RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#91 Mensagem por Dr. Zero » 14 Abr 2011, 22:08

se o insigne florestal tivesse trabalhado no funcionalismo estadual, em pouquíssimo tempo ele vai querer atirar pedra nessa turma de tucanos/peemedebistas que desde a saída de José Maria Marin (vice de Paulo S. Maluf) não larga o osso

P.S. 1 isso não tem nada a ver com petismo, tem mais a ver com exploração mesmo — com aquele papo que eu já mencionei de "eficiência administrativa" (reengenharia, 5S, Seis-Sigma, Kanban, JIT, terceirização intensiva) que curiosamente só acontece pro pessoal de baixo, que resumindo é fazer o caboclo terceirizado fazer o trabalho que antes era de quatro ou cinco pessoas, e mesmo sem encargo nenhum (terceirizado não tem direito trabalhista nenhum, se alguém aqui não sabe), o salário não sobe senão descontrola as despesas

P.S. 2 o melhora do valor do "vale-coxinha" não tem nada a ver com as qualidades do PSDB, aí foi mais a dignidade humana que estava em jogo

P.S. 3 na hora de jogar bomba de gás e spray de pimenta no povo, PMDB, PSDB e PSD é tudo farinha do mesmo saco

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#92 Mensagem por Dr. Zero » 16 Abr 2011, 21:24

o Francisco Rossi, apesar de todos os defeitos, tinha razão em dizer a certa altura de uma eleição (no que foi atacado por todos os lados) que o estado precisava de uma auditoria geral

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#93 Mensagem por Carnage » 28 Abr 2011, 23:28

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... no-alckmin
DEM ameaça romper com tucanos de SP em 2012

Partido aproveita crise no PSDB para pressionar Alckmin por espaço

Democratas querem comando da Secretaria de Desenvolvimento, mas governador resiste

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
Da Folha


Ciente da crise que assola o PSDB paulistano, o DEM colocou em xeque a aliança com os tucanos nas eleições de 2012 para pressionar o governador Geraldo Alckmin a abrir espaços à legenda na administração estadual.

Dirigentes do partido reivindicam participação no governo desde março, quando o vice-governador Guilherme Afif Domingos anunciou que deixaria o DEM para fundar um novo partido, o PSD, ao lado do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

A pressão foi ampliada na última semana, quando 6 dos 13 vereadores do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo deixaram a legenda.

Todos os dissidentes são aliados de Kassab desde 2008, quando o prefeito conseguiu a reeleição e derrotou Alckmin com o apoio de José Serra e parte do PSDB.

Pelo menos dois dos vereadores que deixaram o PSDB se filiarão ao PSD. Os outros deverão migrar para siglas que compõem o arco de alianças do prefeito.

Kassab pretende contar com o apoio de partidos como o PV e o PPS nas próximas eleições.

Essa articulação restringe o número de legendas a que o PSDB poderá se aliar para a eleição municipal.

Aproveitando-se desse cenário, o DEM deixou claro para Alckmin que o sucesso da negociação dos espaços na administração paulista será determinante para garantir uma parceria em 2012.

REPRESENTANTE

O DEM já definiu que o deputado federal Rodrigo Garcia será o representante do partido para o governo paulista. O Palácio dos Bandeirantes aceitou o nome.

Falta consenso, no entanto, sobre qual será a pasta que o partido comandará.

A legenda articula herdar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, hoje nas mãos de Afif Domingos.

Por conta da aliança com Kassab, ele deverá perder a chefia da pasta.

Mas o governador considera que a secretaria concentra projetos prioritários e, por isso, deve ficar fora de possíveis disputas políticas.

O Via Rápida para o Emprego, por exemplo, carro-chefe da estratégia de Alckmin para alavancar a formação profissional no Estado, é coordenado pela pasta.

Diante disso, o tucano ofereceu ao DEM o comando da Secretaria de Agricultura. O comando da sigla, no entanto, só cogita aceitar a pasta se ela receber um aporte de programas e recursos.

Alguns projetos saíram do guarda-chuva da Agricultura, como o programa assistencial Viva Leite, que passou para a Secretaria de Desenvolvimento Social.

O governador Alckmin espera resolver o impasse com o DEM até o fim dessa semana. Tão logo chegue a um acordo com a legenda, Afif Domingos deverá ser afastado da secretaria.

No Palácio dos Bandeirantes, sua queda é considerada uma "unanimidade".



http://colunistas.ig.com.br/ricardokots ... -oposicao/
Em silêncio, Serra assiste à agonia da oposição

Tema dominante nas colunas políticas das últimas semanas, a agonia em praça pública dos partidos de oposição não mereceu ainda qualquer manifestação do seu maior líder até o final do ano passado, o ex-candidato presidencial José Serra, que sumiu do cenário político.

Na medida em que PSDB e DEM vão desmilinguindo a cada dia, e engordando o PSD de Gilberto Kassab, mais estranho fica o silêncio do ex-governador paulista, que abriu duas frentes de combate nos bastidores e sumiu.

No plano federal, os serristas disputam o comando do partido com o senador mineiro Aécio Neves, que se apresenta como candidato natural dos tucanos nas eleições de 2014. Em São Paulo, o confronto se dá entre a turma de José Serra e a turma de Geraldo Alckmin, com os dois lados sofrendo baixas. Na semana passada, perderam metade da bancada de vereadores paulistanos.

Nesta segunda-feira, foi a vez do serrista Walter Feldman, secretário da prefeitura paulistana e um dos fundadores do partido, pedir para sair do PSDB.

Desde o dia 18 de março, quando foi anunciada oficialmente a criação do PSD de Kassab, uma cria de Serra recrutada no malufismo para ser seu vice e depois prefeito de São Paulo, a oposição passa por um desmanche federal.

O que quer Serra, afinal? Qual o seu papel na criação do PSD, que pode ser tudo, menos um partido de oposição? O que ele acha da fusão do PSDB com o DEM, já chamado de o abraço dos afogados? O que fazer com o PPS do seu aliado Roberto Freire, que foi à Justiça para salvar alguns (poucos) parlamentares em suas fileiras?

Ninguém sabe. A situação chegou a tal ponto que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi obrigado a sair dos seus cuidados para tentar salvar alguns aliados do seu lado.

Primeiro, FHC lançou um manifesto, “O papel da oposição”, que deveria servir de bússola para os náufragos, mas no fim só aumentou a confusão, causando divergências entre os líderes tucanos, que não entenderam direito a opção dele pela nova classe média, deixando o “povão” para o PT.

Agora, o ex-presidente está sendo chamado para servir de bombeiro até em Santa Catarina, onde o governador Raimundo Colombo, o único do aliado DEM, também está ameaçando sair do partido, abrindo a porteira para a família Bornhausen.

O estado de saúde da oposição brasileira é tão grave que deve estar preocupando até mesmo o governo federal e os que verdadeiramente defendem a democracia no país. Não é bom para ninguém que sucumbam as lideranças dos partidos de oposição, deixando o campo livre para setores radicalizados da mídia, do empresariado e das igrejas.

Nestas horas, ainda mais com a delicada situação econômica do momento, costumam aparecer malucos salvadores da pátria, o que é sempre um perigo. Para se ter uma ideia, a bancada da oposição caiu para apenas 96 parlamentares na Câmara Federal, num total de 514 deputados, o menor número em 15 anos.

De outro lado, a base do governo cresceu tanto que a ministra Ideli Salvatti, da Pesca, se permite até fazer piada: “Com uma base assim, é melhor passar protetor…”.

Aguarda-se alguma palavra de José Serra, ainda que seja pelo twitter.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... a-politica
Pelada em praça pública

Fernando de Barros e Silva – 23/04/2011

Folha de S.Paulo


SÃO PAULO - Roupa suja se lava em casa. Sim, mas a oposição já não tem roupa, está pelada no meio da rua, exibindo a sua crise em praça pública. Perdeu, literalmente, a vergonha de mostrar seus vexames.

A nudez é tanto do DEM quanto do PSDB. Anteontem, no jornal "O Globo", o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) desafiava: "Que os coveiros fracassados sigam o caminho adesista e de traição. As urnas darão a resposta!". Referia-se ao tesoureiro do partido, Saulo Queiróz, de saída para o PSD de Gilberto Kassab, e ia além: "O Saulo é um cão fila do Jorge Bornhausen, que está agindo nos bastidores para minar o partido". O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, deve trocar o DEM pelo PSD.

No "Painel" da Folha de ontem, o senador tucano Aloysio Nunes dizia o seguinte: "Stalin bania os inimigos para se manter no poder. O PSDB agora extermina seus amigos para se manter na oposição". Atacava o grupo alckmista, acusado de segregar vereadores simpáticos a Serra-Kassab, seis dos quais debandaram do ninho piando alto contra a turma do governador.

O PSD pode ter sido o deflagrador imediato dessa crise, mas o partido de ocasião do prefeito é muito mais um sintoma da fragilidade da oposição do que a sua causa.

É irônico que essas cenas de desinteligência explícita venham logo na sequência do artigo em que FHC se esforçava para dar um sentido programático, estratégico e coletivo à ação do PSDB.

A palavra de ordem mostra-se impotente e vazia diante do clima de "cada um por si" que toma conta dos tucanos, do DEM, dos dissidentes, da oposição. Kassab virou líder do Partido Salve-se quem Puder.

A fusão dos cacos do PSDB com o que restou do DEM entrou na roda de conversas. Mas, por ora, as reações contrárias de lado a lado à formação desse novo-velho partido parecem mais fortes.

O movimento da oposição não é mesmo de fusão nem de união, mas de dissolução, de esfarelamento.

http://noticias.terra.com.br/brasil/not ... m+DEM.html
FHC lamenta baixas tucanas e admite chance de fusão com DEM
27 de abril de 2011 • 08h38 • atualizado às 15h13


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu na terça-feira haver a possibilidade de fusão entre PSDB e DEM, mas ressaltou que as conversas são "preliminares". Ele negou que se reuniria amanhã com lideranças de seu partido para discutir a eventual união. "Existem propostas nesse sentido. São aspectos delicados. Acho que o mais importante é manter a coesão dos partidos e, desde logo, dizer: aconteça o que acontecer, vamos nos manter unidos com certos objetivos maiores. Não sei qual a tendência, se vai haver fusão ou não." As informações são da Folha de S. Paulo.

O ex-presidente deixou claro que sua preocupação mais urgente é a debandada nas fileiras tucanas, em especial a saída do ex-deputado Walter Feldman do PSDB. "Eu acho lamentável a saída de qualquer pessoa, sobretudo de uma pessoa importante. No momento, nós devemos fazer um esforço pela coesão. Faço até mesmo um apelo. Não é o momento de ampliar divisões", disse. As declarações foram feitas durante evento no Instituto FHC, que debateu a situação política e econômica na Venezuela e recebeu várias lideranças de oposição ao presidente Hugo Chávez.


http://moglobo.globo.com/integra.asp?tx ... 324938.asp
DEM assume nova secretaria no governo Alckmin
Plantão | 26/04 às 16h00 Silvia Amorim


SÃO PAULO. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente nacional do DEM, José Agripino Maia (RN) acertaram nesta terça-feira o novo espaço do DEM no governo paulista. O partido comandará a Secretaria de Desenvolvimento Social, hoje encabeçada por um deputado estadual do PSDB. A negociação é um gesto importante num momento em que os dois partidos discutem uma fusão no futuro.

O rearranjo foi necessário porque com a desfiliação do vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento, Guilherme Afif Domingos, que segue para o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o DEM ficou sem representante no governo.

O deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) assumirá o cargo de secretário de Desenvolvimento Social. A posse dele foi marcada para a próxima segunda-feira.

_ Com o convite ao Rodrigo Garcia feito pelo governador, o partido se sente atendido e estão encerradas as negociações _ afirmou Agripino ao GLOBO.

O atual titular da pasta, Paulo Alexandre Barbosa, chegou ao Palácio dos Bandeirantes no meio da tarde para audiência com o governador e o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo. Afif também chegou há pouco na sede do governo paulista.

Até agora, o governo não se pronunciou oficialmente sobre as mudanças.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... principios
Abraço de afogados

RICARDO MELO
Da Folha


SÃO PAULO - Durante uns bons anos, a academia adorava divagar sobre a "crise da esquerda". Gastou-se muito papel, tinta e dinheiro para dissecar a falência do modelo comunista -na verdade, a derrocada do projeto stalinista, que subverteu os ideais de uma sociedade igualitária e democrática. Sobre os escombros do Muro de Berlim, as trombetas tocavam para festejar a direita e o conservadorismo.

Nada como um dia depois do outro. O stalinismo não ressurgiu, ainda bem, mas a crise se deslocou. Aqui no Brasil, seus contornos políticos aparecem, por exemplo, no esfacelamento constrangedor do PSDB, que de social-democrata só ostenta o nome no registro.

No seu principal bastião, São Paulo, o partido definha em praça pública e perde gente para, quem diria, o balaio de Gilberto Kassab. É pena para todo lado, num processo ainda longe de acabar: toda hora aparece um tucano de alta ou média plumagem para reclamar da vida, do partido e, por trás disso, da distância cada vez maior em relação às benesses do poder.

O ex-presidente Fernando Henrique tenta salvar o que pode da lavoura. O espetáculo é quixotesco. Fala-se em ir atrás da "nova classe média", seja lá o que isso significa. Em outro momento, cogita-se a fusão do partido com o DEM.

Do ponto de vista da proximidade, não há grande notícia -nos oito anos de FHC no governo, o então PFL e o PSDB sempre agiram como Kate e William à beira do altar. Mas, vamos e venhamos, hoje em dia até para tucanos seria preciso algum estômago para celebrar a união.

Programa? Projetos de governo? Discussão de princípios? Nada disso. Apenas um abraço de afogados.

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#94 Mensagem por Tricampeão » 29 Abr 2011, 00:13

Carnage escreveu:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu na terça-feira haver a possibilidade de fusão entre PSDB e DEM, mas ressaltou que as conversas são "preliminares".
Agora, sim.
Esse discurso é sincero e realista, ao contrário daquele anterior.
Se for pra votar num candidato fascista, o DEM convence mais que o PSDB. Não há dúvida.
Por isso não faz mais sentido o PSDB existir.

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Re:

#95 Mensagem por Carnage » 30 Abr 2011, 02:00

Tricampeão escreveu:
Carnage escreveu:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu na terça-feira haver a possibilidade de fusão entre PSDB e DEM, mas ressaltou que as conversas são "preliminares".
Agora, sim.
Esse discurso é sincero e realista, ao contrário daquele anterior.
Se for pra votar num candidato fascista, o DEM convence mais que o PSDB. Não há dúvida.
Por isso não faz mais sentido o PSDB existir.
Isso, funde os dois e muda o nome pra ARENA.

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#96 Mensagem por Tricampeão » 30 Abr 2011, 11:20

Carnage escreveu:
Tricampeão escreveu:
Carnage escreveu:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu na terça-feira haver a possibilidade de fusão entre PSDB e DEM, mas ressaltou que as conversas são "preliminares".
Agora, sim.
Esse discurso é sincero e realista, ao contrário daquele anterior.
Se for pra votar num candidato fascista, o DEM convence mais que o PSDB. Não há dúvida.
Por isso não faz mais sentido o PSDB existir.
Isso, funde os dois e muda o nome pra ARENA.
Ou Ação Integralista Nacional.

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Re: Re:

#97 Mensagem por Dr. Zero » 30 Abr 2011, 15:28

Carnage escreveu:
Tricampeão escreveu:
Carnage escreveu:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu na terça-feira haver a possibilidade de fusão entre PSDB e DEM, mas ressaltou que as conversas são "preliminares".
Agora, sim.
Esse discurso é sincero e realista, ao contrário daquele anterior.
Se for pra votar num candidato fascista, o DEM convence mais que o PSDB. Não há dúvida.
Por isso não faz mais sentido o PSDB existir.
Isso, funde os dois e muda o nome pra ARENA.


:badgrin: :badgrin: :badgrin: :badgrin:

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#98 Mensagem por Carnage » 03 Mai 2011, 23:16

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... o-politica
PSDB: a hora tardia da reflexão política
Enviado por luisnassif, seg, 02/05/2011 - 12:12


Por mais que tente analisar, não consigo ver futuro no PSDB. Haverá o PSDB de Alckmin e o de Aécio, mas não o PSDB nacional, como alternativa de pensamento e poder.

O que Leôncio coloca em sua entrevista é uma espécie de neossebastianismo intelectual: um cavaleiro que surgirá no horizonte no seu cavalo branco, armado de ideias e de liderança, ou quem sabe um El Cid Campeador, e ressuscitará o partido.

Não é assim.

Embora não tivesse militância, como o PT, o PSDB que chegou ao Real era fruto de circunstâncias históricas únicas. Eram os combatentes da ditadura que, em determinado momento, fugiram do fisiologismo do PMDB.

Naquelas circunstâncias, o partido passou a ganhar adeptos na sociedade civil. Não apenas a mídia, sua maior aliada, mas setores modernos, de diversos segmentos econômicos e sociais.

No meu livro "Os Cabeças de Planilha" escrevo sobre vários temas de modernização, sementes plantadas nos anos 80 e 90, que começam a florescer nos anos 90. A questão da descentralização, do estado enxuto (porém forte), dos programas de qualidade, da inovação, a herança da Constituinte, criando cidadãos, definindo recursos obrigatórios para saúde e educação etc.

FHC tornou-se o receptador automático de todas essas ideias, porque, depois dos problemas dos governos Sarney, Collor e Itamar, pela primeira vez parecia-se ter um governo racional. Para ele convergiram as esperanças dos setores racionais do país, segmentos técnicos, universitários, pessoal de inovação, gestão, saúde, meio ambiente, novas ONGs desenvolvendo tecnologias sociais.

A visão do Leôncio – de que ideias brotam do nada – é inexplicável para alguém que era apresentado como do exército intelectual de FHC. A rigor, FHC não desenvolveu um só tema modernizante. Limitou-se a ficar em estado de êxtase com o sucesso do real, repetindo bobagens como "uma nova Renascença chegando", sem conseguir coordenar o exército que se apresentava.

Esse momento, mágico, único, foi jogado fora por FHC e mais ainda por esse enorme blefe chamado José Serra.

Quando Serra foi eleito, escrevi um artigo dizendo que ou ele rompia com o fernandismo e inaugurava o serrismo (modo de dizer que seria fundamental a reciclagem de ideias no PSDB) ou desapareceria. Ele me ligou e disse que era amigo de FHC e jamais romperia com ele. Eu falando de princípios programáticos e ele pensava nas relações pessoais – típicas do compadrio da tradição social e política brasileira mais atrasada.

Até pouco tempo atrás, eram tucanas as melhores cabeças na área de inovação e universidade. Geraldo Alckmin jamais conseguiu aproveitá-las, por não ter visão sobre o tema. Quando Serra entrou, imaginei que faria uma revolução na economia paulista, trazendo as ideias desses quadros. Que nada! Um dia encontrei um dos principais militantes da inovação, serrista de primeira hora. Perguntei: e aí? E ele: não dá, o homem tem raiva da Universidade.

Até 2002, o PT não tinha conseguido se apossar ainda de nenhuma das bandeiras modernizantes. Mas tinha a bandeira mais forte: o aprofundamento das políticas sociais, a reação contra a fome e a miséria, resultantes óbvias do processo de cidadania deflagrado pela Constituinte e da extraordinária insensibilidade social no discurso público de FHC.

Agora se entra em novo tempo político e econômico em que se percebe o desenvolvimento como algo sistêmico. E o PSDB ingressa sem votos, sem quadros e sem a menor condição de ser o receptador das novas ideias: todas ficaram com os governos Lula e Dilma, na passagem do PT de oposição a governo.

Inovação? O Ministério de Ciências e Tecnologia de Sergio Rezende e Aluizio Mercadante levaram os melhores quadros. Gestão? Dilma é a gestora e tem como assessor de luxo Jorge Gerdau. Desenvolvimentismo? Os irmãos Mendonça de Barros tentaram lançar a bandeira, quando montaram sua revista mas não houve nenhuma repercussão nas hostes tucanas. Hoje os desenvolvimentistas estão no governo Dilma.

E Dom Sebastião FHC fala genericamente em conquistar a nova classe média que está se formando. Conquistar como? No gogó?

Essa conquista, a formação de princípios programáticos se dá na prática, na criação de políticas específicas que tragam resultados. É essa soma de ideias, em cada setor, que comporá o desenho final de partido. Não há necessidade de formulações abstratas. O que se exige é clareza sobre algumas ideias básicas, que ajudem e consolidar a percepção geral sobre o partido, mas apenas após aparecerem resultados dessas políticas específicas.

E quais são as ideias-forças atuais? Inclusão social, o sonho do suposto destino manifesto de grande potência, a transição do modelo financista para o desenvolvimentista (sem abrir mão dos benefícios de um mercado de capitais desenvolvido), a integração regional, o aprimoramento da gestão pública.

O PT ampliado tem as bandeiras, os quadros técnicos, a militância.

E alguém acha que um partido de proveta como o PSD irá conseguir repetir a saga do velho PSDB? E alguém acha que o PSDB atual conseguirá renascer das cinzas em circunstâncias que nada têm mais a ver com as que motivaram sua criação?

No período de abundância o partido não criou quadros, não criou militância, não criou um modo de governar. Era um caciquismo permanente e a arrogância de quem se julgava portador das grandes verdades. Não será agora, dividido, sem ideias, sem militância, que conseguirá.

Como disse José Sarney antes das eleições, a nova oposição sairá das entranhas da situação.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... turo-do-pt
Uma análise do futuro do PT
Enviado por luisnassif, seg, 02/05/2011 - 15:46
Por H. C. Paes


Falar em futuro, no caso de partidos nacionais, é falar em presidência da república.

Dirceu é um ano mais velho que a Dilma. Só terá uma chance de concorrer à presidência, em 2018 (ou 2019, caso a reforma política aprove o mandato de cinco anos). É estrela que já passou do zênite.

Lindberg, não conheço, mas parece bom articulador, afinal o PT carioca é uma bagunça e mesmo assim ele conseguiu se eleger senador.

Gleisi Hoffman e Maria do Rosário me passam boa impressão, como mulheres firmes e de princípios.

Fernando Haddad tem minha profunda admiração, mas não sei se um intelectual sóbrio como ele tem pulso ou estômago para presidir a república, ou carisma para enfrentar uma eleição.

O PT mineiro fez besteira, se enfraqueceu, mas não está morto. O PT gaúcho voltou a ganhar força.

E há Jaques Wagner na Bahia.

Ou seja, o PT está numa fase de transição de lideranças: cheio de políticos relativamente jovens, cheios de gás, querendo mostrar serviço. A eleição de Dilma foi ótima para arejar o partido da sombra - no sentido mais positivo, dada a envergadura da personagem - de Lula. Se um deles tem o "it" - anglicismo dos anos 40, lembram dele? - para ganhar expressão nacional, resta ver.

Por outro lado, a longa permanência de Lula à frente do PT provocou um vácuo temporário em relação aos outros partidos. O PSB já tem lideranças com mais experiência eleitoral e algum alcance nacional (Ciro Gomes, Eduardo Campos). As lideranças equivalentes do PT - supracitadas - ainda não amadureceram tanto em sua capacidade de articulação.

É por isso, creio eu, que o PT defende a lista fechada. Isso é porque as legendas de centro-esquerda são notórias pela disciplina partidária e convivência com várias correntes internas: coisas que fazem partidos fisiológicos e de direita racharem - como no caso do PMDB, do PTB e agora, do PFL e do PSDB - são resolvidas dentro dos próprios, em seus congressos. As dissidências são normalmente ideológicas e radicais, e tendem a perder expressão política rapidamente (PSTU, PCO), ao contrário das dissidências caciquistas e eleitorais de seus rivais (PSDB no caso do PMDB, e PSD no caso de PFL e PSDB), que costumam conseguir se manter na arena política mas padecem do mesmo pecado original de suas legendas-mães. E, apesar de haver personalidades fortes dentros do PT - Lula, Dirceu -, o partido não é marcado pelo caciquismo.

Ao defender a lista fechada, o PT e, em menor medida, o PC do B, demonstram confiar em sua hipótese de que tal ambiente partidário os favorece por causa dessa disciplina, herdada do marxismo e dos movimentos sindicais e sociais. A declaração de Fernando Haddad sobre a candidatura ao governo de São Paulo é emblemática: "sou um soldado do partido e enfrento a campanha se essa for a decisão da cúpula". Esse é o tipo de coisa que eu jamais ouviria de um membro do PMDB. Esse negócio de soldado do partido é bem coisa de comunista, mesmo que o PT esteja tão longe do socialismo quanto a Terra está de Netuno. Porém, esse também é o motivo por que os quadros do PT, no mais das vezes, crescem dentro do partido, ao invés de virem de outras legendas (com exceção de políticos que vêm de partidos mais à esquerda, como Lindberg ou Agnelo Queiroz). O PT na câmara, por exemplo, só cresce com eleições, nunca com adesões extemporâneas.

(Antes que me tachem de petista, não estou fazendo juízo de valor sobre as características do partido, meramente constatando essas características. Minha simpatia pelo PT é pontual e circunstancial, e compartilho de muitas das críticas que se fazem a ele aqui e alhures.)

A lista fechada pode acirrar os ânimos em legendas menos coesas e aumentar a briga de poder entre os caciques, especialmente no processo de formação das listas. Como já é bastante disciplinado, já usou a estratégia de pedir votos para o partido no caso da última eleição para a Câmara, e já usa o PED para montar os diretórios estaduais há anos, o PT deve estar calculando que vai se fortalecer enquanto os demais partidos se conflagram em contradições. É nessa lógica que entraria a defesa das federações partidárias, que deve voltar à baila quando a proposta de reforma política for a plenário. Se tudo correr como quer o PT, os partidos de centro-esquerda sobreviverão por causa da disciplina interna, mas terão de formar federações estáveis com o PT por causa do fim das coligações proporcionais; os partidos caciquistas vão implodir, a não ser no caso daqueles em que haja apenas um líder inconteste; e o PMDB vai se fragmentar. Em outras palavras, o melê ideológico do PT, citado sempre com desdém por colunistas da midiona - sim, o PIG - pode ser um fator positivo para o partido navegar através da reforma política.

Pode funcionar. Claro que a nova oposição, prevista pelo Sarney, não vai sumir, mas pode sofrer retardo em seu amadurecimento por causa da reforma política. Isso vale bem para o PSB. E, se houver esse retardo, pode ser a janela de que as lideranças mais "verdes" do PT, que têm chance de crescer após o fim da era Lula, precisam para ganhar projeção nacional.
http://easonfn.wordpress.com/2011/05/02 ... -e-kassab/
Governador de SC deixa o DEMO : Direita em peso adere ao PSD de Serra e Kassab

Agência Carta Maior


O dia 1º de Maio trouxe um presente simbólico aos trabalhadores brasileiros: o partido dos DEMOS, a velha cepa da ARENA e do PFL , desmilinguiu de vez com o anúncio da saída do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, para ingressar no PSD. Liderado nominalmente pelo prefeito de SP, Gilberto Kassab, o PSD é o novo polo do conservadorismo brasileiro.

Mas é, sobretudo, um torniquete a serviço de José Serra que pretende usá-lo para asfixiar as alas rivais do PSDB, deixando-lhes duas opções: apoiá-lo incondicionalmente como o candidato de 2014, em aliança com o PSD, ou morrer de inanição por sucessivas deserções em suas fileiras, até culminar com a do próprio Serra, que seria ungido, então, pelo novo bonde conservador. Entende-se agora a ‘radicalização’ do governador Aécio Neves que fez duras críticas ao governo no 1º de Maio.

Está em jogo a cabeça de chapa do conservadorismo em 2014: Aécio e Serra anteciparam a temporada de caça às credenciais. Vale tudo e vai jorrar sangue.
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Aécio se aproxima do novo PSD para consolidar candidatura à Presidência

Hoje principal nome do PSDB para 2014, senador mineiro conta com auxílio do ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen para se aproximar de Kassab; movimento visa neutralizar José Serra, que é o padrinho político do prefeito de São Paulo

02 de maio de 2011 | 23h 00

Christiane Samarco, de O Estado de São Paulo


BRASÍLIA - Até agora mero espectador do inchaço do PSD e do definhamento do DEM, o senador tucano Aécio Neves (MG), aspirante a candidato do PSDB à Presidência em 2014, colocou o partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no centro de seu radar de alianças. Com isso, o mineiro, que já tem o "espólio" do DEM, busca alargar sua rede de segurança política.

Nesta segunda-feira, 2, um dia depois de criticar os ataques de tucanos ao PSD e de defender a tese de que é preciso "conversar e manter vínculos" com os líderes do novo partido, o senador e deu um passo concreto para se aproximar da cúpula da legenda. Ele jantaria em Uberaba com o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen, linha de frente do prefeito de Kassab nas articulações para criar o PSD.

"Todos os que têm pretensão política devem manter as portas abertas. Acho inteligente a posição de Aécio de evitar críticas ao PSD", disse o ex-senador Bornhausen ao Estado no final da tarde de ontem, quando se preparava para o jantar na casa do deputado Marcos Montes (DEM-MG), parlamentar aecista. "A gente pode amanhã estar junto. Então, por que fazer crítica mais ácida?", emendou o ex-senador.

Com o incentivo de Bornhausen, Aécio se movimenta para fincar um pé na nova legenda, evitando que seu concorrente no PSDB - o ex-governador José Serra, que também tem um pretensões presidenciais em 2014 - tenha um canal exclusivo de diálogo com os dissidentes do DEM que estão migrando para o PSD, já que Kassab é afilhado político do ex-governador paulista.

O que abriu espaço para a aproximação em meio ao tiroteio de tucanos contra o PSD foi a declaração de Aécio durante as comemorações do 1.º de Maio em São Paulo. Ele aproveitou a festa organizada pelas centrais sindicais para falar de seu "apreço" por Kassab, embora observando que o novo partido "nasce sem identidade".

Anfitrião do jantar desta segunda, o deputado Marcos Montes informou que a senadora Kátia Abreu (TO), outra que está trocando o DEM pelo PSD, também estava sendo aguardada em sua casa. Embora a lista de convidados fosse extensa - algo em torno de 60 pessoas, a maioria delas políticos - ele adiantou que Bornhausen e Aécio seriam acomodados à mesma mesa.

"Eles são bons amigos. Bornhausen tem grande admiração pelo Aécio", justificou.

Mais do que afirmar que, hoje, Aécio está "naturalmente" melhor posicionado do que Serra no PSDB, com vistas ao projeto presidencial de 2014, Bornhausen diz que não vê "nenhum impedimento de natureza ideológica nem de ordem ética" para uma parceria futura.

O ex-presidente do DEM já saiu da legenda, mas deixará a tarefa de se filiar ao PSD reservada ao filho e deputado federal, Paulo Bornhausen (SC), hoje licenciado da Câmara para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico sustentável do governo de Santa Catarina.

"O futuro é deles. Eu serei um torcedor", afirmou o ex-senador, hoje apontado como braço direito de Kassab. "Participamos de uma etapa importante do País, com a redemocratização, e depois compartilhamos o bem sucedido governo Fernando Henrique, de mudanças. Minha função terminou", despista.

Nos bastidores, porém, sua atuação mostra que ele está bem longe da aposentadoria. No último fim de semana, acompanhou o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, a uma visita ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) para tratar do novo PSD. As conversas sobre fusão entre as duas legendas encerraram, mas o descarte desta hipótese não significa afastamento entre as siglas.

Muito ao contrário, os governadores Campos e Colombo acertaram uma parceria nas eleições municipais de 2012. O grande desafio do PSD é garantir a sobrevivência sem o tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, que é calculado de acordo com o desempenho da legenda nas eleições anteriores e o tamanho de suas bancadas no Congresso.

Em Santa Catarina, os candidatos a prefeito pelo PSD deverão disputar em aliança com os socialistas de forma a poderem contar com o tempo de televisão do PSB na campanha.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#99 Mensagem por roladoce » 04 Mai 2011, 23:39

Na minha humilde limitação na área politica, vejo que essa fusão, só tem o interesse de tentar fazer frente ao PMDB, em futuras barganhas em futuros governos...

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#100 Mensagem por Carnage » 15 Mai 2011, 19:54

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ou-crise-0
Os dois fenômenos
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Kassab é mesmo o político mais importante de São Paulo; como é possível que seja ele o relevo do Estado?

NEGÁ-LO, OU FINGIR que não percebe, não alteram a evidência: com a elevação de Lula a político acima de limites estaduais, Gilberto Kassab, senhoras e senhores, é mesmo o político mais importante de São Paulo. Não será isso um apelo bastante forte para os paulistas ilustrados e os nem tanto se entregarem, afinal, à reflexão que devem há tanto tempo, sobre si mesmos e sua relação com o Estado e o país?

Nem uma só frase sua, nem uma só ideia sua o nome dessa eminência política, com tantos anos de trânsito na vida pública, traz à lembrança. E não é em algum lugar subalterno que Kassab se sobrepõe aos circunstantes. É no Estado das grandes universidades, do poder financeiro e econômico, da imprensa predominante em influência nacional. Como é possível que seja ele o relevo?

Políticos tirados de uma cartola são comuns. O berço malufista em que Kassab surgiu foi o mesmo de onde saiu Celso Pitta, o que explica a união das duas crias até que o segundo sucumbisse à desgraça política. Mas Kassab encontrou outra cartola, mais surpreendente: a de José Serra. Nem com tal ajuda, ainda retribuída por serviços variados, o Kassab prefeito foi além de suas marcas físicas - a peculiaridade da aparência e do timbre de voz.

Não. Teve uma diferenciação no território político, sim. Ficou aí, mesmo inerte e insignificante, mesmo para nada. E à volta os outros foram minguando, ou aturdindo-se, ou errando em cada passo. Os que ainda falam às vezes, falam sem eco. Quem ainda ambiciona, refugia-se no ressentimento e na perplexidade. E o mundo de pujanças que é São Paulo não foi capaz de fazer brotar nada que se mostrasse, na planície árida de um só tronco em pé, apesar de si mesmo.

Gilberto Kassab, sem contraste e sem cerimônia, pode fazer o que quiser. Por mais despropositado que seja. Cria uma representação sua na Inglaterra para ilustrar-se, na preparação da Olimpíada de Londres, para a Olimpíada que será no Rio. Só desmando debochado com os paulistanos, mais um sem reação, ou algum aviso aos cariocas? Nomeia para más particularidades paulistanas conselheiros que nelas não padecem. A respeito, parece-lhe bastante dizer que o faz "em homenagem" a Marco Maciel, atitude que a Maluf custou pesado processo, por também homenagear a seleção brasileira com dinheiro impróprio.

Bem à sua imagem, Kassab lança o tal PSD, partido sem razão de ser e sem uma só ideia definida ainda que alheia. Não é, de fato, partido político. É uma oportunidade para kassabs de diversos calibres e semelhantes propósitos. Não há como concordar, porém, com a ampla opinião de que o PSD não terá maior consequência. As adesões que recebeu na Câmara aproximam-se já de 50 deputados, uma numerosa bancada capaz ainda de crescer, e no Senado incluem já dois parlamentares com probabilidade de mais dois.

O que Kassab traz com seu partido é mais um bando do toma-lá-dá-cá. Com isso, um fator de maior degradação da vida política em suas instâncias institucionais e maiores desvios da atividade parlamentar. Como e por que esse é o realce da política de São Paulo e sua única oferta ao país, eis um fenômeno no melhor sentido da palavra. Em nível semelhante, só a apatia paulista diante dele e da realidade decadente que o produz.

http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16012

Longe de cumprir metas, Kassab critica ONG que ajudou a criá-las

Folha de S.Paulo

DE SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, acusou ontem a ONG que idealizou o plano de metas municipal de "irresponsabilidade e deslealdade". A crítica ocorre num momento em que já está claro que sua administração não deve cumpri-las até 2012.

"Eu quero manifestar minha indignação ao Oded Grajew, a todos seus companheiros, que têm, de uma maneira muito desleal e irresponsável, acompanhado a questão do plano de metas", afirmou o prefeito, referindo-se à ONG Rede Nossa São Paulo e a seu principal coordenador.

Ele deu as declarações quando foi questionado sobre a construção de dois teatros distritais, prometidos ainda na campanha eleitoral e incluídos no plano de metas, mas que não devem ser construídos em sua gestão.

Kassab também tem tido dificuldades para cumprir outros itens importantes, como zerar o deficit de vagas em creches e construir três hospitais.

Balanço feito pela ONG no mês passado aponta que, das 223 metas apresentadas pelo prefeito em março de 2009, 24 foram cumpridas, 146 estão em andamento, 43 estão atrasadas, 8 sequer começaram e 2 não foram definidas.

Grajew disse que Kassab "deve estar preocupado porque não está cumprindo as metas". "A lei das metas é a lei do óbvio. Qualquer gestão de qualidade trabalha com metas. Durante dois anos, acho que ele não deu muita importância porque achou que a sociedade não ia acompanhar."

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#101 Mensagem por Compson » 16 Mai 2011, 10:10

roladoce escreveu:Na minha humilde limitação na área politica, vejo que essa fusão, só tem o interesse de tentar fazer frente ao PMDB, em futuras barganhas em futuros governos...
Se for isso está bom. Mas para mim está mais com cara de uma reunião de ruins de voto golpistas... Quem é o animal que eleva uma mula como Kassab a liderança partidária?

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#102 Mensagem por Compson » 16 Mai 2011, 10:30

Carnage escreveu:http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ou-crise-0
Os dois fenômenos
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Kassab é mesmo o político mais importante de São Paulo; como é possível que seja ele o relevo do Estado?

NEGÁ-LO, OU FINGIR que não percebe, não alteram a evidência: com a elevação de Lula a político acima de limites estaduais, Gilberto Kassab, senhoras e senhores, é mesmo o político mais importante de São Paulo.
Discordo frontalmente.

Nos limites da influência estatal interna o político mais importante é Alckmin. Rivalizando com Lula até. Lula não seria eleito governador de São Paulo em 2010 e teria de gastar a botina para competir na prefeitura.

Kassab é subproduto do fracasso do projeto-Serra, aliado ao desespero da oposição após a derrota (aliás, nem tão grande) do ano passado. Ele não se reelegeria ano que vem, não elegerá sucessor no PSD, nem terá muita influência. É extremamente impopular...

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#103 Mensagem por Carnage » 14 Jul 2011, 22:42

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ne-ribeiro
O PSDB hoje é uma nau sem rumo
Renato Janine Ribeiro
Do Valor
11/07/2011 


A presidenta Dilma está numa fase difícil de seu governo, mas que dizer da oposição? Do PV, como alternativa de poder, já não se fala. Restou a oposição tradicional, o PSDB, mas sem rumo. Por razões que a razão desconhece, seu candidato à Presidência, em vez de apostar naquilo em que ele é bom - o desenvolvimentismo - e que sempre lhe agregou valor em nossa política, preferiu na reta final da campanha de 2010 aderir ao moralismo, no aborto e até na homofobia.

O conglomerado tucano foi e é uma trinca de partidos. O maior deles é o PSDB. Dos três, só ele pode concorrer à Presidência da República. Já o DEM foi nosso maior partido, elegendo 105 deputados federais em 1998. Mas minguou para 43, em 2010. Largou o nome de PFL, sangra com a saída do prefeito de São Paulo, seu maior líder eleito. Pouco lhe resta, salvo fundir-se com o PSDB. O terceiro é o PPS, antigo Partido Comunista Brasileiro: serve uma excelente retórica de esquerda somada a uma prática frágil. O PPS subsistirá mas, como vários partidos, sua vocação é ser coadjuvante - o que não é desonra alguma: também coadjuvantes recebem o Oscar.

Mas o eixo está no PSDB. Restam-lhe, hoje, três presidenciáveis. No Brasil, ser presidenciável é um galardão. Significa que o político recebe realce. Poucos presidenciáveis chegam à presidência, é óbvio, mas não basta ser político - ou político bom - para ser presidenciável, isto é, alguém com reais chances de se eleger. Os três são ex-governadores, dois de São Paulo e um de Minas Gerais. Parece que, após elegermos três presidentes sucessivos que jamais governaram um Estado, estaríamos voltando à regra de que se aprende a governar degrau a degrau, como quase sempre foi em nossa história. 

Vejamos os três nomes. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, conta com a fama de pessoa calma e tranquila, mas já teve sua chance em 2006 e, talvez porque partiu para a agressão verbal ao então presidente Lula, conseguiu perder votos no segundo turno em relação ao primeiro, feito raro e que reduz sua cotação nacional. José Serra, ex-governador paulista, concorreu duas vezes à presidência e perdeu. Restaria o príncipe encantado que, desde a pré-campanha de 2010 aparecia como o nome do futuro, fadado a resgatar a morte do avô, diplomado mas que morreu antes de assumir a presidência, Tancredo Neves. Dizem que Serra lhe teria prometido a candidatura em 2014, qualquer que fosse o resultado do pleito do ano passado. Mas na noite do segundo turno, ao sair o resultado das eleições, Serra se absteve de cumprimentar correligionários que não fossem paulistas. Mais recente, o episódio em que Aécio Neves se recusou a prestar o teste do bafômetro deixa certa preocupação sobre sua maturidade para a Presidência. É provavelmente o melhor articulador dentro do partido, seu nome mais simpático e encantador, provém de um Estado que está há tempos fora do Planalto (até porque Dilma é mais gaúcha do que mineira) - mas deu à sociedade um exemplo negativo, em termos de conduta pessoal.

Este rápido percurso pelos nomes não substitui, porém, o que realmente conta: o projeto que o partido defenderá. Nenhum partido brasileiro, como se sabe, se diz de direita. O DEM, tentando não ser esvaziado por Kassab e sobreviver ao PSDB, outro dia ousou dizer-se "conservador". Mas talvez não tenha como ser um partido liberal, o que, aliás, não se confunde com conservador. O PSDB fará haraquiri se for conservador, e terá dificuldade em ser apenas liberal. Mas é fato que foi indo para a direita. Sua criação já mostrava algo estranho. Os partidos social-democratas, na Europa, nasceram dos sindicatos. Mas aqui não houve amor entre o mundo sindical e o PSDB. Significativo da dificuldade de se dizer "social-democrata" é um artigo na Folha, por sinal brilhante, em que Gustavo Franco definia, no começo do ano, a "social-democracia" em que acreditava: nada sobre o mundo do trabalho, tudo sobre economia, finanças e gestão. Estava mais para um liberalismo consistente do que para a social-democracia. Disso, o resultado é que a social-democracia brasileira acabou sendo o PT no governo.

Lembremos. Quando, no começo de 2002, Roseana Sarney aparecia como a promessa de uma candidatura forte da direita (pelo PFL), não acreditei. Ela não teria um projeto consistente. Mesmo sem as denúncias que liquidaram sua candidatura, não creio que se viabilizasse. Uma campanha eleitoral pode surpreender, mas antes de mais nada decanta as exceções, os excessos, as bolhas. O PSDB tem três anos para galvanizar o País. Sorte dele que sua crise se dê agora; imaginem se estivéssemos já em 2014. Qual será seu projeto, é difícil saber. O partido parece se dividir entre um projeto que seria o de Serra, ou melhor, o de Bresser Pereira: desenvolvimento econômico, com projeto nacional e bons resultados sociais; e outro, que retomaria a linha privatizante de FHC, o projeto que o "Economist" queria que Serra adotasse, mas sabia que ele não assumiria. Ora, dos dois projetos, o segundo parece ter completado seu papel, enquanto o primeiro foi e é executado, bem, pelo PT. Que discurso resta, então, ao partido tucano? Retomar a herança do governo Fernando Henrique parece pouco promissor. Concorrer com o PT em seu terreno é perda de tempo. Mas, em suma, o problema da oposição hoje não é o número de deputados, é o que ela quer fazer do Brasil. E, no fundo, deveria ser este o problema, não da oposição, mas de todos nós. Não importa tanto se um partido é grande e viável, ou não. Isso muda. O que importa é que o Brasil se beneficie das melhores propostas.

Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. Escreve às segundas-feiras
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O PSDB e o fim do modelo político da Nova República
Enviado por luisnassif, ter, 12/07/2011 - 12:38

Ontem houve bela discussão no Blog sobre os rumos do PSDB. Primeiro, o artigo do Renato Janine publicado em no Valor, sobre a perda do discurso, que suscitou comentários ricos e variados. Depois, o rebate de Jotavê, tentando definir novas bandeiras para o PSDB.

Em síntese, Jotavê propõe que o PSDB coloque em prática as bandeiras sociais-democratas assumidas pelos governos Lula e Dilma, mas sem o corporativismo que enxerga no PT. É muito pouco para definir um programa de partido.

O que propõe, em suma, é um partido social-democrata sem sindicatos, algo inédito.

Como muitos intelectuais de centro-esquerda, Jotavê é órfão de um PSDB que não aconteceu.

Antes de chegar ao poder, com FHC, o PSDB congregou um grupo de intelectuais, cientistas políticos, jornalistas, que tinham em comum a ideia vaga de uma social democracia inclusiva, com preocupações modernizadoras e sociais, fugindo tanto dos cânones da esquerda tradicional (PCB) quanto da militância exacerbada do PT que emergiu das lutas dos anos 80.

Esse PSDB foi sepultado quando a linha ideológica do partido passou a ser definida pelos financistas, os economistas que fizeram o Plano Real. É neles que FHC vai se basear para desenhar seu governo.

Jotavê supõe que os economistas estavam tão atarefados buscando a estabilização que não tiveram tempo de colocar em prática suas preocupações sociais.

Sinto desapontá-lo, mas essas temas nunca fizeram parte de suas preocupações. É só conferir o discurso atual da "Casa das Garças" e as manifestações esparsas dos principais formuladores do Real. São discursos de guerra, em favor do financismo mais desbragado.

Como detalhei em meu livro "Os Cabeças de Planilha", todo o desenho da remonetização do Real, com apreciação do câmbio - a decisão que criou uma dívida interna imobilizadora, provocou quebradeira generalizada na economia, aprofundou a cartelização do país - não foi um mero acidente, provocado por excesso de cuidados com a inflação. Foi uma estratégia política de tomada do poder através dos novos grupos financeiros que se instalavam.

A estratégia era clara. Supunha que o PT tivesse o domínio da máquina pública. O PSDB passaria a controlar o mercado, através de aliados criados no processo de privatização e nas jogadas de política monetária e de manipulação da dívida externa.

Não se trata de novidade mundial. Historicamente, sempre aconteceu esse conflito Estado x Mercado. O controle do Estado é provisório - a não ser em regimes ditatoriais. Já o controle do mercado é permanente.

A possibilidade de controlar a política através de novos grupos econômico-financeiros já havia sido colocada em prática pelo Visconde de Ouro Preto, último Ministro da Fazenda da Monarquia, e por Rui Barbosa, primeiro Ministro da Fazenda da República.

Um dos grandes especialistas no Encilhamento (o desastre econômico produzido pela estratégia de Rui Barbosa) foi justamente Gustavo Franco, o principal e mais brilhante ideólogo do Real. E a lógica do Real obedeceu a essa estratégia política, ainda que à custa de sacrificar 12 anos de crescimento brasileiro.

A face mais ostensiva desse pacto é Daniel Dantas.

A paternidade das políticas sociais

O "se" é perigoso na análise histórica. Mas se algum "se" pudesse ter mudado a trajetória antissocial do PSDB, teria sido Covas, não fosse sua morte prematura, jamais os financistas do Real - muito mais empenhados em um jogo de poder e de enriquecimento pessoal.

Ao longo dos dois governos de FHC, o PSDB perdeu totalmente as características socialdemocratas. Não entendeu os novos tempos, manteve-se fechado a qualquer demanda da sociedade civil, que aflorava após a redemocratização.

Foram ensaiadas algumas políticas sociais, especialmente sob dona Ruth, sem jamais terem sido prioridade ou ganhado escala. É ridículo ouvir Serra todo dia querendo se apossar da paternidade de políticas sociais, porque a ideia A ou B foi anterior ao Bolsa Família. Ora, em seu governo Sarney instituiu o Vale-Leite. Depois, houve o Vale Gás e outras formas de políticas assistenciais. O grande feito foi justamente o da massificação das políticas sociais, o fato de terem sido colocadas no centro das políticas públicas.

E esse bonde o PSDB perdeu. Assim como qualquer sensibilidade para governos participativos ou de cunho social.

Como governador de São Paulo, tendo todo o aparato midiático para divulgar cada espirro, qual a política social inovadora implementada por Serra, qual o fórum de debates que abriu para ouvir a sociedade civil, trabalhadores, empresários, organizações sociais? Nenhum. Por que não massificou as ideias de dona Ruth e outras surgidas nos anos 90? Porque ter ideias, até eu tenho. O feito político que conta é colocá-las em prática.

Ora, um partido é um conjunto de princípios mas que, para consolidar-se, dependem fundamentalmente de resultados práticos que constituem a sua história. Como passar uma borracha nas políticas de FHC, da inação de Serra governador de São Paulo?

A privatização como fim

Outras das bandeiras iniciais do PSDB, a ideia de que a privatização seria apenas uma etapa de uma estratégia de tornar o país mais competitivo, foi por água abaixo. A ideia de que seria possível compatibilizar pragmaticamente empresas privadas, empresas públicas atuando em ambiente de mercado, foi completamente abandonada no Brasil de FHC e em São Paulo de Serra e Alckmin.

É o que explica o fato de ter transformado a maior empresa de energia do país - a CESP - em um morto-vivo para ser privatizado, depois de seu valor ter praticamente virado pó. Ou vender a CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica), empresa que seria essencial para integrar a geração de energia do bagaço das usinas paulistas. Ou vender a Nossa Caixa e, depois, criar uma agência de desenvolvimento para emprestar dinheiro - maluquice que só poderia caber na cabeça atrapalhada do neo-Serra.

Nada garante que o governo Dilma dará certo. Mas é evidente que a tomada do poder não pode depender exclusivamente dos erros dos adversários.
Sendo assim, que espaço restará ao PSDB? O de ser um PT sem sindicato? Claro que não. A bandeira social-democrata é dos governos Lula e Dilma e não haverá como arrancar de lá.

O combate ao aparelhamento do Estado poderia ser uma bandeira eficiente. Mas só enquanto se conseguir manter a blindagem sobre o aparelhamento de São Paulo. Recentemente o Estadão se permitiu uma matéria sobre o desmanche da TV Cultura onde se mancionavam salários altos pagos a funcionáriosn da Secretaria da Cultura, de Andrea Matarazzo. Não houve uma suite sequer para levantar o nome dos beneficiados.

Aliás, Jotavê, que é um crítico corajoso do corporativismo universitário, deveria circular por outras bandas do governo paulista, para ter uma ideia pálida do que é aparelhamento.

Partindo-se do pressuposto que o próprio avanço da Internet derrubará gradativamente todas as blindagens, não é por aí que o PSDB conseguirá sua legitimização.

O novo quadro político

As bandeiras disponíveis estão em campos jamais trilhados pelo partido. Talvez na defesa  da desburocratização e do empreendedorismo - bandeira de Guilherme Afif Domingos. Mas é uma bandeira que só daqui a alguns anos baterá fundo no coração da atual geração de incluídos por programas sociais.

Há a bandeira da gestão, eficazmente utilizada em Minas Gerais, Pernambuco e Espírito Santo. Mas, se o governo Dilma não se perder no campo político, o modelo apresentado no primeiro mês de governo será imbatível.

De qualquer modo, tudo indica que se esgotou o modelo político pós-redemocratização, no qual PT e PSDB assumiram o protagonismo, sendo apoiados por partidos ônibus, como PFL-DEM e PMDB.

A nova oposição definitivamente não sairá do PSDB, já que esgotou o tempo político para tentar reescrever sua história.

Ainda não se sabe o quadro que virá pela frente. Certamente já começou a ser moldado agora. Mas só daqui a algum tempo se terá clareza sobre esse novo desenho.

http://charlesnisz.wordpress.com/2011/0 ... -vai-voar/
Para onde o tucano vai voar?

Tinha prometido um post sobre o PR. Mas uma notícia no fim da tarde desta terça pautou o blog. Como está postado no texto anterior, Gustavo Fruet anunciou sua saída do PSDB. Fruet foi derrotado nas eleições para governador, mas teria cacife político para concorrer à prefeitura de Curitiba.

Os tucanos governam oito estados brasileiros: AL, PR, SP, MG, GO, TO, PA, RO. Três desses, tem mais destaque no xadrez político nacional: Paraná, Minas Gerais  e São Paulo. Nos três, podemos identificar o mesmo problema: a falta de renovação e o controle da máquina partidária por um grupo seleto.

No Paraná, Beto Richa feudalizou o estado e enfrenta várias denúncias de nepotismo. A esposa, a irmã e o cunhado estão em cargos de confiança da administração. É compreensível a debandada de Fruet.

Geraldo Alckmin e José Serra se revezam no poder paulista desde 2002 e Alckmin deve se reeleger em 2014, uma vez que ter 45 no número eleitoral é meio caminho andado para ganhar as eleições na paulicéia. (A frase sobre SP e 45 é do (@renato_sanchez).

Em terras mineiras, por fim, reina o senador Aécio Neves. O neto de Tancredo Neves tem índices de popularidade beirando 80% e emplacou o sucessor, Antônio Anastasia (se este blogueiro fosse maldoso, diria que Anastasia é a “Dilma do Aécio”, dada a falta de carisma do governador mineiro).  Como não sou maldoso, não digo.

Anastasia deu entrevista ao jornal Brasil Econômico nesta terça e falou que havia chagado “a hora do Aécio”. Quando perguntado sobre as chances de outros presidenciáveis tucanos (leia-se Serra), o governador de MG cravou:  ”dos outros não sei, chegou a hora do Aécio”.

Depois de tergiversar seis parágrafos (diria a presidenta Dilma), chegamos ao tema do post: a saída de Fruet é apenas fruto de uma briga regionalista do PSDB/PR ou é sintoma de algo maior, a saber, o desmonte ideológico tucano. O DEM é assumidamente conservador e direita e o PT  tirou o discurso social-democrata do ninho tucano (a tese é do Marcos Nobre e merece outro post). Espremido entre o DEM e o PT, o tucano não consegue mais voar.

Tomo emprestadas as palavras de Renato Janine Ribeiro, professor de Filosofia Política da USP:
“o PSDB parece se dividir entre um projeto que seria o de Serra, ou melhor, o de Bresser Pereira: desenvolvimento econômico, com projeto nacional e bons resultados sociais; e outro, que retomaria a linha privatizante de FHC, o projeto que a “Economist” queria que Serra adotasse. 

Ora, dos dois projetos, o segundo parece ter completado seu papel, enquanto o primeiro foi e é executado, bem, pelo PT. Que discurso resta, então, ao partido tucano? Retomar a herança do governo Fernando Henrique parece pouco promissor. Concorrer com o PT em seu terreno é perda de tempo. Mas, em suma, o problema da oposição hoje não é o número de deputados, é o que ela quer fazer do Brasil.

Onde o PSDB pode se diferenciar do PT? Mexendo onde Dilma  - nem Lula – se atreveram a tocar: os problemas causados nas aposentadorias pelo envelhecimento natural da população e os rendimentos e aposentadorias diferenciados do serviço público. Ficam esses dois temas como mero exemplo.

Resumindo: já passou da hora do PSDB descobrir como manter as políticas sociais do governo petista e como enfrentar os fantasmas do discurso estatista da esquerda rançosa. A tarefa é árdua, mas se não for encarada, fica pavimentada a reeleição de Dilma em 2014.

PS: algum tucano bem podia conversar com a Angela Merkel. Apesar da cara de poucos amigos, a alemã tem o melhor governo de centro-direita da Europa. A Alemanha é o único país da zona do euro que respira tranquilo em meio à crise fiscal.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#104 Mensagem por Carnage » 17 Ago 2011, 22:24

http://www.brasil247.com.br/pt/247/pode ... a-anda.htm
Candidato Aécio Neves decepciona e a fila anda

Sem discurso, o senador mineiro perde espaço para alternativas como Eduardo Campos e Geraldo Alckmin e corre o risco de ser engolido mais uma vez por José Serra
17 de Agosto de 2011 às 11:00


247 – Quando o ex-governador de São Paulo José Serra perdeu o pleito de 2010 para a presidente Dilma Rousseff, deu-se como sepultado seu projeto de infância – como o mesmo lembrou durante a campanha – de se tornar presidente da República. Desgastado por mais uma derrota, o eterno candidato do PSDB parecia ter desperdiçado sua última chance, já que a candidatura do senador Aécio Neves para 2014 se impôs quase que naturalmente. Mas, quase um ano depois da vitória de Dilma, Aécio vai ficando pra trás, enquanto Serra recomeça a arregaçar as mangas na direção da Presidência mais uma vez.

A única movimentação política mais explícita (e ainda assim discreta) de Aécio mirando as eleições de 2014 foi um decreto assinado pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), no mês passado, concedendo à ex-senadora Marina Silva o título de cidadã honorária do estado. O senador mineiro estaria de olho nos 20 milhões de votos da ex-candidata à Presidência pelo Partido Verde (Marina deixou o partido em julho) e, portanto, disposto a se aliar à ex-ministra do Meio Ambiente. Fora isso, Aécio concentra seus esforços na mudança do rito seguido pelas Medidas Provisórias no Congresso Nacional e pontua, aqui e ali, críticas ao governo Dilma. Sem empolgar, no entanto.

O comportamento de Aécio contrasta com o do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que já segue algo parecido com uma agenda de campanha para 2014 e, na semana passada, visitou a Casa das Garças, reduto tucano. Os tucanos queriam saber o que Campos pensa sobre privatizações, entre outros assuntos. Também próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador pernambucano é alternativa tanto para o PT, caso Dilma e o próprio Lula não se animem a disputar o pleito de 2014, quanto para o PSDB, caso Serra não emplaque sua candidatura.

O último candidato do PSDB à Presidência, contudo, começa a dar sinais de que não desistiu da guerra. Talvez animado pelo comportamento pouco insinuante de Aécio, Serra deixou definitivamente a disputar pela Prefeitura de São Paulo em 2012, para estar disponível nas eleições presidenciais de 2014. Afinal, largar a capital paulista pela segunda vez para disputar a Presidência seria um tiro no pé. Quem diz é a colunista Dora Kramer, sempre bem informada sobre os assuntos de Serra, em sua coluna publicada nesta terça-feira.

O vácuo deixado pelo senador Aécio Neves abre espaço até para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que já disputou a presidência pelo PSDB e adotou recentemente o discurso de combate à pobreza do Governo Federal. Nesta quinta-feira, aliás, Alckmin anuncia junto com a presidente Dilma Rousseff a unificação entre os programas Bolsa Família, do Governo Federal, o Renda Cidadã, do estado de São Paulo. Ou seja, estão todo se movimentando, menos Aécio. E a fila não para.

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Compson
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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#105 Mensagem por Compson » 18 Ago 2011, 01:01

Carnage escreveu:Sem discurso, o senador mineiro perde espaço para alternativas como Eduardo Campos
Compson, em abril, escreveu:Mudo meu palpite: Sérgio Cabral x Eduardo Campos em 2018
http://www.gp-guia.net/viewtopic.php?p=1 ... c#p1500813

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Mas se eu tivesse que apostar agora, diria que nossa democracia não dura tanto...

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