O mito da competência americana

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FABGRU
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Re: O mito da competência americana

#61 Mensagem por FABGRU » 01 Set 2010, 20:01

Os EUA deixam o iraque sem cantar vitória, sairam digamos, empatados, pois embora não tenham vencido a guerra destruiram
o pais ...Quase igual ao Vietnam, de onde tiveram que sair fugidos...Não aprenderam a lição...Continuam invadindo paises com
tropas convencionais e perdem para insurgentes que lutam como guerrilheiros..Ainda insistem em resolver problemas geopoliticos pelas armas, coisa que os russos ainda fazem apenas no seu quintal, como na ossétia e na Georgia...Continuam
vendendo um modelo de organização social e politica incompativel com a cultura dos povos...No iraque aconteceu coisa até
pior; mentiu-se sobre o risco Saddam Hussein para o povo americano que manda soldados, que morrem como moscas, e
continuam acreditando que invadir Vietnam e Iraque representa heroismo...

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Re: O mito da competência americana

#62 Mensagem por Carnage » 05 Set 2010, 18:15

http://jbonline.terra.com.br/pextra/201 ... 088233.asp
Americanos acham que Beethoven é um cachorro e Michelangelo, um vírus

Agência AFP


WASHINGTON - A maioria dos americanos que está prestes a entrar na universidade não consegue escrever em letra cursiva, acha que o e-mail é lento demais, que Beethoven é um cachorro e Michelangelo, um vírus de computador, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira nos Estados Unidos.

Para os estudantes que se formarão em 2014, a Tchecoslováquia nunca existiu, Clint Eastwood é um cineasta que nunca interpretou "Dirty Harry" e John McEnroe é garoto propaganda que nunca pisou numa quadra de tênis, segundo as respostas de uma pesquisa feita por acadêmicos da Universidade de Beloit.

A lista Mindset (modo de pensar) foi compilada pela primeira vez em 1998 a partir de perguntas feitas à geração que se formaria em 2002, pelo professor de Humanidades Tom McBride e o ex-diretor de relações públicas Ron Nief, da Universidade Beloit.

Criar a lista levou um ano, durante o qual Nief e McBride coletaram contribuições externas, estudaram minuciosamente jornais, trabalhos literários e a mídia do ano de nascimento das pessoas que entraram na universidade em agosto ou setembro, início do ano letivo nos Estados Unidos.

"Em seguida, apresentamos as ideias a todos os jovens de 18 anos de quem conseguimos chamar a atenção", explicou Nief à AFP.

O objetivo era lembrar às autoridades educacionais como as referências culturais se perdem rápido, mas acabou se tornando, rapidamente, uma popular lista anual que demonstra os conhecimentos de uma geração.

Os nascidos em 1980 acham que só houve um papa, João Paulo II, que assumiu em 1978 e morreu em 2008.

Para os que chegaram ao mundo em 1981, a Iugoslávia nunca existiu. Eles não entendem por que se escreve com letra maiúscula o nome do sindicato Solidariedad, único independente na União Soviética e que conseguiu terminar pacificamente com o comunismo na Polônia, em 1989.

Os que nasceram em 1984 não tinham ideia de que algo como o apartheid existiu na África do Sul. Enquanto para os que hoje têm 29 anos, Mike Tyson foi "sempre um delinquente", os que são cinco anos mais velhos consideraram o boxeador "sempre um competidor".

"Há dois anos, havia alguns estudantes que (disseram) que aprenderam datilografia em uma máquina de escrever", enquanto agora há alguns de 30 anos que não sabem que a IBM foi fabricante de máquinas de escrever, disse Nief.

Para os alunos secundaristas que se formam este ano, a Alemanha nunca foi dividida, os atletas profissionais sempre competiram nos Jogos Olímpicos, os "reality shows" sempre existiram na televisão e as companhias aéreas jamais permitiram fumar a bordo.

19:59 - 17/08/2010

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Re: O mito da competência americana

#63 Mensagem por Carnage » 31 Dez 2010, 15:57

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... acias.html
Michael Brenner: Washington faz o que condena em autocracias

Obama’s War on WikiLeaks — and Us

Michael Brenner, no Huffington Post


A maneira casual com que os norte-americanos estão rasgando suas liberdades é de tirar o fôlego. Direitos que foram reverenciados como as jóias espirituais da Nação por 225 anos estão sendo colocados de lado como se fossem descartáveis. Fazemos de conta que ainda valorizamos os ideais dos quais eles são emblemáticos no momento em que os jogamos fora. Apenas um povo confuso por emoções descontroladas e que esqueceu de sua identidade pode agir de forma tão indiferente.

As flagrantes violações de direitos e proteções legais básicos são um dos destaques da década do 11 de setembro nos Estados Unidos. Monitoramento eletrônico por atacado, detenções arbitrárias, investigações intrusivas de pessoas e organizações sem motivo ou autorização judicial, a participação da CIA e da inteligência militar na contravenção de proibições estipuladas — uma vasta gama de práticas desprezíveis e ilegais. Na semana passada atingimos uma nova profundidade no desrespeito oficial à lei.

O ataque extrajudicial do governo Obama contra o WikiLeaks e a pessoa de Julian Assange é o mais amedrontador. Autoridades federais colocaram seu peso sobre empresas privadas para que se negassem a prestar serviços ao WikiLeaks e a qualquer pessoa que pretendia estender apoio financeiro ao grupo. O fato de que o PayPal, a Amazon, a Mastercard e a Visa são prestadores de serviços públicos demonstra o abuso de poder governamental.

O Departamento de Justiça também pode ter feito pressão sobre o governo sueco para colocar a Interpol atrás do sr. Assange por conta de ofensas sexuais surreais, ainda indefinidas, que os promotores gastaram dois meses preparando. (Alegadamente, Washington ameaça cortar o compartilhamento de inteligência com as autoridades amedrontadas de Estocolmo). Agora há informações de que os suecos estão colaborando com Washington para manter Assange detido no Reino Unido por tempo suficiente para que ele seja indiciado sob alguma acusação criada pelo Departamento de Justiça, que age em completo segredo. Adicionalmente, a Força Aérea dos Estados Unidos promoveu um blecaute no acesso eletrônico em todos os seus computadores aos jornais que publicaram resumos dos telegramas vazados.

Empregados ficaram proibidos de ler os jornais sob ameaça de severa punição. Uma ordem geral proíbe todos os empregados do Departamento de Defesa de ler os telegramas impressos — seja no santuário de suas casas, seja no lobby do Hotel Intercontinental de Cabul. Esta é a versão dos militares para as práticas repressivas usadas por regimes autocráticos em todo o mundo — práticas que Washington denuncia como ataques odiosos contra a liberdade.

O ponto-chave, que supera todos os outros, é que os Estados Unidos não tem autoridade legal para fazer qualquer uma destas coisas. Não buscaram autoridade legal para fazê-lo. A Casa Branca e o Pentágono simplesmente se deram o poder de punir arbitrariamente da forma como querem. Autoridades norte-americanas, a começar de Barack Obama, estão declarando seu direito de inflingir penalidades nos cidadãos com base em nada mais que sua própria vontade. A premissa e o precedente representam contravenção direta de nossas liberdades fundamentais. Não há distinção entre estas ações e uma hipotética ação do governo federal para negar a indivíduos ou grupos serviço de banda larga ou de eletricidade sob alegação de que estes serviços poderiam ser usados para embaraçar aqueles que tem poder em Washington.

É uma situação preocupante, que se torna mais preocupante ainda pelo silêncio que cerca este assalto histórico ao poder. A mídia convencional não publica críticas editoriais, os colunistas ignoram as questões relativas às liberdades civis, assim como os editorialistas (com exceção de Eugene Robinson); as associações de advogados não falam uma palavra, as universidades continuam em seu isolamento e os políticos pedem o sangue de Assange (literalmente) ou se escondem com medo do rótulo de serem molengas ou sabotadores da segurança da Nação. É especialmente notável que o New York Times, que poderia ser acusado de servir de acessório a qualquer crime do qual o sr. Assange possa ser acusado, manteve a boca discretamente fechada, de forma pouco heróica.

O estado coletivo do pensamento americano se mostra incapaz de fazer a distinção básica e elementar entre a preferência pessoal e a lei. Levantar a questão com colegas e amigos gera respostas que nascem tão somente do que a pessoa pensa sobre o que fazem o WikiLeaks e Assange. É uma lógica eticamente obtusa. Minha opinião pessoal não tem nada a ver com a ilegalidade e a arbitrariedade do que nosso governo está fazendo. Nem poderia. É preciso denunciar as violações de nossos princípios e leis seja quem for o objeto dos abusos. Nós parecíamos entender isso.

Para completar a semana de notícias ruins para as liberdades civis, um juiz federal, John Bates, arquivou uma ação que pretendia evitar que os Estados Unidos tornem alvo um cidadão norte-americano baseado no Iemen, Anwar al-Awlaki, que nossas agências de segurança colocaram numa hit list. A ação foi movida pelo pai do clérigo. O Departamento de Justiça de Obama alegou que o tribunal não tem autoridade legal para censurar o presidente quando ele toma decisões militares para proteger os norte-americanos de ataques terroristas. O juiz Bates arquivou a ação dizendo que apenas o sr. al-Awlaki poderia movê-la.

Agora temos a confirmação judicial do direito de autoridades indefinidas, usando critérios indefinidos, de liquidar um cidadão dos Estados Unidos apenas por vontade própria. O único recurso do alvo, aparentemente, é entrar secretamente em um tribunal federal, junto com advogados, desde que evite ser fuzilado no caminho. Novamente, não tivemos comentários públicos a respeito da decisão.

Como chegamos a este ponto? A resposta óbvia é o medo — medo explorado por autoridades eleitas cujos interesses políticos atropelam o juramento de proteger e obedecer a Constituição dos Estados Unidos da América. Medo e o comportamento que ele gera. Supostamente somos o povo cuja bravura nos mantém livres — supostamente

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#64 Mensagem por Tricampeão » 31 Dez 2010, 16:20

Carnage escreveu:
Michael Brenner: Washington faz o que condena em autocracias
Nada de novo.
O Obama já tinha condenado à morte um cidadão americano, sem o devido processo judicial, o que é uma afronta à lei.
http://www.guardian.co.uk/world/2010/ap ... as-bombing

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Re: O mito da competência americana

#65 Mensagem por Carnage » 09 Jan 2011, 15:10

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=17290
A luta de classes política nos Estados Unidos

O nível de corrupção política nos Estados Unidos é assombroso. Agora tudo gira em torno do dinheiro para as campanhas eleitorais que se tornaram incrivelmente caras. As eleições da metade do mandato tiveram um custo estimado de US$ 4,5 bilhões, e a maior parte desse dinheiro veio de grandes empresas e contribuintes ricos. Estas forças poderosas, muitas das quais operando de forma anônima sob as leis dos EUA, trabalham sem descanso para defender aqueles que se encontram no topo da pirâmide da riqueza. O artigo é de Jeffrey Sachs.

Jeffrey Sachs - SinPermiso


Os Estados Unidos estão em rota de colisão consigo mesmo. O acordo firmado em dezembro entre o presidente Barack Obama e os republicanos no Congresso para manter os cortes de impostos iniciados há uma década pelo presidente George W. Bush está sendo saudado como o começo de um novo consenso bipartidário. Creio, ao contrário, que é uma falsa trégua naquilo que será uma batalha campal pela alma da política estadunidense.

Do mesmo modo que ocorre em muitos países, os conflitos sobre a moral pública e a estratégia nacional se reduzem a questões envolvendo dinheiro. Nos Estados Unidos, isso é mais certo do que nunca. O país tem um déficit orçamentário anual ao redor de US$ 1 trilhão, que pode aumentar ainda mais como resultado de um novo acordo tributário. Esse nível de endividamento anual é demasiadamente alto. É preciso reduzi-lo, mas como?

O problema é a política corrupta e a perda de moral cívica dos EUA. Um partido político, o Republicano, aposta em pouco mais do que reduzir os impostos, objetivo que coloca acima de qualquer outro. Os democratas têm um leque mais amplo de interesses, como o apoio ao serviço de saúde, a educação, a formação e a infraestrutura. Mas, como os republicanos, também estão interessados em presentear com profusão cortes de impostos para seus grandes contribuintes de campanha, entre os quais predominam os estadunidenses ricos.

O resultado é um paradoxo perigoso. O déficit orçamentário dos EUA é enorme e insustentável. Os pobres são espremidos pelos cortes nos programas sociais e um mercado de trabalho fraco. Um em cada oito estadunidenses depende de cartões de alimentação para comer. No entanto, apesar deste quadro, um partido político quer acabar com as receitas tributárias por completo, e o outro se vê arrastado facilmente, contra seus melhores instintos, na tentativa de manter contentes seus contribuintes ricos.

Este frenesi de cortes de impostos vem, incrivelmente, depois de três décadas de um regime tributário de elite nos EUA, que favoreceu os ricos e poderosos. Desde que Ronald Reagan assumiu a presidência em 1981, o sistema orçamentário dos Estados Unidos se orientou para apoiar a acumulação de uma imensa riqueza no topo da pirâmide da distribuição de renda. Surpreendentemente, o 1% mais rico dos lares estadunidenses tem agora um valor mais alto que o dos 90% que estão abaixo. A receita anual dos 12 mil lares mais ricos é maior que o dos 24 milhões de lares mais pobres.

O verdadeiro jogo do Partido Republicano é tratar de fixar em seu lugar essa vantagem de receitas e riquezas. Temem, corretamente, que cedo ou tarde todo o mundo comece a exigir que o déficit orçamentário seja atacado, em parte, elevando os impostos para os ricos. Depois de tudo o que ocorreu, os ricos vivem melhor do que nunca, enquanto que o resto da sociedade estadunidense está sofrendo. Tem todo sentido aplicar mais impostos aos mais ricos.

Os republicanos se propõem a evitar isso a qualquer custo. Até aqui tiveram êxito. Mas querem fazer com que sua vitória tática – que propõe o reestabelecimento das taxas tributárias anteriores a Bush por dois anos – seja seguida por uma vitória de longo prazo na próxima primavera. Seus líderes no Congresso já estão dizendo que vão cortar o gasto público a fim de começar a reduzir o déficit.

Ironicamente, há um âmbito onde certamente se justifica fazer grandes cortes orçamentários: as forças armadas. Mas esse é o tema que a maioria dos republicanos não vai tocar. Querem cortar o orçamento não mediante o fim da inútil guerra no Afeganistão e a eliminação dos sistemas de armas desnecessários, mas sim cortando recursos da educação, da saúde e de outros benefícios da classe pobre e trabalhadora.

Ao final, não creio que o consigam. No momento, a maioria dos estadunidenses parece estar de acordo com os argumentos republicanos de que é melhor diminuir o déficit orçamentário mediante cortes de gastos ao invés de aumento de impostos. No entanto, quando chegar a hora de fazer propostas orçamentárias reais, haverá uma reação cada vez maior.

Prevejo que, empurrados contra a parede, os estadunidenses pobres e da classe trabalhadora começarão a se manifestar por justiça social.
Isso pode levar tempo. O nível de corrupção política nos Estados Unidos é assombroso. Agora tudo gira em torno do dinheiro para as campanhas eleitorais que se tornaram incrivelmente caras. As eleições da metade do mandato tiveram um custo estimado de US$ 4,5 bilhões, e a maior parte desse dinheiro veio de grandes empresas e contribuintes ricos. Estas forças poderosas, muitas das quais operando de forma anônima sob as leis dos EUA, trabalham sem descanso para defender aqueles que se encontram no topo da pirâmide da riqueza.

Mas não nos equivoquemos: ambos partidos estão implicados. Já se fala que Obama vai arrecadar US$ 1 bilhão ou mais para sua campanha de reeleição. Esta soma não virá dos pobres.

O problema para os ricos é que, tirando os gastos militares, não há mais espaço para cortar o orçamento do que em áreas de apoio básico para a classe pobre e trabalhadora. Os EUA realmente vão cortar os auxílios de saúde e as aposentadorias? O orçamento será equilibrado reduzindo-se o gasto em educação, no momento que os estudantes dos EUA já estão sendo superados por seus colegas da Ásia? Os EUA vão, de fato, permitir que sua infraestrutura pública siga se deteriorando? Os ricos tratarão de impulsionar esse programa, mas ao final fracassarão.

Obama chegou a poder com a promessa de mudança. Até agora não fez nenhuma. Seu governo está cheio de banqueiros de Wall Street. Seus altos funcionários acabam indo se unir aos bancos, como fez recentemente seu diretor de orçamento, Peter Orszag. Está sempre disposto a atender os interesses dos ricos e poderosos, sem traçar uma linha na areia, sem limites ao “toma lá, dá cá”.

Se isso seguir assim, surgirá um terceiro partido, comprometido com a limpeza da política estadunidense e a restauração de uma medida de decência e justiça. Isso também levará um tempo. O sistema político está profundamente ligado aos dois partidos no poder. No entanto, o tempo da mudança virá. Os republicanos acreditam que têm a vantagem e podem seguir pervertendo o sistema para favorecer os ricos. Creio que os acontecimentos futuros demonstrarão o quanto estão equivocados.

(*) Jeffrey Sachs é professor de Economia e Diretor do Earth Institute da Universidade de Columbia. Também é assessor especial do secretário geral das Nações Unidas sobre as Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Traduzido do inglês para http://www.project-syndicate.org por David Meléndes Tormen.

Tradução para Carta Maior: Katarina Peixoto

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#66 Mensagem por Tricampeão » 22 Jan 2011, 17:24

O Tricampeão tinha razão, assinado: Chuck Norris.

http://www.humanevents.com/article.php?id=38266

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Re: O mito da competência americana

#67 Mensagem por Carnage » 30 Jan 2011, 22:54

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=17293
Tragédias Americanas

Com ou sem 11/09, às vésperas de completar sua primeira década, os ciclos de confrontação norte-americanos revelam muito mais inimigos internos do que externos à democracia nacional. Neste contexto, Gabrielle Giffords é mais um símbolo das tensões pelas quais passam os EUA, e que não se consistiu na primeira, e nem será a última, destas, cada vez mais recorrentes e diversas, tragédias norte-americanas. Opositores de políticas sociais, do aborto à educação sexual, à ação afirmativa, confrontam-se não só nas cortes de justiça, mas frontalmente em piquetes, ameaças de morte e ataques reais. Estamos diante de nova Guerra de Secessão que poderá ter o resultado oposto, o da regressão? O artigo é de Cristina Soreanu Pecequilo.

Cristina Soreanu Pecequilo


Logo no início de 2011, os Estados Unidos (EUA) vivenciaram mais um episódio de violência em sua história política: o tiroteio na cidade de Tucson, Arizona, ocorrido no estacionamento de um supermercado no qual se realizava um encontro (o “Congresso em sua Esquina”) entre eleitores e a deputada democrata reeleita pelo estado, Gabrielle Giffords. Até o dia 9 de Janeiro, o ataque vitimara seis pessoas (incluindo um juiz federal republicano John Roll), enquanto outras doze, incluindo Giffords, permaneciam internadas.

Em 2010, o comitê de Giffords fora invadido durante a campanha, assim como a deputada recebera fortes críticas do candidato da oposição republicana, apoiado pelo Partido do Chá, Jesse Kelly. Kelly, em algumas declarações reproduzidas depois do atentado pelas agências de notícias (EFE, 09/01/2011), havia afirmado ser necessário “disparar um rifle automático M16 com Jesse Kelly” contra Giffords. Além disso, a deputada fora incluída em uma lista de vinte democratas, divulgada por Sarah Palin, que deveriam ser derrotados no pleito de meio de mandato. Bastante criticada, esta lista trazia representações gráficas destes candidatos como alvos de armas de fogo. No caso de Giffords, sua candidatura estava “na mira” por suas posições favoráveis à reforma de saúde de Obama e moderadas na imigração.

Tema controverso no Arizona, definido como “cenário de guerra” entre “os americanos e os outros” pelo governo republicano de Jan Brewer, a imigração e o tratamento dado a ilegais esteve (e está) no centro de uma disputa jurídica entre o Arizona e o governo federal. No núcleo da disputa, a lei estadual de 2010 que permitiria às autoridades do estado abordar, interrogar e deportar pessoas suspeitas de serem imigrantes ilegais. Estas recomendações eram inspiradas pelo “Ato Patriota”, editado em 2001, depois dos atentados de 11/09, com medidas de exceção para lidar com possíveis terroristas, ultrapassando limites de direitos civis.

Guardadas as proporções, o ataque a Giffords não pode ser resumido a estas divergências sobre imigração ou sistema de saúde, ou encarado de forma isolada. Também é possível que nas semanas subsequentes ao tiroteio desconstrua-se a hipótese inicial de que Giffords fora o alvo, ocorrendo um esvaziamento natural do caso. Mesmo assim, é fundamental que não se subestime ou esqueça o ocorrido. Motivações diversas, que perpassam o tecido social norte-americano, e que representam sentimentos de inadequação social, perda de lugar no mundo, medo da diferença, valorização da força, culto às armas e a paradoxal junção nacionalismo-antigoverno, permeiam mais este episódio. Seja na esfera política, como na social, a válvula de escape norte-americana é representada por eclosões periódicas de violência.

Representadas por eventos diferentes estas manifestações possuem a mesma raiz: a insatisfação dos que perpetram a violência com o que percebem como violações do modo de vida americano e que desejam a volta a um passado idealizado republicano no qual cada um era responsável por sua vida, segurança, educação e religião. A intervenção do Estado na vida do cidadão, as teorias conspiratórias que opõem o homem simples a um Executivo poderoso e onipresente, alimentam a polarização que conforma a agenda dos radicais do chá, atravessando grupos de interesse, movimentos religiosos e o cotidiano. Parafraseando a Declaração de Independência, nos EUA de hoje, alguns setores tentam difundir a ideia que a maioria dos norte-americanos está sendo pressionada a desistir de sua “busca pela felicidade e prosperidade” por culpa do Estado e, no extremo, por culpa de seu vizinho, principalmente se ele for representante de qualquer minoria, social, racial, étnica ou religiosa. Frente a esta ameaça permanente, aos inimigos deve-se oferecer a resistência.

Dentre os mais significativos eventos que se inserem neste quadro de “resistência” podem ser lembrados: Waco 1993, quando a confrontação entre autoridades federais (FBI, Guarda Nacional e ATF- Álcool, Tabaco e Armas de Fogo) e a seita religiosa liderada por David Koresh, resultou em um massacre de civis que resistiam ao cerco federal; Oklahoma City, 1995, atentado contra prédio federal realizado, oficialmente, por Timothy McVeigh, ligados a grupos fundamentalistas brancos; Columbine, 1999, quando os estudantes Eric Harris e Dylan Klebold dispararam contra seus colegas e professores.

Desempregados invadiram empresas nas quais trabalharam atirando contra pessoas com as quais conviveram, colégios sofreram ameaças similares a Columbine, seitas religiosas e grupos fundamentalistas fecharam-se em comunidades armadas, em exemplos que se não ganharam a mídia como seus antecessores, repetem-se. Opositores de políticas sociais, do aborto à educação sexual, à ação afirmativa, confrontam-se não só nas cortes de justiça, mas frontalmente em piquetes, ameaças de morte e ataques reais. Na arena política, poucos são os que desconhecem o assassinato dos Presidentes John Kennedy Jr em 1963, Abraham Lincoln 1865, William McKinley, 1901 (o atentado a Ronald Reagan em 1981), e de políticos como Robert Kennedy em 1968. Pela internet e pela mídia tradicional, o radicalismo, de ambos os lados, prevalece, sem deixar de mencionar a relativa apologia de filmes e livros com estes episódios de violência e a dramatização acrítica (e até romântica-idealizada) de indivíduos como serial killers e líderes de seitas e movimentos sectários, dentre outros.

No caso de Lincoln, pelo menos, o contexto era o da Guerra de Secessão (1861/1865), da confrontação entre o capitalismo industrial do Norte e a economia escravagista e agrária do Sul, representativa de uma guerra fratricida que levou à união nacional via modernização. Estamos diante de nova Guerra de Secessão que poderá ter o resultado oposto, o da regressão? De certa forma sim, uma vez que a reorganização social-econômica leva ao incremento da violência. Violência esta que, na realidade, sempre esteve presente no tecido social, mas que era tornada a exceção e não a regra, via sistema político e legitimação de políticas de inclusão e respeito à convivência mútua realizadas pelo Estado com o consentimento da população ou, quando necessário, pela imposição da legalidade (bastando lembrar nos anos 1960 quando o governo federal teve que intervir diretamente em estados do sul do país que se recusavam a respeitar as políticas de igualdade racial).

As reações ao atentado de Tucson, e a muitos dos episódios aqui rapidamente lembrados, revelam estes sintomas de divisão e o esgotamento do consenso anterior: enquanto observaram-se fortes condenações ao tiroteio, principalmente dos democratas e da Casa Branca, os críticos como Palin manifestaram suas condolências timidamente, e reações de apoio ao atirador puderam ser encontradas com preocupante frequência. Estas movimentações fazem parte do declínio e mudança com os quais o país não consegue lidar, e que leva à externalização de seus problemas por meio de ações econômicas e políticas unilaterais, independente do governo, e às guerras (Iraque, 1991, 2003, Afeganistão, 2001).

Com ou sem 11/09, às vésperas de completar sua primeira década, os ciclos de confrontação norte-americanos revelam muito mais inimigos internos do que externos à democracia nacional. Neste contexto, Giffords é mais um símbolo das tensões pelas quais passam os EUA, e que não se consistiu na primeira, e nem será a última, destas, cada vez mais recorrentes e diversas, tragédias norte-americanas.

(*) Professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

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Re: O mito da competência americana

#68 Mensagem por Carnage » 09 Mar 2011, 23:27

http://www.michaelmoore.com/words/mike- ... -not-broke
Vídeo: “A Améria não está falida”

5/3/2011, Michael Moore


Ao contrário do que diz o poder, que quer que vocês desistam das pensões e aposentadorias, que aceitem salários de fome, e voltem para casa em nome do futuro dos netos de vocês, os EUA não estão falidos. Longe disso. Os EUA nadam em dinheiro. O problema é que o dinheiro não chega até vocês, porque foi transferido, no maior assalto da história, dos trabalhadores e consumidores, para os bancos e portfólios dos hiper mega super ricos.

Hoje, 400 norte-americanos têm a mesma quantidade de dinheiro que metade da população dos EUA, somando-se o dinheiro de todos.

Vou repetir. 400 norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no ‘resgate’ de 2008, pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm hoje a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. Se dissermos que fomos vítimas de um golpe de estado financeiro, não estamos apenas certos, mas, além disso, também sabemos, no fundo do coração, que estamos certos.

Mas não é fácil dizer isso, e sei por quê. Para nós, admitir que deixamos um pequeno grupo roubar praticamente toda a riqueza que faz andar nossa economia, é o mesmo que admitir que aceitamos, humilhados, a ideia de que, de fato, entregamos sem luta a nossa preciosa democracia à elite endinheirada. Wall Street, os bancos, os 500 da revista Fortune governam hoje essa República – e, até o mês passado, todos nós, o resto, os milhões de norte-americanos, nos sentíamos impotentes, sem saber o que fazer.

Nunca freqüentei universidades. Só estudei até o fim do segundo grau. Mas, quando eu estava na escola, todos tínhamos de estudar um semestre de Economia, para concluir o segundo grau. E ali, naquele semestre, aprendi uma coisa: dinheiro não dá em árvores. O dinheiro aparece quando se produzem coisas e quando temos emprego e salário para comprar coisas de que precisamos. E quanto mais compramos, mais empregos se criam. O dinheiro aparece quando há sistema que oferece boa educação, porque assim aparecem inventores, empresários, artistas, cientistas, pensadores que têm as ideias que ajudam o planeta. E cada nova ideia cria novos empregos, e todos pagam impostos, e o Estado também tem dinheiro. Mas se os mais ricos não pagam os impostos que teriam de pagar por justiça, a coisa toda começa a emperrar e o Estado não funciona. E as escolas não ensinam, nem aparecem os mais brilhantes capazes de criar mais e mais empregos. Se os ricos só usam seu dinheiro para produzir mais dinheiro, se de fato só o usam para eles mesmos, já vimos o que eles fazem: põem-se a jogar feito doidos, apostam, trapaceiam, nos mais alucinados esquemas inventados em Wall Street, e destroem a economia.

A loucura que fizeram em Wall Street custou-nos milhões de empregos. O Estado está arrecadando menos. Todos estamos sofrendo, como efeito do que os ricos fizeram.

Mas os EUA não estão falidos, amigos. Wisconsin não está falido. Repetir que o país está falido é repetir uma Enorme Mentira. As três maiores mentiras da década são: 1) os EUA estão falidos, 2) há armas de destruição em massa no Iraque; e 3) os Packers não ganharão o Super Bowl sem Brett Favre.

A verdade é que há muito dinheiro por aí. MUITO. O caso é que os homens do poder enterraram a riqueza num poço profundo, bem guardado dentro dos muros de suas mansões. Sabem que cometeram crimes para conseguir o que conseguiram e sabem que, mais dia menos dias, vocês vão querer recuperar a parte daquele dinheiro que é de vocês. Então, compraram e pagaram centenas de políticos em todo o país, para conduzirem a jogatina em nome deles. Mas, p’ro caso de o golpe micar, já cercaram seus condomínios de luxo e mantêm abastecidos, prontos para decolar, os jatos particulares, motor ligado, à espera do dia que, sonham eles, jamais virá. Para ajudar a garantir que aquele dia nunca cheguasse, o dia em que os norte-americanos exigiriam que seu país lhes fosse devolvido, os ricos tomaram duas providências bem espertas:

1. Controlam todas as comunicações. Como são donos de praticamente todos os jornais e redes de televisão, espertamente conseguiram convencer muitos norte-americanos mais pobres a comprar a versão deles do Sonho Americano e a eleger os candidatos deles, dos ricos. O Sonho Americano, na versão dos ricos, diz que vocês também, algum dia, poderão ser ricos – aqui é a América, onde tudo pode acontecer, se você insistir e nunca desistir de tentar! Convenientemente para eles, encheram vocês com exemplos convincentes, que mostram como um menino pobre pode enriquecer, como um filho criado sem pai, no Havaí, pode ser presidente, como um rapaz que mal concluiu o ginásio pode virar cineasta de sucesso. E repetirão essas histórias mais e mais, o dia inteiro, até que vocês passem a viver como se nunca, nunca, nunca, precisassem agitar a ‘realidade’ – porque, sim, você – você, você mesmo! – pode ser rico/presidente/ganhar o Oscar, algum dia!

A mensagem é clara: continuar a viver de cabeça baixa, nariz virado p’ro trilho, não sacuda o barco, e vote no partido que protege hoje o rico que você algum dia será.

2. Inventaram um veneno que sabem que vocês jamais quererão provar. É a versão deles da mútua destruição garantida. E quando ameaçaram detonar essa arma de destruição econômica em massa, em setembro de 2008, nós nos assustamos,
Quando a economia e a bolsa de valores entraram em espiral rumo ao poço, e os bancos foram apanhados numa “pirâmide Ponzi” global, Wall Street lançou sua ameaça-chantagem: Ou entregam trilhões de dólares do dinheiro dos contribuintes dos EUA, ou quebramos tudo, a economia toda, até os cacos. Entreguem a grana, ou adeus poupanças. Adeus aposentadorias. Adeus Tesouro dos EUA. Adeus empregos e casas e futuro. Foi de apavorar, mesmo, e nos borramos de medo. “Aqui, aqui! Levem tudo, todo o nosso dinheiro. Não ligamos. Até, se quiserem, imprimimos mais dinheiro, só pra vocês. Levem, levem. Mas, por favor, não nos matem. POR FAVOR!”

Os economistas executivos, nas salas de reunião e nos fundos rolavam de rir. De júbilo. E em três meses lá estavam entregando, eles, uns aos outros, os cheques dos ricos bônus obscenos, maravilhados com o quão perfeita e absolutamente haviam conseguido roubar uma nação de otários. Milhões perderam os empregos: pagaram pela chantagem e, mesmo assim, perderam os empregos, e milhões pagaram pela chantagem e perderam as casas. Mas ninguém saiu às ruas. Não houve revolta.

Até que… COMEÇOU! Em Wisconsin!

Jamais um filho de Michigan teve mais orgulho de dividir um mesmo lago com Wisconsin!

Vocês acordaram o gigante adormecido – a grande multidão de trabalhadores dos EUA. Agora, a terra treme sob os pés dos que caminham e estão avançando!

A mensagem de Wisconsin inspirou gente em todos os 50 estados dos EUA. A mensagem é “Basta! Chega! Basta!” Rejeitamos todos os que nos digam que os EUA estão falidos e falindo. É exatamente o contrário. Somos ricos! Temos talento e ideias e sempre trabalhamos muito e, sim, sim, temos amor. Amor e compaixão por todos os que – e não por culpa deles – são hoje os mais pobres dos pobres. Eles ainda querem o mesmo que nós queremos: Queremos nosso país de volta! Queremos, devolvida a nós, a nossa democracia! Nosso nome limpo. Queremos de volta os Estados Unidos da América.

Não somos, não queremos continuar a ser, os Estados dos Business Unidos da América!

Como fazer acontecer? Ora, estamos fazendo aqui, um pouco, o que o Egito está fazendo lá. E o Egito faz, lá, um pouco do que Madison está fazendo aqui.

E paremos um instante, para lembrar que, na Tunísia, um homem desesperado, que tentava vender frutas na rua, deu a vida, para chamar a atenção do mundo, para que todos vissem como e o quanto um governo de bilionários lá estava, afrontando a liberdade e a moral de toda a humanidade.

Obrigado, Wisconsin. Vocês estão fazendo as pessoas ver que temos agora a última chance de vencer uma ameaça mortal e salvar o que nos resta do que somos.

Vocês estão aqui há três semanas, no frio, dormindo no chão – por mais que custe, vocês fizeram. E não tenham dúvidas: Madison é só o começo. Os escandalosamente ricos, dessa vez, pisaram na bola. Bem poderiam ter ficado satisfeitos só com o dinheiro que roubaram do Tesouro. Bem se poderiam ter saciado só com os empregos que nos roubaram, aos milhões, que exportaram para outros pontos do mundo, onde conseguiam explorar ainda mais, gente mais pobre. Mas não bastou. Tiveram de fazer mais, queriam ganhar mais – mais que todos os ricos do mundo. Tentaram matar a nossa alma. Roubaram a dignidade dos trabalhadores dos EUA. Tentaram nos calar pela humilhação. Nos tiraram a mesa de negociações!

Recusam-se até a discutir coisas simples como o tamanho das salas de aula, ou o direito de os policiais usarem coletes à prova de balas, ou o direito de os pilotos e comissários de bordo terem algumas poucas horas a mais de descanso, para que trabalhem com mais segurança para todos e possam fazer melhor o próprio trabalho –, trabalho que eles compram por apenas 19 mil dólares anuais.

Isso é o que ganham os pilotos de linhas curtas, talvez até o piloto que me trouxe hoje a Madison. Contou-me que parou de esperar algum aumento. Que, agora, só pede que lhe deem folgas um pouco maiores, para não ter de dormir no carro entre os turnos de voo no aeroporto O’Hare. A que fundo do poço chegamos!

Os ricos já não se satisfazem com pagar salário de miséria aos pilotos: agora, querem roubar até o sono dos pilotos. Querem humilhar os pilotos, desumanizá-los e esfregar a cara dos pilotos na própria vergonha. Afinal, piloto ou não, ele não passa de mais um sem-teto…

Esse, meus amigos, foi o erro fatal dos Estados dos Business Unidos da América. Ao tentar nos destruir, fizeram nascer um movimento – uma revolta massiva, não violenta, que se alastra pelo país. Sabíamos que, um dia, aquilo teria de acabar. E acabou agora, já começou a acabar.

A mídia não entende o que está acontecendo, muita gente na mídia não entende. Dizem que foram apanhados desprevenidos no Egito, que não previram o que estava por acontecer. Agora, se surpreendem e nada entendem, porque tantas centenas de milhares de pessoas viajam até Madison nas últimas semanas, enfrentando inverno brutal. “O que fazem lá, parados na rua, com vento, com neve?” Afinal… houve eleições em novembro, todos votaram… O que mais podem desejar?!” “Está acontecendo algo em Madison. Que diabo está acontecendo lá? Quem sabe?”

O que está acontecendo é que os EUA não estão falidos. A única coisa que faliu nos EUA foi a bússola moral dos governantes. Viemos para consertar a bússola e assumir o timão para levar o barco, agora, nós mesmos.

Nunca esqueçam: enquanto existir a Constituição, todos são iguais: cada pessoa vale um voto. Isso, aliás, é o que os ricos mais detestam por aqui. Porque, apesar de eles serem os donos do dinheiro e do baralho e da mesa da jogatina, um detalhe eles não conseguem mudar: nós somos muitos e eles são poucos!

Coragem, Madison, força! Não desistam!

Estamos com vocês. O povo, unido, jamais será vencido.

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Carnage
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Re: O mito da competência americana

#69 Mensagem por Carnage » 09 Mar 2011, 23:28

http://www.revistaforum.com.br/noticias ... a_nos_eua/
A escalada da ultradireita nos EUA
Por Idelber Avelar


Se lições podem ser tiradas dos dois primeiros anos da presidência de Barack Obama, uma das principais terá que ser esta: é impossível dialogar com um surto psicótico coletivo. Obama tem pago um altíssimo preço político por se eleger e governar baseado num projeto de diálogo com esse surto, estratégia que se ancora na tentativa de um debate racional e razoável (ao modo sonhado pela “ética comunicativa”, do pensador liberal Jürgen Habermas) com um interlocutor imaginário, sujeito político que não quer ser interlocutor, mas inimigo encarregado de aniquilar, eliminar, destruir o adversário. Os 8 anos de governo de extrema-direita, a manipulação midiática dos ataques de 11 de setembro de 2001, a violenta crise econômica que explodiu em 2008 e a irrupção, mais forte que nunca, do racismo e da xenofobia contribuíram para a configuração de um quadro político verdadeiramente assustador nos Estados Unidos de hoje, do qual não há saída imediata à vista. O ataque terrorista no Arizona, em que seis pessoas foram assassinadas e a deputada democrata Gabrielle Giffords saiu ferida na cabeça, foi o mais recente capítulo dessa macabra narrativa.

Até mesmo o leitor da Fórum deve ter se surpreendido com meu uso do termo “terrorista” na frase anterior. Apesar de consistente com o sentido que a palavra classicamente teve —matança indiscriminada, por motivos políticos, de uma população civil desarmada, com o objetivo de disseminar o medo —, o uso do termo “terrorista”, para designar eventos como os de Tucson, tenderá a provocar estupefação hoje em dia, por um motivo dos mais simples e prosaicos. A manipulação a que foi submetido esse termo nos EUA ao longo da última década nos levou a uma situação em que a violência de extrema-direita, tão estadunidense como a torta de maçã, já não cabe sob a alcunha do terrorismo. Esta se encontra definitivamente reservada para o “outro” — em especial para o outro árabe.

Enquanto isso, uma retórica delirante se fortalece em setores dos meios de comunicação de massas e no Partido Republicano. A partir das assembleias populares (town hall meetings), propostas por Obama para a discussão da reforma do sistema de Saúde, em 2009, a retórica de extrema-direita encontrou terreno fértil. A caracterização de Obama como nazista, bolchevique e islamista — para ficarmos em três definições obviamente contraditórias entre si — já é parte da paisagem, do discurso político aceito como normal e razoável nos EUA. Os questionamentos ao patriotismo de Obama, nos quais um visível racismo não deixa de cumprir seu papel, também são matéria cotidiana na TV e no rádio dos EUA. O discurso do ódio ao diferente, tão típico dos impérios em declínio, pavimenta o caminho para tragédias como a de Tucson.

Em abril de 2009, Richard Poplawski, um extremista antigoverno, assassinou três policiais e feriu outros dois em Pittsburgh. Ainda em abril do mesmo ano, no condado de Okaloosa, na Flórida, Joshua Cartwright matou um policial, movido pela alucinação de que o governo de Barack Obama estava conspirando contra ele. John Patrick Bedell, outro crente em teorias da conspiração, feriu dois policiais, em março de 2010, antes de ser abatido. Em fevereiro de 2010, Joseph Stack, com ódio do governo federal, lançou seu jatinho particular contra o prédio da Receita em Austin, matando a si próprio e duas outras pessoas. Limito-me aqui a listar alguns incidentes envolvendo ataques a funcionários do governo e delirantes teorias acerca de seu funcionamento.

É verdade, como apontaram Paul Krugman, no New York Times, e também Maurício Santoro, em seu excelente blog (http://todososfogos.blogspot.com), que não se pode traçar uma simples relação de causa e efeito entre a retórica da extrema-direita e a da mídia americanas e os atentados terroristas como o de Tucson. Mas dizer isso não é dizer muito, pois quando se trata de fatos sociais, não se pode estabelecer uma relação simples de causa e efeito entre nada e nada. O fato é que, ao longo dos últimos oito anos, foi se criando nos EUA um clima de intolerância, demonização do outro (particularmente do outro árabe/muçulmano), patriotismo cego e beligerante, que, aliado ao tradicional fetichismo às armas no país, colocaram o antagonismo político sem condições de se expressar na pólis, a não ser como guerra. Apesar de concordar com Krugman e Santoro, não posso deixar de observar que o Tea Party organiza e canaliza o velho fanatismo salvacionista norte-americano, e o dirige contra Obama. Não há relação causa-efeito, mas um clima político em que a demonização e os chamados à eliminação do outro são discurso aceitável, termina criando um solo fértil para ataques similares ao de Tucson.

Como notou Maurício Santoro, a ironia do caso é que a deputada está bem longe de ser uma liberal esquerdista. Ela é defensora do porte de armas e divergiu de Obama em várias questões, inclusive na reforma do sistema de Saúde. Mas sua oposição às novas, draconianas leis anti-imigração no Arizona foi suficiente para que fosse percebida por setores da direita antigoverno como inimiga a ser abatida.

O fato é que, qualquer que seja a evolução do quadro político americano no futuro próximo, fracassou a aposta de Obama por um espaço de interseção e diálogo com a extrema-direita. Irritados pelo excesso de conciliação do presidente com forças políticas claramente dedicadas a destruí-lo, os setores de esquerda (especialmente jovens e afroamericanos), que o elegeram em 2008, ficaram em casa nas eleições legislativas de 2010. Começava, ali, a ruir o mito de que a única alternativa para o Partido Democrata seria a conquista do centro político. Não foi a perda do centro, mas da esquerda, que derrotou Obama em 2010. Não há lição mais clara das legislativas de 2010 nos EUA: a retórica do ódio só poderá ser combatida efetivamente com a participação das forças políticas à esquerda do centro. Resta saber se elas encontrarão voz no engessado quadro bipartidário estadunidense.

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Re: O mito da competência americana

#70 Mensagem por kssabu1 » 10 Mar 2011, 02:14

Carnage escreveu:http://jbonline.terra.com.br/pextra/201 ... 088233.asp
Americanos acham que Beethoven é um cachorro e Michelangelo, um vírus

Agência AFP


WASHINGTON - A maioria dos americanos que está prestes a entrar na universidade não consegue escrever em letra cursiva, acha que o e-mail é lento demais, que Beethoven é um cachorro e Michelangelo, um vírus de computador, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira nos Estados Unidos.

Para os estudantes que se formarão em 2014, a Tchecoslováquia nunca existiu, Clint Eastwood é um cineasta que nunca interpretou "Dirty Harry" e John McEnroe é garoto propaganda que nunca pisou numa quadra de tênis, segundo as respostas de uma pesquisa feita por acadêmicos da Universidade de Beloit.

A lista Mindset (modo de pensar) foi compilada pela primeira vez em 1998 a partir de perguntas feitas à geração que se formaria em 2002, pelo professor de Humanidades Tom McBride e o ex-diretor de relações públicas Ron Nief, da Universidade Beloit.

Criar a lista levou um ano, durante o qual Nief e McBride coletaram contribuições externas, estudaram minuciosamente jornais, trabalhos literários e a mídia do ano de nascimento das pessoas que entraram na universidade em agosto ou setembro, início do ano letivo nos Estados Unidos.

"Em seguida, apresentamos as ideias a todos os jovens de 18 anos de quem conseguimos chamar a atenção", explicou Nief à AFP.

O objetivo era lembrar às autoridades educacionais como as referências culturais se perdem rápido, mas acabou se tornando, rapidamente, uma popular lista anual que demonstra os conhecimentos de uma geração.

Os nascidos em 1980 acham que só houve um papa, João Paulo II, que assumiu em 1978 e morreu em 2008.

Para os que chegaram ao mundo em 1981, a Iugoslávia nunca existiu. Eles não entendem por que se escreve com letra maiúscula o nome do sindicato Solidariedad, único independente na União Soviética e que conseguiu terminar pacificamente com o comunismo na Polônia, em 1989.

Os que nasceram em 1984 não tinham ideia de que algo como o apartheid existiu na África do Sul. Enquanto para os que hoje têm 29 anos, Mike Tyson foi "sempre um delinquente", os que são cinco anos mais velhos consideraram o boxeador "sempre um competidor".

"Há dois anos, havia alguns estudantes que (disseram) que aprenderam datilografia em uma máquina de escrever", enquanto agora há alguns de 30 anos que não sabem que a IBM foi fabricante de máquinas de escrever, disse Nief.

Para os alunos secundaristas que se formam este ano, a Alemanha nunca foi dividida, os atletas profissionais sempre competiram nos Jogos Olímpicos, os "reality shows" sempre existiram na televisão e as companhias aéreas jamais permitiram fumar a bordo.

19:59 - 17/08/2010
Esquisito ficar falando mal de outros povos, quando há tanto por se fazer aqui.
Triste exemplo, neste âmbito, é ver os resultados dos estudantes brasileiros no PISA, que comprovam que por aqui aprende-se pouco mais do que fazer algumas continhas básicas.
No mais, a história nos mostra que todo império tem um fim, embora eles tenham sido necessários para que as diversas etnias não se aniquilem. Qual será o próximo? Um império islâmico?

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Re: O mito da competência americana

#71 Mensagem por Fortimbrás » 10 Mar 2011, 07:54

"Vou repetir. 400 norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no ‘resgate’ de 2008, pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm hoje a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. "


Esse é o verdadeiro "sonho americano"...

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Re: O mito da competência americana

#72 Mensagem por O Pastor » 10 Mar 2011, 08:02

kssabu1 escreveu: Esquisito ficar falando mal de outros povos, quando há tanto por se fazer aqui.
Triste exemplo, neste âmbito, é ver os resultados dos estudantes brasileiros no PISA, que comprovam que por aqui aprende-se pouco mais do que fazer algumas continhas básicas.
No mais, a história nos mostra que todo império tem um fim, embora eles tenham sido necessários para que as diversas etnias não se aniquilem. Qual será o próximo? Um império islâmico?
Kssabu1,

Não vejo como negativa as críticas feitas ao povo americano. Há muito que se fazer por aqui, sim, mas aqui estamos finalmente iniciando um processo de fim de longa hibernação. Já os EUA, por serem ou terem sido a maior potência do século XX, era de se esperar muito mais. Eu tenho mais fé no Brasil pras próximas décadas, do que nos EUA.

Qual será o próximo império?? Pode muito bem ser um Império Brasileiro, por que não?? Apenas teríamos que fazer a coisa certa e não duvidar que isso é possível.

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Re: O mito da competência americana

#73 Mensagem por Fortimbrás » 10 Mar 2011, 08:11

kssabu1 escreveu:[Esquisito ficar falando mal de outros povos, quando há tanto por se fazer aqui.
Não é esquisito se você levar em consideração o quê o governo do Grande Satã diz e faz em relação aos outros países do mundo.
Não é esquisito se você lembrar que são eles os primeiros a apontar o dedo para as mazelas de outros países , ditando lições de moral.

kssabu1 escreveu:No mais, a história nos mostra que todo império tem um fim, embora eles tenham sido necessários para que as diversas etnias não se aniquilem. ?
Converse com um descendente de índios , amigo. Ele vai te mostrar o método dos americanos em evitar que "etnias não se aniquilem". Mas eu te adianto o "segredo" deles na história americana: antes de se aniquilarem entre si, os americanos entram em cena e matam todo mundo.
Se você ainda não ficar certo de que os americanos são altamente desnecessários ( eu diria que o governo americano é um mal desnecessário) pergunte ao pessoal da Nicarágua e da Guatemala. Eles vão te dizer como os americanos são necessários. Um palestino também pode te dar uma visão mais balanceada a respeito da forma peculiar que o governo americano tem em mediar conflitos. Se, ainda assim , você estiver em dúvida, fale com um descendente de vietnamita. Em último caso, apele para os afegãos e iraquianos.
Todos eles terão uma ou duas coisinhas pra te dizer a respeito da necessidade que o mundo tem de ter no Grande Satã a polícia do mundo.


kssabu1 escreveu:Qual será o próximo? Um império islâmico?

Não, antes de cair, os americanos vão levar com eles todos os que puderem e os islâmicos são os primeiros da lista.
O próximo império virá do Oriente, mas não será muçulmano.

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Re: O mito da competência americana

#74 Mensagem por Carnage » 10 Mar 2011, 23:36

Me parece bem óbvio que a China é a provável bola da vez.

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O Pastor
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Re: O mito da competência americana

#75 Mensagem por O Pastor » 11 Mar 2011, 07:20

Carnage escreveu:Me parece bem óbvio que a China é a provável bola da vez.

Sem duvida, é o emergente mais preparado. Se não fossem as vacilações cometidas pelos governos passados, acho q hj estaríamos em posição ate melhor q a China.

Só espero q a nossa tradição lambe-botas fique pra trás, porque fica claro q o momento é dos emergentes. Vamos lá Brasil!! Hehehehe..

O nosso pior pesadelo hj é o nosso péssimo sistema d educação. Herança q veio da ditadura, q atingiu seu auge no governo FHC, q SUCATEOU o ensino publico superior. Pra vc ter uma ideia, em recentes pesquisas, o Brasil é o único pais dos BRICS a não ter uma universidade entre as 100 melhores do Mundo. A USP, nossa melhor, ocupa o ranking d número 243, algo assim. A China possui umas 3 ou 4 universidades entre as 100 melhores do mundo. Até a Africa do Sul do apartheid informal, esta melhor q a gente no quesito educação.

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