Rafinha Bastos

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Re: Wanessa pede R$ 100 mil de indenização a Rafinha Bastos

#76 Mensagem por wheresgrelo » 14 Out 2011, 22:14

100k é dinheiro de Pinga...

O quê está em Jogo é a Simpatia do "Fenômeno" e do Empresário marido da Wanessa...

Duas coisas a vida são fundamentalmente necessárias para o sucesso Empresarial:

* Escolher bem seus Amigos;
* Escolher MELHOR AINDA os seus inimigos.

WG

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Re: Wanessa pede R$ 100 mil de indenização a Rafinha Bastos

#77 Mensagem por campineiro2 » 14 Out 2011, 22:22

Tem mais é que arrancar dinheiro dele mesmo. Nem brincando se fala uma insanidade que ele disse. Se a boca não mostrou educação, o bolso o faz educar, que para muitos a parte mais sensível...
abs.

Compson
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Re: Caiu a casa pro Rafinha Bastos (CQC)

#78 Mensagem por Compson » 14 Out 2011, 22:53

Bons os questionamentos do bullitt. Vamos lá.
bullitt escreveu:Falar que missa na TV aberta é extremamente ofensivo não é um puta exagero?
Não acho exagero, pois se a TV aberta deve ser restrita por depender de uma concessão pública, o mínimo que se espera dela é que seja, como todas as instituições públicas deveriam ser, laica. A religião não me ofende moralmente, mas me ofende como cidadão.
bullitt escreveu:O que seria regulamentar a TV? Embora os "valores éticos e sociais da pessoa e da família" não seja comum à todos, seria o que a maior parte da sociedade brasileira aceita, não é?
Regulamentar a TV seria dizer claramente quais são os "valores éticos e sociais da pessoa e da família". O texto constitucional, para variar, só estabelece ideais muito bonitinhos, sem dizer exatamente quais são. A Constituição de 1988 é o maior agá da história, apresenta um monte de direitos do cidadão e deveres do Estado, mas nada diz sobre como realizá-los.
bullitt escreveu:O problema é qual o limite de uma pessoa para se referir a outra pessoa? Posso me exceder se esta for uma pessoa pública?
Posso chamar alguém de filho da puta, alegando que sou um humorista e que humorista pode falar o que quiser?
A sociedade brasileira está preparada para ter o mesmo tipo de liberdade de humor que a dos americanos? Isto inclui piadas racistas, étnicas, sexuais, religiosas... (Eu acredito que não.)
Mas a sociedade americana não é lá um exemplo de preparo cívico.
A diferença não é maturidade da cidadania, mas o grau de segurança das elites.
Lá os ricos são muito mais cínicos, eles sabem que o poder deles se deve ao dinheiro e nada mais. O fato de ser ridicularizado num desenho não muda nada... Os caras não estão nem aí: ser um rico filho da puta é quase um valor.
Aqui os caras têm uma certa mentalidade personalista, coronelística... Além do poder do dinheiro, acham que precisam exercer uma espécie de autoridade moral. Piadas como a do Bastos atingem direto essa veia...

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Re: Wanessa pede R$ 100 mil de indenização a Rafinha Bastos

#79 Mensagem por Compson » 14 Out 2011, 22:56

wheresgrelo escreveu:100k é dinheiro de Pinga...

O quê está em Jogo é a Simpatia do "Fenômeno" e do Empresário marido da Wanessa...

Duas coisas a vida são fundamentalmente necessárias para o sucesso Empresarial:

* Escolher bem seus Amigos;
* Escolher MELHOR AINDA os seus inimigos.

WG
É, mas no mundo do show business a regra é mais simples:

* Cause o máximo que puder, independentemente das consequências.

E isso o Rafinha Bastos fez muito bem!

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Re: Wanessa pede R$ 100 mil de indenização a Rafinha Bastos

#80 Mensagem por bullitt » 14 Out 2011, 23:22

Bem ou mal, o sujeito tá fazendo a fama dele. Jamais teria ouvido falar desse cara de outra forma.
Os canais periféricos da TV estão sempre desesperados à caça de alguém que puxe o Ibope um pontinho para cima.
Resta saber se ele vai continuar esse estilo ou não... Não acho graça nesse cara mas pelo jeito tem gente que gosta.
Também tem que se lembrar como tantas figuras vindas da MTV, por exemplo, acabaram se adaptando ao estilo de TV mais mainstream e ficaram meio apagadas, como o pessoal do Hermes e Renato.

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Re: Caiu a casa pro Rafinha Bastos (CQC)

#81 Mensagem por bullitt » 15 Out 2011, 00:13

Compson escreveu:Bons os questionamentos do bullitt. Vamos lá.
bullitt escreveu:Falar que missa na TV aberta é extremamente ofensivo não é um puta exagero?
Não acho exagero, pois se a TV aberta deve ser restrita por depender de uma concessão pública, o mínimo que se espera dela é que seja, como todas as instituições públicas deveriam ser, laica. A religião não me ofende moralmente, mas me ofende como cidadão.
bullitt escreveu:O que seria regulamentar a TV? Embora os "valores éticos e sociais da pessoa e da família" não seja comum à todos, seria o que a maior parte da sociedade brasileira aceita, não é?
Regulamentar a TV seria dizer claramente quais são os "valores éticos e sociais da pessoa e da família". O texto constitucional, para variar, só estabelece ideais muito bonitinhos, sem dizer exatamente quais são. A Constituição de 1988 é o maior agá da história, apresenta um monte de direitos do cidadão e deveres do Estado, mas nada diz sobre como realizá-los.
bullitt escreveu:O problema é qual o limite de uma pessoa para se referir a outra pessoa? Posso me exceder se esta for uma pessoa pública?
Posso chamar alguém de filho da puta, alegando que sou um humorista e que humorista pode falar o que quiser?
A sociedade brasileira está preparada para ter o mesmo tipo de liberdade de humor que a dos americanos? Isto inclui piadas racistas, étnicas, sexuais, religiosas... (Eu acredito que não.)
Mas a sociedade americana não é lá um exemplo de preparo cívico.
A diferença não é maturidade da cidadania, mas o grau de segurança das elites.
Lá os ricos são muito mais cínicos, eles sabem que o poder deles se deve ao dinheiro e nada mais. O fato de ser ridicularizado num desenho não muda nada... Os caras não estão nem aí: ser um rico filho da puta é quase um valor.
Aqui os caras têm uma certa mentalidade personalista, coronelística... Além do poder do dinheiro, acham que precisam exercer uma espécie de autoridade moral. Piadas como a do Bastos atingem direto essa veia...

Faz bastante sentido a idéia da responsabilidade da programação do canal de TV por depender de uma concessão pública.
Acho muito difícil qualquer mudança nesse sentido. Como qualquer outra coisa que exija um esforço maior e não seja popular, como reforma tributária, previdência, ampliação de portos, questão do aborto, etc., os políticos irão empurrar com a barriga. O que dá visibilidade é distribuir dinheiro, aumentar o salário mínimo, ou construir estádios ou pontes. Vez ou outra alguma coisa feita mais ou menos dá certo, mas sempre o alvo é o curto prazo (leia-se próximas eleições.)

Concordo com sua colocação sobre a mentalidade tupiniquim, mas discordo da sua colocação sobre os EUA, acredito que a maturidade da cidadania é bem alta.(1) Uma coisa que é bem simples e clara nos EUA é a Constituição, e a sua Primeira Emenda. A divisão entre Igreja e Estado é muito clara, bem como a liberdade de expressão. A História do país é ensinada aos alunos à exaustão. O feriado de independência é um evento que move praticamente todos os cidadãos. O valor do voto é levado muito mais a sério lá do aqui. Aqui o eleitor está mais preocupado com a praia do que o resultado das eleições. Se um produto dá um problema absurdo como o que ocorreu com o Toddynho no RS, existe uma grande mobilização de boicote. Lá um caso de um mero adultério de um político leva à grandes debates e acusações. Aqui os políticos deitam e rolam com o dinheiro público, a imprensa cai em cima por um curto período, depois se existir alguma CPI, a mesma é arquivada.

(1) Claro que nos EUA teve casos de testes biológicos e nucleares com seus próprios cidadãos, tem Guantanamo, e outras coisinhas mais, que normalmente o cidadão americano finge que não existe/existiu, mas só isso leva a outro tópico... :mrgreen:

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Re: Wanessa pede R$ 100 mil de indenização a Rafinha Bastos

#82 Mensagem por mariana@_ » 15 Out 2011, 15:21

Quanta hipocrisia ::basta::

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Re: Caiu a casa pro Rafinha Bastos (CQC)

#83 Mensagem por Compson » 15 Out 2011, 15:22

Ok, concordo com quase tudo. Mas aí já estamos fugindo muito do caso.

Meu ponto é que o caso Rafinha Bastos não foi uma mobilização popular de repúdio à piada, mas uniu dois setores da sociedade brasileira que geralmente se estranham:

(1) A turma das identidades culturais (dos negros, das mulheres, dos gays etc.), que sempre teve aversão a esse tipo de humor e, diga-se de passagem, gostaria de ver este Fórum na lata do lixo da história.

(2) A turma que se acha imune às piadas, basicamente, as celebridades bestas e os ricos roberts, gente que acha muito legal quando o CQC ridiculariza um político (afinal, político serve pra isso mesmo), mas quando for com eles, melhor não.

(1) + (2) é uma bela síntese à brasileira.

Em tempo: a Sandy, que eu achava mais besta que a Wanessa, aguentou muito mais as infinitas piadas sobre o cu dela...

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Re: Caiu a casa pro Rafinha Bastos (CQC)

#84 Mensagem por Chinelo Havaiana » 15 Out 2011, 15:57

Compson escreveu:Em tempo: a Sandy, que eu achava mais besta que a Wanessa, aguentou muito mais as infinitas piadas sobre o cu dela...
No caso da Sandy foi dissimulação pura por causa do contratro gordo com a marca de cerveja. Cabelos pintados, carinhas & bocas e declarações sobre sexo anal estavam nas claúsulas contratuais, não explicitamente, mas...

Ou seja, aguentar as piadas foi secundário ante a criação de esteriótipo forçado.
Ela conta com a "grande memória" das amplas massas...

No caso Wanessa o que pegou foi o tal do politicamente correto. Tudo pode ter sido combinado (orquestrado), mas no fringir dos ovos pesou a cultura tradicional religiosa e a linha do "tudo tem um limite".

Não foi uma piada que será reproduzida amplamente nos botequins afora, já o cu da Sandy...

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Re: Wanessa pede R$ 100 mil de indenização a Rafinha Bastos

#85 Mensagem por Compson » 15 Out 2011, 16:33

Compson escreveu:Também achei que o pedido foi baixo... Eu pediria mais!
Aliás, se eu fosse o Rafinha Bastos, fazia a piada de novo, depositava 200k em juízo e perguntava qual seria o preço para utilizá-la em todos os shows... :razz:

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Re: Wanessa pede R$ 100 mil de indenização a Rafinha Bastos

#86 Mensagem por Estudantesp » 15 Out 2011, 16:35

eu acho que esse humor que ele faz é chulo, não vejo graça.

hermes e renato era mais escrachado, mas ria com a situação.

o problema é que hj em dia se pensa que humor é humilhar a pessoa, e não rir com a pessoa. compararam o cara com o mussum, mas o mussum nunca humilhou ninguém para fazer a gente rir e muito. ele zoava a situação, não a pessoa!

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Re: Caiu a casa pro Rafinha Bastos (CQC)

#87 Mensagem por DO BIGODE » 15 Out 2011, 19:15

Não acredito que outras emissoras estao querendo carregar esse mala. Acho que ele deveria ser esquecido pra sempre.

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Re: Caiu a casa pro Rafinha Bastos (CQC)

#88 Mensagem por Mr.Caos » 15 Out 2011, 20:58

Melhor texto sobre essa pendenga toda:

Rafinha não dançou por machismo, mas por mexer com gente rica

O integrante do CQC, que fez piada de péssimo gosto com Wanessa Camargo, já falara coisas piores. Agora mexeu com esposa de milionário, que ameaçou tirar anúncios da TV Bandeirantes. Ninguém classificou caso como atentado à liberdade de expressão. Já quando ministra condena comercial de lingerie machista, o coro é um só: “Censura”!

por Gilberto Maringoni

Qual é o problema com a suposta piada de Rafinha Bastos? Ele antes já exibira todas as cores de seu mau gosto e nada acontecera.

Todos conhecem a pérola, não? O apresentador aproveitou-se de uma bola levantada pelo chefe da cena do programa Custe o que Custar (CQC), Marcelo Tas, sobre a gravidez da cantora Wanessa Camargo, e cortou ligeiro: “Eu comeria ela e o bebê, não tô nem aí”. Foi logo acompanhado por risos e caretas de seus colegas de vídeo, Tas e Marco Luque .

A grosseria foi ao ar dia 19 de setembro. A TV Bandeirantes, que exibe o programa, levou duas semanas para decidir o que fazer. Em 3 de outubro, o apresentador foi suspenso da bancada. Não se sabe se voltará.

Não foi a primeira vez que Rafinha exerceu sua – digamos - sutileza. Em entrevista à revista Rolling Stone, em maio de 2011, ele saiu-se com esta: “Mulheres feias deveriam agradecer caso fossem estupradas, afinal os estupradores estavam lhes fazendo um favor, uma caridade”.

A gracinha com as feias não rendeu ao gaúcho de dois metros de altura nada além de protestos de movimentos femininos. Mas a liberdade com a cantora custou-lhe até agora, além do posto no programa, o cancelamento de shows e o rompimento de alguns contratos de publicidade. Rafinha perdeu grana com a brincadeira.

Pensamento vivo
Repetindo: qual o problema com as tiradas do rapaz de 34 anos, num universo midiático em que o mau gosto, a boçalidade e o “politicamente incorreto” passaram a ser valores em si?

Rafinha vive num tempo em que as demonstrações de preconceito, como as do apresentador de outro programa de entretenimento da mesma emissora, Boris Casoy, não têm consequências maiores. Todos se recordam da fineza do jornalista ao desqualificar dois garis que apareceram em seu programa para desejar boas festas, no final de 2009. Sem saber que os microfones estavam abertos, ele foi ao ponto: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho".

O artista do CQC também sabe que o pensamento vivo de gente como o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) recebe destacada acolhida em grandes meios de comunicação. Sua entrevista à revista Playboy, em junho último, é pródiga em preciosidades. Segue um exemplo: “Moro num condomínio, de repente vai um casal homossexual morar do meu lado. Isso vai desvalorizar minha casa!”.

Outro luminar da intelectualidade midiática, o ex-compositor Lobão, por sua vez, exibiu os músculos cerebrais em um festival de cultura em São Francisco Xavier (São José dos Campos, SP), também em junho. Após demonstrar criteriosamente que toda a música popular brasileira não tem nenhum valor, ele sentenciou: “A gente tinha que repensar a ditadura militar. Essa Comissão da Verdade que tem agora. (…) Que loucura que é isso? Aí tem que ter anistia pros caras de esquerda que sequestraram o embaixador, e pros caras que torturavam, arrancavam umas unhazinhas, não?”.

Os exemplos são infindáveis. Rafinha provavelmente é leitor de Reinaldo Azevedo, o blogueiro de Veja, que, em março de 2010, durante uma palestra no afamado Instituto Millenium, em São Paulo, externou sua particular concepção de liberdade de expressão: “A imprensa tem que acabar com o isentismo e o outroladismo, essa história de dar o mesmo espaço a todos”. Na mesma oportunidade, o cineasta aposentado Arnaldo Jabor lançou o desafio de “impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”. Impedir o pensamento... muito bom!

A baixaria televisiva contaminou até mesmo as campanhas eleitorais. Continuam na memória de todos os ataques da campanha de José Serra à Dilma Rousseff, em 2010, sobre o tema do aborto. Em Nova Iguaçu (RJ), Monica Serra, esposa do então candidato tucano, disse o seguinte sobre a petista: "Ela é a favor de matar as criancinhas".

Dois anos antes, a campanha de Marta Suplicy (PT) à prefeitura de São Paulo já havia colocado em dúvida a sexualidade de seu oponente, ao dizer: “Você sabe mesmo quem é o Kassab? Sabe de onde ele veio? Qual a história do seu partido?” Em seguida, aparece a foto do prefeito: “Sabe se ele é casado? Tem filhos?”

Bem acompanhado
Rafinha está em boa companhia. Deve se sentir incentivado para exercer seu rosário de preconceitos. Provavelmente pensa estar “quebrando paradigmas”, investindo contra o estabelecido e externando uma rebeldia adolescente, que lhe granjeia grande popularidade e bons cachês.

Ridicularizar e humilhar quem tem poucas chances de se defender, em uma sociedade com desigualdades abissais como a brasileira, é um grande negócio. Prova isso a lista de clientes dos shows do moço, que constam de sua página na internet. São elas Votorantim, Bosch, Agroceres, LG, HP, Ernst & Young, IBM, Banco Real, Vivo, Springer Carrier, Cargil, Unilever, Motorola, Chevrolet, Sherwin Williams, Valor Econômico, Bunge, GNT (Globosat), Jornal O Estado de S. Paulo, Coca-Cola, Bradesco, ESPM etc. Segundo a Veja, ele foi visto em mais de 730 comerciais somente neste ano.

Rafinha faz parte de uma tendência do humor televisivo, que se abriu após a chegada dos humoristas do Casseta e Planeta ao vídeo. A linhagem envolve também o programa Panico (da Rede TV!) e outros imitadores, além do Zorra Total, da Globo. Todos se dizem distantes da política, independentes e praticantes de um humor anárquico e sem freios. Nem mesmo a participação de Marcelo Tas como palestrante em um encontro da juventude do DEM ,em novembro de 2008, ou de Marcelo Madureira nas palestras hidrófobas do Instituto Millenium, os comprometem, segundo eles, com idéias que não as próprias.

Acima da cintura
Num panorama desses, repetimos: qual o problema de Rafinha Bastos?

O problema é que o garoto bateu acima da cintura.

Tudo bem desancar garis, a esquerda que foi à luta nos anos da ditadura, exaltar a parcialidade da imprensa e atacar homossexuais e outros grupos vulneráveis.

Não pode é investir contra o topo da pirâmide social.

Rafinha cometeu esse pecado. Wanessa Camargo é casada com Marcus Buaiz, 31 anos, herdeiro de um dos maiores conglomerados empresariais do Espírito Santo, o Grupo Buaiz, que completa 70 anos em 2012. O grupo é formado pela TV Vitória (afiliada da Rede Record), por duas rádios, pelo Nova Cidade Shopping Center, por várias empresas de alimentação (Café Número Um, Moinho Três Rios e Moinho Vitória), pela Buaiz Importação e Exportação, pela incorporadora Meca e pela Automóbile Comércio de Veículos, entre outras.

Marcus Buaiz transferiu-se para São Paulo, onde é proprietário de casas noturnas e restaurantes, além de uma empresa de marketing esportivo, a 9INE, em parceria com o ex-jogador Ronaldo Fenômeno. Segundo o jornal A Gazeta, de Vitória, o empresário e seu sócio teriam ameaçado tirar anúncios do programa, após a performance de Rafinha Bastos. “Um comercial de 30 segundos no CQC custa 130 mil reais. Já um merchandising pode custar de 240 mil a dois milhões e 400 mil reais, sem incluir cachês”, diz a publicação.

Com tudo isso, a Bandeirantes podou Rafinha Bastos de sua programação.

Dois pesos
O curioso da história é que intenção semelhante, de retirada de um comercial de lingerie do ar, por parte da ministra da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes (PT), foi classificada como censura por colunistas de imprensa e até por colegas seus na Esplanada dos Ministérios.

Na peça, em três versões, Gisele Bündchen faz as vezes de uma esposa prestes a dar uma péssima notícia ao marido: estourou o limite do cartão de crédito, bateu o carro ou informa que sua mãe virá morar com eles. É um machismo digno dos anos 1950. Os publicitários da agência Giovanni+DraftFCB devem ter achado o máximo a própria criação. No clima de boçalidade modernosa, não há problema na mulher bonita, mas dependente do marido provedor, invocar seus atributos eróticos para conseguir o que quer.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a representante governista assim se manifestou: “A propaganda caracteriza como correto a mulher dar uma notícia ruim apenas de lingerie e errado estar vestida normalmente. Essa definição de certo e errado caracteriza um sexismo atrasado e superado”.

A ação da ministra está a quilômetros de distância das ameaças que teriam sido feitas pelo marido de Wanessa Camargo ou pela ação da Bandeirantes, que sem mais tirou Rafinha do ar. Iriny apenas solicitou ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) a suspensão da peça publicitária.

O mundo desabou sobre sua cabeça, com insinuações sobre estética feminina e inveja da modelo.

O caso Rafinha Bastos é pedagógico. No Brasil, além das mulheres, qualquer minoria pode ser atacada. Menos uma: a minoria dos endinheirados.

Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... na_id=5244

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Re: Caiu a casa pro Rafinha Bastos (CQC)

#89 Mensagem por oGuto » 16 Out 2011, 13:35

Como em tudo, opiniões de lado a lado.
Menos a do maior interessado, acovardado em meio à polêmica.
O que não causa nenhum espanto.
Porque, alguém que se esconde, primeiro atrás de uma “piada”, e depois atrás da figura do humorista, ou seja, tenta dissimular a si mesmo (como já fez anteriormente), não passa de um iludido com a sua própria e nem tão merecida fama.
Como a piada não existiu e o humorista é medíocre (tirando seus fãs adolescentes ou tardiamente púberes, inimaginável que alguém perca seu tempo com dita figura), restou apenas o sr. Rafael Bastos, em toda a sua idiotice.
A questão nada tem a ver com quem esteja reagindo a isso (“poderosos” ou não, o que é irrelevante), mas porque haveria de ser inesperada tal reação.
Ao meu ver, esse tipo de expectativa apenas comprova a imbecilidade da mente de quem se diverte com esses supostos gracejos.

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Re: Caiu a casa pro Rafinha Bastos (CQC)

#90 Mensagem por Capitao » 17 Out 2011, 09:49

Pisou na bola ! Mas afinal o que diria o pai do Rafinha se a piada tivesse a direção de sua mulher ? Com certeza serviu para mostrar a todos que em boca fechada não entra vento e nem colhe tempestade.

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