do governo ao tentar se perpetuar!
FMI elogia políticas monetária e macroprudencial do país no pós-crise
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... brasileira
Dívida Triplicada? Todo mundo mede dívida em relação ao PIB do país. A capacidade de endividamento de um país é sempre avaliada segundo seu PIB. Sob este aspecto a dívida do Brasil só tem caído. Endividamento por si só não é uma coisa ruim, leia alguns textos do Krugman a respeito. A capacidade de um país de manter a sua dívida sob controle é o que realmente importa, e uma relação dívida/PIB em queda mostra que ela está sob controle. Como eu mostrei lá em cima foi FHC que fez a dívida explodir, pois esta em seu governo aumentou em porcentagem do PIB. Era de 30,2% em 1994 e fechou em 55,9% em 2002. Um aumento de 85%!
Por exemplo, dados de 2011 mostram que a dívida total do Japão equivalia a cerca de 512% de seu PIB (mais de cinco vezes o total produzido por sua economia no ano), a maior do mundo. O Reino Unido vinha em segundo lugar com 507%. Os EUA, “só” tinham 279%. Portugal tem uma dívida de 120,5%, Itália, 127,3%, Espanha, 77,4%, Alemanha, 81%. A zona do Euro como um todo tem uma relação dívida/PIB de 90%.
O Brasil fechou 2012 com uma dívida que representa 35,1% de seu PIB, em uma trajetória de queda, depois de alguns altos.
Comparar o pagamento de juros de 7 anos com o valor total da dívida de um ano específica não diz muita coisa. Quando FHC assumiu o valor da dívida era de R$ 153,4 bilhões, em 2002 cresceu pra mais ou menos 750 bilhões! Um aumento de 389%. Ao final do governo lula a dívida chegou a 1,69 trilhão. 141% de aumento. Só que significando uma parcela muito menor do PIB. Quem fez ela explodir?
Isso porque estou usando os números mais conservadores para o governo FHC, pois é difícil pesquisar estas coisas de tanto tempo na internet. Poderia ter usado os valores de 60 bi em 1994 e 850 bi em 2002, como achei em algumas fontes. O que dá um aumento de 1300%!!!
E quanto FHC pagou de juros em seus 8 anos? Esse valor significa algo em comparação a Lula? Até procurei o valor, mas não encontrei. Nem o valor que Lula pagou eu achei. Onde achou o que colocou aqui? Tem lá o quanto FHC gastou?
Vejo ainda que é adepto da velha escola da austeridade. Que redução de gastos públicos é um remédio milagroso. Mas o convido a ler outros artigos do Krugman que desmontam isso rapidamente. Tem vários colados no tópico sobre a crise.
Pra finalizar tem que se falar do racionamento de energia que foi a maior barbeiragem da história. Nada pode depor mais contra um governo do que a suprema burrice que resultou nessa absurdo total. E agora ainda querem empurrar pro colo da Dilma, com muita torcida, algo parecido.
Oras, desde o período do racionamento o consumo de energia subiu mais de 60% no país, e mesmo com os reservatórios no mesmo nível que estavam na época do racionamento não aconteceu nada. Na época teve que cortar 20% do consumo. Como pode com um consumo muito maior as usinas estarem com o mesmo nível de água e não dar problema? Porque coisas foram feitas! E tem colunista da mídia dizendo que o governo não fez nada...
E o debate tem que ter um resultado objetivo. Não são só argumentos nem mesmo paixões ideológicas. Se fosse isso a percepção da situação do país pelas pessoas não influiria no resultado de sua avaliação de um governo. Ou seja, as pessoas aprovam mais um governo onde acham que sua vida e sua situação melhorou.
Por que será que FHC terminou seu governo com 23% de aprovação e Lula terminou com 96%? O mero fato do povo ter decidido eleger o barbudo Lula como presidente é mais do que prova da percepção de fracasso do governo FHC sob todos os aspectos.
E a eleição de Dilma, uma total inexperiente em eleições, é a prova da percepção contrária em relação ao governo Lula!
Será que todo mundo é cego ou burro??
Termino com postando novamente a saborosa carta aberta que originou sua postagem pois depois de ter sido postada aqui o autro acrescendou um adendo, respondendo a questionamentos que lhe fizeram. Está depois do final da carta.
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=17113
O problema não são tendências políticas em si. Mas sim a natureza dos argumentos. Aqui é que tem um monte de gente que já começa falando “Ah, foi fulano que escreveu? Nem vou dar atenção”Taiado escreveu:Carnage, se todas as suas fontes forem similares a carta capital, seu benefício da dúvida não significa nada, uma vez que nada que um articulista com outra tendencia política (ou mesmo neutro) disser significará nada para vc.
Respeito. É a sua opinião!
A Carta Capital já criticou o governo Lula várias vezes. Criticou onde tinha que criticar. A grande mídia (que é controlada por meia dúzia de famílias), que é realmente partidarizada, essa sim costuma usar de mentiras, distorções e devaneios com o intuito de atacar o governo petista pra tentar tirá-lo de lá e colocar alguém mais afinado com seus interesses. De direita, é óbvio.
Oras bolas, o governo FHC tem a culpa de quase tudo que deu errado na economia brasileira na década de 90! Qual foi seu mérito?? FHC não tem nada a apresentar senão o controle da inflação.Taiado escreveu:A minha tem muitos pontos de concordância com a deste cara, apesar de ser meio antiga (anterior ao governo Dilma):
POLÍTICAS MACROECONÔMICAS
O governo FHC tem quase todos os méritos sobre a política macro-econômica brasileira. Como efeito colateral do processo de estabilização, o governo FHC deixou uma dívida interna recorde. O governo do PT teve o mérito de conduzir bem tais políticas, mas não deu sequencia às reformas. Ao invés de iniciar um processo de redução da carga tributária, foi na direção contrária, aumentando-a em mais dois pontos percentuais, assim como os gastos fixos da máquina governamental que aumentaram em 38%. Aliás, o governo do PT vai terminar o segundo mandato sem implementar nenhuma das seis reformas prometidas no discurso de posse do primeiro governo.
Quem se saiu melhor? FHC.
Obs.: este é o item mais importante da comparação, pois dele depende todos os outros. Ou seja, se a economia vai bem, o governo tem dinheiro para investir em todos os demais ministérios.
Mas a inflação foi controlada no governo Itamar, não no governo FHC!!
E nem foi tão controlada assim, pois apesar de ter baixado muito, ainda era umas 5 vezes mais alta que a média de quase todas as economias do mundo na mesmo época! Ou seja, mesmo com o Plano Real, o Brasil ainda tinha uma das mais altas inflações do mundo no período!
Lula não deu sequência às reformas? Como assim sequência?? Se A inflação estava sobre controle ANTES do governo FHC porque ele não fez as reformas que você cobra do Lula quando assumiu? Lógico que o governo petista não fez o que devia mas também é culpa do Lula que FHC não as fez? Qual foi o entrave para FHC?
Como a balança pode pender, na sua opinião, para FHC se ele mesmo não fez o que devia (nesse ponto então é empate) e além disso quebrou o Brasil mais de uma vez e ainda foi aos poucos perdendo o controle da inflação ao final do seu governo? Motivo pelo qual manteve taxas de juros estratosféricas ao longo de todo seu governo.
FHC levou a dívida pública às alturas isso fazendo as privatizações justamente sobre o pretexto de que elas diminuiriam a dívida! Sobre que parâmetro isso é uma boa condução da política fiscal? Entregou patrimônio público a preço de banana e ainda endividou o Brasil como poucos conseguiram.
O governo Lula terminou com redução da inflação, juros muito menores, uma grande redução da relação dívida pública/PIB, aumento do mercado interno, milhões fora da linha de pobreza, recordes na balança comercial e crescimento médio de 4% contra 2,3% de FHC, o 26º lugar no ranking dos presidentes da república. Isso tudo tendo passado pela maior crise do capitalismo dos últimos 70 anos.
FHC terminou o mandato dele sem cumprir uma única promessa de campanha, das duas.
Como esses fatos podem colocar ele num patamar melhor que Lula?
Recentemente a Selic foi muito reduzida, o que deverá refletir no pagamento do serviço da dívida sobrando dinheiro pra investimentos.
Não vou nem falar nas divisas do país, que FHC dizimou e que Lula aumentou a patamares nunca antes alcançados!
Não tem o que discutir. Fora os avanços do governo Lula terem sido bem tímidos, mesmo assim fez mais em comparação ao governo FHCTaiado escreveu:EDUCAÇÃO
Conclusão:
Ambos os governos avançaram na educação. O governo FHC avançou mais no ensino de base, enquanto que o governo Lula avançou mais no ensino superior. Os números do governo de PT são mais expressivos, pois houve também maiores recursos investidos, conseqüência direta dos sucessivos aumentos de arrecadação nos últimos anos.
Quem se saiu melhor? LULA
FHC pode até ter feito mais, mas em 1994 ele prejudicou profundamente o financiamento da saúde quando derrubou artigo da constituição que determinava que 30% do Orçamento da Seguridade Social [exceto o FAT] iria para a Saúde. Lula não voltou com isso, mas tinha feito um plano em 2007 que utilizaria os recursos da CPMF para tentar turbinar os investimentos na saúde.Taiado escreveu:SAÚDE
Conclusão:
O governo FHC com menos recursos fez mais pela saúde no Brasil. Em comparação com todas as outras áreas de atuação do Governo Lula, a saúde é certamente uma das menos expressivas.
Quem se saiu melhor? FHC
FHC teve a sua disposição a CPMF, que deveria ter sido usada para exclusivamente para a saúde, mas foi desvirtuada por seu governo. Anos depois seu partido lutou pra acabar com o imposto, subtraindo uma fortuna do financiamento. Ou seja, só servia quando era pra ele, não para ajudar outros governos.
De qualquer forma, Saúde e Educação são dois pontos muito fracos no governo Lula, que merecem sim crítica, mas curiosamente é pouco explorado este viés. A mídia prefere atacar a política econômica e a corrupção, justamente os dois pontos onde Lula dá um baile em FHC.
Vai entender.
A segurança pública, se é ao que se refere, é atribuição primária dos governos estaduais.Taiado escreveu:SEGURANÇA
Conclusão:
Como na saúde, ambos os governos também tiveram atuações pífias. Mas o PT conseguiu sobressair um pouco pelas melhorias na estrutura da Polícia Federal.
Quem se saiu melhor? LULA
Mas mesmo assim é inegável que o governo Lula fez bem mais pelo assunto que FHC, não só com a PF, que nem é responsável pela Segurança Pública, mas principalmente em investimentos.
Ações, como a implementação das UPPs no Rio nem sequer tiveram algo parecido no governo FHC.
Investimentos em segurança pública dobraram no governo Lula
A segurança pública foi uma das principais prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 2003 e 2009, os investimentos em segurança pública dobraram no Brasil. O aumento, porém, não resultou em melhora nos índices de criminalidade como demonstrou o 4º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php? ... cia=144617
Aí você está bem equivocado.Taiado escreveu:REDUÇÃO DA POBREZA
Conclusão:
Embora a redução percentual do nível de pobreza seja praticamente idêntica entre os dos primeiros mandatos de FHC e Lula, os resultados do primeiro são mais expressivos porque a estabilização da moeda melhorou a vida da população como um todo, enquanto a gestão Lula obteve melhora mais significativa para as populações mais pobres. Outro ponto que reduz os méritos do governo Lula é que o Bolsa Família trata-se da unificação e ampliação de programas lançados no segundo governo FHC. Ou seja, os méritos do Bolsa Família são também do governo FHC.
Quem se saiu melhor? FHC
Primeiramente o nível de redução não é nem de perto idêntico. Basta olhar o gráfico abaixo
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Em segundo lugar, redução de pobreza é redução de pobreza. Os gráficos são absolutos, já incorporam a suposta “melhora da vida da população como um todo” devido ao controle da inflação. Mesmo assim se nota que depois do governo Itamar, durante todo o governo FHC os índices praticamente não se alteram. Ou seja, não mostra nenhum grande mérito do governo FHC na redução da pobreza, ela efetivamente só caiu mesmo depois que Lula assumiu.
Como isso pode significar que FHC foi melhor? Quando você diz que FHC melhorou a “população como um todo” e Lula melhorou para os mais pobres fica muito confuso a sua noção de “Redução da Pobreza”. Se o quesito é redução da pobreza é óbvio que conta a melhora para os mais pobres. Se os mais pobres configuram a maioria da população, é lógico que a melhora para a maioria é uma melhora pra a “população como um todo”, pois a maioria foi beneficiada!
Além disso, com já falei, ao final do governo FHC a inflação já batia os 12%, o que é óbvio não podei ser bom para a população. Hoje ela chega perto de 6% e já há gritos histéricos de perda do controle, mas quando a política econômica supostamente mais bem administrada de FHC deixou chegar a quase 8% em 2001 e 12% em 2002 não se fazia tanto escândalo.
Essa ladainha de que o Bolsa Família não passa de unificação dos programas já existentes no governo FHC também é uma grande bobagem. Embora verdade per se, o fato é que estes programas do FHC eram tímidos, muito pouco difundidos e de impacto muito pequeno, como os próprios gráficos demonstram. O governo Lula não fez só unificar os programas, ele efetivamente lançou um programa que fazia diferença, abrangente e bem mais ambicioso.
Que mérito tem em se criar algo se não se implementa pra valer?
Se isso não é um mérito que conta pra Lula ganhar a disputa, não sei o que é então...
Mas essa redução toda que os gráficos mostram não é só resultado do BF. Não mesmo. Uma das coisas que mais afetou essa melhora real da vida da população foi a política de aumento do poder de compra do salário mínimo implementada pelo Lula. Um aumento de US$ 81,0 em 2002 para US$ 288,0 em 2010. Isso sim fez uma grande diferença para as pessoas e para a economia como um todo!
Além disso a robusta criação de empregos do governo Lula, que criou quase 15 milhões de empregos em seus oito anos, com crise global e tudo, enquanto FHC criou 5 milhões, ajudou e muito a economia e com certeza melhorou a vida de muita gente. E junto com isso ainda teve aumento do salário médio dos trabalhadores. O desemprego caiu de 9.2% em 2002 para 6,2% em 2010. Hoje está em 5%. Era de 5,2% quando FHC assumiu...
Era Lula cria mais empregos que governosFHC, Itamar, Collor e Sarney juntos
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ ... 11104.html
Acho difícil sob qualquer parâmetro dizer que FHC se saiu melhor...
Se FHC não fez nada, acho difícil dizer que ele se saiu melhor...Taiado escreveu:POLÍTICA EXTERNA
Conclusão:
Os cenários são bem distintos. Os países do primeiro mundo caíram alguns degraus no cenário mundial, ao passo que os países emergentes subiram alguns degraus. FHC era apenas um coadjuvante na década de 90. Lula figura como mais um protagonista no cenário mundial, principalmente por fazer parte dos BRICs, grupo dos principais emergentes de onde se destaca a China. Portanto, a política externa brasileira da era Lula cresceu em importância, mas errou bastante ao se comportar de forma passiva diante das audaciosas investidas dos vizinhos sul americanos e de forma ativa ao se aliar a figuras autoritárias.
Quem se saiu melhor? FHC
Nesse campo pode até ser meio complicado perceber quem é melhor, mas uma análise de alguns pontos no governo FHC e nas opiniões atuais dele do seu partido permitem esclarecer um pouco as coisas.
Pra começo de conversa FHC perpetuou a adesão automática aos interesses Norte Americanos mesmo quando isso implicava em prejuízo evidente para o Brasil! FHC era putinha dos ianques, ponto. Sua política externa era totalmente submissa aos interesses norte americanos. Fato que é muito bem exemplificado no episódio dos sapatinhos no aeroporto.
Ele quase fez o Brasil entrar na Alca, o que teria sido um grande desastre como foi a Nafta para o México! Só não entrou porque foi impedido.
Esse detalhe por si só já depões demais contra ele! Junte-se a isso o fato de que ele quase arrendou a base de lançamento de Alcântara para os americanos sob um contrato extremamente lesivo aos interesses nacionais, e até mesmo humilhante, que tinha por objetivo claro atrasar o nosso progresso espacial! Só foi impedido pelo congresso. Que política externa era essa que fazia o que prejudicaria o Brasil só pra agradar aos EEUU?
Isso já o deixa muito atrás de Lula, que rompeu com essa subserviência, fato que é muito criticado pelas viuvinhas na mídia.
Lula diversificou em muito as relações do Brasil no mundo, fazendo acordos comerciais mais plurais com os BRICS, com países da África e Ásia, com a Ucrânia, etc. Essas relações ajudaram em muito o Brasil na grande crise. E foram duramente criticadas pelo partido de FHC em mais de uma ocasião, o que mostra que se fosse eles a conduzir a política atualmente relegaria o país novamente a posição de coadjuvante mesmo na época atual, por privilegiar relações com os EEUU e se afastar de Rússia, China, Índia, etc.
Criticam Lula por relações com o Irã, mas elas em momento algum foram ruins para o Brasil.
Relações ruins por relações ruins FHC teve a audácia de condecorar o crápula do Fujimori com a mais alta comenda brasileira:
http://www1.folha.uol.com.br/fol/pol/ult220799021.htm
Ainda poiou a tentativa dele de se eleger pela terceira vez, o único líder de toda a América do Sul a fazer isso. E depois ainda ajudou a providenciar asilo e fuga a Vladimiro Montesinos, capanga do sanguinário aspirante a ditador, chefe de seu serviço de inteligência e coordenador do narcotráfico peruano depois de Fujimori ter fugido pro Japão na iminência de ser deposto pelo povo do Peru.
Que diz isso da política externa de FHC?
Quanto a “audaciosas investidas” dos vizinhos do que você fala? Por acaso acha que o Brasil deveria agir contra seus pares na América do Sul com o autoritarismo e terrorismo que os norte americanos agem contra o mundo? Isso parece uma política aceitável?
Por qualquer parâmetro sou obrigado a dizer que a política externa de Lula, embora muito longe de ser perfeita, foi muito mais vantajosa para o Brasil que a de FHC. Impossível achar que FHC se saiu melhor.
Agora sou obrigado a achar graça. Fora o desastre do combate a pobreza, este é o segundo critério que é totalmente humilhante para FHC.Taiado escreveu:LEGADO ÉTICO
Conclusão:
Talvez o governo FHC tenha um maior número de escândalos. Porém a decepção com o PT foi mais desastrosa, pois o partido era uma das últimas esperanças do povo brasileiro de uma política ética. Tal desilusão, portanto, afastou muita gente da política e salientou o ditado popular de que “político é farinha do mesmo saco”.
Quem se saiu menos ruim? FHC
Tirando a propaganda polítco-partidária do PSDB travestida de jornalismo, foi FHC que foi totalmente leniente com a corrupção!
Sua afirmação equivale a dizer que o tio que todo mundo achava que era bonzinho é pior que o primo que estuprou a enteada só porque olhou a vizinha tomando banho pelo buraco da fechadura! Pior porque dele não se esperava que nem isso ele fizesse!
Expectativas irreais não justificam o rótulo de partido mais corrupto que atribuem ao PT, quando é justamente no governo Lula que mais se fez contra a corrupção, o que a propaganda tenta de todo jeito esconder.
O PT aderiu ao jogo. Lamentável mas foi a decisão pragmática. Não é uma justificativa! Nunca mesmo! Mas eu não esperava que ele conseguisse fazer as coisas de outro jeito.
Só que o PT foi muito além do que os outros. É do governo Lula e do PT uma imensidão de iniciativas contra a corrupção, que ninguém nunca fez antes! Desde os vários programas implantados pelo governo federal, como a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, fortalecimento da CGU, da Polícia Federal, do COAF, implementação das iniciativas de transparência governamental, entre muitas outas coisas
Informações que já dei aos montes no tópico sobre corrupção, basta ir lá e procurar
O combate à corrupção nos governos Lula e Dilma
http://www.teoriaedebate.org.br/materia ... ?page=full
Dez anos de estratégia contra a corrupção
http://clippingmp.planejamento.gov.br/c ... -corrupcao
E FHC, o que fez?? NÃO FEZ NADA!! FHC sentou em cima da corrupção em seu governo.
Foram múltiplos escândalos, um pior que o outro, e todos foram solenemente varridos pra baixo do tapete! O rolo compressor do congresso barrou e inviabilizou todas as maiores CPIs contra o governo.
O Brasil não esquecerá: 45 escândalos que marcaram o governo FHC
http://www.consciencia.net/o-brasil-nao ... verno-fhc/
http://www.youtube.com/watch?v=Uo5Lj1QtD1o
FHC manteve em seus oito anos de governo o mesmo procurador na PGR, o famigerado “Engavetador” Geraldo Brindeiro, que acoberto criminosamente todos os escândalos e denúncias contra o governo federal e aliados. Tudo sem exceção. A corrupção no governo FHC foi tolerada e escondida. Tudo que foi roubado foi acobertado.
Lula sempre mudou o procurador, o nomeando de acordo com as listas elaboradas pelo MP e sempre dando total liberdade a ação deste! Nunca houve impedimento de investigação nenhuma e todos os casos foram apurados.
FHC inviabilizou completamente a ação da PF em seu governo, que não fez nada contra a corrupção. No governo Lula a PF voltou a ser valorizada e executou várias operações, fez centenas de prisões e desbaratou dezenas de esquemas de corrupção!
FHC foi conivente com a Privataria que lesou os cofres públicos em bilhões de reais e rendeu enormes prejuízos ao Brasil. Lula não mexeu neste vespeiro, mas pelo menos isso nunca mais se repetiu e ainda foram implementados mecanismos pra dificultar que isso aconteça novamente.
Mesmo no caso do Plano Real, todos os economistas que participaram de sua implementação ficaram ricos. Vários ministros de FHC ficaram ricos. FHC ficou rico, Serra e sua filha ficaram milionários! Falam de uma fortuna de Lula que nunca aparece. Falam de uma fortuna do filho do Lula que dificilmente passa a da filha de Serra. Apresentam o “maior escândalo de corrupção de todos os tempos”, o mensalão do PT, e quando ricos tem entre os envolvidos? KKKKK! O maior escândalo onde ninguém ficou rico...
Sem mencionar a reeleição que FHC comprou com suborno de 200 mil reais a sabe-se lá quantos parlamentares. Dois com certeza confessaram o fato, que logicamente, nunca foi investigado e sim engavetado pelo Brindeirinho. Ah, o mensalão, o mensalão...
O governo Lula pode ter aderido ao jogo dos conchavos, arranjos e carguinhos para aliados, mas ao mesmo tempo fez todas estas iniciativas contra a corrupção e ainda o PT tenta implantar uma reforma política com mecanismos pra tentar acabar com a necessidade destes conchavos e arranjos, reforma essa que é barrada justamente pela oposição!
Fora a propaganda da mídia, que faz o jogo simplesmente porque não tolera o que o PT está fazendo país contra seus interesses, é impensável que alguém ache mesmo que o PT é mais corrupto que o PSDB, (aliás campeão em candidatos impedidos de concorrer por conta de ficha suja nas últimas eleições) e não veja nada que o primeiro está fazendo para tentar mudar a cultura da corrupção entranhada no nosso sistema político.
E sem tem mesmo uma desilusão que afastou muita gente da política e salientou o ditado popular de que “político é farinha do mesmo saco”, isso é culpa da mídia, que na tentativa de inviabilizar e tirar o PT do governo exacerbou casos menores, inventou mentiras e superdimensionou tudo relativo ao PT, criando um clima artificial de escandalização perpétua, ao mesmo tempo que ocultava o que a oposição fazia. O PT nada contra isso com a própria reforma política que tenta emplacar.
Frente à atuação totalmente conivente de FHC, e até mesmo a participação ativa deste na corrupção, já que cansou de nomear parentes e amigos para vários cargos em seu governo, além do fato de nunca ter feito ação nenhuma pra aumentar o combate contra a corrupção, fica difícil dizer que ele se saiu “menos ruim”! Pra mim é evidente que o país poucas vezes foi tão saqueado quanto no governo FHC.
E as ações do governo Petista contra a corrupção, mais todas as investigações que foram feitas sem intervenção do governo, o credenciam tranquilamente a ser classificado como muito “menos ruim”, mas muito menos mesmo, que o PSDB.
A economia era frágil justamente por conta da sua administração. As sete crises que falou foram todas muito inferiores a recente e seus efeitos foram tão devastadores justamente pela condução equivocada de FHC. Que o diga o presidente Clinton!!Taiado escreveu:CONCLUSÃO FINAL
Embora os números do governo do PT sejam bem mais expressivos, o governo FHC tem os maiores méritos, pois criou as condições macroeconômicas para o crescimento consolidado na era Lula. A FHC coube o ônus de implementar reformas impopulares em um período de grandes turbulências, onde teve que enfrentar sete crises internacionais com uma economia extremante frágil e dependente dos capitais especulativos.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... hCQfsH-R9Q
Em particular a mega-desvalorização do Real, que fudeu com tudo mundo em 1999, foi culpa somente de FHC, que segurou a cotação da moeda artificialmente unicamente para ganhar a reeleição que comprou no congresso! Foi uma crise fabricada pela pilantragem do governo ao tentar se perpetuar!
A que tipo de “medida macro-econômica” se refere? Por vários aspectos a condução da política econômica do Brasil foi elogiada ao longo dos últimos anos. Na crise de 2008 recebeu vários elogios. Esta semana recebeu mais um:Taiado escreveu:O governo Lula, além de não implementar uma única medida macro-econômica, pegou seis anos e meio de crescimento ininterrupto, com as maiores médias de crescimento mundial dos últimos 30 anos, o que influiu diretamente no progresso verificado na economia brasileira, que bateu sucessivos recordes de arrecadação. Lula pecou também por não prosseguir com as reformas (certamente por serem impopulares). Das seis reformas pendentes e prometidas em seu discurso de posse (ainda no primeiro mandato), Lula não conseguiu implementar uma única nos dois mandatos. Além do mais Lula vai terminar o segundo mandato com a dívida interna triplicada, apesar do bom momento da economia mundial e da queda do dólar em todo mundo.
FMI elogia políticas monetária e macroprudencial do país no pós-crise
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... brasileira
Dívida Triplicada? Todo mundo mede dívida em relação ao PIB do país. A capacidade de endividamento de um país é sempre avaliada segundo seu PIB. Sob este aspecto a dívida do Brasil só tem caído. Endividamento por si só não é uma coisa ruim, leia alguns textos do Krugman a respeito. A capacidade de um país de manter a sua dívida sob controle é o que realmente importa, e uma relação dívida/PIB em queda mostra que ela está sob controle. Como eu mostrei lá em cima foi FHC que fez a dívida explodir, pois esta em seu governo aumentou em porcentagem do PIB. Era de 30,2% em 1994 e fechou em 55,9% em 2002. Um aumento de 85%!
Por exemplo, dados de 2011 mostram que a dívida total do Japão equivalia a cerca de 512% de seu PIB (mais de cinco vezes o total produzido por sua economia no ano), a maior do mundo. O Reino Unido vinha em segundo lugar com 507%. Os EUA, “só” tinham 279%. Portugal tem uma dívida de 120,5%, Itália, 127,3%, Espanha, 77,4%, Alemanha, 81%. A zona do Euro como um todo tem uma relação dívida/PIB de 90%.
O Brasil fechou 2012 com uma dívida que representa 35,1% de seu PIB, em uma trajetória de queda, depois de alguns altos.
Primeiro, o pagamento de tanto dinheiro em juros é culpa de quem? FHC deixou pra Lula de presente uma Selic de 25% em um momento de inflação em alta, o que dificultava muito que ela fosse abaixada. A trajetória dos juros permaneceu assim por herança do governo anterior. Tudo que foi pago se deve a isto.Taiado escreveu:Com o crescimento da dívida, o governo Lula pagou em sete anos de governo mais de R$ 1 trilhão em juros. Ou seja, um valor superior ao total da dívida interna deixada por FHC. Com uma dívida tão gigantesca, mais do que nunca o Governo Lula deveria ter um compromisso com a redução de gastos públicos. Mas, ao contrário, o governo Lula tem aumentado os gastos a cada ano, reduzindo cada vez mais a capacidade de investimento do Estado e empurrando a conta da rolagem da dívida para os próximos governos.
Comparar o pagamento de juros de 7 anos com o valor total da dívida de um ano específica não diz muita coisa. Quando FHC assumiu o valor da dívida era de R$ 153,4 bilhões, em 2002 cresceu pra mais ou menos 750 bilhões! Um aumento de 389%. Ao final do governo lula a dívida chegou a 1,69 trilhão. 141% de aumento. Só que significando uma parcela muito menor do PIB. Quem fez ela explodir?
Isso porque estou usando os números mais conservadores para o governo FHC, pois é difícil pesquisar estas coisas de tanto tempo na internet. Poderia ter usado os valores de 60 bi em 1994 e 850 bi em 2002, como achei em algumas fontes. O que dá um aumento de 1300%!!!
E quanto FHC pagou de juros em seus 8 anos? Esse valor significa algo em comparação a Lula? Até procurei o valor, mas não encontrei. Nem o valor que Lula pagou eu achei. Onde achou o que colocou aqui? Tem lá o quanto FHC gastou?
Vejo ainda que é adepto da velha escola da austeridade. Que redução de gastos públicos é um remédio milagroso. Mas o convido a ler outros artigos do Krugman que desmontam isso rapidamente. Tem vários colados no tópico sobre a crise.
Pra finalizar tem que se falar do racionamento de energia que foi a maior barbeiragem da história. Nada pode depor mais contra um governo do que a suprema burrice que resultou nessa absurdo total. E agora ainda querem empurrar pro colo da Dilma, com muita torcida, algo parecido.
Oras, desde o período do racionamento o consumo de energia subiu mais de 60% no país, e mesmo com os reservatórios no mesmo nível que estavam na época do racionamento não aconteceu nada. Na época teve que cortar 20% do consumo. Como pode com um consumo muito maior as usinas estarem com o mesmo nível de água e não dar problema? Porque coisas foram feitas! E tem colunista da mídia dizendo que o governo não fez nada...
Discordo. Estamos debatendo sobre resultados reais e concretos, não abstrações ou paixões. Eu pelo menos estou fazendo isso. A mídia no afã de destituir quem a contraria do governo é que faz o contrário, apoiando suas críticas frequentemente na fantasia.Taiado escreveu:Meu caro Carnage, se for para fazer comparações, sempre haverá argumentos para ambos os lados, pois os números frios não remetem a situação de momento... nosso debate se assemelha ao debate esportivo de domingo, aonde os comentaristas são tds mestres, sábios e donos da verdade ao comentarem jogo terminado, gol feito e gol perdido...
Não defendo Mano Meneses, mas ele foi feliz na frase: "... é fácil me criticar, difícil é ser eu."
E o debate tem que ter um resultado objetivo. Não são só argumentos nem mesmo paixões ideológicas. Se fosse isso a percepção da situação do país pelas pessoas não influiria no resultado de sua avaliação de um governo. Ou seja, as pessoas aprovam mais um governo onde acham que sua vida e sua situação melhorou.
Por que será que FHC terminou seu governo com 23% de aprovação e Lula terminou com 96%? O mero fato do povo ter decidido eleger o barbudo Lula como presidente é mais do que prova da percepção de fracasso do governo FHC sob todos os aspectos.
E a eleição de Dilma, uma total inexperiente em eleições, é a prova da percepção contrária em relação ao governo Lula!
Será que todo mundo é cego ou burro??
Termino com postando novamente a saborosa carta aberta que originou sua postagem pois depois de ter sido postada aqui o autro acrescendou um adendo, respondendo a questionamentos que lhe fizeram. Está depois do final da carta.
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=17113
Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso
Theotonio dos Santos
Meu caro Fernando,
Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960. A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete contudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, já no começo do seu governo, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependencia: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000).
Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.
O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você... Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário.
No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese?
Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.
Segundo mito; Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.
E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava.
Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou dráticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo...te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.
Terceiro mito - Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição ns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.
Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em conseqüência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa.
Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar... Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este país.
Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.
Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o vedadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.
Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a freqüentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.
Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço
Atualização feita às 12:15 de 27/10/2010
O DEBATE SOBRE A CARTA ABERTA A FERNANDO HENRIQUE
Tenho recebido várias manifestações de apoio à Carta Aberta a Fernando Henrique mas também algumas críticas sérias, como as que me pede um esclarecimento um leitor que se coloca do meu lado sem ter os meios de respondê-las. Creio que vale a pena divulgar esta reposta pelo interesse que tem provocado a minha carta.
Estimado Valmir,
Eu não disse que o plano real não derrubou a inflação e sim que se situou dentro de uma tendência deflacionária da economia mundial. TODOS os paises terminaram com a inflação neste período e não fizeram um plano real. Contudo, ao manter a moeda sobre valorizada e ao não tomar medidas estruturais contra a inflação e sobretudo ao elevar absurdamente os juros, a equipe econômica manteve a nossa inflação entre as mais altas do mundo.
Não se trata de comparar a inflação do período Fernando Henrique com a fase que, em entrevista para os 40 anos do CEBRAP, Serra chamou de “superinflação” para distinguir de uma tendência ao crescimento infinito da inflação que seria considerada uma ”hiperinflação”. Trata-se de comparar a inflação do período FHC com a inflação de todos os outros paises. E a nossa inflação foi mais de 5 vezes mais alta que os casos mais bem sucedidos. Dizer que isto é sectarismo ou má analise econômica é demonstrar um delírio teórico insensato. Que teoria econômica pode considerar uma baixa inflação uma alta de preços 5 vezes maior que a do resto da economia mundial? É elementar exceto para quem está com a mente obliterada por uma propaganda absurda.
No que se refere às taxas de não crescimento no período Fernando Henrique não é correto colocar acima do Brasil os poucos paises citados. Existe uma ampla literatura científica comparando as taxas de crescimento do Brasil e de outros paises latino americanos sobretudo com as taxas de crescimento asiáticas. Os autores da crítica poderiam citar pelo menos os casos da China e da Índia. No governo Fernando Henrique se abandonou totalmente qualquer política industrial e se praticou uma política de juros tresloucada e um endividamento colossal. Ou os críticos vão negar também que o aumento da dívida pública no período foi simplesmente irresponsável? Em torno de 15 vezes!!!
É verdade que durante o governo Lula houve uma tendência internacional mais favorável no mercado mundial de matérias primas, explicada em grande parte pela explosão da demanda chinesa. Mas é claro que a política externa independente do governo Lula, aliada a uma política industrial no BNDES permitiram aproveitar a conjuntura e formar reservas tão impressionantes (seguindo uma tendência geral no mesmo sentido entre as economias emergentes). É verdade que a política macro econômica do Banco Central, que manteve em parte a política macro econômica equivocada do período anterior (pois finalmente houve uma queda da taxa de juros, insuficiente mas importante) impediu um crescimento maior do nosso comércio exterior e do nosso crescimento econômico. O compromisso do governo Lula com esta situação tem uma explicação política e não econômica. É notório o poder que exerce sobre os meios de comunicação este setor financeiro. Muitos consideram que não seria possível confrontar com o poder desta minoria à qual pertencem hoje em dia muitos dos quadros do governo Fernando Henrique.
A verdade é que o governo Lula encontrou vários mecanismos para ampliar a demanda (melhor distribuição de renda e mais crédito) e garantir o crescimento econômico, inclusive numa fase de crise muito superior a todas que viveu o governo Fernando Henrique. O povo brasileiro soube reconhecer a competência do governo Lula que deve muito a Dilma. O PAC foi um destes instrumentos que se mostrou muito efetivo, assim como a amplitude do programa bolsa família, o apoio à economia solidária e outras políticas menos badaladas.
Porque Dilma não atraiu os votos de todos os que consideram bom ou ótimo o governo Lula? Porque se aproveitou o pouco conhecimento da mesma pelo grande público, através de uma campanha de calúnias impressionante e porque Serra, blindado por uma imprensa a seu serviço, conseguiu transmitir a idéia de que dará continuidade ao governo Lula, obscurecendo suas alianças estruturais com a direita e suas declarações direitistas de política exterior e de seu compromisso com forças reacionárias internamente. Não há dúvida de que o próprio PSDB e até o DEM buscaram desligar-se ao máximo do governo Fernando Henrique, pois apesar de todos os mitos que se mantiveram sobre este governo, o nosso povo o rejeita definitivamente.
Gostaria que os críticos lessem meus trabalhos nos quais se analisa muito mais em detalhe todas estas e outras questões paralelas e que não conseguiram ser publicados senão muito ocasionalmente na chamada grande imprensa do Brasil. Se tiverem interesse os remeto não somente ao meu blog mas também ao website da reggen (http://www.reggen.org.br) ou ao site do Monitor Mercantil a cujo conselho editorial pertenço. Se podem ler espanhol, eu os remeto à publicação virtual do meu livro também esgotado em sua edição em espanhol: Do Terror à Esperança: Auge e Decadência do Neoliberalismo (Editorial Monte Ávila, Caracas. Pode-se baixar gratuitamente) ou à edição brasileira (Idéias & Letras, Aparecida, São Paulo)..
É bom esclarecer aos leitores que não conhecem minha obra que publiquei 43 livros e centenas de artigos em 20 línguas e mais de 40 paises, só uma parte deles no Brasil, estando quase todos esgotados..
[email protected]
http://theotoniodossantos.blogspot.com/
(*) Theotonio Dos Santos é Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense, Presidente da Cátedra da UNESCO e da Universidade das Nações Unidas sobre economia global e desenvolvimentos sustentável. Professor visitante nacional sênior da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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