Não me lembro se houve um tópico específico com esse tema ou se o debate surgiu de um desvio do tópico principal (como eu estou para fazer aqui) mas já se discutiu esse assunto aqui: se putanheiro ou puta, fazendo ou não uso consistente e sistremático de camisinha deveria se candidatar a doar sangue. Mesma polêmica, vez ou outra, aparece quanto à orientação não-oficial dada aos bancos particulares ou públicos de captação de sangue quando o doador é declaradamente homossexual.Tobba escreveu:Entendo que putanheiro não deveria doar sangue, assim como todos aqueles da dita classe de risco.
Exames laboratoriais são suscetíveis de falhas, desta forma, entendo que não há porque querer utilizar da doação de sangue para obter exame de sangue. Quem faz isso coloca em risco a saúde de terceiros.
Se você se coloca em uma situação de risco voluntariamente é uma coisa, mas brincar de roleta russa com a vida e a saúde de terceiros...isso é inadmissível.
Se não houvesse esse risco não perguntariam aos voluntários/doadores se tiveram relações sexuais com GPs...
Sou razoavelmente esclarecido e sei que para fazer exames de sangue para dsts e HIV não preciso recorrer a uma tentativa de doar sangue (embora o número de exames feitos no caso de uma doação seja maior, incluindo sorologia para HTVL, infecção que pode ser adquirida sexualmente mas quase inexistente no país, e o apuro neles seja maior). Também nunca doei sangue, assim como não sou muito afeito a outras formas de solidariedade; não por algum tipo de consciência de estar cometendo algum tipo de crime ou imoralidade - só não vejo necessidade alguma de afirmar algum ponto de vista dessa forma; doar sangue é uma opção voluntária, não essencial para o indivíduo, ou um direito.
Acho curioso apenas a posição dos órgãos de saúde e de muitos médicos que declaram o sexo com camisinha a forma mais eficaz de se evitar as dsts e o HIV e depois vem com um contrasenso desses de que uma pessoa com múltiplos parceiros ou que sai com prostitutas mesmo afirmando o uso consistente da camisinha é potencialmente cheia de doenças.
Mais curioso ainda é saber a eficácia dessa entrevista que eles fazem: os atendentes desses bancos de doaçlão são treinados com recrutadores de RH, a polícia, o FBI?... Ou é só uma enfermeira ou assistente social fazendo uma meia dúzia de perguntas, olho no olho, para saber se a pessoa é confiável? Eles enviam um detetive para se certificar do que foi declarado pelo candidato? E, se eles são tão bons assim, para que o exame médico?
É óbvio que o exame tem uma margem de erro - todo exame tem. Agora essa margem de erro é maior num exame clínico ou na opinião de um profissional de saúde metido a detector de mentiras? É maior num exame clínico (e lembrando que o mais recente para detecção do HIV, o de 15 minutos, tem uma sensibilidade que reduz a janela imunológica para um mês e meio) ou na palavra de alguém numa relação supostamente monogâmica?