http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... de-energia
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... to-no-pais
Tolmasquim: condições estruturais do país afastam risco de racionamento de energia
08/01/2013 - 19h23
Nacional
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O país tem condições estruturais que dão segurança e tranquilidade ao setor elétrico e permitem descartar a possibilidade de um racionamento de energia, disse hoje (8), em entrevista coletiva, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Ele esclareceu, porém, que, apesar disso, está sendo feito o acompanhamento dos “ciclos da natureza”, referindo-se à questão das chuvas.
A situação atual é “totalmente diferente” da que ocorreu no país em 2001, segundo o presidente da EPE, quando houve um “apagão” de energia e o consequente racionamento. Àquela época, segundo ele, não havia uma quantidade de usinas térmicas de reserva suficiente para funcionar como uma espécie de seguro ou “colchão” do sistema elétrico.
“É o ponto que faz a diferença e que permite ter uma certa tranquilidade”, disse. Tolmasquim acrescentou que “naquela ocasião, não tinha entrado uma quantidade de oferta de energia nem de linhas [de transmissão]”.
Tolmasquim relacionou a expectativa de tranquilidade para este ano à entrada prevista de 9 mil megawatts (MW) de capacidade nova de geração ao longo do ano. O destaque são as usinas hidrelétricas Santo Antonio e Jirau, que adicionarão ao sistema elétrico nacional mais de 3 mil MW. As usinas hídricas correspondem a 40% dos 9 mil MW.
Novas usinas térmicas também estão programadas, representando 2,5 mil MW, ou cerca de 30% do total previsto. O restante são usinas de fontes renováveis, com ênfase para eólicas (energia dos ventos). Em linhas de transmissão, serão implantados 10 mil quilômetros durante o ano.
“Essa diferença estrutural é uma situação distinta da que ocorreu em 2001”, sustentou. Continuou assegurando que hoje, ao contrário daquela época, o país tem um planejamento instalado no setor, leilões de expansão da geração e de transmissão e ainda um comitê de monitoramento do setor elétrico que se reúne mensalmente e envolve agentes do setor, sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia.
A expansão das obras em curso no país e a questão da segurança são temas de discussão permanente, garantiu. O comitê se reúne amanhã (9), em Brasília.
Tolmasquim disse que as usinas térmicas dão segurança ao sistema, mas reconheceu que sua utilização é cara. Ele garantiu que ainda há uma margem de manobra envolvendo 1 mil megawatts de térmicas de combustíveis fósseis que ainda não foram despachadas por motivos diversos, entre eles a importação de gás. “O que está entrando é uma coisa planejada. Não é uma coisa emergencial. A situação está sob controle.” O presidente da EPE reconheceu, entretanto, que seria melhor se o período de chuvas já tivesse começado.
Em relação às tarifas de energia, Tolmasquim explicou que a queda de 20%, que entrará em vigor em fevereiro, poderá ser afetada por fatores conjunturais, levando a redução a ser maior ou menor. Para ele, as avaliações feitas pelo governo sobre o cenário atual e as séries históricas dão tranquilidade ao setor.
Dados fornecidos por Tolmasquim mostram que, de 2001 a 2012, a capacidade instalada de geração de energia cresceu 75% no Brasil. Houve aumento de 150% na capacidade instalada de termelétricas, excluindo usinas a biomassa e nuclear. Cerca de 85% dessa expansão ocorreram nos últimos dez anos.
No mesmo período, a capacidade instalada de transmissão evoluiu 68%, “também um valor bastante expressivo”. Diferentemente do que sucedeu na época do racionamento, também aumentou em 80% a capacidade de o Sul fornecer energia para as demais regiões.
Ao mesmo tempo, triplicou a capacidade de o Nordeste, onde as previsões são de menor volume de chuvas, importar energia de outras regiões, informou. “O Nordeste ficou menos vulnerável porque pode contar com as outras regiões”.
Antes de 2001, implantavam-se em média no Brasil 1 mil quilômetros de linhas por ano. Nos últimos dez anos, o presidente da EPE disse que a média tem sido de 4,3 mil quilômetros de linhas de transmissão implantadas por ano.
Edição: Davi Oliveira
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... to-no-pais
Grupo CPFL Energia não vê risco de racionamento no país
08/01/2013 - 12h29
Nacional
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Grupo CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, disse hoje (8) não acreditar em risco de racionamento de energia no país por causa da redução do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Segundo Ferreira Júnior, a capacidade das usinas termelétricas usadas para suprir a queda no fornecimento é quatro vezes maior do que na época em que houve racionamento no país, em 2001.
O grupo atua na área de distribuição de energia, em quatro estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais), com 13% de participação no mercado nacional. Também atua nas áreas de geração de energia, com 19 usinas em operação, e de comercialização.
Para Ferreira Júnior, o risco de racionamento é mínimo porque todas as térmicas estão em funcionamento e o período de chuvas está começando. “Não há razão para que a gente tenha pânico no momento, pois todas as usinas [térmicas] foram despachadas [acionadas] para recompor o potencial dos reservatórios. É a função delas”, destacou.
Em relação a um eventual aumento das tarifas de energia devido ao uso dessas usinas, o presidente do grupo disse que a elevação é previsível. “Quando se tem a geração térmica, existe um expediente para que haja um repasse de preços à tarifa, mas no aniversário de reajuste das concessionárias”, disse.
O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas deve ser um dos temas discutidos pelos integrantes do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que se reunirão amanhã (9), em Brasília. Presidida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a reunião já estava prevista no calendário aprovado em dezembro passado, de acordo com nota do ministério.
Segundo Wilson Ferreira Júnior, o governo tem usado todos os instrumentos de que dispõe para enfrentar a situação, incluindo a liberação do uso das térmicas para que o país não enfrente falta de energia até a recomposição dos reservatórios das hidrelétricas. “Temos que reconhecer que o sistema hoje é muito mais robusto que no passado. Temos as termelétricas que estão funcionando e era o que tinha que acontecer mesmo”, explicou.
O presidente da CPFL Energia se reuniu hoje, em Brasília, com o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, para explicar uma operação que envolve o controle do Grupo Rede Energia.
Edição: Juliana Andrade