Inconscientemente, deseja-se que ambos tivessem morrido, para que tudo parecesse mais justo.
Ora, poderia ter sido o inverso, já que o imponderável sempre atua nesses casos, e o “playboy do porsche” bem poderia ter se espatifado em um prédio ao tentar desviar da tucson, e ninguém saberia quem era a jovem e loira advogada que supostamente atravessou o sinal fechado.
Mas, como isso tudo nada muda, é evidente que ser o causador da morte de alguém tem um peso enorme, seja em quem for.
Então, achar que alguém esteja se lixando por ter matado outra, entra na conta daquilo que se chama imaginário coletivo.
Do mesmo modo, negar ao “playboy do porsche” a sorte de estar e permanecer vivo, não passa de mesquinhez de quem pretende vivenciar toda essa situação, mas não passa de mero e distante observador.