A imprensa e grande mídia no Brasil

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#556 Mensagem por Bob Black » 08 Mar 2011, 23:13

ABC News, American Express Company, Americas Business Council, The Associated Press, The Atlantic Monthly Group, Inc., Banco Santander, S.A., Bloomberg LP, BusinessWeek/McGraw-Hill, Chicago Tribune Foundation, Citigroup, CNN, Dow Chemical, Forbes Inc., Ford Motor Company, Fox News, GE Foundation, JC Penny, Los Angeles Times, McCormick Foundation, Microsoft Corporation, National Press Club, NBC, Inc., The New York Times Company Foundation, The New Yorker, News Corporation, Time Inc., Time Warner Inc., Verizon Foundation, Viacom Inc., The Washington Post, Williams F1 Team.
Interessante, nesse artigo fica claro que a causa defendida por essa ong CPJ é tão legítima quanto uma nota de três reais. Observem que um dos doadores para a "boa causa" é a Microsoft. Vale lembrar, que uma das primeiras medidas adotadas pelo governo Lula foi a implantação imediata do sistema Linux como plataforma principal dos sistemas de órgãos e empresas federais ou de economia mista, como Banco do Brasil, por exemplo, reduzindo custos e aumentando a eficiência.

Que coisa!!


Os relatórios são verdadeiras peças de humor pastelão, como a passagem em que Sarney é tachado de oligarca e inimigo da liberade de imprensa. Oras! o velho oligarca foi o primeiro presidente pós regime militar, ou seja, numa época em que a liberdade de imprensa, supostamente, já permitiria ao Estadão ou qualquer outro órgão de imprensa,em nome da verdade jornalística doesse a quem doesse, trazer a tona a obscura face tirana do então presidente da república...oligarca. No entanto...


E afinal o que seria "censura de justiça" ou coisa que o valha?? Será que a imprensa, que se auto-entitula-se o quarto poder, está querendo tomar o lugar da justiça?? Ou é apenas uma alegoria fantasiosa??

Pelo visto a posicão de quarto da lista lhes é incômoda, haja visto que manipular presidentes eleitos democraticamente, infiltrar lobistas no legislativo e afrontar as leis, tem sido pratica comum. Tudo em nome da liberade de imprensa.

Como se não bastasse esses mecanismos imorais de manipulação, eles apelam para ongs que supostamente representariam os interesses dos seus pobres empregados, os jornalistas.

Patético

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#557 Mensagem por Sempre Alerta » 18 Mar 2011, 12:38

Veja escondeu entrevista comprometedora de Arruda

Do Blog do Noblat

Arruda diz à VEJA quem ajudou com dinheiro

Advogados de Arruda informam que essa entrevista foi concedida à VEJA em setembro passado, antes das eleições.

Segundo o ex-governador, dinheiro da quadrilha que atuava em Brasília alimentou campanhas de ex-colegas como José Agripino Maia e Demóstenes Torres

VEJA Online

José Roberto Arruda foi expulso do DEM, perdeu o mandato de governador e passou dois meses encarcerado na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de realizada a Operação Caixa de Pandora, que descobriu uma esquema de arrecadação e distribuição de propina na capital do país.
Filmado recebendo 50 mil reais de Durval Barbosa, o operador que gravou os vídeos de corrupção, Arruda admite que errou gravemente, mas pondera que nada fez de diferente da maioria dos políticos brasileiros: “Dancei a música que tocava no baile”.

Em entrevista a VEJA, o ex-governador parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder da legenda no Senado, Demóstenes Torres (GO). A seguir, os principais trechos da entrevista:

O senhor é corrupto?

Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.

O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?

Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.

Como o senhor ajudou o partido?

Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.

O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?

Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.

E o financiamento?

Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).

De que modo o senhor conseguia o dinheiro?

Como governador, tinha um excelente relacionamento com os grandes empresários. Usei essa influência para ajudar meu partido, nunca em proveito próprio. Pedia ajuda a esses empresários: “Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor para o partido’”. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas fazem. Era minha obrigação como único governador eleito do DEM.

Esse dinheiro era declarado?

Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.

Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?

A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.

O senhor ajudou mais algum deputado?

O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.

Mais algum?

Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.

Por exemplo?

Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.

Então o senhor também ajudou políticos de outros partidos?

Claro. Por amizade e laços antigos, como no caso do PSDB, partido no qual fui líder do Congresso no governo FHC, e por conveniências regionais, como no caso do PT de Goiás, que me apoiava no entorno de Brasília. No caso do PSDB, a ajuda também foi nacional. Ajudei o PSDB sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu. E também por meio de Eduardo Jorge, com quem tenho boas relações. Fazia de coração, com a melhor das intenções.

(Comentário meu: Advogados de Arruda informam que essa entrevista foi concedida à VEJA em setembro passado, antes das eleições.)

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -de-arruda

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#558 Mensagem por Carnage » 19 Mar 2011, 00:20

Esse post ia bem no tópico dos Cleptos!

Postei algo relacionado a isso lá:
http://www.gp-guia.net/viewtopic.php?f=1 ... 9#p1479959

Sempre Alerta
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#559 Mensagem por Sempre Alerta » 19 Mar 2011, 17:59

Carnage escreveu:Esse post ia bem no tópico dos Cleptos!

Postei algo relacionado a isso lá:
http://www.gp-guia.net/viewtopic.php?f=1 ... 9#p1479959
Prezado Carnage,

Este artigo foi propositadamente postada neste tópico para deixar bem claro o compartamento viesado de determinada parte da imprensa (PIG). Órgãos de imprensa como o Grupo Abril, Rede Globo, Estadão, Folha de São Paulo quando o assunto é política, não merecem nenhuma credibilidade.

Vejam a opinião dessa mesma Revista Veja sobre o caso Erenice:
"A publicação da reportagem a vinte dias do primeiro turno das eleições fará brotar acusações de que o objetivo é prejudicar a candidata oficial, Dilma Rousseff. São especulações inevitáveis. Mas quais seriam as opções? Não publicar? Só publicar depois das eleições? Essas não são opções válidas no mundo do jornalismo responsável, a atividade dedicada à busca da verdade e sua revelação em benefício do país."
Veja: 10/10/2010
Dá para acreditar??????

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#560 Mensagem por Carnage » 19 Mar 2011, 22:09

Sempre Alerta escreveu:Dá para acreditar??????
Os governos tucanos fecham contratos milionários de compra de revistas e jornais da Abril, do Grupo Folha, etc. pra distribuir nas escolas.
Eu não dou pra acreditar, aliás, eu não dou em hipótese alguma, mas acredito sim, aliás, acho totalmente previsível.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#561 Mensagem por Compson » 22 Mar 2011, 17:30

Fico imaginando o que é mais constrangedor para a classe jornalística: a notícia em si ou o modo como quatro grupos "independentes" cometeram o mesmo erro de português na manchete:

Imagem

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Imagem

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A do Terra é a pior disfarçada de Ctrl+C/Ctrl+V da história.

No cache do Google tem mais, mas corrigiram antes do flagra...

Depois o congresso brasileiro que é papagaio de Washington.

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#562 Mensagem por Carnage » 27 Mar 2011, 16:51

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =634IMQ002
A entrevista escondida

Por Washington Araújo em 22/3/2011


Existem notícias que nos fazem rever o conceito do valor-notícia. Estou com isto em mente após ler a entrevista que o ex-governador José Roberto Arruda (DF) concedeu em setembro de 2010 à revista Veja. Na entrevista, Arruda decidiu dar uma espécie de freio de arrumação em suas estripulias heterodoxas como governador do Distrito Federal: atuou como principal protagonista no festival de vídeos dirigido pelo ex-delegado de polícia Durval Barbosa e que tratavam de um único tema: a corrupção graúda correndo solta nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Distrito Federal.

Na entrevista publicada na quarta-feira (17/3) no sítio de Veja encontramos o ex-governador desarrumando as biografias de seus antigos companheiros de partido, pessoas como os senadores Agripino Maia, Demóstenes Torres, Cristovam Buarque e até o sempre correto Marco Maciel. Não faltaram mísseis dirigidos aos deputados ACM Neto, Rodrigo Maia e Ronaldo Caiado. E também ao presidente do PSDB, o agora deputado Sérgio Guerra. Na fala de Arruda sobra ressentimento e, mesmo tendo passado alguns meses, ainda trai uma certa conotação de vingança.

Não. Não estou desmerecendo o valor de uma única palavra de Arruda nessa entrevista. Após ler os desmentidos de todos os novos citados no escândalo conhecido como o "panetone do DEM" (ver, neste Observatório, "Panetones na Redação" e "Mídia encara corrida de obstáculos"), confesso que nenhum me convenceu: a defesa esteve muito inferior ao ataque desferido e onde as palavras deveriam ser adjetivas conformaram-se como nada mais que substantivas. Naquele velho diapasão do "nada como tudo o mais além, ainda mais em se tratando deste assunto, muito pelo contrário". Ou seja, a bateria antimíssil deixou muito a desejar e, considerando a virulência verbal dos agora acusados de receberem apoio financeiro no mínimo com "origem suspeita", os desmentidos surgem como bolhas de sabão que tanto animam festas infantis. Desmancham-se no ar.

Miúdos e graúdos

O que me causou profunda estranheza nessa entrevista nem foi seu conteúdo, menos ainda seu personagem. O que me deixou perplexo, com todas as pulgas aninhadas em volta da orelha, foi otiming da publicação da entrevista. Por que Veja, tendo entrevistado o ex-governador em setembro de 2010, somente agora, quase 190 dias depois, resolveu levá-la ao conhecimento de seu público leitor? O ponto é que o mais robusto episódio de explícita corrupção, o único escândalo com tão formidável aparato midiático, com dezenas de vídeos reproduzidos nos principais telejornais do Brasil, merecia ter um tratamento realmente jornalístico: descobrindo-se novos fatos, novos meliantes, novas falcatruas, tudo teria que vir à luz, a tempo e a hora.

Convém refrescar a memória com essas autoexplicativas manchetes dos principais jornais brasileiros no dia 28/11/2009:

**

O Globo: "Governador do DEM é suspeito de pagar propina a deputados". E diz que "PF grava José Roberto Arruda negociando repasse de dinheiro com assessor";

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Folha de S.Paulo: "Governo do DF é acusado de corrupção";

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O Estado de S.Paulo: "Polícia flagra ‘mensalão do DEM’ no governo do DF". E diz que o esquema "teria até mesmo participação do governador Arruda".

No dia seguinte, 29/11/2009, as manchetes continuaram com tintas denunciatórias:

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O Globo teve como manchete principal "PF: Arruda distribuía R$ 600 mil todo mês";

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Folha de S.Paulo optou por "Documento liga vice-governador do DF a esquema de corrupção";

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O Estado de S.Paulo não deixou por menos: "Em vídeo, Arruda recebe R$ 50 mil".

E, para concluir essa sessão "refresca memória", compartilho as manchetes dos jornalões no dia 30/11/2009:

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O Globo abriu sua edição com a manchete "Arruda: TSE vê indício de caixa 2";

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Folha de S.Paulo destacou na primeira página: "Vídeos mostram aliados de Arruda recebendo dinheiro";

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O Estado de S. Paulo abriu manchete com "Vídeos ‘letais’ levam DEM a preparar expulsão de Arruda", destacando em subtítulo que "Provas contundentes da PF deixam governador em situação insustentável".

**

Até o fluminense Jornal do Brasil passou a tratar do assunto com a importância que o assunto requeria: "Aliados deixam Arruda isolado".

Tudo bem, este foi o início da divulgação do escândalo. E, como sempre acontece, o início de todo escândalo político tende a ser megapotencializado. É assim aqui no Brasil, na Itália, no Reino Unido, no mundo todo. No caso atual, pela primeira vez um governador no Brasil esteve trancafiado por tão longo tempo: 60 dias, de 11 de fevereiro a 12 de abril de 2010. A carceragem se deu na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Antes de completar um ano de sua divulgação, o escândalo produziu a cassação de mandatos de diversos deputados distritais, a renúncia de um senador da República, a instauração de diversos inquéritos para apurar responsabilidades de políticos miúdos e graúdos e também de procuradores do Ministério Público do Distrito Federal.

E foi nesse meio tempo que, segundo os advogados de Arruda, em setembro de 2010, o ex-governador concedeu a entrevista ao carro-chefe da Editora Abril. O que as teclas de meu micro querem saber é por que Veja escondeu comprometedora entrevista de Arruda.

Insidiosa, rastejante

Tenho exposto aqui neste Observatório minhas teses sobre a forma e o modus operandi de como a imprensa, a grande imprensa, tem se comportado como agremiação político-partidária. E essa defasagem de mais de seis meses entre a data da entrevista e a data de sua divulgação é de chamar a atenção.

Quais as reais motivações para que fosse esquecida, largada na gaveta de um editor aparentemente displicente? Por onde andaria aquele polvo-caçador-de-corruptos-no-Planalto que não deu a mínima trela para essa entrevista? Ninguém na redação de Veja considerou um mísero grama de valor-notícia para buscar a versão dos "novos acusados"? Ou seria mais um desserviço à campanha presidencial de José Serra? Desserviço que, com certeza, cobriria tal campanha de portentosa agenda negativa, incluindo sob suspeição até mesmo o presidente de seu partido.

Todos sabemos que o papel da imprensa é informar a população. Aprendemos isso ainda nos primeiros dias de aula de qualquer curso de jornalismo, mesmo aqueles chamados "meia-boca". Por que à população brasileira foram suprimidas tais informações?

É, não é necessário muitos decênios de madura experiência como analista da política brasileira para entender que dentre as mil possíveis razões para que ocorresse tal ocultação uma delas sobressai, insidiosa, sibilina, rastejante: a entrevista de Arruda, que hoje causa apenas perplexidade, publicada em setembro de 2010 traria em seu cerne forte componente explosivo capaz de desarrumar por completo o pleito presidencial de 2010.

Mas, como dizem nossos oráculos da imprensa... o leitor vem sempre em primeiro lugar.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... uda-a-veja
Comentário

O repórter Diego Escosteguy foi o autor das reportagens sobre Erenice Guerra. Mas já vinha em processo de ruptura com a revista Veja, devido a conflitos pesados com o diretor de redação de Brasília, Policarpo Jr.

Na época, entrevistou José Roberto Arruda. Por razões variadas – dentre as quais a principal era o período eleitoral – a revista deixou a entrevista na gaveta.

Um episódio precipitou a ruptura, a tal matéria de capa sobre o suposto maço de dinheiro na gaveta do Planalto, a tal capa "Caraca! Que dinheiro é esse?".

Seu nome foi incluído na matéria, ao lado do repórter Otávio Cabral. Segundo comentou com amigos, a matéria foi inventada, ele não teve nenhuma participação e o episódio o constrangeu muitíssimo, pois colocava em risco sua reputação jornalística. A partir dali, o clima ficou insuportável para ele. Queria sair da revista antes que liquidassem com seu nome.

Logo depois, passou a ser sondado pela revista Época. Aceitou o convite para ser editor de Brasil. Pediu autorização da revista para publicar a entrevista na Época. A autorização foi dada mas, no meio da semana, o portal da Veja publicou a entrevista sem dar o crédito. Foi a maneira de detonar a matéria – isto é, matar sua divulgação sem dar o devido destaque.

Por Webster Franklin

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#563 Mensagem por Sempre Alerta » 07 Abr 2011, 09:45

Excelente matéria sobre o jornalismo do “El País”.

Ele nos mostra como deve ser o comportamento da imprensa nos quesitos da ética, moral e da verdade, cujo único compromisso é com o leitor.

Quem sabe um dia ainda vamos ter um jornalismo tipo “El País” aqui no Brasil.

Parabéns ao jornalismo do “El País”!!!

Como respeitar a inteligência do leitor

Por Washington Araújo em 5/4/2011

Entre 7/4/2001 e 31/3/2011, o jornal espanhol El País publicou nada menos de 3.085 matérias em que o Brasil é protagonista ou em que é referido, seja por suas políticas públicas, seja por sua cultura, sua economia, seja por seus eventos e também por seus desafios. Publicou editoriais sobre os êxitos do país no campo da mobilidade social, festejou os triunfos de o país ser escolhido para sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, além de não deixar ao sereno a escolha da cidade do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos de 2016 – batendo não apenas Tóquio e Chicago, mas também Madri. E acompanhou com notável interesse a trajetória política de Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos meses que antecederam sua eleição de presidente do Brasil.
Relativamente novo – surgiu em 4 de maio de 1976, com 180 mil exemplares de tiragem –, El País pode festejar não sua longevidade, sua história em lustrosos números redondos (50, 60, 70, 100, 150 anos), mas, sim, seu apurado faro para a notícia, para dar furos, para levar a sério conceitos basilares do jornalismo, conceitos que em outras publicações – como, infelizmente, em grande parte dos jornais brasileiros – nada mais são que chavões, slogans publicitários, tema de campanha para angariar novos assinantes. Começou, portanto, a circular e a construir sua fama como celeiro de bons jornalistas ao mesmo tempo em que a Espanha fazia sua transição do regime ditatorial para o democrático.

Compromisso pétreo com o leitor

El País vê a si mesmo como "um jornal global, independente, de qualidade e defensor da democracia pluralista". O jornal espanhol se caracteriza pelo grande destaque a informações de âmbito internacional, de cultura e de economia e, obviamente, sobre a Espanha. E não apareceu na cena editorial para ser apenas mais um. Foi além, sendo o primeiro jornal a adotar um Manual de Redação (por eles chamado Libro de Estilo) e implantou o cargo de Defensor do Leitor – que aqui no Brasil achamos melhor cognominar com uma palavra mais simples e próxima da língua de Camões, ombudsman.
Poderia ficar por aqui, mas é importante destacar que El País aprovou um documento chamado Estatuto da Redação, com a missão de regulamentar as relações profissionais entre a redação, a direção do jornal e também a empresa editorial que o sustenta. Abdicou logo cedo de ser uma ilha editorial para ser fonte e caixa de ressonância de vários continentes ao firmar projetos de colaboração com jornais de prestígio em seus países, como Le Monde (França), La Reppublica (Itália), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Daily Telegraph (Reino Unido), The International Herald Tribune e The New York Times (EUA).
Mas nem sempre a história de um jornal pode ser construída apenas pela adoção de atitudes e posições consideradas corretas em seu tempo. Alternar sol e chuva, calmaria e tempestade, concede a um jornal o direito de saborear isso que chamamos de fonte de autoridade moral. Com El País não foi diferente.
Pois bem, foi durante a tentativa de golpe de 23 de fevereiro de 1981, levado avante pelo tenente-coronel da Guarda Civil Antonio Tejero, aproveitando a instabilidade política e as incertezas que cercavam o país. Com os tanques do exército nas ruas de Valência e com o governo e todos os membros raptados no Congresso, antes mesmo que a TV espanhola conseguisse divulgar a mensagem do rei Juan Carlos condenando o golpe, El País chegou às ruas com uma edição especial com a manchete "El País com a Constituição". E foi o primeiro jornal a marcar posição pela democracia, convocando a população a seguirem juntos. Tais compromissos com a democracia levaram El País a contribuir para a vitória espetacular do PSOE nas eleições de 1982, oferecendo completo apoio ao governo de Felipe González.
Desde então, o jornal vem conquistando admiradores (não apenas leitores ou assinantes) mundo afora. A forma como faz seu leitor entender que seus compromissos estatutários foram redigidos para serem levados a sério, e que estes não estão no balcão de negócios a conectar a área editorial com a comercial, tem sido clara, muito clara. El País é o jornal que com maior propriedade atualmente pode dizer que tem compromisso pétreo com o leitor, compromisso sagrado e sempre acima das lealdades circunstanciais aos governos de plantão, ao empresariado melhor aquinhoado nas Bolsas de Valores.
[...]
Para ler a matéria completa:
http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =636IMQ002

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#564 Mensagem por Carnage » 13 Abr 2011, 15:31

http://www.conversaafiada.com.br/politi ... a-a-globo/
FHC revela que o PiG (*) é corrupto.
Ou como o Globope ajuda(va) a Globo


Saiu no blog Os Amigos do Presidente Lula:

http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... rande.html
FHC dá seu testemunho de que a grande imprensa é corrupta

Sobre o artigo de FHC referido na nota abaixo, tem um parágrafo onde o demo-tucano deixa escapar, sem querer, seu testemunho, do alto de quem já foi Presidente da República e teve na mão a caneta das verbas publicitárias:


Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, …, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.

O demo-tucano atirou no PT mas acertou em cheio no PIG (imprensa golpista). Ele escreve com todas as letras que as verbas publicitárias são instrumento para corromper o PIG. Mas isso só pode ser constatado em seu governo e nos governos demo-tucanos estaduais, pois desde que Lula foi eleito, o governo petista só apanha da imprensa.

FHC apenas revela seu temor – conhecedor que é da índole corrupta da imprensa corporativa – dela estar se oferecendo, à venda, para o governo Dilma, depois de levar uma sova durante 8 anos de tentativa de derrubar Lula e impedir Dilma de ganhar as eleições.


Não é novidade nenhuma para nós, mas que eu me lembre, é a primeira vez que um grão-tucano entrega seus comparsas da imprensa desta maneira tão explícita.
Navalha

Nos oito anos do cinzento Governo FHC-Cerra, a Globo tinha 50% da audiência.

E ficava com 80% da verba publicitária do Governo Federal.

Ou seja, o Farol de Alexandria subsidiava a Globo no que correspondia a essa diferença – com 50% da audiência ficava com 80% da publicidade.

(O maestro dessa sinfonia era o Andrea Matarazzo, depois notável embaixador do Brasil na Itália.)

No Governo do Nunca Dantes essa relação se estreitou, gradativamente.

Hoje, a Globo tem perto de 40% da audiência.

E perto de 40% da verba publicitária do Governo Federal.

Ou seja, a Globo leva para casa o que ela entrega ao anunciante: 40%.

Acabou a sopa.

É por isso que a Globo quis derrubar o Nunca Dantes.

E continua a tentar desmoralizá-lo.

Por falar nisso, por que o Governo da JK de saias não apura direitinho o que a Globo entrega ?

A Globo recebe um anuncio da “…brás”, do Governo Federal.

E cobra o correspondente a 40% da audiência.

Mas, quem diz que ela entrega, de fato, 40% da audiência ?

Quem diz é o Globope, cujo maior cliente é a Globo.

Por que o Governo da JK de saias não monta um sistema público de pesquisa de audiência, com acesso aberto na internet ?

Como se sabe, a “ciência” do Globope se reduz colocar um aparelhinho em meia dúzia de lares, na Grande São Paulo.

É assim que o Globope diz qual é a audiência da Globo – e é assim que o gosto do espectador de São Paulo determina programação da televisão brasileira, do Oiapoque ao Chuí.

Por que não fazer uma pesquisa ampla, nacional, online, transparente, paga por todo mundo: ABERT, Governo, agencias etc etc .

Com a banda larga isso vai ser uma moleza.

Ainda mais se a JK de saias enquadrar as telefônicas, como acaba de fazer.

Ou será que às agências não interessa quebrar essa tríade de ferro, que sustenta a indústria publicitária brasileira há décadas: Globo, Globope e bonificação por volume (quanto mais a agência anuncia na Globo, mais a agência – e, não, o anunciante – leva grana para casa) ?

Tai, amigo navegante, precisamos meditar sobre isso, você não acha ?

Que tal mandar uns palpites, umas informações a esse ansioso blogueiro ?


Paulo Henrique Amorim

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#565 Mensagem por Sempre Alerta » 18 Abr 2011, 16:15

O Desenho da Mídia

A pesquisa da CDN sobre os hábitos de leituras dos executivos brasileiros consolida percepções já antigas sobre o tema.
Considere-se que os executivos eram o público preferencial dos jornais, provavelmente os mais habituados às colunas dos jornais - daí talvez a preferência por blogs. Considere-se também que, pela pesquisa, continuam sendo majoritariamente leitores de jornais.
A pesquisa comprova algumas análises que já publiquei aqui e acrescenta ingredientes novos à discussão midiática.
Tempos atrás escrevi que, dos grupos da velha mídia, sobreviveriam as Organizações Globo e a Folha, através da UOL; que o Estadão era um grupo à venda; e que a Abril não conseguiria se colocar nesse novo mundo virtual.
Como a blogosfera é um universo múltiplo, distribuído, obviamente não dá para tratar da mesma maneira que um portal ou um jornal. É um grande bolo, mas dividido por milhares de blogs. E muitos desses blogs estão ancorados em portais jornalísticos.

Na pesquisa, alguns pontos chamam a atenção:

1. O predomínio dos portais variados sobre os portais exclusivamente jornalísticos. UOL (42%) e Terra (36%) se destacam vindo, a seguir, o iG (19%), acima do G1 (17%), mesmo este contando com o aparato de vídeo das Organizações Globo. Até a era Caio Túlio o iG encostava no Terra, na disputa pelo segundo lugar, mas por audiência total. Como a pesquisa, agora, é com executivos atrás de notícias, não sei se reflete a audiência total dos portais.

2. A pesquisa consagra a visão pioneira de Luiz Frias, quando convenceu o pai a apostar na UOL. A consolidação se deu em cima de uma série de operações habilidosas, da compra da parte da Abril à associação com a Portugal Telecom, a maneira como resolveu seus problemas com o ICMS paulista e a operação de IPO conduzida pelo Banco Pactual, o desenvolvimento de tecnologia própria. Em meio ao terremoto da última década, manteve o barco à tona e consolidou a posição de liderança. Ele e Rodrigo Mesquita, do Estadão, são os herdeiros que melhor entenderam os novos tempos.

3. Um capítulo curioso é o caso Nizan Guanaes. Quando lançou o iG, escrevi algumas vezes que o modelo de negócios (em cima da internet gratuita) não se sustentaria, porque baseado em uma distorção – o pagamento pelas teles aos portais que redirecionassem o tráfego para elas. De fato, não se sustentou. Mas Nizan estava certo em apostar em um modelo que dependesse de publicidade. Acontece que o iG surgiu muito antes da publicidade chegar maciçamente à internet. Foi salvo por manobras envolvendo controladores e sócios, mas se consolidou no terceiro lugar. Roberto Campos tinha uma maneira de definir erros estratégicos: quando se começa muito depois ou quando se começa muito antes. Nizan viu. O problema é que foi muito antes.

4. Chama atenção a total inexpressividade do Portal do Estadão – que não aparece sequer na pesquisa. Já a Agência Estado tem a leitura de apenas 2% dos executivos, justamente seu público-alvo. O grupo jogou tudo no Portal. É dos mais completos, com melhor conteúdo. Mas perdeu-se provavelmente na organização do conteúdo, que acabou reproduzindo, em um espaço que deveria ser organizado e hierarquizado, a própria desorganização e horizontalização da Internet. Sequer há separações claras sobre a ordem cronológica de entrada das notícias no portal. Não há uma porta de entrada simplificada, que permita visualizar todo o conteúdo. A própria versão online da Folha impressa, simplesinha, sem nenhuma firula, permite com dois cliques saber de todo conteúdo do jornal. No Estadão, é impossível.

5. Apesar do pesado investimento no seu Portal, Veja sequer aparece com 1% de indicações. A Abril perdeu o barco lá atrás, quando se desfez da BOL e, depois, da TVA. Está fora do jogo.
6. Com pouco tempo no ar, o R7 – embora ainda em pequenos 3% - suplantou a Agência Estado junto ao público-alvo da Agência.

7. Embora o jornal tenha passado por uma crise que quase liquidou com sua circulação, o site de O Dia ainda tem 2% de audiência dos executivos. Aliás, foi dos pioneiros, com alta qualidade inicial. Infelizmente a morte do Ary Carvalho interrompeu o planejamento para dar o upgrade ao jornal.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -estadao-3

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#566 Mensagem por Carnage » 18 Abr 2011, 20:53

http://cartamaior.com.br/templates/colu ... na_id=5023
FHC, a oposição e a mídia
O presidente de honra do PSDB teria prestado uma importante contribuição à moralidade pública se dissesse quais são os veículos de mídia que se sujeitam à “influência” do governo via verbas publicitárias. Será que ele estaria se referindo à revista Veja? Ou aos veículos das Organizações Globo? Ou, quem sabe, à Folha de São Paulo? Ou ao Estadão?

Venício Lima


O artigo sobre “O papel da oposição” que Fernando Henrique Cardoso publicou na revista “Interesse Nacional” teve grande repercussão, mas pouco se comentou sobre as afirmações que ele faz sobre o papel da mídia, velha e nova. Trata-se de ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, que sempre contou com a simpatia da grande mídia e, certamente, fala com autoridade de quem sabe. Vale a pena, portanto, verificar alguns dos conceitos e conselhos que oferece à oposição política.

PRIMEIRO: Para FHC opinião pública “são os setores da opinião nacional que recebem informações [da mídia]”, vale dizer, a opinião pública é apenas uma parte da população, aquela que se utiliza da mídia para obter informações [políticas].

O ex-presidente, portanto, ao contrário do que historicamente pensam e reivindicam muitos na grande mídia, faz uma importante distinção entre a opinião da mídia, a opinião pública e a opinião nacional [cf. nesta Carta Maior, “Golpe de 1964: os jornais e a “opinião pública” ].

SEGUNDO: FHC considera que “existe um público distinto do que se prende ao jogo político tradicional e ao que é mais atingido pelos mecanismos governamentais de difusão televisiva e midiática em geral”. Esse público “mais atingido pelos mecanismos governamentais” é identificado como sendo “as massas carentes e pouco informadas” e, entre os “mecanismos governamentais”, se incluem a “influência que [o governo] exerce na mídia com as verbas publicitárias”.

O ex-presidente considera, então, que existe uma “massa” que vem sendo manipulada pelo governo através da “difusão televisiva e midiática em geral”. E mais: que o governo ainda conta com a conivência ou cumplicidade da mídia, cooptada por meio de verbas publicitárias.

Teriam sido essas “massas carentes e pouco informadas” que o elegeram duas vezes, em 1994 e 1998, para a presidência da República? Ou essa seria apenas a conhecida forma elitista de se desqualificar o voto que elegeu e reelegeu o ex-presidente Lula e ainda elegeu, em 2010, a presidente Dilma?

Vale relembrar uma passagem do precioso artigo de Maria Rita Kehl que provocou sua demissão do Estadão em outubro de 2010. Dizia ela:

O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola. (...) Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano. [cf. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 8576,0.php ].

Por outro lado, teria sido uma importante contribuição à moralidade pública se o presidente de honra do PSDB tivesse dado a conhecer quais são exatamente os veículos de mídia que se sujeitam à “influência” do governo via verbas publicitárias. Será que ele estaria se referindo à revista Veja? Ou aos veículos das Organizações Globo? Ou, quem sabe, à Folha de São Paulo? Ou ao Estadão?

TERCEIRO: O ex-presidente considera que “existe toda uma gama de classes médias” (...), “ausente do jogo político-partidário”, para a qual “as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições”. Uma das características desses grupos é que, eles estão conectados às “redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc.”.

Mas, alerta ele, as oposições “não devem, obviamente, desacreditar do papel da mídia tradicional: com toda a modernização tecnológica, sem a sanção derivada da confiabilidade, que só a tradição da grande mídia assegura, tampouco as mensagens, mesmo que difundidas, se transformam em marcas reconhecidas.”

Certamente o ex-presidente não ignora a incrível capilaridade social da internet e de suas redes sociais no Brasil. Os usuários de Facebook, YouTube e Twitter estão em todas as classes sociais. E muitos dos usuários chegaram lá exatamente como resultado das políticas sociais dos governos que a oposição, segundo o ex-presidente, precisa combater.

O mais interessante, todavia, é a advertência em relação à mídia tradicional. Ela seria detentora exclusiva de uma “confiabilidade” capaz de assegurar a transformação das mensagens (políticas) em “marcas reconhecidas”.

Se considerarmos a oposição sistemática feita pela grande mídia aos dois governos Lula, comprovada por diferentes pesquisas e reconhecida pela própria presidente da Associação Nacional de Jornais, há razões de sobra para se desconfiar da “confiabilidade” da mídia tradicional. O ex-presidente Lula e seu governo, como se sabe, continuaram a receber aprovação recorde da imensa maioria da população.

Ao fim e ao cabo, parece que, a seguir as recomendações do ex- presidente FHC, a oposição política no Brasil terá um longo caminho pela frente.

A ver.

Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#567 Mensagem por Hammermart » 23 Abr 2011, 00:44

A concentração da mídia no mundo todo está muito intensa

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#568 Mensagem por Carnage » 07 Mai 2011, 02:14

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =640FDS019
O jornalismo cínico

Por Rodrigo Galdino em 3/5/2011


As últimas peripécias aprontadas pelos “nossos” políticos comprovam o jornalismo praticado nas redações brasileiras. Um jornalismo cínico. Refiro-me a cinismo porque, na ausência de termo mais exato, é este que melhor designa a atitude da mídia elitista do nosso Brasil. Uma mídia que ignora alguns fatos e maximiza outros, de acordo com seus interesses.

Tudo começou com o (ex?) palhaço Tiririca. Eleito deputado federal por expressivo número de votos, ele foi “vítima” (ou, pelo menos, o foco principal) de uma verdadeira campanha da mídia. Campanha esta que procurava colocar em xeque a legitimidade de um político que foi eleito pelo povo, apesar das suspeitas de analfabetismo. Durante semanas, os meios de comunicação do Brasil reiteraram a sua “preocupação” em ver uma vaga da Câmara assumida por uma pessoa, digamos, pouco letrada. Mas o episódio envolvendo o “letrado” senador Aécio, que foi pego dirigindo com habilitação vencida e ainda se recusou a fazer o teste do bafômetro, não teve o mesmo apelo midiático.

Fato minimizado, houve veículos que chegaram a publicar entrevistas exclusivas com Aécio. E deram total espaço para que ele, como bom orador que é, apresentasse suas desculpas esfarrapadas à população. Mas será que um político que se recusa a fazer o teste do bafômetro tem condições de dar exemplos à comunidade? Parece que não. Mas Aécio foi esquecido. Muito mais rapidamente que o palhaço Tiririca que, até agora, parece não ter feito grandes trapalhadas...

Direitos das minorias

Recentemente, o episódio Bolsonaro(aquele deputado que lançou palavras infelizes contra negros e homossexuais e é capaz de defender com unhas e dentes a ditadura) pode ser comparado à novela Requião. Senador pelo Paraná, Requião teve a infeliz atitude de tomar o microfone das mãos de um repórter da Bandeirantes. Devolveu depois, sem a entrevista. A falta de educação do senador (que, na minha opinião, mereceria ser cassado) denota desrespeito à liberdade de imprensa, sem dúvida. Mas a dimensão dada a esse fato, se comparada a atitude tão grosseira quanto a do deputado Bolsonaro, me leva a afirmar: a mídia tem dois pesos e duas medidas, de acordo com as pessoas e os fatos envolvidos.

Ter atitudes racistas e homofóbicasé tão grave quanto tomar gravador das mãos de repórter. Mas, sinceramente, não me lembro de ter visto (principalmente na TV Globo) grandes manifestações de repúdio contra Bolsonaro. Já para Requião, que se disse vítima de bullying, a coisa está sendo diferente. Rechaçado em público, ele ficará na mídia por bom tempo. Ou seja: quando o assunto envolve o umbigo dos jornalistas, a atenção dada é extrema. Quando os envolvidos são da “elite” (por vezes representada pelo PSDB), se minimizam fatos. Mas se a questão trata de direitos das minorias, tende-se a relativizá-la. Afinal, parece que ninguém se preocupa com negros, homossexuais e analfabetos. Puro cinismo.

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#569 Mensagem por Carnage » 14 Mai 2011, 21:05

http://www.tijolaco.com/governo-atenta- ... xa-precos/
Governo atenta contra livre mercado e baixa preços!

Imagem

Nenhuma destas duas “capas” da edição de hoje de O Globo é verdadeira. Mas uma das notícias em manchete aconteceu, a outra não.

A que aconteceu, não virou nem chamada de capa – aliás, também não saiu na Folha, e não tem a desculpa de que foi tardia a matéria, pois o Estadão a publicou na primeira página.

Claro que meu caro leitor e leitora já sabem que é a informação de que, por determinação do Governo, a BR Distribuidora está praticando os preços justos de comercialização, e não os inflacionados de um “mercado” ávido por lucros extraordinários.

Mas baixar os preços que estão artificialmente inflados, proteger a economia nacional, o cidadão e sustar a contaminação inflacionária de serviços e mercadorias não é algo que ajude a desgastar o governo, ao contrário.

Então, o critério jornalístico é esse: publicar bem discretamente, quase escondido.

Se tivesse ocorrido o inverso, de o Governo pressionar a distribuidora da Petrobras para elevar seus preços e aumentar seus lucros, a outra manchete imaginária só teria um defeito: está pequena e “moderada” demais. Teria, talvez, um rótulo tipo “A inflação explode” e uma referência a “especialistas” prevendo a elevação geral de preços que isso iria provocar.

Outro dia me lembraram de uma piada sobre O Globo, que me ocorreu com essa história.

O Papa João Paulo II visitava o Rio e fazia um passeio de barco pela Baía da Guanabara. O vento forte do mar carregou seu solidéu – aquele chapeuzinho de pano que religiosos usam sobre a cabeça. O governador do Estado, na época, pulou do barco, caminhou sobre as águas, deixando todos boquiabertos, apanhou o solidéu e o devolveu ao Papa.

Manchete de O Globo, no dia seguinte: ‘BRIZOLA NÃO SABE NADAR”

A gente ri, ouve piadas cariocas, mas isso é uma tragédia. Um povo que não pode contar com o mínimo de equilíbrio de seus grandes jornais e emissoras de televisão é um povo condenado a viver submergido na mentira e na manipulação.

Vocês verão que, logo, os figurões do jornalismo de economia estarão todos, como na piada, dizendo que o Governo cometeu uma heresia econômica, que atentou contra o livre mercado, que vai causar prejuízos imensos à Petrobras e seus acionistas. E, claro, dizendo que os combustíveis estão caros por causa da carga tributária, da voracidade fiscal do Governo. Alta ou baixa a carga tributária, lógico que ela não explica a alta dos combustíveis, por uma singela razão: não mudou em nada.

Onde está o jornalismo “investigativo” para acompanhar o que aconteceu com o litro do que saiu da usina a R$ 1 e chegou na bomba a R$ 2,55? Quem, aonde, como e porque se ganhou tanto neste caminho?

Repito, entristecido: os grandes jornais tornaram-se simples máquinas de propaganda política. O interesse público é nada perto do interesse de criar um estado de ânimo na população que produza o objetivo político – quando não eleitoral – que almejam.

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#570 Mensagem por Carnage » 15 Mai 2011, 20:07

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... s-da-folha
Os problemas da Folha
Por Sanzio


A coluna de hoje da ombudsman da Folha fala das queixas de leitores sobre erros e termos obscuros nas palavras cruzadas, e de outros que sugerem o fim do horóscopo por falta de base científica.

Em minha opinião esses são os menores problemas do referido jornal. Muito mais graves são as falsificações deliberadas, como a ficha policial da então candidata Dilma, ou atribuir ao entrevistado palavras e expressões que ele não disse, como parece ser o caso recente da psicóloga que nega ter utilizado a expressão “gente diferenciada”, sobre o episódio da estação do metrô em Higienópolis. Há ainda os casos das manchetes que contradizem o teor da matéria, sem falar da editorialização das notícias ao sabor da ideologia, da partidarização, dos interesses e idiossincrasias de seus proprietários, um desrespeito aos seus leitores.

Mas não deixa de ser curioso notar que a degradação do jornal vai além do conteúdo. O desleixo com a língua portuguesa é outra característica recorrente: construções gramaticais absurdas, erros de concordância e de pontuação, traduções mal-ajambradas aparecem com inusitada frequência na versão online do jornal.

Ontem uma manchete dizia que carros importados “pode” faltar no mercado e outra que Marina pedirá ao MP que investigue “ao” seu marido. Hoje o jornalista Igor Gielow cita um vizinho da casa onde Bin Laden foi morto, segundo o qual a casa não possuía fio de telefone nem “prato de satélite”. Ou o jornalista é muito ignorante, para não saber que “sattelite dish” é a nossa velha conhecida “antena parabólica”, ou é muito preguiçoso para fazer uma pesquisa básica. O que não dá é para tascar uma tradução literal absurda e incompreensível para muitos leitores.

Há colunistas que se julgam humoristas, dada a quantidade de “gracinhas” que inserem em seus textos; algumas desgraças pessoais são noticiadas em tom jocoso, em razão do inusitado da situação.

Não é de se surpreender, portanto, que a propaganda do jornal veiculada na TV, sobre os fascículos sobre culinária italiana, seja sem graça e de mau gosto, beirando o obsceno: um rapaz desfila nomes de pratos italianos afirmando terem sido criados por algum parente seu, ao que outro personagem retruca: “e o molho à putannesca foi criado por quem?”

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