A imprensa e grande mídia no Brasil

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#616 Mensagem por Sempre Alerta » 12 Nov 2011, 14:23

Por que a “grande mídia” é contra o controle social da mídia se isto acontece pelos quatros cantos do mundo???

Em países como, Inglaterra, França, USA, Portugal, Espanha, etc., já existe regulamentação dos meios de comunicação e nem por isso, significa censura.

Dez fatos que a "grande" imprensa esconde da sociedade

As entidades que reúnem as grandes empresas de comunicação no Brasil usam e abusam da palavra "censura" para demonizar o debate sobre a regulação da mídia. No entanto, são os seus veículos que praticam diariamente a censura escondendo da população as práticas de regulação adotadas há anos em países apontados como modelos de democracia. Conheça dez dessas regras que não são mencionadas pelos veículos da chamada "grande" imprensa brasileira.

Marco Aurélio Weissheimer

O debate sobre regulação do setor de comunicação social no Brasil, ou regulação da mídia, como preferem alguns, está povoado por fantasmas, gosta de dizer o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Franklin Martins. O fantasma da censura é o frequentador mais habitual, assombrando os setores da sociedade que defendem a regulamentação do setor, conforme foi estabelecido pela Constituição de 1988.

Regulamentar para quê? – indagam os que enxergam na proposta uma tentativa disfarçada de censura. A mera pergunta já é reveladora da natureza do problema. Como assim, para quê? Por que a comunicação deveria ser um território livre de regras e normas, como acontece com as demais atividades humanas? Por que a palavra “regulação” causa tanta reação entre os empresários brasileiros do setor?

O que pouca gente sabe, em boa parte por responsabilidade dos próprios meios de comunicação que não costumam divulgar esse tema, é que a existência de regras e normas no setor da comunicação é uma prática comum naqueles países apontados por esses empresários como modelos de democracia a serem seguidos.

O seminário internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias, realizado em Brasília, em novembro de 2010, reuniu representantes das agências reguladoras desses países que relataram diversos casos que, no Brasil, seriam certamente objeto de uma veemente nota da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) denunciando a tentativa de implantar a censura e o totalitarismo no Brasil.

Ao esconder a existências dessas regras e o modo funcionamento da mídia em outros países, essas entidades empresariais é que estão praticando censura e manifestando a visão autoritária que tem sobre o tema. O acesso à informação de qualidade é um direito. Aqui estão dez regras adotadas em outros países que os barões da mídia brasileira escondem da população:

1. A lei inglesa prevê um padrão ético nas transmissões de rádio e TV, que é controlado a partir de uma mescla da atuação da autorregulação dos meios de comunicação ao lado da ação do órgão regulador, o Officee of communications (Ofcom). A Ofcom não monitora o trabalho dos profissionais de mídia, porém, atua se houver queixas contra determinada cobertura ou programa de entretenimento. A agência colhe a íntegra da transmissão e verifica se houve algum problema com relação ao enfoque ou se um dos lados da notícia não recebeu tratamento igual. Após a análise do material, a Ofcom pode punir a emissora com a obrigação de transmitir um direito de resposta, fazer um pedido formal de desculpas no ar ou multa.

2. O representante da Ofcom contou o seguinte exemplo de atuação da agência: o caso de um programa de auditório com sorteios de prêmios para quem telefonasse à emissora. Uma investigação descobriu que o premiado já estava escolhido e muitos ligavam sem chance alguma de vencer. Além disso, as ligações eram cobradas de forma abusiva. A emissora foi investigada, multada e esse tipo de programação foi reduzida de forma geral em todas as outras TVs.

3. Na Espanha, de 1978 até 2010, foram aprovadas várias leis para regular o setor audiovisual, de acordo com as necessidades que surgiam. Entre elas, a titularidade (pública ou privada); área de cobertura (se em todo o Estado espanhol ou nas comunidades autônomas, no âmbito local ou municipa); em função dos meios, das infraestruturas (cabo, o satélite, e as ondas hertzianas); ou pela tecnologia (analógica ou digital).

4. Zelar para o pluralismo das expressões. Esta é uma das mais importantes funções do Conselho Superior para o Audiovisual (CSA) na França. O órgão é especializado no acompanhamento do conteúdo das emissões televisivas e radiofônicas, mesmo as que se utilizam de plataformas digitais. Uma das missões suplementares e mais importantes do CSA é zelar para que haja sempre uma pluralidade de discursos presentes no audiovisual francês. Para isso, o conselho conta com uma equipe de cerca de 300 pessoas, com diversos perfis, para acompanhar, analisar e propor ações, quando constatada alguma irregularidade.

5. A equipe do CSA acompanha cada um dos canais de televisão e rádio para ver se existe um equilíbrio de posições entre diferentes partidos políticos. Um dos princípios dessa ação é observar se há igualdade de oportunidades de exposição de posições tanto por parte do grupo político majoritário quanto por parte da oposição.

6. A CSA é responsável também pelo cumprimento das leis que tornam obrigatórias a difusão de, pelo menos, 40% de filmes de origem francesa e 50% de origem européia; zelar pela proteção da infância e quantidade máxima de inserção de publicidade e distribuição de concessões para emissoras de rádio e TV.

7. A regulação das comunicações em Portugal conta com duas agências: a Entidade reguladora para Comunicação Social (ERC) – cuida da qualidade do conteúdo – e a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), que distribui o espectro de rádio entre as emissoras de radiodifussão e as empresas de telecomunicações. “A Anacom defende os interesses das pessoas como consumidoras e como cidadãos.

8. Uma das funções da ERC é fazer regulamentos e diretivas, por meio de consultas públicas com a sociedade e o setor. Medidas impositivas, como obrigar que 25% das canções nas rádios sejam portuguesas, só podem ser tomadas por lei. Outra função é servir de ouvidoria da imprensa, a partir da queixa gratuita apresentada por meio de um formulário no site da entidade. As reclamações podem ser feitas por pessoas ou por meio de representações coletivas.

9. A União Européia tem, desde março passado, novas regras para regulamentar o conteúdo audiovisual transmitido também pelos chamados sistemas não lineares, como a Internet e os aparelhos de telecomunicação móvel (aqueles em que o usuário demanda e escolhe o que quer assistir). Segundo as novas regras, esses produtos também estão sujeitos a limites quantitativos e qualitativos para os conteúdos veiculados. Antes, apenas meios lineares, como a televisão tradicional e o rádio, tinham sua utilização definida por lei.

10. Uma das regras mais importantes adotadas recentemente pela União Europeia é a que coloca um limite de 12 minutos ou 20% de publicidade para cada hora de transmissão. Além disso, as publicidades da indústria do tabaco e farmacêutica foram totalmente banidas. A da indústria do álcool são extremamente restritas e existe, ainda, a previsão de direitos de resposta e regras de acessibilidade.

Todas essas informações estão disponíveis ao público na página do Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias. Note-se que a relação não menciona nenhuma das regras adotadas recentemente na Argentina, que vem sendo demonizadas nos editoriais da imprensa brasileira. A omissão é proposital. As regras adotadas acima são tão ou mais "duras" que as argentinas, mas sobre elas reina o silêncio, pois vêm de países apontados como "exemplos a serem seguidos" Dificilmente, você ouvirá falar dessas regras em algum dos veículos da chamada grande imprensa brasileira. É ela, na verdade, quem pratica censura em larga escala hoje no Brasil.

http://www.convergenciademidias.gov.br/

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=18942

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#617 Mensagem por Carnage » 12 Nov 2011, 14:59

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ta-da-band
Globo faz mau uso do caso do cinegrafista da Band
Enviado por luisnassif, seg, 07/11/2011 - 21:12
Autor: droubi


Deprimente o uso do caso da morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes pela Rede Globo hoje no Bom Dia Brasil.

Tanto na chamada de abertura do noticiário, quanto na chamada da matéria, a Rede Globo noticiou a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes como um atentado à liberdade de imprensa no Brasil.

Justo no momento em que começam a se acirrar os ânimos sobre uma possível nova Lei de Meios de comunicação no Brasil.

Como se o tiro de fuzil que atingiu o cinegrafista da Rede Bandeirantes tenha sido para calar a imprensa, ou coisa do gênero.

Qualquer pessoa de bom senso sabe que é no mínimo ridículo pensar que um cinegrafista atingido por uma bala de fuzil no meio de um tiroteio entre traficantes contra policiais pode ter sido vítima de um atentado contra a liberdade de imprensa no Brasil.

Como se a bala tivesse sido dirigida especialmente para ele.

Alguém imagina que um traficante, no alto de um morro, munido de um fuzil, trocando tiros com a polícia, está a pensar em liberdade de imprensa?

A Rede Globo deveria ter um mínimo de respeito e consideração com o profissional que morreu a serviço da própria imprensa e dar a notícia de uma forma adequada e não usar a sua morte como uma ferramenta para a defesa de interesses mesquinhos de uma imprensa golpista e gananciosa.

E mais respeito também com a inteligência de seus telespectadores, que não precisam ficar ouvindo abobrinhas no noticiário ainda antes do café-da-manhã.

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noti ... grafista...

Edição do dia 07/11/2011

07/11/2011 07h39 - Atualizado em 07/11/2011 07h50


Corpo de cinegrafista morto em tiroteio no Rio será enterrado hoje Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, foi assassinado por traficantes na Favela de Antares, Zona Oeste do Rio. Ele cobria, com outros colegas jornalistas, uma operação da polícia.

O Bom Dia Brasil abre a edição desta segunda-feira (7) com a história de um doloroso atentado à liberdade de imprensa no Brasil. O cinegrafista Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, foi assassinado no domingo (6) por traficantes, enquanto cobria uma operação policial na Favela de Antares, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Na chegada à favela, a polícia é recebida a tiros. Os policiais estão acompanhados por um grupo de jornalistas, de vários órgãos de imprensa. Entre eles Gelson Domingos, repórter cinematográfico da TV Bandeirantes.

Quando os repórteres constatam que há tiroteio intenso, tomam a decisão recomendada pelos especialistas em segurança: não entram na favela e ficam em uma área protegida, longe dos tiros. Nas imagens do repórter cinematográfico da TV Globo, Allex Neder, é possível escutar o repórter da Band, Ernani Alves, falando com o cinegrafista: “Protege aí, Gelson”.

Isso tudo acontece em um dos acessos à comunidade de Antares. O cinegrafista da Band e os outros profissionais da imprensa permanecem fora da favela, protegidos atrás de muros. Eles ficam na companhia de um grupo de policiais do Batalhão de Choque, que está aguardando, enquanto homens do Bope ocupam a área dentro da Favela de Antares.

Depois de alguns minutos, os tiros cessam. Os jornalistas ouvem a informação de que o Bope teria controlado a favela. Os policiais do choque entram na comunidade. Os jornalistas, então, tomam a decisão de acompanhá-los.

O repórter e o cinegrafista da Band, além do cinegrafista da Globo, seguem juntos. Em seguida, o cinegrafista da Record se junta ao grupo. Poucos minutos depois, o tiroteio recomeça, surpreendendo a todos. O repórter cinematográfico da Band percebe que os bandidos os localizaram. Policiais e jornalistas avançam mais alguns metros. No final da rua, a tensão aumenta. Os policiais percebem o perigo, e os tiros recomeçam.

Não é possível ver, mas Gelson está filmando do outro lado da rua e acaba atingido. Com o cinegrafista da Bandeirantes caído, o tiroteio continua. O policial atira, dando cobertura para que o outro PM chegue até Gelson. O jornalista usava um colete à prova de balas, que não foi suficiente para protegê-lo. Os policiais aguardam aproximadamente dez minutos até a chegada do reforço do Bope, que permite retirar o grupo da favela.

Gelson Domingos foi trazido por policiais em uma viatura do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Os médicos que atenderam o cinegrafista disseram que ele já chegou morto na unidade, que tentaram ressuscitá-lo e não conseguiram. A bala de fuzil perfurou o colete que Gelson usava sobre a camiseta, entrou pelo peito e saiu pelas costas.

“Ele gostava de fazer, é a profissão dele. Amava a profissão dele”, comentou o irmão de Gelson Domingos, Ricardo Silva.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#618 Mensagem por Carnage » 12 Nov 2011, 15:13

http://www.blogcidadania.com.br/2011/11 ... a-festiva/
O poder e a esquerda festiva

Posted by eduguim on 07/11/11 • Categorized as Opinião do blog


Leio postagem do jornalista Paulo Henrique Amorim em que ele fornece duas informações cruciais porque conduzem a uma reflexão que já passou da hora de ser feita. PH, que sabe das coisas, diz que o governo Dilma não fará “ley de medios” alguma porque acredita que a tecnologia dará conta do recado. São, portanto, duas informações. Vamos a elas.

Não chegará a ser surpresa se o governo Dilma ou o Congresso não propuserem uma lei da mídia de verdade, como a da Argentina, a dos Estados Unidos ou a da França, entre tantas outras. Um governo que não consegue nem impedir que a mídia lhe derrube um ministro por mês certamente não teria força para aprovar uma lei que a mesma mídia não quer.

A outra informação é a de que o governo, simplificando a explicação, aposta na fusão da tevê e do rádio com a internet e na entrada das teles (empresas de telefonia) na produção de conteúdo. Com o tempo, os meios impressos e eletrônicos terão que migrar para a internet. Então, serão obrigados a disputar público com empresas que têm muito mais recursos.

Nenhum outro país sul-americano que elegeu governo oriundo da esquerda está esperando que o fim do monopólio da direita nas comunicações lhe caía no colo. Isso porque a esquerda brasileira difere completamente da que há em países como Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai ou Venezuela.

Nesse contexto, Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela são os países da região que enfrentaram as lutas mais duras para aprovar uma “ley de medios”. Por que os governos desses países optaram por não ficar esperando que a tecnologia acabasse com o oligopólio nas comunicações? Não seria melhor do que enfrentarem até tentativas de golpe por terem desafiado o principal sustentáculo da direita no Terceiro Mundo?

Hugo Chávez, o casal Kirchner, Evo Morales, Rafael Correa sabem que a influência desses impérios de comunicação entranhou-se nas sociedades latino-americanas e que, por isso, eles acabariam se compondo com as teles e migrando para as novas plataformas. Por isso não ficaram esperando a democratização da comunicação cair do céu.

O Brasil, porém, está preferindo o auto-engano. Isso ocorre porque, à diferença da esquerda de outros países que finalmente elegeram governos progressistas, a centro-esquerda brasileira se deixou amaciar, amansar e, em boa medida, cooptar pelo capital e suas delícias.

Já a esquerda mais radical (no bom sentido), que mantém seus dogmas intocados tanto aqui quanto nos países que adotaram projetos de centro-esquerda baseados em crescimento econômico fomentado pelo Estado e em intensa inclusão social, não é opção por acalentar dogmas incompatíveis com a realidade global contemporânea.

Na América do Sul progressista que vai se desenhando, portanto, o Brasil é o único país em que a centro-esquerda governa, mas no qual quem manda é a direita.

Tudo decorre, por aqui, da inevitável aproximação da centro-esquerda com os setores “pragmáticos” da direita que se aliam até ao diabo para se manter próximos ao poder. Com governos de coalizão como o atual ou o anterior, nos quais coube e cabe um partido de centro-direita como o PMDB, a centro-esquerda petista decidiu relaxar e gozar.

Essa esquerda acomodada e festiva se perdeu em autocongratulações e convescotes, no desfrute da fartura do poder e de tudo que o dinheiro público pode comprar. Acabou, assim, por ceder as ruas à direita –hoje, vemos a situação inusitada de a direita estar conseguindo pôr mais gente na rua do que a esquerda.

Por conta disso – e à diferença de outros países sul-americanos governados pela esquerda –, nenhuma reforma estrutural de verdade foi feita no Brasil nesses quase dez anos de governo do PT. Ou seja: se um governo de direita voltar ao poder, desmontará facilmente todos os avanços sociais logrados até aqui.

Bolsa Família, Prouni, exploração do Pré Sal, fomento do crescimento pelo Estado, tudo pode virar pó em questão de meses se a direita voltar ao poder. Políticas públicas concentradoras de renda podem voltar a ser aplicadas, programas sociais podem ser desinflados.

Enfim, se o PSDB volta ao poder em 2014, tudo o que os setores que estão ascendendo socialmente lograram nos últimos anos pode ser perdido rapidamente.

Falemos do Pré Sal, por exemplo. Muitos devem ter lido as revelações do Wikileaks sobre as reuniões entre José Serra e as petroleiras estrangeiras durante as eleições do ano passado e as promessas que ele fez de mudar o regime de exploração do Pré Sal de partilha para concessão. Em 2015, se esse ou qualquer outro tucano for o presidente, a mudança ocorrerá.

Detalhe: se o modelo tucano de concessão for usado na exploração do pré Sal, os estrangeiros novamente se fartarão com o patrimônio público brasileiro como fizeram na época da privataria. As petroleiras alienígenas sugarão todo o petróleo e nos darão uma gorjeta por deixarmos que seja tirado daqui.

Em vez de lutar pela diluição da capacidade da direita de falar sozinha na mídia, o que tornaria o jogo eleitoral mais equânime, a centro-esquerda brasileira parece acreditar em alguma força mística que a manterá no poder. Despreza o fato de que uma eventual redução no nível de atividade econômica colocará fim à sensação de bem-estar que vem mantendo o PT no poder.

Não que o Brasil esteja sendo mal governado. Dilma Rousseff é uma boa gerente. Está cheia daquelas boas intenções das quais o inferno está cheio. Uma delas é a de não conflagrar o país politicamente, adotando tática de distensão que a está levando a ceder e ceder e ceder politicamente, ainda que esteja gerenciando o governo com a competência que a consagrou.

Todavia, o Brasil não tem mais um líder político – tem uma gerente competente, honesta e bem-intencionada, mas apenas uma gerente. Sem liderança política, o povo se despolitiza. Despolitizado, torna-se presa fácil para o canto da sereia reacionário que vai turvando o debate público com a lente conservadora.

Enquanto o venezuelano mais humilde conhece hoje, de trás para frente, a constituição de seu país, lida e explicada pelo Estado nas favelas urbanas e em cada rincão da Venezuela, o brasileiro não tem nem idéia do que está por trás do jogo do poder e continua acreditando na predestinação dos ricos e na fatalidade de que padeceriam os pobres.

Enquanto isso, a cena que se vê na esquerda brasileira lembra a da orquestra do Titanic, que tocava animadamente no convés enquanto o navio afundava.

A esquerda festiva precisa parar de festejar, de se congratular e de, não raro, refestelar-se com dinheiro público. Urge que se dê conta de que o poder não lhe pertence, de que lhe foi apenas delegado. Tem que começar a semear já mudanças estruturais que impeçam que eventual volta da direita ao poder desmonte tudo que foi feito na década passada.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#619 Mensagem por Carnage » 22 Nov 2011, 21:45

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... na_id=5317
O direito de ver
Se a censura oficial deixou de existir, a empresarial cresceu de forma assustadora. Hoje quem impede o brasileiro de saber muito do que ocorre no país e no mundo são os grandes grupos de comunicação. Mostram um recorte da realidade produzido segundo seus interesses e escondem o que não lhes convêm.

Laurindo Lalo Leal Filho


Publicado originalmente na Revista do Brasil (Novembro, 2011)

Quem viveu a ditadura militar no Brasil sabe o que é censura. Jornais publicavam poemas e receitas de bolo no lugar dos textos cortados pelos censores. Nas redações temas proibidos estavam nos murais para nenhum jornalista tocar naqueles assuntos. Felizmente isso acabou e o Estado agora é responsável pela garantia da liberdade de expressão.

Mas se a censura oficial deixou de existir, a empresarial cresceu de forma assustadora. Hoje quem impede o brasileiro de saber muito do que ocorre no país e no mundo são os grandes grupos de comunicação.

Mostram um recorte da realidade produzido segundo seus interesses e escondem o que não lhes convêm. Como são poucos, com orientações editoriais semelhantes, a diversidade de notícias e de interpretações da realidade desaparecem.

Em política e economia a prática é diária. Basta ver o alinhamento do noticiário com os partidos conservadores e a exaltação da eficiência do mercado. Na televisão, a censura vai mais longe e chega até ao esporte.

De disputas esportivas, quase todas as competições foram sendo transformadas em programas de televisão, subordinados aos interesses comerciais das emissoras.

Tornaram-se produtos vendidos por clubes e federações às TVs que, em muitos casos, compram e não transmitem os eventos, só para evitar que os concorrentes o façam.

Há um caso exemplar ocorrido em Pernambuco. Enquanto a Rede Globo transmitia para o Estado jogos de clubes do Rio ou de São Paulo, a TV Universitária local colocava no ar as partidas do campeonato estadual.

Claro que estas despertavam maior interesse, elevando a audiência da emissora. A Globo, sentindo-se incomodada, comprou os direitos de transmissão do campeonato para não transmiti-lo, retirando do torcedor local o direito de ver o seu time jogar.

Quando passamos do regional para o global a disputa fica ainda mais acirrada, como vimos com o recente duelo travado entre Globo e Record em torno dos jogos Panamericanos de Guadalajara.

Salvo em raros momentos, a emissora da família Marinho nunca deixou de ditar a pauta esportiva nacional. Além das transmissões de eventos, seus noticiários foram sempre contaminados por exaustivas coberturas das competições.

Quantas vezes o Jornal Nacional dedicou mais tempo à seleção de futebol ou a uma corrida de carros do que a assuntos de relevante interesse político ou social?

Com a ascensão da Record o quadro mudou. E o Pan do México ficará na história da televisão brasileira como o momento de ruptura do monopólio das transmissões esportivas no país.

Se há o lado positivo da entrada de um novo ator em cena, há a constatação de que o direito de ver segue sendo usurpado do telespectador.

No caso da Globo, seus decantados “princípios editoriais”, segundo os quais “tudo aquilo que for de interesse público, deve ser publicado, analisado, discutido” foram, outra vez, ignorados.

Nos primeiros dias de disputa o Pan não existiu para a Globo e, depois, ficou restrito a míseros segundos no ar. Na concepção da emissora, por serem transmitidos pela concorrente, deixaram de ter “interesse público”.

Por outro lado a Record não fez por menos e de olho na audiência, em muitos momentos, não transmitiu os jogos – e só ela podia fazer isso – para manter no ar sua programação normal.

Frustrou inúmeros telespectadores que num domingo foram em busca do Pan e se viram diante do Gugu.

A aplicação das leis de mercado, sem controle, ao mundo da TV é a causa desse desconforto. Não há como mudar a situação sem a inteferência do Estado, colocando algumas regras para proteger o telespectador.

No caso específico do futebol, o governo argentino resolveu o problema comprando os direitos de transmissão dos jogos do campeonato nacional, passando a transmiti-los em sinal aberto pelo Canal 7, a emissora pública do país. Não é uma boa ideia para começar?

Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#620 Mensagem por Carnage » 22 Nov 2011, 21:50

http://www.cartacapital.com.br/politica ... /?autor=42
Uma comparação e suas lições

Mino Carta

As seis capas que ilustram esta página contam uma história de várias lições, ou morais. As seis são o rosto de semanais de informação publicadas ao mesmo tempo no fim da semana passada, quatro de revistas brasileiras, uma britânica, outra americana. Estas duas últimas são de repercussão mundial. Time é o incunábulo dos news magazines do planeta todo. Fundada em 1923, provocou o nascimento da Newsweek dez anos depois e influenciou todas as demais publicações do gênero continentes afora. The Economist, com a qual CartaCapital mantém honrosa parceria, é tida há tempo a semanal mais importante do mundo.

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Três capas focalizam o mesmo assunto e estampam a imagem da mesma personagem, simbólica da crise econômica e financeira que a ninguém poupa em qualquer latitude e longitude, o premier italiano Silvio Berlusconi finalmente derrubado em um lampejo de senso comum. The Economist, Time e CartaCapital coincidem na mira da informação prioritária, se quiserem na apreensão a respeito do destino de todos. Em oposição, Veja, Época e IstoÉ parecem editadas, nem digo em outro planeta, em outra galáxia.

Desde as primeiras conversas entre dois universitários americanos, Henry Luce e Britton Hadden, empenhados em levar a cabo o projeto da pioneira Time, ficou assentado o propósito de iluminar os leitores ao lhes oferecer o resumo dos fatos da semana devidamente analisados e hierarquizados em ordem decrescente ao sabor da sua influência sobre a vida do mundo e de cada cidadão. Na semana passada, The Economist, Time e CartaCapital foram fiéis ao legado. Veja, Época e IstoÉ prontificaram-se a participar de um capítulo especial de Jornada nas Estrelas. Não são deste mundo, com o risco de que o Brazil-zil-zil também não seja, ao menos aquele da chamada classe média à qual se refere Veja na sua capa. O que vem a ser, exatamente, de limites nítidos, a classe média nativa não sei.

Sei dos herdeiros da casa-grande e dos seus capatazes, de uma minoria de ricaços estabelecidos em rincões esfuziantes na imitação de Abu Dabi e de um largo número de cidadãos que gostariam de lhes seguir os passos. Sei também que esta classe média habilita-se a achar graça no mulherão Pereirão e a digerir outras lições de infatigável alienação pontualmente ministradas.

[ external image ][ external image ]
[ external image ][ external image ]

Em termos de civilização, classe média significa, no bem e no mal, conhecimento, ideias, crenças. Cultura. Classe média é o burguês na acepção política e representa, na Europa, por exemplo, a porção mais conspícua de uma população também em termos numéricos. Não era, é óbvio, quando fez a Revolução Francesa, mesmo assim foi decisiva para vincar o tempo e dar início oficial à Modernidade. A nossa classe média, em boa parte, e tanto mais em São Paulo, o estado mais reacionário da federação, ainda mantém ligações com a Idade Média, com a inestimável contribuição da mídia nativa, inclusive de semanais nascidas com outros, nobres, republicanos intuitos.

Se recordo a Veja que tive a honra de dirigir à testa da equipe fundadora, experimento um forte abalo entre o fígado e a alma. Precipitado também por uma constatação: o jornalismo brasileiro, entre o imediato pós-guerra e o golpe de 64, foi bem melhor do que o atual, se não no conteúdo pelo menos na forma, e mesmo durante a ditadura algumas publicações souberam ter momentos de grande dignidade. Na convicção de que as tiragens fermentam ao baixar o nível de sorte a secundar a parvoíce do público, com o pronto respaldo da publicidade mais abundante, acabou por enredar-se em suas próprias artimanhas e os profissionais, salvo notáveis exceções, assumiram o estágio intelectual inicialmente atribuído aos seus leitores.

Costuma-se dizer que Deus é brasileiro, não somos porém o povo eleito, enquanto o Brasil é uma terra prometida que por ora não merecemos. E a classe que haveria de ditar rumos, salvo raros oásis de sabedoria e boa visão da vida e do mundo, gosta de viver de aparência, de consumir em desvario, de cultivar alegremente sua ignorância.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#621 Mensagem por Carnage » 01 Dez 2011, 21:11

http://www.rodrigovianna.com.br/radar-d ... more-10754
Bastidores da troca no “JN”

publicada quinta-feira, 01/12/2011 às 15:15 e atualizada quinta-feira, 01/12/2011 às 16:09

por Rodrigo Vianna


A Globo confirma a saída de Fátima Bernardes do “JN”. No lugar dela deve entrar Patrícia Poeta – atual apresentadora do “Fantástico”.

Fiz hoje pela manhã – no twitter e no facebook – algumas observações sobre a troca; observações que agora procurarei consolidar nesse post. Vejo que há leitores absolutamente céticos: “ah, essa troca não quer dizer nada”. Até um colunista de TV do UOL, aparentemente mal infomado, disse o mesmo. Discordo.

Primeiro ponto: a Patrícia Poeta é mulher de Amauri Soares. Nem todo mundo sabe, mas Amauri foi diretor da Globo/São Paulo nos anos 90. Em parceria com Evandro Carlos de Andrade (então diretor geral de jornalismo), comandou a tentativa de renovação do jornalismo global. Acompanhei isso de perto, trabalhei sob comando de Amauri. A Globo precisava se livrar do estigma (merecido) de manipulação – que vinha da ditadura, da tentativa de derrubar Brizola em 82, da cobertura lamentável das Diretas-Já em 84 (comício em São Paulo foi noticiado no “JN” como “festa pelo aniversário da cidade”), da manipulação do debate Collor-Lula em 89.

Amauri fez um trabalho muito bom. Havia liberdade pra trabalhar. Sou testemunha disso. Com a morte de Evandro, um rapaz que viera do jornal “O Globo”, chamado Ali Kamel, ganhou poder na TV. Em pouco tempo, derrubou Amauri da praça São Paulo.

Patrícia Poeta no “JN” significa que Kamel está (um pouco) mais fraco. E que Amauri recupera espaço. Se Amauri voltar a mandar pra valer na Globo, Kamel talvez consiga um bom emprego no escritório da Globo na Sibéria, ou pode escrever sobre racismo, instalado em Veneza ao lado do amigo (dele) Diogo Mainardi.

Conheço detalhes de uma conversa entre Amauri e Kamel, ocorrida em 2002, e que revelo agora em primeira mão. Amauri ligou a Kamel (chefe no Rio), pra reclamar que matérias de denúncias contra o governo, produzidas em São Paulo, não entravam no “JN”. Kamel respondeu: “a Globo está fragilizada economicamente, Amauri; não é hora de comprar briga com ninguém”. Amauri respondeu: “mas eu tenho um cartaz, com uma frase do Evandro aqui na minha sala, que diz – Não temos amigos pra proteger, nem inimigos para perseguir”. Sabem qual foi a resposta de Kamel? “Amaury, o Evandro está morto”.

Era a senha. Algumas semanas depois, Amauri foi derrubado.

Kamel foi o ideólogo da “retomada consevadora” na Globo durante os anos Lula. Amauri foi “exilado” num cargo em Nova Yorque. Patrícia Poeta partiu com ele. Os dois aproveitaram a fase de “baixa” pra fazer “do limão uma limonada”. Sobre isso, o Marco Aurélio escreveu, no “Doladodelá”.

Alguns anos depois, Amauri voltou ao Brasil para coordenar projetos especiais; Patrícia Poeta foi encaixada no “Fantástico”. Só que Amauri e Kamel não se falavam. Tenho informação segura de que, ainda hoje, quando se cruzam nos corredores do Jardim Botânico, os dois se ignoram. Quando são obrigados a sentar na mesma mesa, em almoços da direção, não dirigem a palavra um ao outro. Amauri sabe como Kamel tramou para derrubá-lo.

Pois bem. Já há alguns meses, logo depois da eleição de 2010, recebemos a informação de que Ali Kamel estava perdendo poder. Claro, manteria o cargo e o status de diretor, até porque prestou serviços à família Marinho – que pode ser acusada de muita coisa, mas não de ingratidão.

Otavio Florisbal, diretor geral da Globo, deu uma entrevista ao UOL no primeiro semestre de 2011 dizendo que a Globo não falava direito para a classe C (o Brasil do lulismo). Por isso, trocou apresentadores tidos como “elitistas” (Renato Machado saiu pra dar lugar ao ótimo Chico Pinheiro – aliás, também amigo de Amauri). A Globo do Kamel não serve mais.

Lembremos que, desde o começo do governo Lula, a Globo de Kamel implicava com o “Bolsa-Família”. Kamel é um ideólogo conservador. Por isso, nós o chamávamos de “Ratzinger” na Globo. É contra quotas nas universidades, acha que racismo não existe no Brasil. Botou a Globo na oposição raivosa, promoveu a manipulação de 2006 na reeleição de Lula (por não concordar com isso, eu e mais três ou quatro colegas fomos expurgados da Globo em 2006/2007). E promoveu a inesquecível cobertura da “bolinha de papel” em 2010 – botando o perito Molina no “JN”. Nas reuniões internas do “comitê” global, ao lado de Merval Pereira, tentava convencer os irmãos Marinho dos “perigos” do lulismo.

Lula sabe o que Kamel aprontou. Tanto que no debate do segundo turno, em 2006, nem cumprimentou Kamel quando o viu no estúdio da Globo. Isso me contou uma amiga que estava lá.

Os irmãos Marinho parecem ter percebido que Kamel os enganou. O lulismo, em vez de perigo, mudou o Brasil pra melhor. Mais que isso: a Globo agora precisa de Dilma para enfrentar as teles, que chegam com muito dinheiro e apetite para disputar o mercado de comunicação. Kamel já não serve para os novos tempos. Assim como os “pitbulls” Diogo Mainardi e Mario Sabino não servem para a “Veja”.

Dilma buscou os donos da mídia, passada a eleição, e propôs a “normalização” de relações. O governo seguiu apanhando, na área “ética” – é verdade. O que não atrapalha a imagem de Dilma. Há quem veja na tal “faxina” um jogo combinado entre a presidenta e os donos da mídia. Será? Dilma tiraria as “denúncias” de letra (o custo ficaria para Lula e os aliados). Do outro lado, os “pitbulls” perderiam terreno na mídia. É a tal “normalização”. Considero um erro estratégico de Dilma. Mas quem sou eu pra achar alguma coisa. O fato é que a estratégia hoje é essa!

Patricia Poeta no “JN” parece indicar que a “normalização” passa por Ali Kamel longe do dia-a-dia na Globo (ele ainda tenta manobrar aqui e ali, mas já sem a mesma desenvoltura). Isso pode ser bom para o Brasil.

Não é coincidência que a Globo tenha permitido, há poucos dias, aquela entrevista do Boni admitindo manipulação do debate de 89. A entrevista (feita pelo excelente jornalista Geneton de Moraes Neto) foi ao ar na “Globo News”. Alguém acha que iria ao ar sem conhecimento da família Marinho? Isso não acontece na Globo!

Durante os anos de poder total de Kamel, a Globo tentou “reescrever” o passado – em vez de reconhecer os erros. Kamel chegou a escrever artigo hilário, tantando negar que a Globo tenha manipulado a cobertura das Diretas. Virou piada. Até o repórter que fez a “reportagem” em 84 contou pros colegas na redação (eu estava lá, e ouvi) – “o Ali é louco de tentar negar isso; todo mundo viu no ar”.

Ali Kamel nega o racismo, nega a manipulação, nega a realidade. Freud explica.

Agora, Boni reconhece que a Globo manipulou em 89. Isso faz parte do movimento de “normalização”. O enfraquecimento de Kamel também faz.

Tudo isso está nos bastidores da troca de apresentadores do “JN”. Mas claro que há mais. Há a estratégia televisiva, pura e simples. Fátima Bernardes deve comandar um programa matutino na Globo. As manhãs são hoje o principal calcanhar de aquiles da emissora carioca. A Record ganha ou empata todos os dias. Com o “Fala Brasil”, e com o “Hoje em Dia”. Ana Maria Braga não dá mais conta da briga – apesar de ainda trazer muita grana e patrocinadores.

Fátima deve ter um novo programa nas manhãs. Ana Maria será mantida. Até porque na Globo as mudanças são sempre lentas – como no Comitê Central do PC da China. A Globo é um transatlântico que se manobra lentamente.

Se a Fátima emplacar, pode virar uma nova Ana Maria. O programa dela deve contar com outras estrelas globais (Pedro Bial, quem sabe?).

A mudança de apresentadores tem esse duplo sentido: enfraquecimento de Kamel (que continuará a ter seu camarote no transatlântico global, mas talvez já não frequente tanto a cabine de comando); e estratégia pra recuperar audiência nas manhãs.

A conferir.

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Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#622 Mensagem por Carnage » 05 Dez 2011, 22:03

http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-ko ... udo-a-ver/
Memória: Globo e Collor contra Lula, tudo a ver
Ricardo Kotscho

O problema de ficar velho nesta profissão de jornalista é que a gente viu, ouviu e viveu as coisas de perto, testemunha ocular e auricular.

Sempre que ressurge no noticiário uma história de 20, 30, 40 anos atrás, pedem-me para escrever sobre o evento. Estudantes frequentemente me procuram para contar como aconteceram variados episódios da vida brasileira no último meio século.

De vez em quando, a memória falha, mas tem certas passagens que testemunhei e nunca vou esquecer. Uma delas, certamente, foi o que aconteceu no debate decisivo entre Collor e Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 1989.

Eu era assessor de imprensa do então candidato Lula e participava das reuniões com as emissoras e representantes dos adversários para definir o formato dos debates na televisão junto com algum dirigente do PT ou outro membro da campanha.

Na última reunião para o segundo debate, na TV Bandeirantes, em São Paulo, fui sozinho no meu carro para a emissora porque morava lá perto. Cheguei cedo e me surpreendi quando vi Cláudio Humberto, o assessor de imprensa de Collor, entrando na sala junto com Alberico Souza Cruz, da TV Globo, promovido a diretor de jornalismo após a campanha..

Até brinquei com eles _ "estou f...." _, mas me garantiram que tudo não passara de uma coincidência. Os dois pegaram por acaso o mesmo vôo no Rio para São Paulo.

Por acaso também, certamente, os dois tinham as mesmas propostas para o debate e eu me senti meio isolado na discussão.

Lembrei-me na manhã desta terça-feira de novembro de 2011 do que aconteceu naquela tarde do final de 1989 ao ler na "Folha" o título da página A11: "Ex-executivo da Globo mentiu sobre debate, diz Collor".

A polêmica surgiu após uma entrevista concedida no sábado à Globo News por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, manda-chuva da Globo na época, que agora está lançando seu livro de memórias.

Nesta entrevista, Boni contou como a principal rede de televisão do país ajudou o candidato Fernando Collor de Mello na preparação para o debate decisivo.

"Nós fomos procurados pela assessoria do Collor", revelou Boni, ao contar que recebeu ordens de Miguel Pires Gonçalves, então superintendente da Globo, para que "desse alguns palpites" na preparação do candidato do PRN.

Boni contou mais: "Conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com uma glicerinazinha, e colocamos as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, mas que estavam vazias ou com papéis em branco".

Principal executivo da Rede Globo na época, Boni afirmou na entrevista que "todo aquele material foi produzido, na parte formal", cabendo a Collor "o conteúdo".

Collor, ao seu estilo deixa que eu chuto, negou tudo: "Nunca pedi a ninguém para falar com o Boni, meu contato era direto com o doutor Roberto (Roberto Marinho, dono da emissora). Nunca tirei a gravata nos debates. Mentira. Suor: nem natural nem aspergido pelo Boni. Glicerina: mais uma viajada na maionese. Pastas vazias: ao contrário, cheias de papéis, números da economia, que sequer utilizei. Em resumo, o Boni despirocou".

O que de fato aconteceu do outro lado da disputa presidencial, só os dois podem dizer. Da minha parte, só sei que Collor sofreu uma derrota acachapante, como se diz no futebol, no primeiro debate, na TV Manchete, no Rio, e resolveu partir para o tudo ou nada no segundo.

Furioso, demitiu quase toda sua equipe de campanha naquela mesma noite ao voltar para o hotel. Chamou seu irmão Leopoldo Collor de Mello, ex-executivo da Rede Globo, para comandar a mudança, contratou novos marqueteiros, gastou o que tinha e o que não tinha, dinheiro não era problema.

Levou os últimos dias da campanha para a sarjeta e assim surgiu garboso e desafiante no palco do segundo debate. Estava de gravata e carregava um monte de pastas.

Também escrevi um livro de memórias para me ajudar nestas horas ("Do Golpe ao Planalto _ Uma vida de Repórter", Companhia das Letras, 2006) e foi de lá que tirei o texto transcrito abaixo sobre o que vi acontecer naquela noite:


Chovia forte em São Bernanrdo do Campo, e estava em cima da hora para irmos à TV Bandeirantes, no Morumbi. Lula já se encontrava no carro com Marisa quando Marcos, o filho mais velho, veio avisar que ligaram de Brasília informando que Collor levaria algumas pastas amarelas para o debate, com novas acusações contra ele no campo pessoal. No estúdio, Lula seguiu para o seu púlpito, sem sequer olhar para o oponente.

Mas, em vez de partir para o ataque, quando Boris Casoy lhe fez a primeira pergunta _ sobre a queda do Muro de Berlim, poucas semanas antes _, ele entrou direto na resposta. Com as mangas compridas do paletó escuro cobrindo-lhe até a metade das mãos, dispersivo, Lula em nada lembrava o candidato combativo da campanha.

Quando o debate terminou, eu o aguardava no corredor que liga os estúdios à sala reservada aos candidatos. Ele me deu um tapa nas costas e balançou a cabeça: "Perdemos a eleição. Eu me sinto como um lutador sonado".

Já de madrugada, fomos jantar em sua casa, mas a comida ficou esfriando na mesa. Nas 48 horas seguintes, Lula ainda seria obrigado a enfrentar toda espécie de boatos difundidos pela imprensa marrom e no boca a boca. Caso vencesse a eleição, diziam, fecharia os templos não católicos, tomaria casas, barracos, carros, televisões, bicicletas e até galinhas de quem tivesse duas para dividir com os mais pobres.

(...) Sábio Frei Chico, o irmão mais velho de Lula que o levou para o sindicalismo. Homem de boa paz e comunista, ele foi buscar lá nas origens da família as explicações para a implosão do candidato no final da campanha, especialmente no último debate: "Lá em Pernambuco, quando alguém ofende a família, o sertanejo só tem dois tipos de reação: ou mata o desafeto ou fica magoado. Lula ficou magoado...".

Deu para perceber isso na edição do debate que foi ao ar no telejornal Hoje, da TV Globo, na hora do almoço do dia seguinte. Lula não estava bem, perdeu. Mas o que se viu à noite, no Jornal Nacional, da mesma emissora, foi o resumo de outro debate. Editaram só os melhores momentos de Collor e os piores de Lula. O resultado do jogo, que tinha sido 2 X 1 na edição do Hoje, transformou-se magicamente em 10 X 0. Empolgados, os seguidores de Collor, quietinhos até então, saíram às ruas com bandeiras para comemorar.


A história pode ser reescrita de várias formas, mas os fatos não podem ser reinventados.

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Sempre Alerta
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#623 Mensagem por Sempre Alerta » 13 Dez 2011, 22:05

Liberdade de imprensa: para quê, para quem?

Ricardo Kotscho

Lançado faz apenas quatro dias, com 15 mil cópias, o livro A Privataria Tucana, do meu colega Amaury Ribeiro Jr., já é o mais vendido do país e está esgotado nas livrarias. O fenômeno editorial só não teve a oportunidade ainda de aparecer nas folhas da grande imprensa.

Como trata dos malfeitos do processo de privatização promovido pelo governo anterior, envolvendo com provas e documentos a fina flor do tucanato, até o momento em que comecei a escrever este texto, no final da tarde de segunda-feira, o livro foi solenemente ignorado.

O estrondoso silêncio contrasta com o barulho das denúncias contra ministros do governo atual, que repercutem imediatamente em todos os veículos, e passam semanas nas capas e manchetes.

Se o livro do Amaury não é bom e não prova nada, que se escreva isso com todas as letras. O que não dá é para fingir que o livro, resultado de mais de dez anos de pesquisas do repórter, não existe, é um fantasma criado pela blogosfera desvairada.
Meu amigo Nirlando Beirão, colega de trabalho aqui no R7 e no Jornal da Record News, já comentou o assunto em seu blog hoje ("Conheça o livro A privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr.") e no telejornal com o Heródoto Barbeiro, na sexta-feira.

Volto ao tema apenas para fazer as perguntas aí do título, que já repeti mil vezes e ninguém me responde. É para isso que defendem a liberdade de imprensa com tanto fervor e chamam de censura qualquer tentativa de se regulamentar a área de comunicação social?

Trata-se do exemplo mais descarado de manipulação da informação e do tratamento seletivo das denúncias do "jornalismo investigativo" da velha imprensa.

Para quê e para quem, afinal, serve esta liberdade de imprensa pela qual todos nós lutamos durante os tempos da ditadura, que eles apoiaram, e hoje é propriedade privada de meia dúzia de barões da mídia que decidem o que devemos ou não saber?

http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-ko ... para-quem/
O vergonhoso silêncio da “Grande Imprensa”.

Por Bob Fernandes

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... JQFijdzRWw

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#624 Mensagem por Compson » 14 Dez 2011, 09:37

Carnage escreveu:http://www.rodrigovianna.com.br/radar-d ... more-10754
Bastidores da troca no “JN”
Só agora li esse texto... Pô, muita moral pro cara. Ali Kamel é só um zé mané nas engrenagens globais...

É um pouco como no governo federal, os ministros "morrem como moscas", mas os substitutos são igualmente "pervertidos".

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#625 Mensagem por Carnage » 15 Dez 2011, 21:30

JORNAL NACIONAL
Autoelogios e autolouvação
Por Washington Araújo em 13/12/2011 na edição 672

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... tolouvacao

JORNAL NACIONAL
Quando o jornalista é a própria notícia
Por Raphael Tsavkko Garcia em 13/12/2011 na edição 672

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... ia_noticia

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#626 Mensagem por Carnage » 15 Dez 2011, 21:37

LIVRO-DENÚNCIA
O silêncio ensurdecedor
Por Washington Araújo em 13/12/2011 na edição 672

http://observatoriodaimprensa.com.br/ne ... a_imprensa]

O silêncio da mídia, por Bob Fernandes
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -fernandes

As relações perigosas da imprensa
Por Luciano Martins Costa em 13/12/2011, no Observatório da Imprensa

http://www.viomundo.com.br/denuncias/lu ... estas.html

A mídia não sabe o que fazer com "A privataria tucana"
Um curioso espírito de ordem unida baixou sobre a Rede Globo, a Editora Abril, a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e outros. Ninguém fura o bloqueio da mudez, numa sinistra brincadeira de “vaca amarela” entre senhores e senhoras respeitáveis. Como ficarão as listas dos mais vendidos, escancaradas por jornais e revistas? Ignorarão o fato de o livro ter esgotado 15 mil exemplares em 48 horas?
Gilberto Maringoni

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... na_id=5354

Venício Lima: Ao ignorar livro, grande mídia mostra moralidade seletiva
Ana Cláudia Barros

http://terramagazine.terra.com.br/inter ... ilida.html

Hoje Folha e Estadão finalmente quebraram o silêncio sobre o livro "Privataria Tucana". Por muito menos contra o PT e aliados já fizeram escândalos enormes. Agora começam a aparecer notinhas discretas, porque não tem mais como fugir do assunto, ainda mais que parece que uma CPI se avizinha. Acho que agora não tem como o PT empurrar pra baixo do tapete a história como fez na CPI do Banestado, sabe-se lá por causa de que acordo que fez com PSDB.

Mas a Globo continua se fingindo de besta.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#627 Mensagem por Carnage » 15 Dez 2011, 21:40

http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2 ... istas.html
Confira a carta entregue por Amaury Ribeiro Jr. aos jornalistas
26 de outubro de 2010 • 19h20 • atualizado às 19h25


O jornalista Amaury Ribeiro Junior entregou nesta terça-feira (26) uma carta aos jornalistas contendo parte do material entregue por ele à Polícia Federal em relação a investigações que fez no período de 1998 e 2002 sobre as privatizações de empresas estatais no governo Fernando Henrique Cardoso. A nota contém informações sobre a CPMI do Banestado, conseguidas, segundo o jornalista, "de forma legal sem quebra de sigilo fiscal". Ele reitera também não ter sido movido por nenhuma militância partidária, mas sim pelo "jornalismo".

Amaury foi indiciado, nesta segunda-feira (25), por quatro crimes no caso que investiga a violação do sigilo fiscal de lideranças tucanas e familiares do candidato à presidência José Serra (PSDB). De acordo com o parecer da PF, o jornalista cometeu os crimes de violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documento falso e oferecimento de vantagem a testemunha.

Confira na íntegra a carta de Amaury Ribeiro Jr.:

Nota à imprensa

Aos colegas jornalistas:

Estou passando às mãos de todos cópia de uma pequena parte do material que entreguei hoje à Polícia Federal. Todos os papéis foram obtidos de forma legal sem quebra de sigilo fiscal. Vale lembrar que a documentação refere-se aos anos de 1998 até 2002.

O que foi entregue não é resultado de militância partidária, que nunca tive, e sim da única militância que reconheço e pratico, a do jornalismo. Prova disse é que, em junho de 2005, fui o autor de "Aparece o dinheiro", reportagem de IstoÉ (edição 1863), em que foi exposto o Mensalão do PT. Desejo que a liberdade de imprensa em vigor no país possa servir, agora, ao esclarecimento da população.

São informações oficiais a que tive acesso nos longos anos em que estou trabalhando no tema das privatizações. Pela primeira vez estão sendo trazidas ao conhecimento público. São, portanto, absolutamente inéditas. Foram obtidas judicialmente através de uma ação de exceção de verdade. São documentos da CPMI do Banestado, cujo acesso estava, até então, proibido aos brasileiros. Agora, vieram à luz. Espero que possam, enfim, ajudar a esclarecer um período sombrio do país. Vocês são parte importante e decisiva neste processo.

Chamo a atenção para dois pontos especialmente, ambos alicerçados em informações oficiais obtidas pela dita CPMI na base de dados da conta Beacon Hill do banco JP Morgan Chase e no MTB Bank, ambos de Nova York. A Beacon Hill Service Corporation (BHSC) onde eram administradas muitas subcontas com titulares ocultos. Nos EUA, a BHSC foi condenada em 2004 por operar contra a lei. No Brasil, inspirada pela designação Beacon Hill, a Polícia Federal deflagrou a Operação Farol da Colina, apurando, entre outras personalidades envolvidas, nomes como os do ex-governador paulista Paulo Maluf e do banqueiro Daniel Dantas. Os pontos em questão são os seguintes:

1 . Os depósitos comprovados (pag. 4/11) do empresário GREGÓRIO MARIN PRECIADO, casado com uma prima de JOSÉ SERRA e ex-sócio do ex-governador de São Paulo (o mesmo SERRA), na conta da empresa Franton Interprises (pag. 3/11), vinculada ao ex-caixa de campanha do próprio SERRA e de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, RICARDO SÉRGIO OLIVEIRA. A soma de tais valores ultrapassa os US$ 1,2 milhão e cresce sobretudo no ano eleitoral de 2002, quando SERRA foi candidato à Presidência. Mais de 80% dos recursos recebidos pela Franton na Beacon Hill tem origem em PRECIADO. RICARDO SÉRGIO, como se sabe, foi diretor do Banco do Brasil e o grande articulador de consórcios de privatização no período FHC.

2. Os depósitos realizados pela empresa Infinity Trading, pertence ao empresário CARLOS JEREISSATI, (pag 9/11) igualmente na Franton Interprises e RICARDO SÉRGIO. JEREISSATI liderou um dos consórcios que participou dos leilões de privatização e comprou parte da Telebrás. É de conhecimento geral que a formatação de consórcios e as privatizações da Telebrás também tiveram a intervenção de RICARDO SÉRGIO. Em muitas ocasiões se falou de propina na venda de estatais, mas esta é a primeira vez que aparece uma evidência disso lastreada por documentos bancários oficiais.

Tenho certeza da relevância do material e espero que façam bom uso dele. Um abraço a todos e bom trabalho.
Amaury Ribeiro Junior
Repórter

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roladoce
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#628 Mensagem por roladoce » 15 Dez 2011, 21:55

Claro que a grande midia não dará vasão!!!

Não foi falando do PT!!

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#629 Mensagem por Carnage » 18 Dez 2011, 16:22

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=19219
STF é acionado para acabar com concessão de rádio e TV a políticos
Ação é do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que pede que Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste sobre controle da concessões por políticos com mandato eletivo. Ação lista quase 50 parlamentares por trás de outorgas. Presidente do PSOL diz que prática distorce democracia. Ministro das Comunicações também é contra, mas acha que Congresso não aprova.

Najla Passos

BRASÍLIA - Um dia após Marinor Brito (PA) perder o mandato no Senado para o “ficha suja” Jader Barbalho (PMDB-PA), detentor das outorgas de vários veículos de comunicação, o partido dela, PSOL, acionou o mesmo Supremo Tribunal Federal (STF) exatamente para questionar concessões de rádio e TV a políticos com mandato.

A ação elenca 41 deputados e sete senadores que possuem concessões em seus nomes. Para o PSOL, esse é até um número subestimado, pois não raro os políticos têm parentes, empresas e laranjas por trás de concessões.

Segundo o PSOL, a prática, além de inconstitucional, fragiliza a democracia brasileira e perpetua o chamado coronelismo eletrônico. “Quem deve fiscalizar as concessões de rádio e TV no país não pode controlá-las”, disse o presidente do partido, Ivan Valente.

De acordo com ele, o objetivo da ação é impedir novas concessões para políticos com mandato, coibir a renovação das já concedidas e proibir a diplomação e posse daqueles que, por quaisquer motivos, venham driblar esse preceito constitucional.

A alegação de inconstitucionalidade se baseia no descumprimento de onze preceitos constitucionais, entre eles a liberdade de expressão, o direito à informação, o princípio da isonomia, a soberania política e a democracia.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já disse que é contra a concessão de outorgas a políticos, pelas mesmas razões apontadas pelo PSOL, e que o governo poderia incluir esse veto na proposta de marco regulatório da radiodifusão, que está em estudo. Mas ele acha também dificilmente a proposta passaria no Congresso, que não legislaria contra si.

O partido diz que a ação não foi motivada pela decisão do Supremo que reconduziu Jader ao Senado – embora o paraense possa ser afetado, caso a corte aceite a ação. Já vinha sendo articulada há vários meses, a partir de levantamento apresentado pelo Coletivo Intervozes, uma organização da sociedade civil que pesquisa a comunicação no Brasil.

“Nos procuramos vários partidos ligados à causada da comunicação, mas só o PSOL se dispôs a ingressar com a ação em parceria conosco”, disse o coordenador da organização, Gesio Passos.

Coronelismo eletrônico
Ivan Valente lembra que a distribuição de canais de rádio e TV vem sendo usada como moeda de troca na política brasileira desde a ditadura militar. “O ex-presidente José Sarney distribuiu quase cem canais para garantir a ampliação do seu mandato. E os ex-presidentes FHC e Lula perpetuaram o modelo”, denuncia ele.

A família Sarney, inclusive, é usada como exemplo clássico de coronelismo eletrônico. O ex-presidente José Sarney não possui nenhum veículo em seu nome, mas a filha dele e governadora do estado, Roseana Sarney, e o filho e deputado, Sarney Filho (PV-MA), possuem vários, de diferentes modalidades.

O lider do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), acredita que quem controla meio de comunicação orienta o caminho da nação. “Esse fato absolutamente agressivo à Constituição brasileira, já naturalizado, não pode continuar sem nenhuma reação da sociedade, porque adultera o processo eleitoral e limita a nossa já frágil democracia”.

Para ele, são ilegalidades como esta que permitem que políticos com a ficha suja, como Jader Barbalho, se perpetuem na política desde a ditadura, exercendo influencia na população por meio de seus canais de rádio e TV.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#630 Mensagem por Comedor da ZN » 20 Dez 2011, 18:05

O Sindicato dos jornalistas estuda medidas judiciais contra a direção da Rede TV pelo atraso no pagamento dos jornalistas. A situação na emissora é constrangedora. Os funcionários estão indignados com a falta de respeito e com a postura dos diretores da empresa, que nem se dignam a dar uma satisfação aos pais de família que estão sem vencimentos no final de ano.
A indignação chegou a tal ponto que uma jornalista fez o seguinte desabafo: "Queria só entender como tem "empresário" que consegue colocar a cabeça no travesseiro e dormir, sabendo que há centenas de profissionais sem salário há no mínimo 2 meses bem na semana do Natal. E o pior: como tem assessor de imprensa (ou seja, coleguinha) que se digna a desmentir o óbvio com a seguinte pérola: " é mentira desses funcionários, pois os salários estão em dia".
Não é de hoje que a Rede TV trata seus profisssionais com desrespeito, mas não havia na história da emissora um período com atraso nos salários. A indignação na redação e também na área técnica e administratica é geral.
Segundo informações que circularam nos principais jornais de São Paulo, por uma briga entre seus dois principais acionistas, a RedeTV ainda deve boa parte dos salários de outubro e de novembro para os prestadores de serviço, o que inclui apresentadores de vários programas, inclusive Luciana Gimenez, esposa de um dos sócios da emissora, o vice-presidente Marcelo Carvalho.
Na festa de Natal que a Rede TV fez para seus funcionários, ainda segundo notícia publicada pelo colunista Alberto Pererira Junior, "a emissora fez a “festinha” natalina onde "o presidente Amílcare Dallevo, resolveu fazer um discurso para falar das novas metas da emissora. Depois dele, apareceu o vice-presidente, Marcelo de Carvalho, fantasiado de Papai Noel, que disse, em deboche, que não iria dar presente porque não deve nada a ninguém. O clima tava tão chato que o responsável pela parte financeira da emissora nem se quer deu “as caras”, isso porque tava com “medo” de receber reclamações ou algo do tipo."
Editado pela última vez por Comedor da ZN em 20 Dez 2011, 18:10, em um total de 1 vez.

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