RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#121 Mensagem por Carnage » 11 Out 2011, 23:09

Falando da "bestitude" do Aécio:

http://www.minassemcensura.com.br/conte ... lhe&ID=269
A religiosidade de Aécio

Depois do registro da ombusdskinna da Folha de São Paulo, que reclamou por seus artigos autolaudatórios, Aécio Neves assina um outro tipo de texto nesta segunda-feira, 10 de outubro de 2011.

Até o estilo muda: frases e expressões como, a padroeira “parece singrar suavemente sobre o mar de cabeças devotas”, “eletricidade emocional”, “conversível branco com estofamento de couro vermelho” e outros tró-ló-lós indicam a pretensão, aeciana, de se credenciar à Academia Brasileira de Letras. Que não anda lá muito criteriosa assim. Mas esse é outro assunto.

O cenário da prosa de hoje teria ocorrido durante a procissão de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, 1985. Nela, Tancredo dividia com Nossa Senhora, as atenções da multidão, segundo o neto em transe. Que formava um cordão com mais de um milhão de pessoas, em torno do Aero Willys onde estavam, “agasalhados pelo afeto da multidão”, ele e o avô. Insinua ele que a multidão o reconhecia e o “agasalhava”. Risível pretensão. Detalhe: eram mais de dois milhões de pessoas a pé, sendo impossível o “desfile” em carro aberto, que só ele viu!

Ah, a multidão, segundo o texto, saudava Tancredo como o “presidente da redemocratização”, numa campanha que “arrebatava corações e mentes dos brasileiros”. Aécio funde, de forma leviana, a assassinada campanha pelas “Diretas Já”, com o início titubeante da “campanha” pelos votos no restrito colégio eleitoral. Registre-se: a intensa devoção no Círio de Nazaré sempre acolheu manifestações políticas: em 1985, as duas que pontificaram foram pela reforma agrária e contra a discriminação racial. A manifestação política pró-Trancredo ocorrera no Sindicato dos Estivadores, à margem do evento religioso.

Mas, vamos lá. A gororoba de seu escrito é para dizer que Tancredo abdicaria de toda aquela “popularidade”, em nome das reformas estruturais, algumas delas antipáticas que teria que fazer, mas que distinguiriam o estadista. Aquele que não se rende a interesses paroquiais. Como quem recebe um espírito, ele foi longe buscar uma frase antes inaudita, do avô.

A escorregadela advinda da referência depreciativa às paróquias, em meio a um artigo tão cheio de fé e religiosidade, é perdoada. Ato falho de quem usa e abusa da fé alheia para introduzir seu sermão político.

Ao final, ele insinua que Dilma não é estadista. Que ele aprendeu a lição do avô. Logo, ele seria estadista. Silogismo aristótélico de primeiro grau.

Primeiro, ele poderia dizer qual medida antipopular que Tancredo adotou em Minas Gerais, abdicando de sua popularidade, que aliás só ocorrera em face de sua agonia e morte trágica. Em dois anos de seu governo (1983/84), nenhuma ousadia foi cometida. Tancredo não era dado a ousadias.

Em segundo, falando de interesses paroquiais, ele poderia descrever o porquê de ter nomeado como presidente da CODEMIG em Minas Gerais, o dono do jatinho que fica à sua disposição, ou as nomeações de Papaléo Paes (AP), Jungmann (PE), ou Wilson Santos (MT) como “aspones” em empresas públicas mineiras. Isso sem falar em dezenas de “fichas-sujas” impostos ao governo de seu sucessor, sendo que alguns deles condenados, outros com bem indisponíveis, alguns presos e muitos outros sob investigação.

Achando que sua historiografia farsesca passará impune, Aécio tenta se apresentar como “líder” político desde 1985. Chegou a bancar um documentário, que foi retirado do ar da TV Cultura de São Paulo, onde ele era apresentado como líder da juventude nas Diretas-já (SIC). Na verdade, à época, ele liderava boas festas em Belo Horizonte. Elegeu-se no rastro da comoção pela morte do avô. Deputado-surfista, nunca propôs as reformas ousadas que ele agora diz serem necessárias. Como governador sucateou o estado de Minas Gerais, que se afunda numa dívida de 70 bilhões!

Seus artigos cifrados e criptografados dizem, para poucos que entendem, o seguinte: eu acabarei com direitos trabalhistas, férias anuais, passarei a aposentadoria para os 70 anos, liquidarei a estabilidade de servidores públicos concursados, venderei o BB, a Caixa e a Petrobrás etc. É isso que resta aos “estadistas” neoliberais!

Eis o recado subliminar que ele manda à agiotagem financeira, às grandes construtoras, aos usineiros, ao FMI e similares. De quem pretende ser pároco.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#122 Mensagem por Carnage » 11 Out 2011, 23:11

E falando das jogadas do Kassab:

http://www.cartacapital.com.br/politica ... ra-de-2008
Kassab tenta repetir Serra
Fernando Vives 10 de outubro de 2011 às 10:42h

O prefeito paulistano tenta repetir com o ex-presidente do BC o que José Serra fez com ele em 2008.


Como prefeito da maior cidade do País, Gilberto Kassab é um ótimo articulador político e a cada dia surpreende mais nesta função. Após dar uma banana ao direitista DEM, partido que o projetou politicamente, e criar o “nem esquerda nem direita nem centro” PSD, a nova peripécia política kassabiana é a ida de Henrique Meirelles para seu partido.

Meirelles, que estava filiado ao PMDB, tem boas chances de ser candidato a prefeito de São Paulo em 2012. Kassab arriscou alto caso seja confirmada a intenção de ter o ex-pmdbista na prefeitura. Embora seja presidente da Associação Viva o Centro de São Paulo, o ex-banqueiro fez a própria carreira no estado de Goiás – ou seja, identificação quase nula com o eleitorado local. Presidiu o Banco Central no governo Lula, que, como se sabe, tem no estado de São Paulo forte resistência, sobretudo entre a classe média. Em seu favor, é muito lembrado como o fiador da estabilidade do governo Lula. Portanto, vender o peixe de Meirelles seria uma tarefa árdua, mesmo tendo nomes pouco empolgantes com quem disputar a vaga pelo PSD, como o vice-governador Afif Domingos (até agora, o favorito) e da vice-prefeita Alda Marco Antônio.

Kassab faz exatamente o que seu mentor e antecessor José Serra fez com ele: tirou um nome do bolso do colete para tentar chacoalhar a eleição local a seu favor. Foi assim que Kassab foi de vice-prefeito incógnito a alcaide do maior município do Brasil. Acontece que Serra já era um nome nacionalmente consolidado com forte apelo eleitoral na capital paulista. Vai ser difícil emplacar Henrique Meirelles como candidato a prefeito, mesmo com o pacotão publicitário kassabiano que deve pintar nos próximos meses, visando dar um gás na sua tão caída popularidade.

Em último caso, Meirelles no PSD ao menos engrossa a fama do prefeito da maior cidade do País que segue fazendo muito barulho, mas não necessariamente por seus feitos no cargo em que ocupa.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#123 Mensagem por Carnage » 16 Out 2011, 03:35

A fragilidade e indigência da oposição atual chega a ser preocupante para o futuro da democracia...

http://br.reuters.com/article/domesticN ... 12?sp=true
ANÁLISE-Oposição apática alivia problemas de Dilma
quarta-feira, 12 de outubro de 2011 16:59 BRT

Por Raymond Colitt


BRASÍLIA (Reuters) - Deveria ter sido um cenário de sonho para qualquer partido de oposição --um governo abalado por escândalos, ministros se demitindo semanalmente, uma economia em declínio e uma presidente parecendo às vezes estar sem contato com a realidade.

Mas ao invés de aproveitar a ocasião, a oposição brasileira pareceu ter murchado diante de uma crise que assolou o governo Dilma Rousseff por vários meses e que resultou na demissão de cinco ministros.

Isso tem ajudado o governo a escapar relativamente incólume e renovou uma crise de confiança na aliança de oposição centrista, fora do poder há quase uma década, e que parece mais longe de voltar ao governo do que nunca.

"A oposição tem sido incompetente, na melhor das hipóteses. Está dividida e completamente divorciada do grosso da população", Gustavo Fruet, outrora parlamentar do PSDB recém-migrado para o partido da coalizão governista PDT para concorrer a prefeito de Curitiba no ano que vem.

Dilma e a coalizão governista venceram com facilidade as eleições de outubro passado, ajudados por uma economia em ascensão e a enorme popularidade de seu mentor Lula.

Os partidos da oposição conquistaram menos de 30 por cento das cadeiras do Congresso e desde então só decaíram, perdendo liderança, unidade e mais assentos no Congresso à medida que um número crescente de legisladores deserta.

Como resultado, Dilma tem sido capaz de fechar feridas em sua dividida coalizão e se concentrar em uma economia que sente o rescaldo da turbulência financeira global.

Também pode significar uma ameaça ainda menor da oposição ao PT e seus aliados em pleitos locais no ano que vem e na corrida presidencial de 2014.

O PSDB é amplamente visto como merecedor do crédito por ter iniciado a recuperação econômica brasileira nos anos 1990 sob Fernando Henrique Cardoso, que estabilizou a inflação e introduziu reformas que agradaram aos mercados.

Desde que perdeu a presidência para Lula em 2002, entretanto, a agremiação sofre para se conectar a classes em rápida expansão que se beneficiaram do crescimento econômico e dos generosos programas sociais de Lula, que teve sucesso em apresentar seus antagonistas como elitistas que privatizariam estatais e apoiariam grandes corporações.

FALTA DE LÍDERES

Isso deveria mudar com Aécio Neves, visto como candidato natural por muitos após a última derrota de José Serra, mas seu desempenho até agora decepcionou --ele quase desapareceu da arena pública, limitando-se a discursos ocasionais de seu assento no Senado e uma coluna semanal em um grande jornal.

"Aécio provavelmente é a maior decepção da oposição. A ideia de que o PSDB, com sua experiência de governo, iria liderar a oposição foi totalmente estilhaçada, ela está atormentada por disputas internas", disse André Pereira César, analista de política da consultoria CAC em Brasília.

A dependência de fundos do governo, a possibilidade de que o ainda enormemente popular Lula possa retornar para concorrer em 2014 e a falta de líderes carismáticos são algumas das razões da hemorragia da oposição.

O DEM, segundo maior partido de oposição do país e vocalizador dos interesses do empresariado, na prática foi cindido pela decisão do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, de fundar sua própria agremiação, o PSD, atraindo mais de 50 deputados na Câmara e 600 prefeitos, muitos deles da oposição a Dilma. O PSD já mostrou sinais de que apóia a coalizão governista, dizem analistas.

O pequeno mas articulado Partido Verde, que emplacou a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva em terceiro lugar na disputa presidencial do ano passado, também desertou as fileiras opositoras e busca estreitar os laços com o governo de Dilma.

Embora Dilma não possua o carisma de Lula, manteve sua reputação de competência e parece ter ganho algum crédito entre os eleitores pela sua postura rígida contra a corrupção, motivo das demissões em seu gabinete.

Como Lula em 2003, ela se recuperou de uma queda de popularidade no início do mandato, e a aprovação de 71 por cento em uma pesquisa de opinião de setembro caiu como um golpe na moral da oposição.

Os escândalos dos últimos meses adiaram a agenda de reformas de Dilma no Congresso, incluindo uma série de medidas pró-crescimento nas indústrias de petróleo e mineração e um aumento nos impostos.

Mas o destino destes projetos de lei está muito mais ligado à sua habilidade de sanar relações com sua coalizão do que com a capacidade da oposição de bloqueá-los.

Várias tentativas opositoras para deslanchar uma CPI da corrupção fracassaram. As duas únicas derrotas do governo --o código florestal e a taxação sobre transações financeiras-- foram devidas menos à oposição e mais aos parlamentares vira-casaca de sua coalizão.

"Muitos legisladores da oposição estão resignados com o fato de que não têm votos para fazer nada significativo no Congresso", disse Cristiano Noronha, analista da consultoria política Arko Advice em Brasília.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#124 Mensagem por Carnage » 02 Nov 2011, 15:23

Olha que bonitinho...

E era só o Lula que estava abusando!!

Cadê a doutora Cureau???

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... m-r-20-mil
TSE cassa propaganda partidária do PSDB e multa José Serra em R$ 20 mil
26/10/2011 - 22h37

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil


Brasília – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou hoje (26), por unanimidade, a suspensão do primeiro programa nacional do PSDB em 2012 e de 12 minutos de inserções de TV previstas para ir ao ar neste ano e no ano que vem.

Os ministros entenderam que a propaganda veiculada pela sigla no primeiro semestre de 2010 foi utilizada indevidamente para promover da candidatura de José Serra à Presidência da República. A corte também aplicou multas que somam R$ 50 mil para o PSDB e R$ 20 mil para José Serra.

Os ministros do TSE julgaram quatro representações de autoria do PT, que questionavam o uso da propaganda nacional do PSDB para mencionar as obras realizadas por José Serra quando governador de São Paulo ou para dizer que ele era um político que “tinha história” para mostrar.

Para a relatora das ações, ministra Nancy Andrighi, os episódios caracterizaram propaganda antecipada ilegal, uma vez que as propagandas só podiam ocorrer depois do dia 5 de julho. Ela também entendeu que o programa nacional foi usado para promoção de imagem pessoal do candidato, o que é vedado por lei.

Na época em que o PT entrou com representações, o corregedor-geral eleitoral, ministro Aldir Passarinho Junior, concedeu liminares ao partido para que o PSDB retirasse do ar e não mais transmitisse as inserções objeto de questionamento.


Edição: Rivadavia Severo

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#125 Mensagem por Carnage » 12 Nov 2011, 15:15

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... rir-tabela
O PSDB limitando-se a cumprir tabela
Enviado por luisnassif, ter, 08/11/2011 - 17:20
Autor: Luis Nassif

Atualizado às 17:20


Há uma boa razão para supor que a repórter que cobriu o evento do PSDB - ontem no Rio - possa não ter entendido direito o conteúdo discutido. Mas há outras boas razões de que tenha sido isso mesmo. A razão para não ter entendido é o absurdo de FHC considerar revolucionária uma ideia banal; a razão para o fato ter ocorrido é que, na ausência absoluta de ideias, o que aparecer, truco!

O fato é que, segundo a reportagem da Folha:

"A proposta que mais entusiasmou os tucanos foi apresentada pelo ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida, que defendeu o fim do crédito subsidiado oferecido por bancos públicos -como o BNDES.

Segundo Arida, seria uma maneira de acelerar a queda da taxa básica de juros e elevar a remuneração da caderneta de poupança e de fundos administrados pelo governo, como o FAT e o FGTS.

Com o fim dos subsídios, as taxas de juros cobradas pelo BNDES e por outros bancos públicos seriam elevadas para níveis mais próximos das taxas cobradas pelos bancos privados, reduzindo a demanda pelo crédito oficial e liberando os recursos públicos para outras finalidades.

"O governo tem de agir em nome do bem comum, e não favorecer o lobby dos tomadores de recursos subsidiados", afirmou Arida. FHC considerou a proposta "revolucionária".

Não sei qual o significado da expressão "mais entusiasmou". Talvez fosse o que "menos desanimou". De qualquer modo, corto um dedo se FHC afirmou, de fato, que a ideia é "revolucionária".

A proposta de Arida é velhíssima e atende apenas os interesses do setor financeiro – justamente aquele que o PSDB não precisa conquistar.

As análises dos ex-intelectuais – conforme reproduzidas pelos jornais – é de uma pobreza inversamente proporcional ao seu sucesso como empresários. Não se tratava de tucanos propondo ideias para os eleitores; mas de financistas usando o PSDB para a defesa de seus interesses.

Gustavo Franco mostrou um celular e atribuiu o avanço à privatização. Sem entrar no mérito ou demérito da privatização, com empresas privadas ou com o sistema Telebras os celulares chegariam aos borbotões, pois vieram no rastro de avanços tecnológicos. Telesp estatal já vendia celulares, assim como a Telemig. Pode-se discutir se o sistema ficou mais eficiente ou não. Atribuir à privatização a expansão da telefonia celular é falsidade ideológica.

Edmar Bacha sustentou que "temos um governo federal capturado por interesses espúrios, incapaz de promover o bem comum", em um momento em que o mundo celebra o maior processo de inclusão social da história do país. Há uma preguiça latente em pensar a crítica correta.

O encontro já não tinha povo. Com a proposta "revolucionária" de Arida, não terá industriais. Não havia sindicalistas, ONGs, movimentos sociais, redes sociais, novos empreendedores, artistas, nova geração de tucaninhos para pegar o bastão da velha guarda, sequer havia classe média.

Apenas velhas lideranças políticas e ex-intelectuais em uma sessão nostalgia, fazendo o lobby do mercado para um partido submersoi no vácuo de ideias.

Nessa aridez de ideias, o discurso dominante resumiu-se à guerra contra a corrupção – como se o partido estivesse fora do jogo do financiamento partidário.

No mesmo momento, aliás, Paulo Preto e Eduardo Jorge participavam de uma audiência de conciliação – mal sucedida – na qual Preto pretendia reparação pelo fato de Jorge tê-lo acusado de desvio de R$ 4 milhões da campanha tucana. Obviamente, dinheiro não contabilizado.

O máximo que FHC agregou às bandeiras partidárias foi o lema: "sim, nós cuidamos", tentando criar uma imagem de que o partido cuida das famílias, algo tão incrível quanto a foto do "Serra doçura" na capa da Veja. Esquece-se que o descuido com a parte social e a despreocupação com o contribuinte e o cidadão pavimentaram a vitória de Lula em 2002. E esse passado não será reparado com um slogan.

Depois dessa reprise infindável, FHC terminou o encontro com frases de marqueteiro – não de um ex-presidente intelectualizado: "Começamos a falar com uma nova voz, a voz dos que querem vencer. O Brasil precisa da nossa vitória", com a energia de um Napoleão na ilha de Santa Helena, falando para as pedras.

Atrasado como sempre, a "nova voz" chegou ao encontro um pouco antes do final: era José Serra falando de corrupção.

Enquanto isto, em São Paulo, o Secretario de Assuntos Metropolitanos, Edson Aparecido, celebrava o novo momento do federalismo brasileiro: a colaboração civilizada entre São Paulo e o Ministro da Educação Fernando Haddad.

http://www.viomundo.com.br/politica/min ... neves.html
As mulheres invisíveis a Aécio Neves

do Movimento Minas Sem Censura


O artigo desta semana, do senador mineiro, aparece no jornal Folha de São Paulo, com um título interessante: “O paradoxo feminino”.

Lido e relido com muito interesse, o texto nos reserva uma grande frustração: ao final não se explicita o paradoxo anunciado no título. A referência ao paradoxo feminino não passa de um mero ornamento da mancha impressa no citado jornal.

De resto, ele (ou a ghost writer que, segundo alguns, se chama Heloísa) destila – aleatoriamente – números e comparações. Percentuais que, capturados no “Anuário Estatístico do Dieese” e, segundo ele, “agora” confirmados no Fórum Econômico Mundial demonstrariam o atraso
civilizatório em relação à condição feminina.

Dados corretos, diga-se de passagem. Mas que só foram assimilados pelo fórum “econômico” agora, quando já eram difundidos por organizações e ativistas feministas há tempos. Atualizados, esses números confirmam: a condição de gênero tem suas especificidades, mas é – sobretudo -
condição de classe. Condição que se agrava quando as dimensões étnicas, etárias, culturais entram em cena. Exemplo: a situação da mulher pobre, negra ou índia, idosa etc.

Uma coisa é citar Fernanda Montenegro, Ruth Cardoso, Marina, Benedita, Marta e Dilma. Muito simpática a referência. Mas as margaridas, marias da penha e iaras iavelbergs anônimas, ainda estão por ser efetivamente homenageadas com políticas públicas radicalmente feministas e
femininas.

Muito se avançou nos últimos anos. A própria Central de Atendimento à Mulher, por ele citada como fonte de estatísticas, é uma conquista. Esta integra a estrutura da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, criada por Lula, com status de ministério. Ministério que entra no rol das críticas de “inchaço” da máquina pública federal, quando Aécio fala para agradar à direita neoliberal deste país e aos “FMI’s” da vida.

O artigo por ele assinado comete uma ousadia: cita estatísticas sobre violência contra mulheres. Muito ousado esse Aécio. O “atrevimento” dele suscita lembranças singulares envolvendo o senador.

Agora vamos ao paradoxo feminino de Aécio, politicamente falando.

Quem tiver paciência que vasculhe os arquivos da Câmara de Deputados e ache alguma coisa de relevante que ele teria feito em seus 16 anos como deputado federal, para o tema que ele destaca nesse texto.

Como governador de Minas Gerais, idem. Aliás, governador eleito, ele conseguiu com Itamar Franco uma série de projetos e iniciativas (como as leis delegadas) ainda em novembro e dezembro de 2002. Nada relativo à política de mulheres. Ou melhor, foi vetada a proposição que criava a Ouvidoria de Saúde da Mulher, com justificativas regimentais e orçamentárias, poucas semanas antes de sua posse. Sabe-se que Itamar Franco adotou todas as medidas solicitadas por ele, para o início do governo tucano em 2003. O veto foi mantido na Assembleia Legislativa, onde Aécio tinha, via Itamar, maioria folgada.

Outro paradoxo: sua base na ALMG barrou a proposta de que 30% dos cargos comissionados do governo mineiro fossem ocupados por mulheres; ora, todos sabemos do controle que ele sempre teve sobre a ALMG. Perdeu, então, uma ótima oportunidade para dar um passo simples, mas
importante, para começar a resgatar essa imensa dívida social.

Aliás, várias outras proposições, de interesse das mulheres, que tramitaram no legislativo estadual, em seu governo, foram derrotadas por sua base parlamentar!

Mais um paradoxo: as professoras e auxiliares de escolas estaduais de Minas devem compor cerca de 70% de servidores da área de educação. O tratamento que ele, enquanto governador deu, e seu sucessor – Anastasia – dá às trabalhadoras da educação comprova que seu discurso dista anos-luz de sua prática. Não cumpre a legislação do Piso Nacional, não há carreira, a violência nas escolas atinge quase 100% as mulheres etc.

A lista antifeminista de Aécio é longa e vai ser tratada no próximo boletim do Movimento Minas Sem Censura.

Enquanto isso, este “Aparte” ruma para seu fim, destacando um trecho enigmático do texto por ele assinado: “Grande parte das desigualdades enfrentadas pelas mulheres depende diretamente de políticas públicas eficientes, sobretudo nas áreas de educação, saúde e segurança. Outras relacionam-se com cada um de nós”.

Se “grande” parte das desigualdades depende de políticas públicas, então, sejamos contra políticas públicas! Faltou alguma palavra aí. Talvez tenha sido um ato falho. A outra frase soa como uma “mea culpa”: “Outras (desigualdades enfrentadas pelas mulheres) dependem de cada um de nós”. Ótimo. Ele que faça a sua autocrítica!

Enfim, os textos de Aécio não passam de exemplos de humor mórbido ou de piada pronta.

http://www.folha.com.br/
O paradoxo feminino

por Aécio Neves, na Folha de S. Paulo

No país de Fernanda Montenegro, das saudosas Zilda Arns e Ruth Cardoso, das ministras Ellen Gracie e Carmem Lúcia, de Marina, Marta, Erundina, Benedita, da presidenta Dilma Rousseff e de tantas brasileiras que são referências na nossa sociedade, ainda é demasiadamente dura a vida das mulheres.

Para cada dado que suscita esperança -como a expectativa de vida, que entre elas subiu para 77 anos-, surgem indicadores que reiteram que os espasmos de prosperidade continuam a distribuir benefícios desiguais por escala de gênero, assim como de cor/raça e de instrução. São desoladores os desequilíbrios no universo feminino radiografados no Anuário das Mulheres Brasileiras (do Dieese) e confirmados agora pelo Fórum Econômico Mundial, cujo ranking de desigualdade entre os sexos mostrou o Brasil em 82ª posição no mundo. Atrás da Albânia, Gâmbia, Vietnã e República Dominicana. Ocupamos a pior posição na América do Sul.

Nos lares brasileiros, 35,2% das mulheres são provedoras (chega a 40,6% nas zonas metropolitanas). O salário delas é 20% menor, em média(R$ 1.423/mês, contra R$ 1.718 do homem). A maioria ainda cumpre a jornada não remunerada das tarefas domésticas. E foi dentro de sua própria casa que 43,1% das mulheres vítimas de agressão física a sofreram. Em 25,9% dos registros, os cônjuges ou ex-cônjuges são os agressores. A boa notícia é que cresceu o
inconformismo: em 2006, a Central de Atendimento à Mulher registrou 46.423 atendimentos. Em 2010, 734.416.

As dificuldades e conflitos enfrentados pelas mulheres vão muito além dos revelados por estatísticas. Termina século, começa século e elas continuam com suas duplas, triplas jornadas como profissionais, donas de casa, mães, companheiras, ativistas. É conhecido o quanto são reféns do velho dilema entre a qualidade versus a quantidade do tempo a ser dedicado aos filhos, já que
intimidade e confiança requerem convivência e, portanto, disponibilidade para serem construídas. Essa realidade é ainda mais grave para as chefes de família que vivem sob o jugo da pobreza. A esses desafios se somam lutas diárias por assistência médica, moradia digna, boa escola e emprego para os filhos.

Por mais diferentes que sejam entre si, essas, entre tantas, são questões do universo feminino ainda longe de serem superadas e que precisam ser solidariamente acolhidas. Grande parte das desigualdades enfrentadas pelas mulheres depende diretamente de políticas públicas eficientes, sobretudo nas áreas de educação, saúde e segurança. Outras relacionam-se com cada um de nós.
Até porque os desafios que erroneamente colocamos no campo feminino dizem respeito na verdade à sociedade como um todo.

Falando em piada pronta, segundo dizem, o PSDB bolou um novo slogam pro partido: "YES, WE CARE"....

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#126 Mensagem por Carnage » 19 Nov 2011, 01:31

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... e-pt-e-psb
Ciro vê como natural futuro rompimento do PSB com o PT

Para ex-deputado, que admite disputar Presidência mais uma vez, sigla 'subalternizou-se', e petistas já 'liquidaram' PC do B e PDT

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA


Ciro Gomes voltou. Depois de passar parte deste ano recolhido, o ex-candidato a presidente da República duas vezes disse ontem considerar "natural" que "em algum momento" o PSB se desgarre do PT no plano nacional. E que ele está pronto para ser novamente candidato ao Planalto. "Admito", declarou.

Aos 54 anos, preparando-se para ser avô, ex-fumante ("só fumo um narguilé de vez em quando") e "dez quilos mais gordo", Ciro deu entrevista à Folha e ao UOL.

Depois de passar por PDS, PMDB, PSDB e PPS, agora é filiado ao PSB -"eu tive um problema na minha militância política de inconstância partidária"-, ele falou sobre cenários para 2014.
Indagado se o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB, seria o candidato mais forte ao Planalto entre os partidos governistas, respondeu: "Hoje o mais forte ainda sou eu. Mas ele tem potencial para superar tranquilamente".

2014

Embora diga que não deseja ser "candidato a nada", Ciro admite ser disputar a Presidência novamente.

Hoje, sobrevive dando palestras e com salário pago por uma fundação do PSB.

Ele acha que o rompimento entre o PT e o PSB no plano nacional dependerá do que vai acontecer com sua atual legenda, que no momento "subalternizou-se".

Se houver a separação, "a gente tem de ser decente e correto com ela [Dilma]", afirma. Como? "Você não pode ir para a oposição sem entregar os cargos. Sem anotar lealmente quais são as nossas questões".

Questionado se haverá o rompimento, Ciro diz que acha natural que isso vá acontecer "em algum momento". Afirma, porém, não saber se será mesmo em 2014.

"A não ser que o PSB comece a definhar. Mas o PSB vem crescendo. Crescendo, vai contrastar, nesse mesmo espaço, a hegemonia do PT."

INDEPENDÊNCIA

Para Ciro, o PT "já liquidou" o PC do PB e o PDT. E "nós [PSB] seremos o próximo". Ou seja, a única saída seria viabilizar uma caminhada autônoma para que o partido sobreviva eleitoralmente no plano nacional.

Em Fortaleza (CE), Ciro prega o rompimento já do PSB com a atual prefeita, Luizianne Lins (PT). Quer um candidato próprio de seu partido a prefeito da capital cearense em 2012.

Ciro acredita que o PT na administração federal "cooptou tudo o que é sociedade civil organizada no Brasil".

"Tudo. Centrais sindicais, movimento estudantil. 'Tá tudo dominado'. Agora até a ADA, Amigos dos Amigos [facção criminosa de narcotraficantes do Rio] que era lá do Nem [traficante preso em operação da policia] na Rocinha acabou-se também. Então os movimentos de trabalhadores e de estudantes no Brasil estão acéfalos."

Dilma Rousseff, vaticina Ciro, "tem uma crise anunciada pela frente". A proporção "dependerá de dois fatos muito relevantes.

Um é o nível de crise econômica. O outro é o comportamento do PT nas eleições municipais". No caso do PT, ressalta: "O tamanho da goela não tem limite".

"Nenhum paulista, nesta conjuntura conseguiria ser presidente da República". Aí Ciro inclui Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB.

Por quê? "Está crescendo no país um ressentimento recíproco entre São Paulo e o resto do Brasil (...) Todos os exercícios práticos da governança local, paroquial, provinciana de SP hostilizam."

Ele avalia que uma opção seria Aécio Neves (PSDB-MG).

Mas, para Ciro, mesmo Aécio tem "dois problemas". Um "é ler pouco". Segundo ele, o mineiro precisaria "compreender as coisas do país e formular".

"Não é com esse simbolismo de uma cordialidade, de um opositor cordial, que ele vai afirmar uma proposta que vá derrubar essa coalizão de forças que trouxe 29 milhões de pessoas [para a classe média]", afirma.

Sobre a aliança estratégica do PSB com a nova legenda do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o PSD, Ciro demonstra ceticismo. "No 'pega pra capar', a gente não vai encontrá-lo [o PSD]", diz.

"O PSD é ilusão de ótica", afirma. E explica: "O PSD é o DEM. Sendo o DEM é aliado do Serra".

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#127 Mensagem por Dr. Zero » 19 Nov 2011, 16:04

legal, acho que seu nome já está garantido para "batizar" alguma escola de periferia

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#128 Mensagem por Carnage » 30 Nov 2011, 22:30

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... os-coimbra
O ectoplasma de Serra contra o futuro, por Marcos Coimbra
Enviado por luisnassif, dom, 27/11/2011 - 12:00

Por DA Penna

Marcos Coimbra: "Às vezes, é melhor ter muitos adversários que um só companheiro assim".

Íntegra do Correio Braziliense, 27/11/2011


O que fazer com Serra?
Seria nacionalmente relevante uma eleição em que os três maiores partidos apresentassem sua nova geração: Fernando Haddad, pelo PT; Gabriel Chalita, pelo PMDB; e um "nome novo" do PSDB. Em vez do enésimo enfrentamento da "velha guarda", nomes para o futuro

Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do instituto Vox Populi

Como aqueles entes sobrenaturais incômodos que, às vezes, aparecem nas casas antigas, o ex-governador José Serra, volta e meia, se manifesta. Desde o início do ano, foram várias.

Em todas, causou embaraços e constrangimentos a seus correligionários. Quando, por exemplo, no primeiro semestre, resolveu pisar fundo nas críticas ao PT e a Dilma, em um texto que denunciava a "herança maldita de Lula" (vindo de quem havia se apresentado, em 2010, como o "Zé que vai continuar a obra de Lula"). Justo na hora em que os governadores e os parlamentares tucanos procuravam estabelecer um clima de diálogo com o governo.

Outro dia, materializou-se, subitamente, no encontro peessedebista que estava sendo realizado no Rio de Janeiro, marcado — talvez por coincidência — para quando tinha dito que estaria indisponível. Voltou às pressas da Europa e lá surgiu. Como a maior parte dos debatedores ali reunidos reprovava a campanha que fizera ano passado, teve que ouvir o que não queria.

Procurando acomodá-lo no arranjo partidário que emergiu da convenção de maio, arrumaram-lhe uma função para a qual se revelou inapto. Não faz sentido que o conselho político de um partido seja presidido por quem não dá mostras de querer ouvir os outros. Por quem quer apenas externar pontos de vista individuais.

Até agora, no entanto, Serra não tinha ido tão longe como foi na discussão da estratégia do PSDB para a sucessão da prefeitura de São Paulo. Na última terça feira, para espanto do meio político, saiu-se com a tese de que seu partido não deveria ter candidato a prefeito na maior cidade do país, a capital do estado que governa desde 1994 e o principal bastião tucano nacional.

Seu argumento é de que o PSDB não tem "candidatos viáveis" e que, por isso, deveria se aliar ao PSD, cerrando fileiras em torno da candidatura de Guilherme Afif. Os quatro pré-candidatos tucanos que estão em campo — alguns intimamente ligados a ele — seriam perdedores.

Disputam a indicação os secretários José Aníbal, Andrea Matarazzo e Bruno Covas e o deputado Ricardo Trípoli. Todos, cada um a seu modo, estão qualificados para reivindicá-la — dois são deputados federais bem votados, um foi o campeão de votos para a Assembleia Legislativa (além de ser neto de Mário Covas), outro foi ministro de FHC e subprefeito na administração Serra.

Qualquer um deles é um "nome novo" para a prefeitura (especialmente Bruno Covas). O que não seria nada extraordinário na eleição que, provavelmente, teremos em São Paulo no ano que vem, pois vários dos possíveis candidatos de outros partidos também o são.

Seria nacionalmente relevante uma eleição em que os três maiores partidos apresentassem sua nova geração: Fernando Haddad, pelo PT; Gabriel Chalita, pelo PMDB; e um "nome novo" do PSDB. Em vez do enésimo enfrentamento da "velha guarda", nomes para o futuro.

Lula e Temer sabem que seus partidos precisam disso. Todas as movimentações de Alckmin sugerem que ele também. Os três raciocinam partidariamente (além de pensar, como a vasta maioria dos seres humanos, também em si mesmos). Serra, ao que parece, não. Sua aposta nunca é o novo. É o que ele considera "viável".

A questão é como defini-lo. Em uma de suas frequentes amnésias seletivas, Serra se esquece de sua própria trajetória. Em 1988, quis ser candidato a prefeito e teve uma performance de nanico, com pouco mais do que 5% dos votos (mas não se achava "inviável"). Em 1996, com Fernando Henrique no poder e o Plano Real nas alturas, voltou ao páreo e nem chegou ao segundo turno (mas continuou se acreditando "viável").

Há quem ache que ele "não quer" ser candidato a prefeito em 2012, por ter medo de vencer e, assim, ser obrigado a abdicar de seu sonho presidencial. É improvável: o que tem é um fundado receio de perder, justificado pelo fraco desempenho nas pesquisas.

O que ele quer, mais uma vez, é que o PSDB faça o que ele quer. Se não é candidato, que ninguém o seja, assim permitindo que o partido seja usado na montagem da "estratégia nacional" que imaginou. E que só interessa a ele mesmo (e a seus amigos).

Os tucanos que resolvam. Às vezes, é melhor ter muitos adversários que um só companheiro assim.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... da-do-psdb
A difícil vida do PSDB
Autor: Jânio de Freitas
A ideia de apropriação indébita do que seria a agenda dos tucanos pelo PT é cômoda, mas equivocada


O DIAGNÓSTICO feito pelo ex-senador Tasso Jereissati para a perda de expressão do PSDB sintetiza, com crueza, as opiniões predominantes na cúpula partidária: "O PT roubou a nossa agenda".

Apesar da concordância de fundo, os encontros partidários que buscam possíveis soluções não tornam mais convincente aquela conclusão. E ainda agravam o impasse entre correntes na cúpula partidária.

Daí, a rigor, a estranhada ausência de uma exposição de fins jornalísticos, por breve que fosse, do que se passou na reunião feita para análises e propostas inovadoras.

O constatável, por transbordamento, foi a oposição ainda mais explícita da corrente de José Serra à presença do deputado pernambucano Sérgio Guerra na presidência do partido. Sérgio Guerra, por sinal, muito qualificado para o posto.

A situação do PSDB não é simples. Já a partir da ideia generalizada de que o governo Lula se apropriou, e o de Dilma mantém, "a agenda" dos peessedebistas.

Só os petistas obcecados contestam que Lula, enquanto Antonio Palocci e Henrique Meirelles foram as figuras centrais do governo, continuasse a política econômica de Fernando Henrique.

Essa continuidade foi a opção estratégica que neutralizou a engatilhada reação do sistema financeiro privado e, em geral, do poder econômico a Lula e ao ilusório "governo do PT". Mas não foi daí que emergiu a onda lulista. São inseparáveis, na ascensão, três fatores.

Com a substituição de Palocci por Guido Mantega e a entrada de Dilma Rousseff no círculo da Presidência, aos componentes conservadores da política econômica foram acrescentadas a pregação de Lula pelo crescimento e medidas objetivas nesse sentido. A neutralidade do poder econômico privado deslizou assim para adesão, difícil de disfarçar, ao governo e a Lula.

O terceiro fator nesta série foi a projeção do Brasil no mundo, com significação especial nos países importantes e nos organismos por eles dominados. Obra da política externa, com seus lances inéditos de soberania e com a contribuição pessoal do íntimo metalúrgico nas cortes e nos tapetes aristocráticos. Quase nada considerado até agora, este fator, suponho, teve influência muito grande também na projeção interna de Lula, em todas as classes sociais.

Em outro plano, o assistencialismo de grande escala, sem precedente no Brasil, e a persistente presença pessoal de Lula no país todo, com farta propagação pela mesma mídia que o repudiava, conjugaram-se como engrenagens relojoeiras. Com efeitos não só nas classes beneficiadas, mas até para a projeção internacional, sob o rótulo de distribuição de renda.

Todos esses traços do período de Lula estariam muito bem em um governo social-democrata, como deveria ser o do PSDB ao menos para justificar seu nome. Mas ficou muito longe disso. Exceto a identificação das políticas econômicas na primeira parte da administração Lula, houve divergência em tudo o mais que foi determinante para a caracterização dos dois governos.

A ideia de apropriação indébita do que seria a agenda dos peessedebistas é cômoda, mas equivocada. Seu governo de oito anos não fez o que não quis. O sucessor, a par dos seus defeitos e deficiências, quis e fez o que o governo do PSDB não fez porque não quis. O que também pode ser dito assim: não fez porque fazê-lo não era sua agenda.

O problema que o PSDB encontra, e não reconhece, é de identidade. Pensou representar a social-democracia e quem a praticou, nos seus próprios termos, foi outro. Sem olhar-se no espelho, o PSDB não poderá sair para vida nova.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#129 Mensagem por Dr. Zero » 03 Dez 2011, 13:47

vai nessa que um dia a Marta chega no Palacio dos Bandeirantes e te dá uma migalha por seus esforços de fanboy que trabalha de graça

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#130 Mensagem por Carnage » 05 Dez 2011, 22:04

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/pos ... 19953&ch=n
A Oposição na Sociedade
Marcos Coimbra

O que chamamos oposição, na maior parte das vezes, diz apenas respeito ao mundo da política institucionalizada. Fundamentalmente, aos partidos oposicionistas, seus representantes, organizações e (poucos) filiados.

Uma das razões para isso é que é modesta, no Brasil, a atuação de grupos de pressão e associações civis voltadas para a política. Existem, mas são, ainda, pouco relevantes.

Há, no entanto, outra oposição, extra-partidária e fora do Estado, que se manifesta no âmbito da sociedade. Ela é diferente da anterior, e tende a ser, a cada dia, mais significativa.

Não estamos nos referindo, simplesmente, aos eleitores de oposição, aqueles que, de maneira sistemática, votam nas legendas hoje oposicionistas, não votam no PT e costumam não gostar de Lula, dos petistas e de tudo que fazem. Os que se definem como antagônicos ao “lulopetismo”. Esses existem desde sempre.

Entre a oposição formal, exercida pelos partidos, e o eleitorado de oposição, constituído por cidadãos individualizados, estamos vendo nascer e se desenvolver uma “nova militância” oposicionista.

Não foi em 2011 que começamos a perceber sua existência. Desde a eleição de 2010, no mínimo, já era identificável.

Por enquanto, é incipiente, mas parece crescer e se tornar mais vigorosa ideologicamente. É um fenômeno espontâneo, que acontece à margem dos partidos e que não resulta de sua atuação.

Seu lugar por excelência de formação e desenvolvimento é a internet. É nela que seus integrantes se reconhecem, estabelecem comunicação, fazem proselitismo.

Não é unificada por um ideário. Ao contrário, seu denominador comum fundamental é uma negação: o antipetismo. No fundo, não se entusiasma na defesa de nada. O que quer é “acabar com o PT”.

Essa hostilidade ficou particularmente evidente quando Lula foi diagnosticado com câncer. Foram tantas as manifestações enraivecidas, misturando júbilo, espírito de vingança e condenação por ele estar sendo tratado em um hospital de ponta, que até alguns adversários mais bem educados se assustaram.

Em suas ideias, misturam-se noções de várias origens. Algumas são típicas do conservadorismo clássico, outras vêm do nacionalismo de direita. Às vezes, são ultraliberais, outras de um antiliberalismo feroz.

Ela desconfia dos partidos e dos políticos, repele a “intervenção do estado na vida privada”, e quer acabar com os impostos. Costuma detestar o esquerdismo e abominar o “politicamente correto”.

Uma parte da mídia, especialmente algumas revistas e jornais, se reporta, cada vez mais, a ela. Nessas publicações estão alguns de seus heróis e os porta-vozes mais radicais, facilmente reconhecíveis pelo uso de violência verbal. São os valentões da palavra.

A agressividade que consomem é transferida para sites de relacionamento, blogs e intervenções pessoais, em comentários nas redes sociais e no noticiário. O twitter é um dos lugares onde mais aparece, pois enseja a expressão emocional imediata.

Há certa semelhança entre essa militância e a ultradireita americana do chamado Tea Party: ambas surgiram naturalmente (ainda que com o incentivo do grande capital, lá de empresários da indústria química, aqui dos conglomerados de mídia), querem “purificar” a política e são fortemente anti-estatistas e antitributação.

A diferença é organizacional, pois o Tea Party, que nasceu em 2009, já está estruturado, embora continue a ser um movimento sem liderança centralizada, composto por entidades locais e indivíduos sem vínculos estreitos. (Apesar disso, houve mais de cem candidatos ao Congresso americano, na eleição de meio-período de 2010, que receberam a chancela do movimento - dos quais 32% se elegeram).

Por aqui, essa nova militância ainda não conseguiu passar pelo teste da mobilização. Permanece verbal e passiva, com baixa capacidade de se apresentar nas ruas. Os protestos anticorrupção convocados pela internet no segundo semestre, por exemplo, que pareciam significativos, terminaram sendo fracassos de público.

Que relação se estabelecerá entre essa oposição na sociedade e a oposição partidária? Estará em gestação um Tea Party à brasileira?

Em 2010, Serra procurou fomentar os sentimentos dessas pessoas, para os utilizar na campanha. Seus assessores chegaram a criar peças de comunicação específicas para açular o antipetismo na internet. A onda anti-aborto foi deflagrada e sustentada por lideranças religiosas ligadas a ele.

Quem cria ventos, se arrisca a colher tempestades. O PSDB precisa pensar se o que quer é ser a voz partidária desses militantes.



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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#131 Mensagem por Carnage » 31 Dez 2011, 03:57

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... cao-tucana
O livro e a possível refundação tucana
Enviado por luisnassif, qui, 29/12/2011 - 20:19
Autor: Weden


Nas últimas semanas, o livro de Amaury Ribeiro Jr., A Privataria Tucana, foi comemorado por petistas e anti-tucanos como o tiro de misericórdia nas pretensões do PSDB de voltar a ser um partido hegemônico no país. Lembra-nos o acontecimento midiático do "mensalão" e a certeza de que o PT chegara ao fim.

É evidente que o trabalho jornalístico não ganhou enorme repercussão via rede somente por um efeito de torcida partidária (como tentam desmerecer os detratores da obra). Muita gente qualificada se irritou com o silêndio da grande imprensa ou aderiu á leitura, porque esperava do livro o esclarecimento de fatos importantes de nossa história.

Podemos adiantar que Amaury cumpre bem este papel.

Mas, com o tempo, a interpretação dominante foi que o livro se transformara numa arma letal contra o PSDB. Tanto que jornalistas da grande mídia alinhados com o tucanato, depois de bravo silêncio, tiveram que sair às ruas para desqualificar o trabalho de reportagem investigativa realizado pelo premiado repórter.

Tanto um lado - o dos que comemoram - quanto o outro - os que agem na defensiva - podem estar esquecendo de um pequeno detalhe: na História, não há relações mecânicas, que nos permitiriam tanta previsibilidade.

Que tal desnaturalizar a interpretação hegemônica, mostrando outras possíveis leituras do livro? Trata-se de um exercício de leitura crítica e não de uma convicção, evidentemente.

Enumeramos cinco pontos que, se o partido quiser, podem ser vistos como grandes contribuições do livro para a refundação tucana.

1) Exorcismo: Se tiver boa vontade, o PSDB poderá usar o livro para exorcizar o fantasma de José Serra. O ex-governador de São Paulo alimenta uma estranha ilusão de que ele estaria para o seu partido como Lula esteve para o PT. Ora, por muito tempo o Partido dos Trabalhadores funcionou como aquele time de um só craque que jogava para municiar o artilheiro predestinado. Mas isso sempre foi natural no PT.

É muita pretensão de Serra pensar que o PSDB deva rduzir-se ao seu desejo pessoal de chegada à Presidência. O peso do eterno candidato paulista dentro do partido foi considerável - hoje apenas um fardo - mas por circunstâncias momentâneas. Nem era "o candidato natural" em 2002, quando perdeu para Lula, nem o fora em 2006, quando perdeu a candidatura para Alckimin (sim, ele "perdeu"!). Até se pode cogitar que seria ele o candidato natural para 2010, mas isto não era um consenso sequer no partido.

Serra consegue se impor por meio de sua vinculação com o maior estado da Federação, e pelas armas bem conhecidas, materializadas em ameaças, dossiês, estratégias de desagregação e fortes vínculos com os grupos de mídia que o apoiam. Ou seja, se Serra não estivesse em São Paulo, ou não contasse com uma forte mídia - e com um forte aparato subterrâneo - nada seria.

O livro traz muita munição para que o PSDB se livre de Serra; se houver mentes um pouco mais pensantes no partido, não ficará difícil exorcizar este fantasma.

2. Superação do Moralismo: O PSDB viu no moralismo sua única bandeira desde que o PT chegou à Presidência. Isso porque boa parte das suas convicções sociais-democratas foram deixadas pelo caminho, durante o governo FHC. Ora, o PT apropriou-se de bandeiras importantes da social-democracia mundial - como a renda mínima, o estado de bem-estar social, - e ainda adicionou outras, como o forte apelo de reafirmação política internacional. Ao fazer oposição sistemática a tudo que vinha dando certo no governo Lula, o PSDB acabou se reduzindo a uma espécie de filho temporâo da UDN, o que, evidentemente, nunca daria certo (toda sua campanha sempre se voltou contra a política como um todo, o que reforçou o peso das decisões economicistas de cada eleitor).

Com a divulgação em nível massivo dos desvios de conduta, dos exercícios de clientelismo, do descuido com o bem público por parte do partido, é evidente que aquela bandeira não poderá ser sustentada. Cabe ao PSDB propor um programa político sério, orgânico, alternativo ao que temos hoje, e não apostar somente na esperança de uma "crise política derradeira" que destituísse o governo atual. Já está mais que provado que o "cepeísmo", ao que ficou relegado o papel do PSDB (e do DEM) é muito pouco produtivo para pretensões eleitorais.

3. Destituição de convicções neoliberais: De forma anacrônica, o PSDB ainda defende bandeiras que nem conservadores europeus ou americanos têm tanta certeza de defender. Hoje, em plena crise do financismo mundial, que conta com ampla desaprovação popular, a situação do partido parece muito com aquela das agremiações de esquerda que ficaram sem pai nem mãe com o colapso dos regimes socialistas do Leste Europeu.

Ora, o PSDB precisa de um programa econômico, que seja fruto de um pensamento pós-neoliberal, o que não representa necessariamente que tenha que voltar aos antigos ideias sociais-democratas.

A face mais perversa do neoliberalismo à brasileira foi exposta no livro, e o PSDB deve encarar isso como um alerta sobre que caminho deve tomar daqui em diante.

4. Renovação de quadros:
Os tucanos, com exceção do grupo de Serra, não foram atingidos em sua totalidade Aliás, a grande maioria passou ilesa pelo livro. Ou, numa outra leitura, podemos dizer que o que saiu prejudicado no livro foi o time dos caciques tradicionais, centralizadores, absolutamente avessos à renovação do pensamento no partido. Novos nomes do PSDB podem surgir, outros que estavam à sombra, por imposições serristas, podem reaparecer, revigorados sem o fardo de ter que dar explicações ou temer o submundo do ex-governador paulista ou as imposições da cúpula histórica.

Para isso, os novos nomes tucanos devem perceber que o que afunda é o submundo serrista e o anacronismo e não o partido como um todo, apesar da torcida dos adversários. Como numa "primavera tucana", o PSDB pode passar por uma reconfiguração importante em sua cúpula, que faça dele um partido mais plural, menos envelhecido, mais dinâmico, menos autocrático.

O livro representa o fim das pretensões serristas, ou, se muito, o fim da velha geração tucana, e é isso que os jovens devem perceber.

5. Transferência da bomba: O livro, num primeiro momento, parece ser fatal para o PSDB. Não é. E parece trazer maus agouros somente para o tucanato. Não traz.

O governo petista preferiu, por infelicidade de muitos, assumir parte do espólio: o pouco esforço para salvar a operação Satiagraha da forte campanha de difamação contra um delegado e um juiz abnegados mostrou o quanto são confusas as dinâmicas partidárias, para além da ingenuidade dos militantes.

A decepção expressa por muitos petistas foi ainda maior quando o governo passado contribuiu claramente para o fortalecimento de um complexo telefônico que está no centro dos malfeitos da privataria.

O PSDB tem toda a chance de usar estes dois momentos infelizes do governo passado como exemplo de que, se alguém inventou o caldo da privataria, muita gente além dele lambeu os beiços.

Assim o livro de Amaury pode ser lido como o início do fim do tucanato, ou, quem sabe, como, enfim, a grande chance de um recomeço.

Negar as provas do livro, não dá. Que tal provar que é possível pensar?

Neste raciocínio fica parecendo que tudo de ruim que existe no PSDB seria fruto de Serra e seus anexos. Me parece nesta visão que FHC foi apenas um inocente útil, um tonto deslumbrado que não tinha idéia do que se passava e foi levado junto neste mar de sujeira deixando tudo acontecer, sem controle.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#132 Mensagem por Dr. Zero » 01 Jan 2012, 21:00

se tiver gente que não tenha vergonha de ser "de direita", isso ajuda muito — nem digo a pseudodireita que, aqui no Brasil, se confunde com o coronelismo e o patrimonialismo

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#133 Mensagem por Carnage » 09 Jan 2012, 21:42

http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com ... -oposicao/
2014: decepção com Aécio desnorteia oposição

Josias de Souza


Há um ano, Aécio Neves era celebrado como grande promessa da oposição. Hoje, tornou-se um nome duro de roer. Tucanos e aliados viam nele a melhor opção presidencial. Passaram a enxergá-lo como a pior decepção da temporada.

Em qualquer roda de políticos ficou fácil reconhecer um oposicionista: é o que está lamentando a popularidade de Dilma Rousseff e falando mal de Aécio Neves. Nas discussões sobre 2014, o senador mineiro é personagem indefeso.

Para perscrutar as razões do desencantamento com Aécio, o blog ouviu cinco lideranças da oposição. Gente do PSDB, do DEM e do PPS. Um dissidente de legenda governista. O compromisso do anonimato destravou-lhes a língua.

Espremendo-se as opiniões e peneirando-se os exageros, obtem-se um sumo uniforme. A desilusão dos oposicionistas assenta-se em três avaliações comuns:

1. A atuação de Aécio em seu primeiro ano de Senado foi apagada. Algo incompatível com a biografia de um ex-presidente da Câmara. Ele não aconteceu, disse um dos entrevistados, no melhor resumo do sentimento que se generaliza.

Como assim? Quando Itamar Franco era vivo, a voz de Minas no Senado era a dele, não a de Aécio. O grande feito de Aécio no Senado foi a relatoria do projeto que redefine o rito das medidas provisórias. Proposta do Sarney, não dele. É pouco.

2. Dono de estilo acomodatício, Aécio é uma espécie de compositor da política. Compõe com todo mundo. Governou Minas com o apoio de partidos que, no Congresso, davam suporte a Lula. Em Brasília, o espírito conciliador, por excessivo, foi tomado como defeito.

Aécio exagerou, queixou-se um ex-entusiasta do senador. Esmiuçou o raciocínio: no afã de atrair para o seu projeto pedaços insatisfeitos do bloco pró-Dilma, Aécio esquece que a oposição deve se opor. É improvável que ganhe aliados novos. E está perdendo os antigos.

3. Imaginou-se que, livre dos afazeres de governador, que o prendiam a Minas, Aécio viraria rapidamente um personagem nacional. Por ora, nada. Por quê? A projeção exigiria dedicação e ampliação do horizonte temático, palpita um dos queixosos.

Mas Aécio não é um obcecado pelo Planalto? Sim, mas revelou-se pouco aplicado. Viajou pouco. No Senado, não foi dos mais assíduos em plenário. Subiu à tribuna só de raro em raro. No geral, esquivou-se das polêmicas.

O crítico citou um exemplo: PSDB e DEM decidiram quebrar lanças contra a DRU, o mecanismo que permite ao governo dispor livremente de 20% do Orçamento. Entre os tucanos, apenas cinco votaram contra. Aécio não estava entre eles.

Ninguém vira alternativa presidencial fugindo dos temas espinhosos, lamuriou-se um expoente do próprio PSDB. Aécio continua sendo alternativa graças à vontade pessoal e à ausência de um sucedâneo. A sorte dele é que a maioria do partido não suporta o José Serra.

Parte da cúpula do PSDB tenta antecipar para depois da eleição municipal de outubro a definição do nome do presidenciável da legenda. Em âmbito interno, a aversão a Serra faz de Aécio um favorito.

Fora daí, é visto pela própria oposição como uma ex-promessa. Uma liderança que se absteve de acontecer. Um candidato que depende do fortuito para livrar-se da condição de favorito a fazer de Dilma uma presidente reeleita.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#134 Mensagem por Compson » 09 Jan 2012, 22:41

O Josias de Souza, um ás da imparcialidade, sempre querendo botar a oposição em ordem... No mais:
Compson escreveu:A oposição vai muito mal. A reputação de Aécio foi totalmente exagerada. Esses mineiros se empolgam com pouco... O camarada é uma besta de pai e mãe (e avô).
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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#135 Mensagem por Compson » 10 Jan 2012, 10:31

Ele deu uma boa resposta no blog do Josias...

Não vou ficar repercutindo, pois, vindo de onde veio, tá com cara de jogada ensaiada...

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