A imprensa e grande mídia no Brasil

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#541 Mensagem por Carnage » 28 Out 2010, 21:26

http://www.rodrigovianna.com.br/radar-d ... kamel.html
O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel

Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.

A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.

Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).

Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.

Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a sequência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.

Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o peritoRicardo Molina.

Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.

Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.

A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.

Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.

Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.

Serra e Kamel não sentiram vergonha.

http://www.viomundo.com.br/politica/pro ... do-jn.html
Professor da Universidade de Santa Maria contesta reportagem do JN

Análise de professor da UFSM/Cesnors contesta reportagem do Jornal Nacional

Do site da universidade


José Meira da Rocha, professor de Jornalismo Gráfico da UFSM/Cesnors entra na polêmica que ganhou a mídia e a campanha presidencial nessa semana

Na última quarta-feira, 20, por mais um compromisso na campanha presidencial no Rio de Janeiro, militantes do PT e do PSDB entraram em confronto. Além das discussões e do empurra-empurra, possíveis objetos teriam atingido o canditato tucano, José Serra. O Jornal Nacional da Rede Globo, deu grande repercussão ao ocorrido, analisando as imagens do encontro. A análise foi feita pelo professor Ricardo Molina, que geralmente faz declarações sobre ações da Perícia Criminal Oficial, o que acaba sendo contestado pelos casos em que Molina já se envolveu.

Segundo a análise da imagem gravada por um celular, um objeto, supostamente um rolo de fita, teria atingido Serra num segundo momento, minutos depois de uma bola de papel ter sido arremessada na cabeça do candidato. O resultado obtido pelo perito, quase convenceu o professor da UFSM/Cesnors, José Meira da Rocha. Porém, o professor digitaliza as imagens veiculadas na tv através de uma placa de vídeo, e em uma análise mais a fundo, a matéria que tomou sete minutos do Jornal Nacional seria uma grande “barriga” ou gafe jornalística.

Passando frame à frame o vídeo, Meira percebeu que na verdade aquilo não parecia nada com um rolo de fita. O depoimento do suposto especialista, que não tem grande credibilidade no campo da perícia criminal, acabou criando algo que realmente não estava ali. Se a ação da Rede Globo foi de má fé, ou foi realmente um erro jornalístico, não podemos dizer, mas que nada atingiu o candidato no vídeo em questão, isso é o que o professor afirma, em sua análise quadro à quadro.

– Na verdade o que vemos no vídeo é a imagem da cabeça de outra pessoa atrás do canditado José Serra, misturado com uma distorção da imagem de vídeo digital, ressaltou Meira.

A matéria que Meira escreveu em seu site trazendo sua conclusão em relação ao vídeo repercutiu rapidamente. As imagens quadro à quadro com a análise do professor foram parar em vários blogs e sites. O próprio site do professor acabou saindo do ar. O motivo de censura foi comentado, mas na verdade o aumento absurdo de acessos foi o que motivou a queda do site.

– Me espantou bastante a repercussão dessa matéria, porque eu fiz na madrugada entre três e cinco da manhã. Quando acordei já havia recebido e-mails falando que meu site estava fora do ar. Para ter uma ideia, tal o número de acessos, meu site estava derrubando os sites de outros clientes do servidor, aí acabaram tirando o meu do ar. Então não foi censura, foi um super sucesso que eu não estava preparado.

O material de fotos e texto foi parar no site do jornalista Paulo Henrique Amorim, o que não prejudicou a divulgação da análise, já que o site de Meira continua fora do ar. A campanha de José Serra continua utilizando a análise do perito Ricardo Molina na propaganda eleitoral, confirmando a agressão ao canditato por um rolo de fita.

kkkkkkkkk Pelinson – Assessoria de Imprensa do Cesnors / Da Hora

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =613JDB001
JN e o meteorito de papel

Por Washington Araújo em 26/10/2010


Ânimos exaltados fazem aflorar ainda mais a partidarização da imprensa no corrente pleito de 2010. Esta é uma campanha presidencial sui generis. Tudo o que não é fato vira notícia e tudo o que tem potencial de notícia deixa de ser divulgado. Chama a atenção o vocabulário corriqueiro dos candidatos à Presidência da República: o adversário é sempre mentiroso, não importa qual seja a situação, a mentira antecede o depoimento, a desfaçatez nubla a face da verdade e o que acusa o outro de mentiroso o faz sem a contração de qualquer músculo facial.

Na tarde da quarta-feira (20/10), no Rio de Janeiro, tivemos o próprio "Efeito Borboleta": uma simples bolinha de papel, pesando não mais que 5 ou 8 gramas, bateu na cabeça do candidato José Serra. Mas foi suficiente para produzido o festejado efeito cinematográfico: ocupou espaço nobre no Jornal Nacional, edição mais que caprichada com direito a inserção de vídeo com foto, de entrevista de médico com áudio de repórter, ampliações desmesuradas com o intuito nada ingênuo de transformar o choque de uma bolinha de papel sobre um ser humano com a gravidade e contundência de meteorito se chocando com o planeta Terra.

Fabricação de realidades

A idéia da TV Globo era usar todos os recursos de dramaturgia acessíveis. Apenas a emissora líder não contava com o baixo desempenho da protagonista... Com uma bolinha de papel não dá para escrever capítulo muito emocionante, algo que seja digno de novela das 9.

A edição pareceu resultante de vitamina de atleta olímpico e tinha de tudo mesmo: bolinha de papel tocando o lado esquerdo da calva do presidenciável, caminhada de 20 minutos, presidenciável atendendo chamada no telefone celular, presidenciável passando a mão levemente sobre o lado direito da calva, presidenciável entrando na van, depois saindo da van, voltando a caminhar, e tudo isso tendo como pano de fundo bandeiras vermelhas e azuis, gritos, gente alvoroçada.

Depois corta para entrada do presidenciável em hospital, sinais de tontura e as primeiras aspas ouvidas por testemunhas de que "estou meio grogue". Depois saindo de clínica de saúde com médico dizendo que "o candidato não sofreu qualquer arranhão... nada externo".

Foi esse enredo que atravessou os programas dos presidenciáveis. O de José Serra, carregado de dramaticidade, tendo a locução de repórter desconhecida emulando a voz de Ilze Scamparini, aquela correspondente da TV Globo para assuntos do Vaticano e também da Itália em geral. O estilo de enunciar crise cardinalícia ou mesmo morte do pontífice ou então a eleição do novo sucessor no trono de Pedro. Impressiona a avidez com que emissoras de televisão se sentem tão à vontade para criar a realidade que lhes pareça melhor, mais adequada, conveniente ou ao menos plausível.

"Misterioso caso"

Na quinta-feira (21/10), temos discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva embrulhando os parágrafos acima e amarrando todo esse minitiroteiro com barbantes apertados. O aperto de quem denuncia o conteúdo do pacote como farsa, nada mais que farsa. Até o goleiro Rojas, aquele que simulou ter sido atingido por foguete em jogo no Rio de Janeiro, foi mencionado na fala presidencial. Uma vez mais o pano de fundo era desmascarar mais mentiras, mais inverdades, mais falsidade, mais realidade fabricadas.

Na edição do Jornal Nacional de quinta-feira (21/10), repetição de cenas do arquivo do dia anterior acrescidas de aula sobre bolinha de papel, rolo de fita crepe e a teoria pouco convincente – penso – de dois eventos estanques, isolados, completamente distintos. A aula foi ministrada com raro didatismo pelo ex-professor da Unicamp Ricardo Molina de Figueiredo em um veículo e em um horário em que cada segundo vale literalmente ouro em pó. Onde a eternidade é condensada aos 5, 10 ou 15 segundos de matéria levada ao ar.

A TV Globo, ao escolher o especialista Molina, deixou claro que neste jogo quer maior protagonismo. Afinal é o mesmo Molina quem vem abastecendo dezenas de matérias produzidas pelo mesmo Jornal Nacional ao longo das décadas: Seu nome se encontra de alguma forma envolvido com casos como a compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso; o acidente aéreo com os integrantes da banda Mamonas Assassinas; o pagamento de suborno no caso Waldomiro Diniz; as mortes de Celso Daniel e de Paulo César Farias; os atentados do PCC em São Paulo; e o caso da menina Eloá, em São Paulo.

Apesar da notoriedade, em suas aparições na mídia, o ex-professor Molina comumente faz declarações sobre ações da perícia criminal oficial, mesmo sem nunca ter sido perito criminal oficial. Certamente passará a lustrar mais sua fama com este "misterioso caso da bolinha de papel" na reta final da campanha presidencial de 2010.

De joelhos

Chegamos a uma encruzilhada perigosa em que a credibilidade de boa parte de nossa grande imprensa parece uma vez mais afundar: se dispomos das conclusões e se estas parecem sólidas, quase pétreas, por que não montar as variáveis do problema que possam se harmonizar de forma indolor e quase imperceptível com as conclusões? E é um processo retroalimentado diariamente: primeiro surge na coluna do jornalista Merval Pereira, depois ganha mais substância com o comentário da historiadora Lucia Hippolito na rádio CBN e pronto: logo os engenhosos e incompletos raciocínios pautarão as falas do presidenciável José Serra ao longo do dia.

Para chegar a tais conclusões basta um pouco de paciência: visitar os blogs dos citados e conferir vídeos no Youtube do presidenciável, em especial aqueles com suas aparições nos telejornais das TVs Globo, SBT, Record e Band.

O que é mais escasso no episódio é a ausência total de análises profundas sobre o acirramento de ânimos de parte a parte. O excesso de uso dos carimbos contendo palavras como "mentira", "inverdade", "falsidade". Revistas e jornais proclamam completa independência dos partidos postulantes à Presidência da República ao tempo em que os profissionais que assinam as matérias, colunas e também os simulacros de reportagens não fazem outra coisa que fazer diária e semanalmente sua profissão de fé na capacidade e experiência demonstrados por seu candidato ao Palácio do Planalto. Tal profissão de fé é sempre recorrente como recorrente tem sido a demonização do tal "outro lado" que atende também pelo nome de "campanha adversária".

Como linha auxiliar da oposição, parte considerável da grande mídia verbaliza o que pode ser apenas intuído por esta campanha. E se a "campanha adversária" decide não deixar passar em branco tão engenhosa estratégia partidária, então veremos que 10 em 10 vezes esta será atacada como atentatória à liberdade de imprensa, estará mostrando ranço autoritário, demonstrará assimetria entre a liturgia que se espera de detentor de cargo público e a função de militante político.

Ao momento, a profundidade a que me refiro é tal que uma formiga de joelhos poderia atravessar sem o menor risco de afogamento.

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =613JDB011
O peso de uma bolinha de papel

Por Samira Moratti em 26/10/2010


A construção da notícia é aprimorada com requintes semelhantes a um roteiro cinematográfico. Tal qual em uma novela, há as presenças definidas do narrador, do mocinho, dos vilões da história e das testemunhas. Outra semelhança é a figura oculta de um autor da história, o qual define o que ela irá provocar em quem a presencia. Assim o foi com a reportagem veiculada no Jornal Nacional, da Rede Globo, na última quinta-feira (21/10), a respeito do fato envolvendo o candidato José Serra (PSDB) e o objeto atirado em sua cabeça.

Para quem acompanha o atual cenário político brasileiro, ficou claro o rumo tomado pelo telejornal com a apresentação de tal notícia. Não foi a simples ocorrência do candidato tucano e a dita bolinha de papel atingida em sua cabeça a razão da relevância da notícia, mas sim, uma junção de fatores. O lamentável comentário feito pelo atual presidente da República horas antes da veiculação da reportagem apenas deu mais força ao que a edição do Jornal Nacional pretendia.

A notícia possui características de uma matéria veiculada em programas jornalísticos como o Fantástico, da mesma emissora. Quem trabalha em jornalismo há de confirmar a anormalidade de uma reportagem tão longa em um telejornal com menos de uma hora de duração, recortado com blocos de propaganda de cinco minutos cada, aproximadamente. Sete minutos reservados para uma notícia que deixou de lado outros assuntos mais importantes à sociedade como um todo.

Imagens discutíveis

O referido telejornal é conhecido por ser um dos mais antigos ainda em execução. Talvez por isso seja um dos mais importantes. Telespectadores de várias classes sociais, culturas e credos diferentes consomem as notícias deste noticiário. Inclusive de ideologias diferentes. Mas os petistas não tiveram qualquer chance de ver algo que gostariam, até porque foi uma parcela deles que deu embasamento para o veredicto alcançado pelo Jornal Nacional. Serra é vítima e sofre com os opositores que o atacam sumariamente. E foi agredido. Especula-se que as armas foram uma bolinha de papel e um rolo de fita adesiva. Armamento "perigoso" que nem os criminosos mais poderosos acreditavam como sendo fundamentais para dar tanto destaque a um assunto.

A candidata oponente a Serra na corrida eleitoral, Dilma Rousseff, também foi vítima de ataques. Munidos de balões de água, indivíduos descontentes com a popularidade da petista atiram-lhe os objetos. Tal notícia, porém, não recebeu tanto destaque. Nem deveria. Afinal de contas, os políticos sabem dos riscos que correm em passeatas. O assassinato do presidente norte-americano John F. Kennedy, na década de 1960, deveria ser um exemplo. Mas o corpo-a-corpo é fundamental para angariar mais votos. Dilma, porém, não precisa disso. Ancorada na popularidade de Lula que, descaradamente a apoia, Dilma já tem muitos votos garantidos, vindos do assistencialismo barato que em nada auxilia o povo brasileiro. Mas a questão presente neste artigo não é esta.

Quando se pensava que o jornalismo era uma das profissões com mais rivalidade entre seus pares, eis que a ferida mais uma vez é escancarada. A equipe jornalística da SBT é posta em cheque na reportagem feita pela emissora global. A imagem que o cinegrafista da emissora de Sílvio Santos fez não é crível. Pelo contrário. É julgada como improcedente. Mais uma vez, a Rede Globo querendo mostrar sua superioridade aos brasileiros que ainda confiam nela. A discrepância é que as imagens utilizadas pelo Jornal Nacional para comprovar a sua tese são tão discutíveis quanto aquela veiculada pelo SBT.

O que significa corpo-a-corpo?

Usando imagens de um repórter da Folha de S.Paulo feitas por um celular, o telejornal tenta explicar o que seria a "verdade". Uma imagem estremecida, irregular e de baixa qualidade é colocada ao ar para dar embasamento à hipótese levantada pela emissora, de que outro objeto teria sido lançado no candidato tucano. O que fica claro, porém, é que não há como verificar o que seria. Mesmo se a imagem fosse transmitida em câmera lenta os telespectadores não iriam identificar o tal objeto não identificado.

Um comparativo entre cenas é feito, tal qual um retrato falado de um criminoso de alta periculosidade. Após isso, o perito Ricardo Molina é acionado para dar um laudo sobre as imagens. Em sua página pessoal, o profissional apresenta como se fossem troféus os casos mais importantes por ele investigados. Mortes como a de PC Farias e o assassinato da adolescente Eloá Pimentel foram alguns dos fatos analisados. Agora, a bolinha de papel de Serra também ganha destaque. A sua análise, porém, é digna de ser mote para chacotas:

"São dois eventos completamente diferentes: um evento bolinha e outro evento rolo de fita. Uma bolinha de papel é um objeto muito leve. Tem toda a aparência de ser uma bolinha de papel porque ele é disforme, não tem forma definida, exatamente como uma bolinha de papel. E outra coisa: objetos leves, quando batem, rebatem quase com a mesma energia com a qual ele se projetou. Então a gente vê isso perfeitamente. Ao passo que o evento fita tem um núcleo rígido e bate exatamente de lado, como a gente vê na imagem. Com certeza absoluta houve um segundo momento, são dois eventos completamente separados. Um evento é uma fita, a gente vê que é alguma coisa redonda, com uma circunferência central. Ela bate na região superior da cabeça, frontal superior. Quer dizer, é completamente diferente do evento bolinha. O evento bolinha bate de um lado e a fita, do outro."

Até este momento, os telespectadores mais críticos e sedentos por uma informação consistente devem ter se perguntado: "Qual a importância do fato?". Nem os critérios de noticiabilidade ensinados nas academias de Jornalismo conseguiriam explicar a razão de tanta ênfase para algo irrelevante. Não que a agressão ao Serra seja imprópria. Pelo contrário. Não há explicação para usar a violência quando o processo eleitoral poderia ser mais democrático, limpo e indolor.

A reportagem utiliza, ainda, o depoimento do próprio agredido que narra as outras supostas agressões sofridas, como "... empurrões, raspões de bandeira" e um "objeto mais pesado", identificado por Molina como possivelmente uma fita adesiva. Será que o candidato tucano não entende o que significa corpo-a-corpo? Não há como sair ileso em uma passeata com a quantidade de pessoas presentes.

Rede Globo mostrará o poder?

Após o incidente, a notícia ganhou repercussão internacional. Não por sua importância, mas pela visibilidade alcançada. Nas redes sociais, como o Twitter, o fato virou piada. Até perfis da bolinha de papel foram criados para gerar discussões a respeito do tema. Isto, a equipe do JN não poderia prever. Diferente de décadas passadas, quando a televisão, os jornais e as revistas eram fontes exclusivas de informação, agora o público dispõe de outros meios, interagindo e expondo seu ponto de vista.

A notícia poderia ter a mesma quantidade de tempo, os mesmos autores, mas uma ótica totalmente distinta. Poderia apresentar à população os riscos do uso da violência e o ônus acarretado ao processo democrático, os ânimos acirrados por conta dos últimos dias até o segundo turno, explorar não só a agressão contra José Serra, mas também a sofrida por Dilma. Enfim, a notícia poderia ter atendido aos anseios das parcelas interessadas no tema política, sejam os simpatizantes do PT, sejam do PSDB e demais partidos coligados de ambas bandeiras, além daqueles telespectadores que simplesmente não se sentem representados por nenhum dos dois candidatos.

Nessas horas reflete-se sobre o real papel do veículo informativo. Com a utopia pregada por eles de que ainda existem qualidades como a imparcialidade e isenção, transmite-se a ludibriosa sensação de que há, de fato, a menção da verdade. No entanto, algo só é verdadeiro dependendo do ponto de vista de seus interlocutores. Era preferível o posicionamento claro favorável a um ou outro candidato, como o caso da revista CartaCapital. Assim como na eleição, é o público quem decide se irá ou não acreditar no que é dito pelo jornal X ou Y. Mas infelizmente ainda há as empresas jornalísticas que se dizem detentoras da verdade. O fato, porém, é que a Rede Globo não possui a mesma popularidade de antes. Mas talvez seu trabalho surta resultado.

Caso Serra seja o vencedor no dia 31 de outubro, sua capacidade será questionada. Talvez a fatídica bolinha de papel tenha um peso maior, garantindo-lhe força. E, assim como vinte e um anos atrás, a Rede Globo mais uma vez mostrará o poder que ainda lhe resta sobre os rumos desse país.

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#542 Mensagem por Carnage » 28 Out 2010, 21:33

http://www2.tijolaco.com/29503
O golpismo valerá a pena?

São cada vez mais fortes os indícios que que a Folha de S.Paulo prepara para sexta-feira uma edição destinada a disparar a “última bala” contra a candidatura Dilma Rousseff.

A insistência em obter os autos do processo contra ela, dos tempos de ditadura, no Supremo Tribunal Federal e, depois, no STF, visa, essencialmente, dar cobertura a uma matéria que já está escrita.

Até porque grande parte deste processo está copiada nos arquivos da Universidade de Campinas e são de acesso público. Fazem parte da coleção “Brasil, nunca mais”, do Arquivo Edgard Leuenroth, daquela Universidade.

Neles, segundo o próprio diretor do Arquivo, Alvaro Bianchi, “, não há nada nesses processos que vincule diretamente Dilma Rousseff a ações armadas, como sequestros, expropriações ou atentados contra alvos civis e militares, nem mesmo a greves ou manifestações estudantis. Ao contrário. Mesmo seus inquisidores não conseguiram estabelecer esse vínculo, não restando –senão- acusá-la vagamente de ‘subversão’ ”.

O professor Bianchi é insuspeito, pois é a favor da liberação indiscriminada dos arquivos do STM. Mas também é contra sua manipulação:

- Suprimir a memória para não perder votos não é boa coisa. Falsificá-la para ganhá-los também não, escreveu ele, num artigo publicado na Carta Capital, onde descreve o conteúdo da documentação relativa a Dilma.

O professor pode ter suas razões. Nem mesmo concordo com elas, pois a revelação daquilo que foi dito – ou que se alegou terem dito – em sessões de torturas abomináveis viola de tal forma o direito das pessoas que só elas, individualmente, podem julgar se querem tornar público, como protesto, ou se aquilo fere a si ou a terceiros,

Afinal, se esta mesma imprensa acha abominável a quebra de sigilo fiscal, revelando aquilo que pessoas disseram à Receita Federal, como pode achar normal ter o direito de revelar detalhes do que foi obtido usando de vilências bárbaras? Ou o crime cometido da delegacia fiscal de Mauá é mais grave do que aquele que se cometeu nas câmaras de tortura do regime ditatorial?

A discussão, porém, não se dá nem neste plano das ideias. Não há um pingo de “direito à informação” ou liberdade jornalística neste episódio.

O material – tentando envolvê-la em casos de sangue, não posso afirmar se direta ou indiretamente- está pronto para ser publicado de forma a não ser respondido. Sexta-feira, calam-se os horários eleitorais. No final de semana das eleições, não há possibilidade razoável de contestação. Impera o silêncio, e falarão sozinhos o Jornal Nacional, a Veja, O Globo…

Não será a ética ou o amor pela verdade que os impelirá, nem também o que lhes impelirá.

A única dúvida que lhes resta é se isso adiantará para derrotar Dilma e eleger Serra.

http://blogdadilma.blog.br/2010/09/o-me ... abril.html
O mensalão da Editora Abril
setembro 21st, 2010

Altamiro Borges


Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras. Veja algumas das mamatas:

- DO [Diário Oficial] de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara ‘inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola’.

- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.

- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.
Negócios de R$ 34,7 milhões

Somente com as aquisições de quatro publicações “pedagógicas” e mais as assinaturas da Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 (34 milhões, 704 mil, 472 reais e 52 centavos). A maracutaia é tão descarada que o Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

Esta “comprinha” representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do ‘barão da mídia’ Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, outra publicação do grupo.

http://www.conversaafiada.com.br/politi ... ornalista/
Qual o conceito de liberdade de expressão de José Serra?

José Serra não lida bem com perguntas que questionem seus pontos de vista. Coloca-se como um defensor da liberdade de imprensa, mas desrespeita jornalistas que publiquem matérias desfavoráveis a seus interesses.

Em 27 de setembro de 2010, Marina Silva deu declarações que ajudam a entender o padrão de comportamento do presidenciável com a imprensa: “Tenho ouvido reclamações nos últimos dias que o ex-governador José Serra tem ficando nervoso quando fazem perguntas que ele não gosta. Ouço também relatos de que há uma tentativa de intimidação dele aos jornalistas. Existem duas formas de tentar intimidar a imprensa. Uma é aquela que vem a público e coloca de forma infeliz uma série de críticas. Outra é aquela que, de forma velada, tenta agredir jornalistas, pedir cabeça de jornalista, o que dá na mesma coisa, porque o respeito pela democracia e pela liberdade de imprensa é permitir que a informação circule. Serra constrange e tenta intimidar jornalistas”.

(Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes ... 54076.html)

Se você é jornalista e trabalha em uma redação já deve ter ouvido alguma história sobre telefonemas que ele teria dado a donos e diretores pedindo a demissão de repórteres “irresponsáveis”. Decidimos reunir apenas episódios concretos, públicos e comprováveis, para que o eleitor tenha ferramentas para ajustar sua percepção à realidade.

13 de outubro de 2010
Vítima: Valor Econômico (repórter Sérgio Bueno)


O repórter Sérgio Bueno fez pergunta sobre Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. E ouviu do candidato: “Seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral. Eu sei que, no caso, vocês não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado. Seu jornal, pelo menos, não tem. Agora, no nosso caso, nós temos.” Horas depois, a diretora de redação do Valor, Vera Brandimarte, ensinou: “O jornalista [Sérgio Bueno] só estava fazendo o trabalho dele, que é perguntar. Todos os candidatos devem estar dispostos a responder questões, mesmo sobre temas que não lhes agradem”.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1410201008.htm

28 de setembro de 2010
Vítima: Folha de S.Paulo (repórter Breno Costa)


Em Salvador, diálogo entre o repórter Breno Costa, da Folha, e o candidato do PSDB. “Candidato, nesses últimos dias de campanha, qual deve ser a [sua] estratégia?”. Resposta de Serra: “Certamente não é perder tempo com matéria mentirosa como a que você fez”. Sobre a matéria, explicação da Folha: “Serra referia-se à reportagem que mostrou ressalvas feitas por técnicos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo no ano de 2009, quando ele era governador. As objeções técnicas do TCE-SP, que aprovou suas contas, referiam-se a ações que, hoje, fazem parte da lista de promessas do tucano”.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2909201010.htm

15 de setembro de 2010
Vítima: CNT/Gazeta (entrevistadores Márcia Peltier e Alon Feurwerker)


Serra irritou-se durante gravação e ameaçou deixar o programa “Jogo do Poder”, da CNT, comandado por Márcia Peltier e Alon Feurwerker. Ele não gostou de perguntas feitas e depois de dizer que estavam “perdendo tempo” com aqueles assuntos, passou a discutir com Márcia. Disse que, em vez de tratarem do programa de governo, estavam repetindo “os argumentos do PT”. Em seguida, levantou-se para deixar o estúdio. “Não vou dar essa entrevista, você me desculpa. Faz de conta que não vim”, disse Serra, reclamando que a entrevista não era um “troço sério”. Logo depois, pediu que os equipamentos fossem desligados e disparou: “Isso aqui está um programa montado.” A apresentadora negou com firmeza a acusação e teve uma conversa reservada com Serra. Só então o candidato aceitou voltar ao estúdio.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1609201022.htm

7 de agosto de 2010
Vítima: TV Cultura – Gabriel Priolli


No final da tarde, Fernando Vieira de Mello, vice-presidente de conteúdo, chamou Priolli à sua sala para comunicá-lo de seu afastamento da direção de jornalismo da emissora. O episódio aconteceu apenas 5 dias depois de Priolli assumir o cargo. Ele havia encomendado uma reportagem sobre pedágios. A Folha escreveu sobre o episódio: “Nos corredores da emissora e na blogosfera, circula a informação de que, por trás da saída de Priolli, está uma reportagem sobre problemas e aumento nos pedágios. A reportagem teria sido “derrubada” – jargão para o que não é veiculado – por Mello. “A reportagem não foi ao ar na quarta-feira por uma razão simples: não estava pronta”, diz Mello. “Eram ouvidos só [Geraldo] Alckmin e [Aloísio] Mercadante. Em período eleitoral, somos obrigados a ouvir todos os candidatos. Foi isso que fizemos”, acrescenta. Dias antes, outra dança de cadeiras originou rumores sobre a influência do governo estadual sobre a TV. Segundo estes, Heródoto Barbeiro teria sido substituído por Marília Gabriela no Roda Viva por ter feito uma pergunta incômoda a Serra.

Escreveu o Observatório da Imprensa: “Explicações complicadas terão que ser dadas pelo candidato à presidência José Serra – acusado de ter pedido a cabeça dos jornalistas”
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =597IPB010

23 de agosto de 2010
Vítima: TV Brasil


O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, se irritou com uma pergunta de uma jornalista da TV Brasil, emissora estatal, sobre o fato de a propaganda na TV completar uma semana hoje e a expectativa do tucano de conseguir reagir nas pesquisas. “Pergunta lá pro seu pessoal na TV Brasil. Eles têm uma opinião”, disse Serra.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/7877 ... asil.shtml

Julho de 2010
Vítima: Rádio Mirante AM, do Maranhão – repórter Mário Carvalho


Serra irritou-se quando foi perguntado sobre o que faria para diminuir sua rejeição no Nordeste. Respondeu: “Onde você viu essa informação? Você está fazendo campanha para Dilma”. “No Ibope e no Datafolha”, disse Carvalho. “De qual emissora você é?” “Da Mirante AM”. “Não é rádio do Sarney? Eu não sei aonde você viu isso. Vamos fazer uma coisa, você quer fazer propaganda pra Dilma? Eu acho legítimo que sua rádio e você faça campanha para Dilma. Não tenho nada a me opor. Agora não venha falar mentira. Tudo bem, faz a campanha direto”, disse, gritando, Serra.

16 de julho
Vítima: TV Globo – kkkkkkkkk Turci


O repórter kkkkkkkkk Turci dirige a Serra uma pergunta sobre juros. O perguntado não esconde sua irritação, e indaga com a devida veemência: “De onde você é?” Turci esclarece ser da Globo. E Serra, de pronto: “Ah, então desculpe”.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/politica/pesos-e-medidas

22 de junho de 2010
Vítima: TV Cultura – Mediador Heródoto Barbeiro


“Como o estado poderia prestar serviço não cobrando pedágios tão caros como são cobrados no estado de São Paulo? A gente viaja por aí e as pessoas reclamam que para ir de uma localidade à outra custa R$ 8,80″, questionou o jornalista. “Você tá transmitindo o que o PT vive dizendo”, acusou. O candidato explicou que o modelo de privatização de rodovias de São Paulo passou por mudanças em seu governo. “Nós mudamos o modelo de concessões e os pedágios baixaram em relação aos elementos anteriores”. Ao final da discussão, Serra classificou as indagações do jornalista de “trololó petista” e condenou Barbeiro por não apresentar resultados do governo tucano em São Paulo. “Essas perguntas têm sempre de vir acompanhadas de resultados”, exigiu o tucano. Logo depois, Barbero deixou a bancada do programa, dando lugar a Marília Gabriela.
Assista ao bate-boca: http://www.cafenapolitica.com/wordpress/?p=1751

29 de maio de 2009
Vítima: Estadão – repórter Sandro Villar


Escreveu o Estadão: “A entrevista coletiva foi tumultuada. A segurança reprimiu os jornalistas com certa dose de truculência. O governador fugiu das perguntas políticas. Ao ser perguntado pelo repórter do Estado se faria dobradinha com Aécio Neves na eleição para a presidência, Serra se irritou. “Pensei que você veio para perguntar sobre o hospital”, respondeu (em referência a uma pauta publicada). Um segurança agarrou o repórter na frente do governador, que condenou a atitude do rapaz (do repórter!) e soltou um sonoro palavrão impublicável.Villar declarou, em correspondência a Luis Carlos Azenha: “Não faz muito tempo surgiram informações de que o Serra foi submetido a um cateterismo realizado secretamente na calada da noite. Eu queria perguntar isso ao governador para ele desmentir ou não. Mas, pela segunda vez, fui agredido pela segurança de Sua Excelência. Protestei e disse que nem na época da ditadura militar fui tratado com tanta truculência”
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 9226,0.htm

10 de maio de 2010
Vítima: Rádio CBN (Comentarista Miriam Leitão)


Em entrevista pela manhã, Miriam perguntou se o presidenciável respeitaria a autonomia do Banco Central ou se presidiria também a instituição, caso vencesse a eleição. Serra primeiro respondeu que a suposição da jornalista era “brincadeira”. Em seguida, disse, ríspido: “Você acha isso, sinceramente, que o Banco Central nunca erra? Tenha paciência!” Questionado se interviria na instituição ao se deparar com um erro, Serra interrompeu Miriam: “O que você está dizendo, vai me perdoar, é uma grande bobagem.”

10 de maio de 2010
Vítima: Rádio Nacional


Relato da Folha de S. Paulo: Um repórter da Rádio Nacional, emissora estatal, perguntou se o tucano acabaria com o Bolsa Família. Serra reagiu de forma ríspida. “Por que a pergunta? Porque disseram para você que eu vou acabar? Então eu gostaria de saber a fonte. Isso é uma mentira total”, afirmou. Em outro momento de irritação, Serra não quis detalhar sua posição referente à divisão dos royalties do pré-sal. “Não vou ficar repetindo.” Assessores de Serra procuraram repórteres para pedir desculpas pelo tom do tucano, que chegou ao evento com 40 minutos de atraso.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil ... 201009.htm
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=17131
Jornalista é demitido por fazer matéria sobre marxismo

O jornal Diário do Nordeste demitiu, dia 18 de outubro, o jornalista Dawton Moura, por ter escrito e editado matéria no Caderno 3 sobre as revoluções marxistas que marcaram os séculos XIX e XX. O caderno especial, de seis páginas, foi considerado pela direção da empresa "panfletário" e "subversivo", além de "inoportuno ao momento atual". Tendo, entre outras fontes, o filósofo Michael Löwi, que estaria em Fortaleza para lançar o livro "Revoluções"

Sindicato dos Jornalistas do Ceará


No momento em que a grande mídia distorce e critica o projeto de indicação aprovado na Assembleia Legislativa do Ceará, que propõe a criação do Conselho Estadual de Comunicação - sob a alegação de que vai "cercear a liberdade de expressão" -, o jornal Diário do Nordeste demitiu de forma arbitrária, no último dia 18 de outubro, o jornalista Dawton Moura, por ter escrito e editado matéria no Caderno 3 sobre as revoluções marxistas que marcaram os séculos XIX e XX.

O caderno especial, de seis páginas, foi considerado pela direção da empresa "panfletário" e "subversivo", além de "inoportuno ao momento atual". Tendo, entre outras fontes, o filósofo Michael Löwi, que estaria em Fortaleza para lançar o livro "Revoluções" (com imagens que marcaram os movimentos contestatórios decisivos para a história dos últimos dois séculos), a matéria foi pautada pelo editor-chefe do jornal, Ildefonso Rodrigues, tendo sido sugerida pela historiadora e professora Adelaide Gonçalves, da Universidade Federal do Ceará (UFC). No entanto, ao comunicar a demissão do jornalista, o editor-chefe se limitou a dizer que "não sabia o conteúdo da reportagem até vê-la publicada".

O caso do jornalista Dawton Moura não se trata de demissão por delito de opinião, pois ele não emitiu, em qualquer momento, juízo de valor sobre o conteúdo da pauta. Perdeu o emprego muito menos por incompetência ou negligência na sua função. Ironicamente, o trabalhador foi dispensado simplesmente por cumprir uma pauta que, depois de publicada, percebeu-se ser contra os interesses da empresa. A direção do jornal não pode alegar, no entanto, que desconhecia o conteúdo da matéria, pois além de ter sido pautado pelo editor-chefe, o assunto foi relatado em, pelo menos, quatro reuniões de pauta que antecederam sua publicação.

A demissão do então editor do Caderno 3 expõe o abismo entre o discurso da grande mídia conservadora, que se diz ameaçada em sua liberdade de expressão - inclusive atacando com este falso argumento o projeto do Conselho de Comunicação do Estado -, e suas práticas cotidianas, restritivas ao exercício profissional dos jornalistas, bem como à livre opinião de colaboradores e leitores.

"O Sindicato dos Jornalistas do Ceará protesta contra esta demissão arbitrária e mantém sua luta pela verdadeira liberdade de expressão para os jornalistas e para todos os brasileiros, manifestada em projetos como o do Conselho de Comunicação", afirma o presidente do Sindjorce, Claylson Martins

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#543 Mensagem por Carnage » 05 Nov 2010, 23:58

http://www.conversaafiada.com.br/pig/20 ... ista-veja/
Mas é muito sem-vergonha essa revista Veja

Conversa Afiada reproduz post do blog Amigos do Presidente Lula – aquele que a Dra Cureau tentou calar:


Mas é muito sem-vergonha… essa revista Veja…

A revista Veja soltou uma edição extra para bajular a nova presidenta eleita. Partindo de qualquer outra revista seria normal, mas partindo da Veja e da forma que fez, nunca vi tamanha cara-de-pau e tanta sem-vergonhice.


O Conversa Afiada reproduz post do blog Amigos do Presidente Lula – aquele que a Dra Cureau tentou calar:


Mas é muito sem-vergonha… essa revista Veja…

A revista Veja soltou uma edição extra para bajular a nova presidenta eleita. Partindo de qualquer outra revista seria normal, mas partindo da Veja e da forma que fez, nunca vi tamanha cara-de-pau e tanta sem-vergonhice.

Depois de capas e mais capas seguidas acusando-a de ser uma espécie de megera que mandava fazer dossiês, e de fazer ilações sobre responsabilidade por atos de terceiros, traz um texto carregado de elogios bajuladores e nenhuma crítica. Termina o texto, abanando o rabo igual à um cachorrinho, querendo se safar de processos e com lobismo:

O pronunciamento, feito na noite de domingo em Brasília, mostrou uma presidente eleita senhora do lugar que agora ocupa e com plena consciência das prioridades políticas, econômicas e sociais do país. Mas, principalmente, salientou sua fé no papel presidencial de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados. Dilma reafirmou o respeito irrestrito à liberdade de expressão e seu reconhecimento de que “as críticas do jornalismo livre ajudam o país e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório”. Um grande começo.

Isso dois dias depois da edição de sábado passado (véspera da eleição), quando fez uma capa atacado o presidente Lula, com reportagens imbecis, tais como uma comparação de fotos com Fidel Castro.

Em busca de uma bolsa “famiglia” Civita

A famíglia Civita, dona da revista, desde os tempos da ditadura, sempre manteve o comércio de notícias como negócio, em estreita colaboração com o poder.

Verbas governamentais, empréstimos generosos, determinaram a linha editorial chapa-branca ou oposicionista.

Uma notícia desgastante pode ser atenuada. A versão simpática ao governo pode prevalecer sobre uma versão oposicionista, ou realista. Uma notícia capaz de gerar crises, pode ser encoberta com outra, como cortina de fumaça.

Quem não é “cliente” da revista, nem direito de ser ouvido com isenção, consegue. Quem é “bom cliente”, só tem noticia negativa publicada com provas, e quando já vaza para outros órgãos de imprensa, e sem viés golpista e com direito de resposta.

O presidente Lula mandou às favas a revista. Não quis conversa. Não ficava almoçando com a famíglia Civita.

Deu um basta na relação de corrupção que existia entre a imprensa e o poder nos governos anteriores.

Agora, a revista “estende a mão” à nova presidenta eleita, mas não em gesto de boa vontade, e sim com o pires na mão, em busca de verbas governamentais, em troca de uma linha editoral mais chapa-branca.

É o bolsa “famiglia” Civita.

Que Dilma faça como Lula fez e mande a famiglia Civita passar o pires nas empresas privadas e privatizadas. Que vivam como empresa no capitalismo, em vez de mamar nas tetas do governo.

A revista escreveu sobre o compromisso de Dilma de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados.

Excelente: que sejam assegurados os direitos à honra de quem a tem assassinada por revistas como a Veja.

A revista esqueceu um detalhe importante: a Constituição impõe DEVERES também. O papel da presidente também é garantir que sejam cumpridos.

“Reaças” devem cancelar assinaturas

O que sobra de bom nisso tudo, é que os reacionários que lêem a revista não devem ter gostado dessa bajulação, e devem cancelar assinaturas.

Ou talvez, a falta de compromisso da revista com seus leitores reacionários seja um indicador de que nem eles existem em número significativo. Há suspeitas de que a revista não tem mais público, e vive de uma circulação artificial bancada por assinaturas de órgãos públicos como as compradas pelo governo do Estado de São Paulo na gestão Serra (PSDB), do governo do Distrito Federal, na gestão de José Roberto Arruda (Ex-DEMos), e da distribuição gratuita.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#544 Mensagem por Carnage » 10 Nov 2010, 21:14

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =615IPB002
A imprensa se faz de vítima

Por Luciano Martins Costa em 9/11/2010
Comentário para o programa radiofônico do OI, 9/11/2010


Mal ou bem, o noticiário sobre eventos para discutir a liberdade de imprensa começa a oferecer algo mais do que os repetitivos e mal fundamentados alertas sobre o risco de volta da censura no Brasil.

Tanto as reportagens a respeito do encerramento da 66ª Assembléia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, que se realizou na cidade de Mérida, no México, quanto o seminário sobre o futuro das mídias, que se inicia na terça-feira (9/11) por iniciativa do governo, em Brasília, estão trazendo um pouco mais de informação sobre um tema que a imprensa brasileira tradicional tem mantido, propositadamente, na obscuridade.

Vejamos, primeiro, o que nos trazem os jornais sobre a assembléia da SIP. A entidade, que congrega mais de 1.300 empresas privadas de comunicação nas Américas, tem conflitos permanentes com o governo em alguns países – cuja natureza varia conforme o país – mas trata a todos esses governos como inimigos das liberdades civis.

Ao mesclar propositalmente as situações da Venezuela e do Brasil, por exemplo, e acusar genericamente outros países de promover a "bolivarização" das comunicações, a imprensa desinforma, confunde e atenta contra os interesses da sociedade cujos direitos diz defender.

Noticiário manipulado

Conforme observa o Estado de S.Paulo, ainda antes de encerrar-se o encontro no México representantes de governos criticados pelas empresas de comunicação faziam reparos aos documentos apresentados durante o congresso. O porta-voz do governo da Bolívia, por exemplo, comentou que "os membros da SIP, que no passado atuaram apoiando até mesmo ditaduras, estão equivocados".

O chanceler do Equador também se manifestou, recomendando que a imprensa de seu país faça a lição básica do jornalismo, de tentar se colocar do outro lado, para sentir a pressão e a manipulação enviesada da informação cometida pela imprensa contra o governo.

A choradeira da mídia, que no Brasil não tem qualquer justificativa, acaba por abrir espaço para algum esclarecimento no noticiário que, embora ainda manipulado, permite ao público tomar conhecimento de que, aqui como em outros países do continente, a imprensa não é simplesmente vítima de ditadores, mas protagonista ativa do jogo político.

Novas alternativas

Para uma abordagem jornalística do problema das relações da imprensa latino-americana com o poder público, é preciso recuar alguns anos e recordar que, no país onde esse conflito chegou ao grau máximo, a Venezuela, tudo começou com uma tentativa de golpe de Estado liderada por donos de empresas de comunicação.

Em alguns outros países, como a Bolívia, houve uma reação preconceituosa de empresários de origem hispânica à eleição de um governante de origem indígena, e parte da imprensa andou estimulando até mesmo aventuras separatistas.

No Brasil, a adesão da imprensa mais poderosa a um grupo político específico é oficial e contamina o jornalismo.

Na maior parte desses casos, ficou clara a dificuldade da mídia tradicional de lidar com contrariedades na escolha democrática dos eleitores e na execução de políticas diversas daquelas que historicamente eram produzidas por governantes aliados ou controlados pelas empresas de comunicação.

A partir do estabelecimento desse viés a priori, pode-se afirmar que quase tudo que se publica vem contaminado por esse desvio no caráter da imprensa.

Ao lado desse fenômeno deve-se observar que o rápido desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação e informação oferece ao público alternativas mais abertas, retirando do círculo de influência da mídia até então predominante vastas porções da sociedade.

Só o jornalismo salva a imprensa

Quando se fala do público que consome informações através do jornalismo, já não se pode restringi-lo ao conceito de leitor de jornais ou revistas. De posse de uma informação, o cidadão pode rapidamente se transformar em protagonista do processo comunicacional, reproduzindo uma notícia por meio de seu aparelho eletrônico, acrescentando seu próprio comentário – que eventualmente corrige, completa, contradiz ou desmente a notícia original.

Portanto, o poder de influência da imprensa tradicional sobre a sociedade reduz-se gradualmente e tende a se concentrar sobre as instituições.

Nessa circunstância, não é partindo para o confronto e fazendo denúncias sobre ameaças que não existem que as empresas de comunicação vão recuperar alguma reputação. O que pode ajudar a imprensa não é a ação política direta ou diversionista – é apenas o jornalismo de qualidade.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#545 Mensagem por kssabu1 » 13 Nov 2010, 20:51

Carnage escreveu:http://www.conversaafiada.com.br/pig/20 ... ista-veja/
Mas é muito sem-vergonha essa revista Veja

Conversa Afiada reproduz post do blog Amigos do Presidente Lula – aquele que a Dra Cureau tentou calar:


Mas é muito sem-vergonha… essa revista Veja…

A revista Veja soltou uma edição extra para bajular a nova presidenta eleita. Partindo de qualquer outra revista seria normal, mas partindo da Veja e da forma que fez, nunca vi tamanha cara-de-pau e tanta sem-vergonhice.


O Conversa Afiada reproduz post do blog Amigos do Presidente Lula – aquele que a Dra Cureau tentou calar:


Mas é muito sem-vergonha… essa revista Veja…

A revista Veja soltou uma edição extra para bajular a nova presidenta eleita. Partindo de qualquer outra revista seria normal, mas partindo da Veja e da forma que fez, nunca vi tamanha cara-de-pau e tanta sem-vergonhice.

Depois de capas e mais capas seguidas acusando-a de ser uma espécie de megera que mandava fazer dossiês, e de fazer ilações sobre responsabilidade por atos de terceiros, traz um texto carregado de elogios bajuladores e nenhuma crítica. Termina o texto, abanando o rabo igual à um cachorrinho, querendo se safar de processos e com lobismo:

O pronunciamento, feito na noite de domingo em Brasília, mostrou uma presidente eleita senhora do lugar que agora ocupa e com plena consciência das prioridades políticas, econômicas e sociais do país. Mas, principalmente, salientou sua fé no papel presidencial de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados. Dilma reafirmou o respeito irrestrito à liberdade de expressão e seu reconhecimento de que “as críticas do jornalismo livre ajudam o país e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório”. Um grande começo.

Isso dois dias depois da edição de sábado passado (véspera da eleição), quando fez uma capa atacado o presidente Lula, com reportagens imbecis, tais como uma comparação de fotos com Fidel Castro.

Em busca de uma bolsa “famiglia” Civita

A famíglia Civita, dona da revista, desde os tempos da ditadura, sempre manteve o comércio de notícias como negócio, em estreita colaboração com o poder.

Verbas governamentais, empréstimos generosos, determinaram a linha editorial chapa-branca ou oposicionista.

Uma notícia desgastante pode ser atenuada. A versão simpática ao governo pode prevalecer sobre uma versão oposicionista, ou realista. Uma notícia capaz de gerar crises, pode ser encoberta com outra, como cortina de fumaça.

Quem não é “cliente” da revista, nem direito de ser ouvido com isenção, consegue. Quem é “bom cliente”, só tem noticia negativa publicada com provas, e quando já vaza para outros órgãos de imprensa, e sem viés golpista e com direito de resposta.

O presidente Lula mandou às favas a revista. Não quis conversa. Não ficava almoçando com a famíglia Civita.

Deu um basta na relação de corrupção que existia entre a imprensa e o poder nos governos anteriores.

Agora, a revista “estende a mão” à nova presidenta eleita, mas não em gesto de boa vontade, e sim com o pires na mão, em busca de verbas governamentais, em troca de uma linha editoral mais chapa-branca.

É o bolsa “famiglia” Civita.

Que Dilma faça como Lula fez e mande a famiglia Civita passar o pires nas empresas privadas e privatizadas. Que vivam como empresa no capitalismo, em vez de mamar nas tetas do governo.

A revista escreveu sobre o compromisso de Dilma de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados.

Excelente: que sejam assegurados os direitos à honra de quem a tem assassinada por revistas como a Veja.

A revista esqueceu um detalhe importante: a Constituição impõe DEVERES também. O papel da presidente também é garantir que sejam cumpridos.

“Reaças” devem cancelar assinaturas

O que sobra de bom nisso tudo, é que os reacionários que lêem a revista não devem ter gostado dessa bajulação, e devem cancelar assinaturas.

Ou talvez, a falta de compromisso da revista com seus leitores reacionários seja um indicador de que nem eles existem em número significativo. Há suspeitas de que a revista não tem mais público, e vive de uma circulação artificial bancada por assinaturas de órgãos públicos como as compradas pelo governo do Estado de São Paulo na gestão Serra (PSDB), do governo do Distrito Federal, na gestão de José Roberto Arruda (Ex-DEMos), e da distribuição gratuita.
Realmente! É um absurdo de oportunismo.
Parei de comprar esta revista quando ela lançou uma edição comemorativa pela eleição do Lula.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#546 Mensagem por Carnage » 21 Nov 2010, 15:28

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... na_id=4871
Os fantasmas no sótão da velha imprensa

O faturamento das teles hoje é aproximadamente 13 ou 14 vezes maior que o da radiodifusão. Sem regulação, a radiodifusão vai ser atropelada por uma jamanta, advertiu o ministro Franklin Martins durante seminário em Brasília. Por que, então, a velha imprensa segue boicotando esse debate?

Marco Aurélio Weissheimer


Franklin Martins, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, abriu o Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias com uma observação que justificou o título do encontro. A convergência de mídias é um processo irreversível e já faz parte da vida cotidiana. Um telefone celular não é mais meramente um telefone. Tornou-se também um meio para acessar internet, rádio e televisão. Essa convergência de tecnologias e meios de comunicação em um pequeno aparelho abre novas possibilidades para a comunicação humana, mas essas possibilidades vêm acompanhadas de problemas. Boa parte desses problemas é causada por conflitos de mercado entre os diferentes setores que fazem da comunicação seu bezerro de ouro.

No Brasil, alguns desses setores reagem fortemente ao debate sobre a necessidade de regular esse novo mundo tecnológico, social e econômico, que já é uma realidade. Essa reação aparece revestida por um verniz ideológico que vê na ideia da regulação uma tentativa de censurar e controlar a imprensa. Isso é uma bobagem, disse Franklin Martins. E é mesmo. Não é difícil mostrar. O Brasil acaba de sair de um duro processo eleitoral onde, em um determinado momento, entidades empresariais do setor das comunicações e seus respectivos veículos ensaiaram uma mobilização nacional contra perigosíssimas ameaças à liberdade (de imprensa e outras) que estariam pairando sobre a vida democrática do país. O motivo? Uma crítica feita pelo presidente da República à cobertura sobre as eleições. Houve alguma censura por parte do governo? Nenhuma.

Houve, de fato, dois episódios de cerceamento à liberdade de expressão na campanha este ano: um praticado pelo jornal O Estado de São Paulo, que demitiu a colunista Maria Rita Kehl por não tolerar a opinião dela publicada em suas páginas; e o outro praticado pelo jornal Folha de São Paulo que entrou na Justiça para tirar do ar o site Falha de São Paulo que fazia uma paródia às capas e manchetes da publicação. (Flávio Aguiar me lembra de um terceiro caso: a proibição da Revista do Brasil n° 52, pedida pela campanha de Serra, com o adendo de solicitar segredo de justiça). Esses jornais e outros veículos da chamada grande imprensa seguem repetindo mantras ultraconservadores contra um debate que já foi feito na imensa maioria dos países apontados por eles mesmos como exemplos de liberdade de modernidade. Mas por trás de todo esse conservadorismo, há uma razão mais pragmática: o avanço das empresas de telecomunicação sobre o mercado da radiodifusão.

Só esse dado mercadológico já justificaria um interesse mais positivo do setor de radiodifusão no debate da regulação. Franklin Martins falou sobre isso ao saudar os participantes do seminário. O faturamento das teles hoje é aproximadamente 13 ou 14 vezes maior que o da radiodifusão. Sem regulação, a radiodifusão vai ser atropelada por uma jamanta, resumiu o ministro. E as grandes empresas do setor sabem disso. A Folha de São Paulo publicou um editorial, dia 15 de novembro de 2009, defendendo a restrição, em 30%, da presença de capital estrangeiro nos portais de notícias no Brasil. A proposta também é defendida pelas principais entidades do setor: Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e Associação Nacional de Jornais (ANJ).

A posição defendida por essas entidades oferece, na verdade, argumentos em defesa da necessidade de um novo marco regulatório para o setor. Para elas, a restrição ao capital estrangeiro, previsto no artigo 222 da Constituição Federal, aplica-se a qualquer negócio que explore conteúdos, independentemente do meio utilizado, seja TV, rádio, jornais ou a internet. “Práticas desleais na internet colocam em risco as bases que permitem o exercício da imprensa independente no país”, protestou a Folha no editorial, acrescentando: “Quando um país como o Brasil admite um oligopólio irrestrito na banda larga – a via para a qual converge a transmissão de múltiplos conteúdos, como TVs, revistas e jornais – alimenta um Leviatã capaz de bloquear ou dificultar a passagem de dados atores que não lhe sejam convenientes”.

“Nossa legislação é um cipoal de gambiarras”
Do ponto de vista dessas empresas, portanto, o debate sobre um novo marco regulatório para o setor envolve, sobretudo, uma disputa de mercado com as grandes corporações do setor de telecomunicações. Mas essa agenda não se resume a uma questão de mercado. Há interesses públicos em jogo – como o direito à uma informação de qualidade que contemple a diversidade cultural e política do país – que vem sendo bloqueados pela intransigência do grande capital privado do setor. Para quem ainda tinha alguma dúvida, a dimensão pública do tema ficou evidenciada nos relatos das experiências de países como França, Inglaterra, Espanha, Portugal, Argentina e Estados Unidos. A existência de um marco regulador na área da comunicação é hoje um indicador da qualidade da democracia de um país.

O Brasil ainda engatinha nessa área. A nossa legislação de telecomunicações, lembrou Franklin Martins, é absolutamente ultrapassada, remontando a 1962, “quando havia mais televizinho do que televisão”. Essa legislação é hoje um “cipoal de gambiarras”, ilustrou o ministro. Ele deu outro exemplo: “Todos nós sabemos que deputados e senadores não podem ter canal de televisão. E todos sabemos que têm. O que vamos fazer?” Os conferencistas internacionais contaram o que seus países fizeram e seguem fazendo para proteger e incentivar a produção independente nacional e regional, para evitar a concentração de propriedade ou para defender crianças e adolescentes de publicidades de bebidas e medicamentos, apenas para citar alguns conteúdos. Propostas estas que seguem enfrentando forte resistência no Brasil.

Uma resistência alimentada por preconceitos e fantasmas arrastando correntes, na imagem adotada pelo titular da Secretaria de Comunicação Social do governo brasileiro. “Só um debate público transparente afasta os fantasmas. Queria convidar todos a deixar os fantasmas no sótão. É lá que devem ficar”. Trata-se de um debate irreversível, repetiu, fazendo uma previsão: “Estou convencido que a área da comunicação no governo Dilma terá o mesmo tratamento que a área de energia teve no primeiro governo Lula”. Os primeiros meses de 2010 dirão se a previsão poderá ser realizar ou não. O que parece certo é que dificilmente a velha imprensa conseguirá bloquear esse debate usando seus fantasmas empoeirados a acenar com a ameaça da censura, ameaça esta que só vem se materializando nas suas próprias redações.

Atualizado em 11/11/2010 (às 12:17)

Marco Aurélio Weissheimer é editor-chefe da Carta Maior (correio eletrônico: ******)




http://www.youtube.com/watch?v=2BN1OJGF ... r_embedded

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#547 Mensagem por Carnage » 21 Nov 2010, 15:31

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =616IMQ013
Como desconstruir um erro?

Por Luciano Martins Costa em 18/11/2010
Comentário para o programa radiofônico do OI, 18/11/2010


Os três jornais considerados de circulação nacional, que representam a mais tradicional imprensa brasileira, trazem nas edições de quinta-feira (18/11) reportagens sobre os assassinatos do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral José Guilherme Villela, de sua mulher e da empregada Francisca Nascimento da Silva, ocorridos em 28 de agosto de 2009. A novidade é que a polícia apresentou novo suspeito, um ex-zelador do edifício onde morava a família, em Brasília, que confessou o crime.

O problema a ser observado é que a imprensa já havia "comprado" uma versão anterior da polícia, que acusava a filha do casal, Adriana Villela, de haver encomendado o assassinato.

Leonardo Campos Alves, ex-zelador do edifício onde residia o ex-ministro do TSE, foi preso em uma cidade de Minas Gerais. Declarou que entrou no apartamento do casal, com um comparsa, para roubar dinheiro e jóias, três meses após ter perdido o emprego. Decidiu matar o magistrado para não ser reconhecido e também para se vingar de supostos maus tratos que havia recebido dele. Depois, quando a mulher do ex-ministro entrou no apartamento, aceitaram jóias e dinheiro e também a esfaquearam. Na saída, os dois foram vistos pela empregada e também a mataram para não serem denunciados.

Danos morais

A nova versão, apresentada pelos jornais na quinta-feira (17), é a terceira em 14 meses, mas aquela que foi mais explorada pela imprensa era a que acusava Adriana Villela de haver contratado assassinos para eliminar os pais e se beneficiar de um seguro de vida.

Desde o assassinato, dez suspeitos foram presos, entre eles a filha das vítimas. Uma delegada e um agente da polícia foram afastados e estão sendo investigados por forjar provas para incriminar inocentes e alguns dos presos disseram ter sido torturados para confessar o crime.

A história lembra o caso da Escola Base, ocorrido em março de 1994, quando a imprensa nacional em peso, na esteira de uma reportagem da TV Globo, acusou os donos de uma escola infantil de São Paulo e outras cinco pessoas de cometer abusos contra crianças.

O governo paulista, a TV Globo e outras empresas de comunicação foram condenados a pagar indenização por danos morais, mas os recursos arrastam o processo na Justiça.

O caso de Brasília reacende a questão: até que ponto a imprensa pode confiar em informações da polícia?

"Comprando" qualquer coisa

Um dos acusados no caso da Escola Base, o americano Richard Pedicini, se dedica a acompanhar o noticiário sobre casos de pedofilia no Brasil e afirmou recentemente, durante um evento em São Paulo, que as injustiças continuam a acontecer e que os jornalistas seguem "comprando" tudo que a polícia vende.

Na ocasião, Pedicini passou nove dias na cadeia, sob ameaça de outros presos, acusado de ser a "conexão internacional" de uma suposta rede de pedofilia. Tudo resultado da irresponsabilidade e da fantasia de um delegado chamado Edélcio Lemos.

O estopim do caso foi o Jornal Nacional do dia 28 de março de 1994. As manchetes mais escandalosas ficaram por conta do Notícias Populares, jornal pertencente ao Grupo Folhas, e entre as revistas IstoÉ foi a que mais se dedicou ao assunto. O único veículo que escapou da histeria provocada pelo delegado foi o Diário Popular, jornal centenário que posteriormente foi adquirido e fechado pelo Grupo Globo. E foi justamente o único que tinha um repórter no local quando a polícia invadiu a casa dos donos da escola.

O então diretor do Diário Popular, Jorge de Miranda Jordão, enxergou muitas contradições e inconsistências onde todos os outros jornais viam um crime escabroso. Durante os três meses em que o resto da imprensa explorou intensamente o caso, Miranda Jordão manteve o Diário Popular fora do assunto.

A confissão de um dos assassinos do casal Villela e sua empregada pode revelar que a imprensa não aprendeu com o caso da Escola Base. Se de fato for comprovado que os criminosos agiram por conta própria, como ficam as acusações contra a filha do casal, de ter sido mandante do crime? Depois de impregnada no imaginário público, como recuperar a imagem de uma pessoa acusada de mandar matar os próprios pais, na eventualidade de ser comprovada sua inocência?

A imprensa precisa reaprender a fazer jornalismo investigativo e deixar de confiar cegamente nas autoridades policiais.


http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =616JDB012
Ouro de tolo

Por Celso Lungaretti em 18/11/2010
Reproduzido do blog do autor, 16/11/2010; título original "Para a Folha, ouro de tolo é vitória da sociedade"


Em 2009, a Folha de S.Paulo tentou envolver Dilma num sequestro que não houve, além de usar como ilustração uma ficha falsa que encontrou na web.

Simancol é o que mais falta para o jornal da ditabranda: mancheteia triunfalmente a obtenção do que queria usar durante a campanha eleitoral e agora não lhe servirá de quase nada.

Foi garimpar, só encontrou ouro de tolo e ainda tenta apresentá-lo com uma "vitória da sociedade". Me engana que eu gosto.

Finda a eleição presidencial, o Superior Tribunal Militar, como Deus e o mundo sabiam que faria, liberou para a Folha de S. Paulo o processo a que Dilma Rousseff respondeu durante a última ditadura, quando foi presa como dirigente da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares e barbaramente torturada.

A decisão foi tomada na 3ª feira (16/11), por 10 votos a 1.

Ou seja, nada mais houve do que o cumprimento integral da determinação do presidente do STM, Carlos Alberto Soares: evitar que desse processo falacioso e arbitrário, sem valor jurídico algum, fosse extraída munição propagandística contra a candidata em campanha.

Erros crassos

Pois só os bem informados sabem serem totalmente inconfiáveis as conclusões dos Inquéritos Policiais Militares da ditadura, contaminados pela prática generalizada da tortura, bem como as sentenças dos julgamentos de cartas marcadas que eram encenados em auditorias militares, com gritante cerceamento do direito de defesa.

Para a maioria da população, poderia passar por verdade o que nada mais era do que a versão forjada pelos déspotas a respeito dos resistentes que, heroicamente, os combatiam. Daí a inconveniência de tal assunto ser escarafunchado em meio ao tiroteio eleitoral.

Após o pleito, com ou sem a ação da Folha, os documentos seriam mesmo liberados.

Não adiantou o jornal espernear no STM e até no STF: não conseguiu acesso em tempo hábil e ficou impossibilitado de produzir algum factóide eleitoeiro.

Da próxima vez, que vá atrás das informações no momento certo e seguindo suas próprias pistas, ao invés de correr atrás das revelações alheias – no caso, a matéria de capa da revista Época sobre Dilma, que foi de onde a Folha tirou a informação de que o processo da VAR-Palmares estava temporariamente indisponível.

Agora, para justificar a "batalha de Itararé" que fingiu estar travando, será obrigada a soltar alguma reportagem baseada no processo de Dilma.

Pela qualidade atual do jornalismo da Folha, canto a bola desde já: vai ser imensamente inferior à da Época.

Mas ninguém se surpreenderá, pois vexame é prato de todo dia na espelunca da Alameda Barão de Limeira...

Para quem quiser conhecer os detalhes desta comédia de erros (mais uma!), eis o passo a passo:

** "Folha" trava batalha jurídica para obter munição contra Dilma
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/ ... obter.html

** "Folha" pressiona STM: vale tudo para difamar Dilma
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/ ... -para.html

** STF bate com a porta na cara da "Folha
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/ ... folha.html

E vale a pena ler de novo outro tiro pela culatra da Folha contra Dilma, em abril de2009, quando o jornal saiu com a credibilidade em frangalhos:

** Só faltou a "Folha" dizer: ela é comunista e come criancinha
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/ ... sta-e.html

** "Folha" admite mais erros crassos na reportagem sobre sequestro do Delfim
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/ ... os-na.html

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#548 Mensagem por Carnage » 21 Nov 2010, 15:59

http://noticias.r7.com/blogs/o-provocad ... iseraveis/
Esses comentaristas miseráveis

As eleições presidenciais tiveram o efeito colateral de reacender o preconceito de classe. O ódio (não há outra palavra) aos pobres saiu do armário, foi para as ruas e continua escorrendo pelos principais esgotos do país.

No dia da Proclamação da República, uma alma atormentada, que atende às vozes das trevas pelo nome de Luiz Carlos Prates, cuspia as seguintes declarações, durante o Jornal do Almoço, transmitido pela RBS, a Globo de Santa Catarina:

http://www.youtube.com/watch?v=uwh3_tE_ ... r_embedded

- Hoje, qualquer miserável tem um carro.

- O sujeito nunca leu um livro, mora apertado numa gaiola que chamam de apartamento, não tem nenhuma qualidade de vida, mas tem um carro na garagem.

- Resultado desse governo espúrio que popularizou, pelo crédito, o carro para quem nunca tinha lido um livro.

É o tipo de ignorância que nem merece piedade. O cara se afoga no vômito das próprias palavras. Nojento.

A democracia foi feita para que possamos expressar pensamentos livremente. Mas o que o comentarista ficou esbravejando não passa de rancor e desprezo.

Só gente como ele pode ter carro e viajar no feriado. Só a casa dele é decente. Só o candidato dele é bom. Só o dinheiro dele presta. Em resumo, é um babaca completo. Não só ele, mas também quem pensa parecido.

Infelizmente, como vimos durante a campanha eleitoral, há quem concorde com esse pensamento cretino. O que causa espanto é haver quem pague para que esse tipo de estupidez seja transmitido ao vivo pela TV. Há patrão para tudo neste mundo.

Melhor que a gente saiba onde essa turma se reúne. E nem passar perto desses miseráveis, pobres de espírito. "Desgraçados". Gentinha.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#549 Mensagem por Carnage » 31 Dez 2010, 14:42

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =621IMQ021
Um ano muito revelador

Por Luciano Martins Costa em 23/12/2010


O ano de 2010 deixa algumas lições importantes para os observadores da imprensa e para todos os cidadãos que se preocupam com o futuro das liberdades democráticas. O impacto dos vazamentos do WikiLeaks certamente é uma delas, com a revelação de que na sociedade hipermediada não há garantia para segredos. Fica também a constatação de que, diante da possibilidade de uma ampla transparência nas relações de poder, a imprensa tende a se alinhar com o conservadorismo e a manutenção do sistema no qual há informações para todos e informações para alguns.

Compreende-se que a imprensa, assim como os poderes que compõem o Estado, considere que alguns assuntos não devem ser do domínio público. Mas o fenômeno do WikiLeaks, ainda que considerado um instrumento de publicização aleatória, sem critérios jornalísticos, conseguiu sacudir o establishment e colocar sob suspeição a seriedade das razões que movem muitas decisões de Estado.

Considerando-se outras inovações nas tecnologias de comunicação e de informação, é de se questionar se o modelo tradicional da imprensa ainda tem validade.

Jornalismo e poder

Em muitos lugares do mundo, e em especial no Brasil, o ano de 2010 escancara evidências de que a mídia tradicional faz escolhas que nem sempre contemplam os interesses da maioria.

O trabalho de seleção e divulgação ordenada de notícias revelou-se claramente parte dos jogos de poder, e a imprensa não pode mais escapar de certos questionamentos, principalmente levando-se em conta que o seu valor sempre esteve vinculado a uma suposta missão de informar a cidadania para a defesa dos princípios democráticos.

Mas quanto e como a imprensa contemporânea contribui para o aprimoramento da democracia?

Sempre vale a pena rever os arquivos: em uma edição de domingo, 23 de março de 2003, o Estado de S.Paulo publicou artigo de Orville Schell, do New York Times, no qual ele afirmava que "o problema enfrentado por muitas empresas de comunicação não é continuar no ramo, mas continuar no jornalismo". Segundo o autor, "a imprensa vem perdendo a capacidade de manter a democracia suficientemente informada para tomar decisões inteligentes".

No caso do Brasil, já faz décadas que a imprensa tradicional vem fazendo esse esforço para abandonar o jornalismo em troca de poder, em detrimento da democracia.

Onde foi que a imprensa errou?

Termina, com este ano, o período de governo chefiado por um ex-operário, sindicalista que liderou a renovação das relações de trabalho no Brasil, contribuindo para recuperar a liberdade de associação interrompida pela ditadura, encerrando uma história de representações criadas sob a tutela do Estado Novo.

Luiz Inácio Lula da Silva deixa o governo com uma popularidade histórica, jamais alcançada por qualquer outro governante brasileiro, que provavelmente não será superada tão cedo, com indicadores econômicos e sociais marcantes e um processo de inclusão do Brasil entre as nações líderes neste início de século.

Contraditoriamente, esse mesmo governante entra e sai da cena política sob críticas incessantes da imprensa tradicional.

Como todos os chefes de Estado, certamente cometeu erros e acertos e deixa muitas tarefas importantes por serem completadas, como algumas reformas reclamadas há décadas pela sociedade. Mas dificilmente os pesquisadores irão encontrar, em outro período da História brasileira, tantas e tão profundas mudanças, que no entanto não parecem ser levadas em conta nas avaliações que a imprensa faz dele diariamente, numa indisfarçável e permanente manifestação de má vontade.

Quando surgiu para a cena política, o então sindicalista foi entrevistado por este observador, então um jornalista iniciante. O ano de 1975 ia pela metade e ele havia acabado de assumir a presidência do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Mauá e Diadema. Era chamado de "Baianinho".

Duas de suas respostas àquela entrevista foram marcantes: na primeira, ele afirmava que o Brasil somente poderia ser considerado um país sério quando um operário pudesse comprar o carro que ajudava a fabricar ou um apartamento no prédio que ajudava a construir. Na segunda resposta, dizia ser seu sonho ajudar os trabalhadores, organizados, a se tornarem protagonistas da política nacional.

Eram tempos duros, de uma ditadura renitente ainda convulsionada pela disputa interna entre os militares que defendiam a abertura do regime e aqueles que conspiravam para reduzir ainda mais as poucas liberdades públicas.

Passados 35 anos, o ex-metalúrgico contabiliza em sua biografia a construção de um sindicalismo forte o suficiente para servir de plataforma para a criação de um dos maiores partidos políticos nacionais e deixa o governo com o mérito de haver produzido, com um misto de políticas sociais inovadoras e estratégia econômica conservadora mas eficiente, um inédito e consistente fenômeno de mobilidade social.

Espancando a verdade

Uma consulta aos arquivos da própria imprensa revela que os jornais se esforçaram para que Lula da Silva não fosse eleito. Empossado, os jornais apostaram no seu fracasso.

O Brasil se recuperava lentamente de uma sucessão de crises internacionais, o que revelava uma base frágil da economia como um todo, vulnerável até mesmo a sacolejos nas distantes e irrelevantes Indonésia ou Malásia.

Cerca de 2,5 milhões de brasileiros estavam sem emprego, o que representava 12,3% da população ativa sem remuneração assegurada. Mesmo com a mudança no sistema de cálculo – porque até então a base incluía pessoas com idades acima de 15 anos, e não de 18, como passou a ser considerado – o que se viu, a partir de 2003, foi uma redução constante e consistente do desemprego, além do crescimento da renda do trabalho.

A imprensa vive repetindo que Lula recebeu o Brasil em excelentes condições. Não é verdade: os dados publicados pelos jornais no período informam que a inflação havia disparado em 2002, a tal ponto que o Conselho Monetário Nacional foi obrigado, em janeiro de 2003, a aumentar em mais de 100% a meta para aquele ano – de 4% para 8,5% – dada a impossibilidade de se obter uma convergência entre a inflação real e aquela que fora projetada no fim do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.

Em 2002, a inflação real no Brasil havia evoluído de 7,62% em janeiro para 12,53% em dezembro, uma das mais altas do planeta. Na verdade, era a quarta maior inflação entre as 37 economias mais importantes do mundo, com um crescimento pífio nos dez anos anteriores.

Os números desmentem manchetes, artigos e editoriais. A chamada grande imprensa acumulou nesse período uma coleção de prognósticos equivocados. A imprensa precisa ser crítica, mas deve sempre perseguir a verdade. Não para espancá-la, mas para se servir dela.

O novo herói da mídia

O ano de 2010 está chegando ao fim e, com ele, um governo que, em dois mandatos, viveu o inferno em suas relações com a chamada imprensa tradicional.

Muito foi dito neste Observatório sobre esse conflito, que teve seu auge nos anos de 2005 e 2006 e, mais recentemente, na campanha eleitoral de 2010. E os observadores que acompanham essas análises desde então se dividiram em dois grupos inconciliáveis: aquele que vê em cada linha, em cada notícia, uma conspiração do "Partido da Imprensa Golpista" e aquele que imagina que toda crítica à imprensa é militância em defesa do lulo-petismo.

São raros, na verdade, os comentaristas que conseguem escapar desse estado de guerra, que teve episódios grotescos, como o da bolinha de papel – ou rolo de adesivo – capaz de produzir uma tomografia e uma infinidade de teorias, cada uma mais esdrúxula que a outra.

Toda essa parafernália de argumentos desapareceu repentinamente da imprensa e das cartas de leitores logo após a eleição – tanto nos jornais quanto nos comentários de blogs – e a política tomou outros rumos.

No noticiário dos jornais, o que se viu, durante todo o mês de dezembro foi a correria dos repórteres para tentar antecipar as escolhas do futuro ministério, dos cargos importantes no Banco Central, e a composição de poder da aliança que venceu a eleição presidencial. Sobrou um pouco de atenção para a formação de alguns dos novos governos estaduais e destacou-se também o processo de reorganização das forças oposicionistas.

Nesse sentido, a leitura diária dos jornais mostrou claramente que, para a imprensa, o ex-governador José Serra já é parte do arquivo morto da política. Suas tentativas de ocupar uma vitrina nacional e dali continuar influenciando a política, não receberam o respaldo que se esperava da imprensa, considerando-se o espaço com que sempre contou enquanto representava uma alternativa de poder.

A imprensa tradicional do Brasil já tem novo candidato à Presidência da República. Ele se chama Aécio Neves da Cunha.

Jogos de poder

De tempos em tempos, a imprensa tradicional do Brasil elege seus heróis. Quase sempre, escolhe entre as alternativas mais conservadoras. Foi assim em 1985, quando Fernando Henrique Cardoso disputou a prefeitura de São Paulo pelo PMDB: a maioria dos grandes jornais manifestou clara preferência por Jânio Quadros, não nos editoriais, mas na intensidade crítica do noticiário.

O episódio em que FHC, considerado então representante das forças da esquerda, sentou-se na cadeira de prefeito antes da eleição, foi na verdade estimulado por fotógrafos dos jornais e depois oportunisticamente explorado pela mídia. Da mesma forma, as respostas dúbias a perguntas maliciosas sobre uso de maconha e religiosidade foram manipuladas no noticiário da época.

Fernando Henrique só se tornou palatável para a imprensa tradicional quando se apresentou como a única alternativa para bloquear a chegada do PT ao poder, de 1994 em diante, assim como o PSDB só passou a ser o predileto da mídia quando se revelou ou se tornou um partido de centro-direita. Antes dele, a imprensa já havia inventado Fernando Collor, cujo governo acabou em impeachment, com protagonismo decisivo de seus antigos apoiadores na mídia.

A história dessa reviravolta ainda está por ser contada em detalhes, mas, em suma, trata-se da mesma antiga tradição da troca de apoio em projetos de poder.

É preciso contar, por exemplo, como as medidas econômicas de Collor possibilitaram o sucesso do Plano Real, e de como o isolamento do chamado "Centrão", promovido pela elite parlamentar que viria a constituir o PSDB, acabou criando o bloco que veio a se aliar sucessivamente a Fernando Henrique e depois a Lula da Silva, compondo o perfil fisiológico do Congresso Nacional que a sociedade tanto deplora.

Final de ano, início de nova década, fim de um ciclo fascinante da política nacional, era tempo de a imprensa nos brindar com um olhar isento e profundo sobre a história recente da nossa democracia.







http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =621IMQ022
"Coincidências", gatos e lebres

Por Ulisses Capozzoli em 23/12/2010


Quando abri a edição especial de Veja que está nas bancas (nº 2.196, dezembro de 2010) tratando de sustentabilidade, tive uma curiosa sensação de dejá vu, como os psicólogos caracterizam a experiência de experimentar uma situação que temos certeza de termos vivido antes. Essa expressão, segundo uma rápida pesquisa histórica, teria sido utilizada pela primeira vez pelo francês Emile Boirac (1851-1917), um pesquisador interessado em fenômenos psíquicos.

Segundo especialistas na área psi (que envolve psicologia, psiquiatria e psicanálise entre outras afins) o dejá vu, que em francês significa "já visto", pode confundir num primeiro momento, mas o efeito de maior impacto é o da estranheza. Mas, no meu caso (e o leitor compreenderá em seguida a razão do uso da primeira pessoa do singular), a experiência do dejá vu tem um nome menos enigmático: suspeita de plágio.

Frases inteiras

Em fins de setembro 2009, como editor de Scientific American Brasil, eu havia trabalhado pessoalmente os textos que agora vejo reproduzidos quase literalmente em Veja, sem nenhuma referência a Scientific American Brasil, ou à edição original americana, Scientific American.

Por uma fração de tempo experimentei uma ligeira confusão, seguida da estranheza, como ocorre com o dejá vu, mas acompanhada de indignação: como é possível que uma publicação com a pretensão de juiz supremo do que ocorre no país e no mundo recorra a um expediente tão precário para oferecer um conteúdo de melhor qualidade a seus leitores?

A seguir, recebo mensagem de um colega relatando uma denúncia publicada pelo site Comunique-se de que Veja, de fato, utilizou-se, de maneira indevida, de conteúdos publicados originalmente no Brasil por Scientific American Brasil. Li também uma justificativa apresentada pela revista de maior circulação nacional de que a estranha "coincidência" se deveu ao fato de Scientific American / Scientific American Brasil como Veja terem utilizado "uma fonte em comum".

Essa justificativa é tão desnecessária quanto insuficiente. E uma razão consistente para se pensar assim é a seguinte: qual a possibilidade de uma pessoa acertar, com uma aposta simples, os seis números premiados entre os apenas 60 de uma cartela da Mega Sena? Um matemático dirá que é de apenas uma em 50.063.860. Essa reduzidíssima probabilidade – muito menor que a de sofrermos um acidente aéreo, sermos atingido por um raio, ou vítima de uma picada de serpente – explica os sucessivos acúmulos dessa loteria.

Então, qual a probabilidade de frases inteiras aparecerem na edição de Scientific American / Scientific American Brasil em outubro do ano passado e de Veja na edição deste mês como resultado de pura coincidência, como a revista pretende justificar?

Nem mesmo uma loteria com a idade do Universo, com 14 bilhões de anos, seria capaz de apresentar um resultado tão surpreendente.

Loteria maluca

Umas poucas referências podem demonstrar que, de fato, não se trata de "coincidências" ou de "fontes comuns", mas de outro expediente. E de uma expediente condenável para uma publicação que se pretende ser levada a sério.

Compare, o leitor, o que está contido entre as páginas 42 e 44 da edição de Veja, neste momento nas bancas e revistarias de todo o país, e o que saiu, já em outubro do ano passado, em Scientific American Brasil.

Na página 16 da edição especial de Scientific American Brasil (Terra 3.0, formada por quatro volumes), texto de abertura do primeiro deles, tratando dos 10 mitos sobre sustentabilidade está escrito o seguinte:

"Quando uma palavra se torna tão popular que começa a pipocar em todos os lugares, em todo tipo de contextos minimamente relacionados, ou até mesmo nos não relacionados, isso quer dizer de uma de duas coisas: ou ela se tornou um clichê sem sentido, ou tem consistência conceitual verdadeira".

O texto de Scientific American Brasil está assinado por Michael D. Lemonick, redator sênior da Climate Central, organização catalisadora de idéias sobre a mudança climática, em Princeton, nos Estados Unidos.

Compare, agora, com o que Veja publicou mais de um ano depois:

"Quando uma palavra cai na boca do povo e pode ser ouvida em toda parte, referindo-se a uma variedade de assuntos, há duas possibilidades. A primeira é ela ter virado um chavão, um lugar-comum destituído de significado real, que pode ser utilizado para qualquer coisa, da venda de sabonete aos programas do governo".

Mas, curiosamente, Lemonick não merece qualquer referência por parte de Veja.

Outro exemplo de "coincidência". Na página 17 ainda do primeiro dos quatro volumes de Scientific American Brasil sobre sustentabilidade está escrito:

"Ao que se sabe, o significado moderno da palavra [sustentabilidade] entrou no léxico em 1987, com a publicação de Nosso futuro comum, pela Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento [também conhecido como Relatório Brundtland]. Esse relatório definiu o desenvolvimento sustentável como aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprir as próprias necessidades".

E o texto de Veja:

"O sentido moderno do termo foi claramente definido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas em 1987. O documento, chamado Nosso Futuro Comum, classificou o desenvolvimento sustentável como aquele que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades".

E "coincidências" desse tipo se manifestam, como numa loteria maluca, ao longo de sete dos 10 mitos sobre sustentabilidade.

Pretensão de seriedade

A propósito: por que exatamente 10 mitos, como elegeram Scientific American / Scientific American Brasil. Não poderia ser, por exemplo, uma dúzia, ou duas dezenas?

A atribuição de plágio feita pelo site Comunique-se, a partir das observações de um leitor da própria Veja, ganhou espaço na blogosfera, o que um leitor deste artigo pode comprovar com menos de meia dúzia de toques. Basta entrar no Google e teclar "plágio Veja".

Um deles, o "Luis Nassif Online" relata que entre os 10 mitos referidos por Scientific American / Scientific American Brasil, sete são de fato muito parecidos com o que Veja oferece aos seus leitores – assegurando que para isso ouviu "uma dezena de especialistas". E o blog posta um item ao lado do outro.

O mesmo blog mostra que, em abril de 2009, o site Comunique-se já havia identificado que uma reportagem de capa da edição de 22 de abril de 2009 de Veja tinha uma surpreendente semelhança – tanto em estrutura quanto em trechos de texto – com um artigo publicado um mês antes pelo jornal americano The Wall Street Journal.

Outra coincidência: a autora do texto de Veja na edição de 22 de abril do ano passado e coordenadora da edição que está nas bancas são a mesma pessoa. O Comunique-se questionou-a em relação às "coincidências" com o material do Wall Street Journal, mas, segundo o site, ela "negou a ocorrência de plágio".

Plágios, lamentavelmente, são mais comuns do que podem parecer, especialmente nesta era de Ctrl+T, Ctrl+C e Ctrl+V, na internet. Mas isso não justifica que publicações com pretensões de seriedade vendam, literalmente, gato por lebre.

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =621JDB002
Como recuperar a credibilidade

Por Washington Araújo em 21/12/2010


Mais alguns dias e adeus 2010. Tempo de pensar (e repensar) sobre tudo o que foi notícia e não merecia e também sobre tudo o que não foi notícia, e merecia. Momento especialmente propício para refletirmos se realmente o Brasil tem a imprensa que merece. Sim, porque é mais fácil mudar o curso do rio São Francisco do que ver nossa velha imprensa deixar de lado os velhos cacoetes que tanto lhe entortaram a escrita através dos anos. É mais fácil redesenhar a pirâmide da mobilidade social no Brasil do que ver ser resgatada de forma inconteste a credibilidade de parte considerável de nossos meios de comunicação.

Mas é também momento de passar em revista as muitas idas e vindas de uma imprensa quase sempre errática ao longo do ano. Imprensa que não precisou se esforçar muito para nos deixar estupefatos com o pouco caso com que princípios básicos do bom jornalismo foram relegados a segundos e terceiros planos: objetividade jornalística, relevância das pautas, importância e raridade de temas, investigação responsável antes da publicação de denúncias, respeito ao chamado "outro lado" e por aí afora.

Tempo de confirmar se ao longo dos últimos doze meses o Brasil teve a imprensa que merecia. Período de altos e baixos e onde os baixos predominaram quase que ininterruptamente. A seguir, o resultado da faina laboriosa de meus dois neurônios de estimação para me contar como foi 2010.

Previsão furada

Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, em entrevista publicada na revista Veja (nº 2127, de 22/8/2009) aposta que o governo, apesar da imensa popularidade do presidente Lula, não conseguirá fazer o sucessor – no caso, a ministra Dilma Rousseff. Também afirma que o PT está em processo de decomposição. Como vimos nem uma coisa, nem outra. Montenegro como vidente tem sido excelente presidente do Ibope.

A longa jornada em busca do fato novo

Recorrente em todo o ano foi a busca desenfreada de vistosos veículos de comunicação por fatos novos, aqui entendidos como aqueles fatos capazes de frear o favoritismo da então candidata governista Dilma Rousseff e, simultaneamente, alavancar a candidatura oposicionista de José Serra. Ao longo do ano foram rotulados como fatos novos coisas antigas, sem qualquer sombra de ineditismo, como a muito falada e pouco conhecida ficha da terrorista "Vanda" nos anos de chumbo, a quebra do sigilo fiscal de quase 4.000 brasileiros – sendo que destes apenas cinco ou seis cidadãos recebiam pesado e explícito apoio da imprensa diária e semanal, escrita, radiofônica e televisiva, cobrando sempre em tom alarmante urgentes providências para se descobrirem os beneficiários de tais malfeitos.

A grande imprensa abdicou de utilizar a percepção, a intuição e a inteligência jornalística para responder a questões importantes como estas: a quem interessaria (no duro mesmo!) a quebra do sigilo fiscal nos últimos meses de 2009 de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB, de seus companheiros de partido, de Samuel Klein (dono da Casas Bahia) e da apresentadora da TV Globo Ana Maria Braga? Quem estaria mais necessitado de um balão de oxigênio que atendesse pelo nome fato novo?

Capas da Folha de S.Paulo

O jornal paulista continuou sua trajetória política de "morde-e-assopra" em busca de um cada vez mais impossível equilíbrio entre ser pró-governo e pró-oposição. Mas não deixou de reduzir a pó sua alegação recorrente de pairar acima dos partidos políticos, suas metas, desafios, anseios e motivações. Isto aconteceu num domingo (5/9/2010), quando estampou em sua capa a manchete que terá carregar durante muitos anos como pura irresponsabilidade jornalística: "Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma". A reportagem atribuía à então candidata Dilma Rousseff um erro na cobrança da tarifa social de energia elétrica quando era ministra das Minas e Energia. Segundo o Tribunal de Contas da União, o desperdício foi de R$ 989 milhões no tempo em que Dilma ocupava aquela pasta (2003-2005). A notícia estava destinada a se contrapor à propaganda eleitoral, que apresentava a candidata à Presidência pelo PT como uma eficiente gestora e colocava em xeque essa imagem.

A propósito, informe-se que a tarifa social foi criada em 2002, ainda durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. As mudanças solicitadas pelo TCU ocorreram em 2007, dois anos depois da saída de Dilma da pasta. A lei que regula a tarifa social foi alterada em 2010.

A inusitada manchete reunindo em poucos caracteres acusação explosiva de erro monumental (falha), cifra impressionante (R$ 1 bi) e ainda o nome bem estampado da candidata-líder (Dilma) em pesquisas de opinião na corrida para o Palácio do Planalto, tinha tudo para chamar a atenção de qualquer observador da mídia minimamente comprometido com o embate petistas versus demotucanos. Alguns tuiteiros se recusaram a aceitar esse papel(ão) do jornal paulista e divulgaram milhares de mensagens de 140 caracteres sugerindo outras manchetes para o jornal da Barão de Limeira. Pincei três: "Em 2000, Dilma aconselhou o FHC: não precisa investir em energia. O risco de racionamento é zero"; "Dilma joga moeda de um real na pista de Congonhas e derruba avião da TAM"; "Erro de Dilma soterra mineiros no Chile e é a principal pedra que impede a saída dos mineiros chilenos da mina".

Jornalismo apressado e mal feito

O jornalismo brasileiro, que já não era muito assertivo, termina 2010 vestido em forma de grande ponto de interrogação, jornalismo que acha, além de improdutivo, entediante investigar os fatos e os dados antes de publicar a matéria. Com bem poucas exceções sobrevivemos doze meses sob o império do "grande Se", sob o domínio do "achismo", desde as coisas mais banais até às mais importantes para o país. Às favas com a busca da verdade, imparcialidade, busca incessante pela objetividade jornalística. É como se as primeiras páginas dos jornais, seus espaços nobres e vistosos, se transformassem do dia para a noite em editoriais alagadiços, transbordando de uma seção a outra, de uma editoria a outra, irrompendo em colunas de notas políticas, avançando por sobre o colunismo social e até mesmo impregnando o espaço dos leitores com a opinião amplamente vociferada em flamejantes editoriais.

Ufa! Mas não fica por aí. Durante a exibição do Jornal da Globo do dia 27/8/2010, o apresentador William Waack perde a paciência e grita "Cala Boca" durante a entrevista da ex-ministra Dilma Rousseff.

Reinações dos especialistas em opinar

Em 2010, as notícias foram divulgadas de forma mais adjetivadas que o normal. Pouco de substância. Opinião quase sempre exacerbada, tingida por cores ideológicas. Quanto mais os grandes jornais e revistas do país tratavam de mostrar ao longo de 2010 seu decantado – mas nunca explícito – não-alinhamento partidário, mais seus colunistas carregavam nas tintas para defender seu candidato ao Planalto.

Fiquemos em apenas uma exemplificação que já estará de bom tamanho. Consideremos, a título ilustrativo, o caso Merval Pereira, principal comentarista de política do jornal O Globo e da rádio CBN, que no curto período de 15/6/2010 a 17/8/2010 criou e tratou de difundir ao máximo sua alcunha para Dilma Rousseff – a laranja eleitoral. Ele escreveu coisas como:

** "De um lado, a candidata oficial, Dilma Rousseff, transformada pelo próprio Lula em sua `laranja´ eleitoral..." (O Globo, 15/6/2010);

** "Ela já era figura proeminente antes mesmo de surgir do bolso do colete de Lula para ser impingida ao eleitorado como sua `laranja eleitoral´" (O Globo, 6/7/2010);

** "...que o seu eventual primeiro mandato será o terceiro de Lula, o que pode transformá-la em uma mera `laranja eleitoral´ do seu mentor" (O Globo, 16/7/2010);

** "... enquanto Dilma a cada dia valoriza mais o papel de `laranja eleitoral´ de Lula..." (O Globo, 11/8/2010);

** "Mas, como não é ele que concorre, e sim uma sua `laranja eleitoral´, a transferência de votos ainda não é total, e possivelmente não será" (O Globo, 17/8/2010).

A conferir se o sapiente comentarista das Organizações Globo irá, a partir do dia 1º de janeiro de 2011, elevar sua criação linguística à condição de pronome de tratamento regular para quando se referir à presidente Dilma Rousseff grafar algo como "Dilma Rousseff, a Presidente Laranja do Brasil".

O falso debate camuflando reais intenções

A imprensa clamou desde a primeira semana do ano até esta semana que no Brasil a liberdade de expressão estava por um triz. O risco vinha embutido em qualquer ideia, qualquer iniciativa, qualquer autoridade do governo que ousasse mencionar a (já) imperiosa necessidade de regulamentar – minimamente que seja – os veículos de comunicação. Para aproveitar o bordão presidencial, tomo a liberdade de, solene como sói acontecer, declarar que nunca antes na história deste país se usufruiu de tanta liberdade – opinião, expressão, imprensa – como nos dias atuais.

Ficou evidente que o combustível por trás da luta por liberdade de expressão no Brasil está na manutenção dos monopólios midiáticos, a liberdade para decidir a seu bel-prazer o que deve ser consumido pela sociedade sem qualquer consulta aos poderes constituídos. A grande imprensa se fecha em copas quando o assunto é a regulamentação dos artigos 223 e 224 da Constituição de 1988. E se abre de par em par quando é defender seus interesses corporativos, quase sempre em benefício direto de não mais que uma dezena de famílias.

Previsão furada de 2010 para 2010

Oscar Quiroga, astrólogo do jornal Estado de S. Paulo que recebeu amplo espaço da revista Veja (2161, 21/4/2010) para reunir a confraria dos astros em apoio ao candidato José Serra à Presidência, afirmou nas páginas da revista que, considerando "a notável coincidência de que no dia 10 de abril, quando sua pré-candidatura a presidente foi formalizada, o planeta Urano tenha atingido a localização em que o Sol se encontrava no momento do seu nascimento", e agregado o fato de que "Júpiter também atingirá a posição de seu mapa natal no fim de maio e de setembro, o que é outro sinal positivo para seu desempenho como candidato à Presidência... seria tolice não arriscar a afirmação de que José Serra deve ser o próximo presidente do Brasil".

Como vimos, os astros ouvidos por Veja entendiam tanto de futuro quanto o deputado eleito Tiririca de processo legislativo.

Tipo de não-fato potencializado pela imprensa

O tumulto que aconteceu no dia 20/10/2010 no bairro do Campo Grande, no Rio de Janeiro, entre simpatizantes das candidaturas de Serra e Dilma, teve como maior protagonista uma bolinha de papel que quicou na calva de José Serra. Foi difícil para a imprensa, principalmente a televisiva, informar bem seus telespectadores – cada qual assumindo a versão favorável a seu candidato à presidência. Entretanto, é preciso relatar os fatos como eles aconteceram e, entre os telejornais exibidos na noite daquela quarta-feira (20/10), parece que apenas o SBT Brasil conseguiu mostrar toda a sequência dos acontecimentos.

Na matéria, fica claro que o objeto que atingiu a cabeça do candidato foi uma simples bolinha de papel. Não foi uma pedra, nem um rolo de papel, nem um rolo de adesivos – versão final comprada pelos jornais do dia – como publicaram os principais portais de notícias. Resumo da ópera: o caso Bolinha de Papel virou jogo online no portal UOL com a chamada: "Teste sua pontaria atirando bolinhas de papel no candidato José Serra. Mova o mouse para os lados para apontar e quando Serra aparecer, clique para jogar as bolinhas e marcar muitos pontos."

Capas de Veja

A revista Veja mostrou pouca criatividade para tentar influir na campanha eleitoral de 2010. Bateu – com gosto, muito gosto – no governo Lula. Se fosse contratada pela oposição dificilmente conseguiria realizar melhor trabalho de desconstrução de oito anos de governo. Algumas das recentes edições do carro-chefe da Editora Abril trouxeram na capa, sempre carregando na cor vermelho-escarlate, chamadas como...

** "Lula, o mito, a fita e os fatos" (edição 2140);

** "Caiu a casa do tesoureiro do PT" (edição 2155);

** "Ele cobra 12% de comissão para o PT" (edição 2156);

** "O monstro do radicalismo" (edição 2173).

Vejamos as edições das três semanas anteriores ao primeiro turno das eleições deste ano: a edição nº 2181, de 8/9/2010, trazia na capa a ilustração em primeiro plano de um polvo se enroscando no brasão da República. Manchete: "O partido do polvo"; e o subtítulo: "A quebra de sigilo fiscal de filha de José Serra é sintoma do avanço tentacular de interesses partidários e ideológicos sobre o Estado brasileiro". A ediçãonº 2182, de 15/9/2010, repetia na capa a mesma ilustração, sendo que agora o polvo enrosca seus tentáculos em maços de dinheiro. Manchete: "Exclusivo – O polvo no poder"; subtítulo: "Empresário conta como obteve contratos de 84 milhões de reais no governo graças à intermediação do filho de Erenice Guerra, ministra-chefe da Casa Civil, que foi o braço direito de Dilma Rousseff". A ediçãonº 2183, de 22/9/2010, tem novamente na capa o famoso molusco marinho lançando gigantescos tentáculos dentro do espelho d´água do Palácio do Planalto. A manchete: "A alegria do polvo", um balão daqueles de revista em quadrinhos e delimitado por raios abarcava a interjeição: "Caraca! Que dinheiro é esse?"

Há que se destacar, ainda, o perfil eminentemente partidário da revista Veja: em 54 semanas, nenhuma capa foi dedicada ao sr. Índio da Costa, muito menos ao sr. Paulo Preto, menos ainda ao Dersa e ao Rodoanel de São Paulo. O Brasil ter sido o último a sentir os feitos da crise econômica mundial e também o primeiro a desta sair... não foi, definitivamente, assunto jornalístico à altura da capa de Veja.

Deu no WikiLeaks

Julian Assange, com seu WikiLeaks, deu uma levantada na moral da velha imprensa ao instrumentalizá-la com formidáveis 250.725 documentos diplomáticos do governo dos Estados Unidos. The New York Times, El País, Le Monde, The Guardian e Der Spiegel foram os principais veículos por ele escolhidos para repercutir segredos diplomáticos que criaram – e continuarão a criar – embaraços ao governo Obama e saias justas à sua secretária de Estado, Hillary Clinton. Sintomático que um expoente do que autodesigna jornalismo científico, claramente gerado nos meios digitais, tenha requerido a experiência e tradição da velha imprensa para "filtrar" dezenas desses documentos e torná-los acessíveis com um mínimo de contextualização possível às massas da sociedade.

Preso por supostos crimes sexuais ocorridos na Suécia, Julian Assange teve inicialmente seu pedido de fiança negado. O recebimento de fundos em contas do WikiLeaks foi literalmente bloqueado pela Mastercard, Visa, PayPal e Amazon. Todas, grandes multinacionais estadunidenses.

No caso do Brasil, onde a grande imprensa tenta nos vender a todo custo a impressão de que a liberdade de expressão está com suas horas contadas, nada de substancial foi publicado, seja na forma de editoriais ou não, em defesa do australiano. E, no entanto, concordo integralmente quando o cineasta Michael Moore o descreve como "um pioneiro da liberdade de expressão, do governo independente e da revolução digital do jornalismo".

A grande novidade em nosso Brejo da Cruz foi, com grande possibilidade de acerto, a importância assumida pela WikiLeaks, seu impressionante grau de articulação e mobilização e seu recado aos Senhores Tradicionais da Mídia, como a dizer: "Baby, e nós... ainda nem começamos!"
http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =622IMQ003
Isenção, essa desvalida

Por Washington Araújo em 28/12/2010


A novidade veio dar à praia/ Na qualidade rara de sereia/ Metade o busto de uma deusa maia/ Metade um grande rabo de baleia/ A novidade era o máximo/ Do paradoxo escondido na areia/ Alguns a desejar seus beijos de deusa/ Outros a desejar seu rabo pra ceia. [A novidade (Gilberto Gil/ João Barone/ Herbert Viana/ Bi Ribeiro)]

Um presidente da República tem muitas coisas a fazer no exercício de seu mandato. Dentre estas, há que ter tempo para falar com a população que o elegeu. No caso atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em fim de mandato, com avaliação positiva extrapolando em muito o histórico de índices coletados em pesquisas de opinião pública – variando entre 80-86% de ótimo/bom – essa mediação ocorre não apenas da forma tradicional – a que é mediada pela grande imprensa –, mas também pelo estilo peculiaríssimo do presidente que, longe de se ater à pauta nascida no eixo Rio-São Paulo, desponta onde ele estiver, pois é ele próprio quem faz soar o diapasão e leva ao noticiário o que entende ser de interesse da maioria da população.

Coletivas de imprensa com o presidente nos trazem a certeza de que veremos os rostos daqueles que se especializaram em dar vazão, ao longo dos anos, a todo tipo de avaliação negativa de seu governo. São esses rostos que emolduram colunas de jornais e revistas, que conduzem a voz de comentaristas que se consideram sempre mais sábios que o próprio presidente quando o assunto é governar o país e que, a bem da verdade, insistem em se considerar sempre mais inteligentes e perspicazes que o resto do nosso contingente populacional. Como diria minha caçula Lara (12): "São os que estão sempre `se achando´."

Nas coletivas, logo os identificamos pela voz. Aparecem com muita regularidade em emissoras de rádio e de televisão, quase sempre ferozes, como aquele guarda que torce para que o motorista não veja o sinal de trânsito e assim possa lhe aplicar, com redobrada satisfação, pesada multa. São editoriais que carregam nos adjetivos que agridem e que se sustentam em insinuações quase sempre além do tom jornalístico.

Debate desfocado

A verdade é que nossos comentaristas de política e economia são incansáveis no ofício de aconselhar o presidente da República sobre todo e qualquer assunto: desde a nomeação de alguém para o Supremo Tribunal Federal até sua maneira de passear... com as emas nos jardins do Alvorada. Com a passagem do tempo, tornaram-se, mesmo sem se dar conta, especialistas em encontrar diariamente, ao menos, sete erros nas atitudes, falas e ações dessa personalíssima figura que teve seu nome escolhido pela expressa maioria da população brasileira. É pena que não se deem conta do papel ridículo que quase diariamente desempenham ante milhares (ou milhões?) de leitores, ouvintes e telespectadores, que desperdiçam nacos de tempo se inteirando de suas opiniões. Opiniões que, diante das seguidas pesquisas feitas pelo Vox Populi, Ibope e Datafolha, parecem estar sempre na contramão do sentimento popular quando o assunto é a avaliação do governo ou da pessoa do presidente.

O fato é que o presidente da República soube ocupar todo o espaço midiático que lhe era oferecido e outro espaço talvez de maior tamanho, aquele que conquistou com seu carisma, ar bonachão, frases de efeito, metáforas ao gosto popular e indiscutível pendor para transformar meros atos de governo em eventos quase sempre adequados aos holofotes dos meios de comunicação. O presidente Lula fez isso sem qualquer afetação porque soube ser senhor absoluto de suas relações com a imprensa. Por mais que nossa grande imprensa tentasse – uma e mil vezes – cobri-lo de ridículo, ele sempre conseguiu se desvencilhar das muitas armadilhas e, não raras vezes, aprisionou seus pretensos juízes da liberdade de expressão em figuras menores do nosso jornalismo.

É fato também que o presidente Lula poucas vezes deixou de revidar quando se sentiu atacado pela imprensa e, ao contrário do que se esperava, soube expressar de forma cabal seu descontentamento e raiva no rastro de outras fortes emoções. O presidente tampouco deixou se intimidar com acusações de que semeava ódio à imprensa e ameaçava a liberdade de expressão. Porque sempre considerou este debate inoportuno e desfocado, "coisa de quem adora misturar alhos com bugalhos".

Atentado ao figurino

Dentro de poucos dias, Luiz Inácio Lula da Silva deixará de ser presidente mas seu estilo inconfundível como presidente continuará ainda por muito tempo no imaginário da nação. Qualquer comentário seu dificilmente deixará de repercutir por haver deixado de ser presidente da República. E, como já está ocorrendo, comentaristas e analistas de política continuarão dando a Lula o peso midiático que ele conquistou. Ao fazer isso, jornalistas apenas confirmam que os gestos, as falas e até os gostos de Lula impactam a audiência que termina sendo parte preponderante da sociedade, alcançando a base da pirâmide e também seu cume.

É certo que, assim como a noite segue o dia, a grande imprensa passará boa parte de seu tempo criando intrigas entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Qualquer vírgula fora do lugar na relação dos dois poderá assumir o tamanho de pico da Neblina. Qualquer discordância entre os dois assumirá ares de consumada traição por parte da criatura que até bem pouco tempo era jejuna de eleições e que recebeu nas urnas votação consagradora para se tornar a primeira mulher a assumir a suprema magistratura no Brasil.

A partir do primeiro dia de 2011, tudo leva a crer que teremos um Lula mais falante – se é que isto é possível –, um cidadão mais livre para dizer o que pensa – se é que isto também possível – e sem o queixume de sempre de nossos colegas da imprensa de que "o presidente voltou a se portar de forma incompatível com o cargo de presidente". O patrulhamento agora mudará de eixo. Não importa como o futuro ex-presidente falar ou agir, será sempre atentado violento ao figurino que a imprensa criou para enquadrá-lo – agora fora do centro do poder político nacional. Será a forma como a grande imprensa encontrará para jogar mais luz sobre seu sempre prendado antecessor Fernando Henrique Cardoso.

Sabedoria popular

Criticar é próprio do jornalismo. Melhor, é próprio do bom jornalismo. Jornalismo acrítico não é jornalismo, é simulacro, é qualquer outra coisa – menos jornalismo. Mas há que saber criticar. Sim, criticar não é apenas escrever desaforos na certeza de que não terá resposta à altura (o agredido nunca consegue condições equânimes para responder na medida ao ataque desferido), nem significa tão somente vociferar contra toda e qualquer política pública. Criticar exige responsabilidade e algumas outras virtudes que, por ausentes nos últimos tempos, parecem soterradas em velhos manuais de redação, não obstante estes circularem a cada ano em edição novinha em folha. Criticar não é apenas abrir a caixa de ferramentas onde guardamos toda espécie de juízo de valor. Criticar exige de quem o faz buscar a sempre fugidia isenção, aquela quase etérea imparcialidade de quem sabe separar o que é fato e o que é notícia do que é suposição ou apenas atende a reclames de natureza político-ideológica.

Um dos problemas do jornalismo é a enorme distância entre a teoria e a sua prática. Tem a ver com a forma com que nos relacionamos com isenção e imparcialidade na abordagem de um tema ou de um simples fato. Ora, é certo que não vai se conseguir isenção completa na abordagem de um tema, principalmente aqueles de natureza política, de Estado, de governo. É óbvio que será algo de todo inatingível. O mesmo posso assegurar quanto à busca da imparcialidade: tirem o cavalinho da chuva porque ninguém consegue tornar indivisível a mistura de política com imparcialidade. Mas tem que se buscar ao menos um pouco de isenção, de saber ver os diversos aspectos envolvidos, de estar receptivo ao contraditório.

Um pouco de isenção é possível, sim. E quanto menos isento é o jornalista, menos credibilidade desfruta junto à sociedade. É verdade também que para determinados jornalistas isenção é palavra tão desconhecida quanto seu equivalente russo, osvobozhdenie. Porque isenção é algo que se recusa a passar por nosso filtro ideológico e moral. E não precisamos explicar a uma pessoa porque gostamos tanto do vermelho e mostramos desapreço pelo marrom que ela, sem qualquer esforço nosso, no momento certo, saberá de nossas preferências. Sejam cores, sejam partidos políticos, sejam autores prediletos, sejam cidades ou mesmo alimentos e seus temperos, tudo passa por gostos pessoais. Por isso, o senso comum consagrou máximas e expressões como "Cada cabeça, uma sentença", "Cada um tem o nariz que tem", "O que seria do amarelo se todos gostassem apenas do azul?"

Cidadania e a pluralidade

O mesmo acontece com o jornalismo. Lendo apenas uma coluna de Merval Pereira, sabemos logo onde ele quer chegar. Escutando um só comentário de Lucia Hippolito, descobrimos pela entonação da voz, pelo muxoxo, pelo esgar, pelo arremedo de tosse, pelo pigarro destoante, que ideia ela realmente luta por repercutir. Lendo não mais que uma linha de alguns comentaristas de Veja, sempre tão prolíficos em girar em torno de si mesmos, parece que já lemos centenas de seus textos, seja pela repetição ilimitada de frases, seja pela contundência, no mais das vezes absolutamente deslocadas.

Existem outros ainda que nem mesmo precisam enunciar a primeira palavra para sabermos a construção que virá em seguida, de forma acabada, bem amarrada, mesmo que sem nexo com a realidade. Refiro-me ao jornalista William Waack e ao dublê de cineasta e comentarista Arnaldo Jabor. São jornalistas que imprimem aos fatos elevada carga de opinião, quase sempre extremada, e que nos levam a decidir por emoções igualmente extremadas: amamos ou odiamos. O mesmo acontece com os editoriais da revista Veja e da revista CartaCapital. Se formos atentos, saberemos, logo de início, para onde correm tantas palavras em desabalada profusão.

De qualquer forma, o pior tipo de jornalismo é aquele que sufoca e que considera normal – normalíssimo, até – falsear os fatos. E que assim age de forma deliberada, pensada. É aquele jornalismo que, longe de informar, deseja atuar como luz da consciência alheia, apresentando a notícia apenas pelo ângulo que lhe apetece ou que vem confirmar sua sapiência do assunto. Temos infinidade de exemplos desse tipo de jornalismo porque este encontrou no Brasil campo propício para se alastrar. Prolifera como erva daninha ou, para usar uma expressão que gosto muito, "transborda como plantação de cogumelo".

Basta analisar distraidamente a seção Cartas dos Leitores para ver, com raras e importantes exceções (e a Folha de S.Paulo sai bem nessa foto) que a seleção das cartas prima pelo jacobinismo explícito e desbragado. São cartas autoreferentes, autoelogiosas, autolaudatórias. Não seria muito melhor contratar um ou dois estagiários para escrever tais textos adulatórios? Nos blogues da internet é a mesma coisa: figurinhas carimbadas que cobrem política nacional são useiras e vezeiras no uso sistemático da tesoura que poda comentários minimamente contrários à sua opinião. É como se esses blogueiros, alguns com coluna fixa nos grandes jornais do Rio e de São Paulo, dissessem repetidamente: "Se vocês desejam ser elogiados tratem logo de criar seus próprios espaços. Façam como eu, que criei o meu espaço e aqui só publico o que quero, o que gosto, o que encontra ressonância em meu pensamento". Arrisco-me a prever que não tarda a chegar o tempo em que os excessos praticados por um jornalismo majoritariamente opinativo será sucedido por outro jornalismo, bem mais comprometido com a cidadania e com a pluralidade de pensamento.

Feliz 2011 para todos os que ousam desejar da novidade nada menos que "seus beijos de deusa" ou que se contentariam em "desejar seu rabo pra ceia".













http://www.agenciat1.com.br/5545-materi ... grosseiro/
Matéria do Globo sobre investimentos incorre em erro grosseiro
Enviada em 29 de dezembro de 2010

Matéria de capa de O Globo de hoje (29/12/2010) incorre em erro grosseiro ao passar uma idéia ao leitor de que é possível pagar todos os recursos orçamentário no ano da sua vigência.


A manchete de que “Governo só investiu 26% do previsto no ano todo” erra duas vezes:

. Ao desconsiderar que é impossível a total execução financeira dos investimentos, no ano do seu orçamento. Portanto, a conta certa são os 26% do orçamento de 2010 MAIS o Restos a Pagar executado relativo a 2009, porque é assim que funciona a Administração Pública. Quando, no texto, leva isso em consideração, o montante chega a 58,6%. Não quero discutir se é muito ou pouco, já que é pouco relevante, pela explicação abaixo.

. Ao desconsiderar a importância da execução física, que é o que interessa aos usuários e aos contribuintes. A estes pouco importa se o governo já pagou ou se pagará no futuro. O importante é que parte ou toda a obra tenha sido executada.

Para correto esclarecimento aos nossos leitores, reafirmamos: é impossível a qualquer governo, de qualquer partido, pagar todo o investimento previsto, no ano do seu orçamento.

Vamos aos fatos:

Grande parte dos investimentos autorizados no orçamento anual é de obras. Como funciona o processo, até o seu pagamento?

. A obra é contratada e um empenho é feito pelo administrador. O empenho representa a previsão de gasto, em geral, a cada ano da obra.

. A obra é iniciada e, a cada mês, é feita a medição dos serviços realizados. A empresa apresenta um relatório e a fiscalização atesta ou não as quantidades apresentadas.

. Uma vez atestada a medição, a fatura vai para liberação para pagamento. É o que se chama liquidação. A liquidação representa a seguinte posição da administração pública: “devo não nego, pagarei quando puder”.

. Se a obra estiver contemplada no PAC, o “quando puder” ocorre mais cedo do que das demais que não estão.

. Ainda assim, entre a execução física da obra e o seu pagamento decorre um tempo necessário de tramitação de, no mínimo, dois meses.

. Logo, tudo o que foi executado após o início de novembro somente será pago no ano seguinte, via rubrica Restos a Pagar.

Então, como queríamos demonstrar, é impossível pagar as obras e serviços realizados nos meses de novembro e dezembro no ano de vigência do orçamento. É assim no governo federal, nos governos estaduais e nas prefeituras. Idem no Judiciário e Legislativo.

***

Além dessa tramitação legal (e lógica) da administração pública, que não pode pagar o todo ou parte da obra não executada, há as situações normais de contingenciamento, que normalmente ocorrem no início do ano e que são uma precaução necessária da administração pública, diante da incerteza natural de que as receitas ocorrerão conforme a previsão quando se votou o orçamento.

Assim, todo governo (federal, estadual e municipal), contingencia (ou “corta”, como a imprensa gosta de escrever) recursos para evitar que os gestores (das obras e serviços) autorizem gastos cuja receita possa não ser atingida no tempo certo. Ou seja, o empenho é para o ano todo mas a receita entra mês a mês. Tem que haver, portanto, sincronia entre a entrada de dinheiro nos cofres públicos e a respectiva saída.

Como conseqüência disso, ocorre uma corrida para gastar o autorizado nos últimos três meses do ano, quando já se tem uma visão mais segura do fluxo financeiro. Ainda nestes últimos dias do ano estarão sendo pagos elevados volumes de obras realizadas.

Concluímos propondo ao jornal O Globo - e à excelente jornalista Regina Alvarez, que não faria a tal manchete - que toda vez que avaliar o desempenho de um governo leve em conta as informações apresentadas acima, enfatizando o mais importante (a execução física) e falando corretamente sobre a execução orçamentária e financeira.

José Augusto Valente - Diretor Técnico do T1

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#550 Mensagem por Carnage » 09 Jan 2011, 15:17

http://www.blogcidadania.com.br/2010/12 ... rana-lula/
Cadê a minha grana, Lula?!

Eis que encontro na Folha de São Paulo de hoje (terça-feira, 28 de dezembro) uma notícia estarrecedora, com chamada na primeira página. A “notícia” diz que, em oito anos de governo Lula, subiu de 499 para 8.094 o número de meios de comunicação que recebem verbas de publicidade do governo federal.

De fato o governo Lula acabou com a concentração de verbas – mais da metade ia para Globos, Folhas, Vejas e Estadões, na época de FHC. O problema é que a matéria diz que parte desse dinheiro vem sendo entregue a “blogs progressistas” aos quais Lula concedeu entrevista no mês passado.

Mas não é só isso. A matéria diz que a designação “progressistas” é dada aos blogs pela “administração petista”, o que é outra mentira. Progressistas foi a designação que os próprios blogueiros se deram em um encontro de mais de três centenas deles em agosto deste ano.

Jamais recebi um centavo de dinheiro público neste blog ou em qualquer momento da minha vida. Custeio este blog a duras penas. Com o aumento da visitação, aumentou (muito) a despesa que tenho para prestar este serviço público. E agora esse jornal mentiroso vem dizer que recebo dinheiro do qual jamais vi a cor.

Mais uma vez, a Folha mente. Ou, então, Lula está depositando a minha grana na conta errada…

A reportagem é de Fernando Rodrigues. Desafio esse sujeito a dizer quais são os blogs progressistas que recebem dinheiro do governo. Quero, entretanto, deixar muito claro que o Blog da Cidadania – e, pelo que sei, todos os outros que entrevistaram Lula – jamais recebeu dinheiro do governo federal.

A reportagem é mentirosa no que diz respeito a blogs, mas é correta no restante. E, para bom entendedor, explica por que a imprensa golpista odeia tanto o governo Lula. O vil metal é responsável por boa parte da “fiscalização” – eufemismo para sabotagem – que a Folha e os veículos comparsas exercem sobre o governo Lula.

Ao acabar de escrever este texto, enviarei uma carta à Folha esclarecendo que os blogs progressistas que entrevistaram Lula jamais receberam um centavo do governo federal. Se não for publicada, através do Movimento dos Sem Mídia tomarei medidas legais a fim de repor a verdade dos fatos.

Para quem tiver interesse, a matéria mentirosa da Folha está logo abaixo.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... no-federal
Governo Lula põe publicidade em 8.094 veículos de comunicação

Desde 2003, aumento é de 1.522% em rádio, TV, jornal, revista e blog atendidos

Neste ano eleitoral, 1.047 novos meios de comunicação passaram a receber recursos de publicidade federal

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA


Quando Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, em janeiro de 2003, apenas 499 veículos de comunicação recebiam verbas de publicidade do governo federal. Agora o número foi para 8.094.

Esses jornais, revistas, emissoras de rádio, de TV e "outros" estão espalhados por 2.733 cidades. Em 2003, eram só 182 municípios.

Só neste ano eleitoral de 2010, o dinheiro para publicidade de Lula passou a ser distribuído para 1.047 novos veículos de comunicação.

A categoria "outros" inclui portais de internet, blogs, comerciais em cinemas, carros de som, barcos e publicidade estática, como outdoors ou painéis em aeroportos.
ma a atenção o aumento do número de "outros". Em 2003, eram apenas 11. Agora, são 2.512. A informação do governo é que a maioria é de sites e blogs.

Lula e sua equipe de comunicação não escondem a simpatia pelo novo meio digital. O presidente foi o primeiro a conceder uma entrevista exclusiva dentro do Planalto para o que a administração petista chama de "blogs progressistas".

Lula da Silva avançou na transparência em relação ao governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Nunca existiu esse tipo de estatística até 2003. Ainda assim, há buracos negros no processo. Não se sabe quais são os veículos que recebem verba de publicidade estatal nem quanto cada um ganha.

O valor total gasto nos dois mandatos, até outubro deste ano, foi R$ 9,325 bilhões. Dá média anual de R$ 1,2 bilhão.

Essa cifra não inclui três itens: custo de produção dos comerciais, publicidade legal (os balanços de empresas estatais) e patrocínio.

Produção e publicidade legal consomem cerca de R$ 200 milhões por ano. No caso de patrocínio, o gasto médio anual foi de R$ 910 milhões de 2007 a 2009.

Tudo somado, Lula gasta R$ 2,310 bilhões por ano com propaganda. Os valores são semelhantes aos do governo FHC, embora inexistam estatísticas precisas à disposição.

A diferença do petista para o tucano foi a dispersão do dinheiro entre os 8.094 jornais, revistas, emissoras de rádio, de TV e sites. Um espetáculo de 1.522% de crescimento de veículos atendidos.
Dá pra entender agora porque a mídia acha tudo ruim no governo Lula??

O valor gasto com publicidade não aumentou, mas foi dispersada em mais meios, o que significa que a fatia que os grandes órgãos de mídia recebem ficou menor!


http://www.conversaafiada.com.br/pig/20 ... o-governo/
Lula goza a Folha (*) sobre publicidade do Governo

Saiu na Folha (*) de hoje, na primeira página, reportagem do tipo “descobrindo a pólvora” – no gerúndio, como é do gosto dos tucanos:
“Planalto pulveriza sua propaganda em 8.094 veículos (sic).”
“Nos oito anos da gestão petista, o numero de contemplados (sic) com verba subiu 1.552%; gasto foi de R$ 2,3 bi por ano”

– o que é igual à gasto po FHC, aliás, diz a própria Folha (*).

O objetivo implícito do “desc0brindo a pólvora” – os dados são públicos e do conhecimeno do mundo mineral e da indústria da publicidade – é dar a entender que Lula tentou “comprar” a mídia brasileira.

Lula gozou a Folha, hoje mesmo, em Pernambuco:

No Ig:

O presidente aproveitou também para alfinetar mais uma vez a imprensa, ao comentar a notícia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo de que o governo distribuiu sua verba de publicidade em mais de 8 mil veículos. “E ainda dizem que somos ameaça à liberdade de imprensa”, ironizou.


No G1:

Lula afirmou que seu governo “socializou” o dinheiro destinado à publicidade oficial entre mais de 8 mil veículos de comunicação do país. “Resolvemos socializar o dinheiro do governo e levar condições para que a rádio menor do interior pudesse receber R$ 0,10 do que ganhavam as rádios nacionais, que recebiam tudo antes de eu chegar no governo”, complementou o presidente.

O presidente fez referência à reportagem publicada nesta terça pelo jornal “Folha de S.Paulo” segundo a qual, em oito anos de governo Lula, o número de veículos de comunicação que recebiam verbas publicitárias da União subiu de 499 para 8.094, representando um crescimento de 1.522%.

Navalha

Lula poderia ter usado argumento fulminante.

Com Fernando Henrique, com 50% da audiência, a Globo ficava com 90% da verba publicitária oficial para televisão.

Com Lula, com menos de 50% da audiência, a participação da Globo caiu para 45% da verba publicitária.

É por isso que as Organizações (?) Globo não escondem a sua alegria com o Governo Lula.

Paulo Henrique Amorim


Em tempo: clique aqui para ver o vídeo do presidente Lula respondendo a matéria da Folha.



(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

http://blog.planalto.gov.br/colunista-d ... -de-rigor/
Colunista da Folha infla números e levanta suspeitas descabidas. É no que dá a falta de rigor…

Na sua coluna de hoje na Folha de S.Paulo, a jornalista Eliane Cantanhede diz que 2.512 sites e blogs teriam sido “agraciados” com investimentos publicitários do governo federal no ano de 2010. A jornalista errou. Na verdade, esse número refere-se à rubrica “outros” – ou seja, outros veículos além das TVs, rádios, jornais e revistas –, que compreende uma variada gama de mídias, como outdoors, busdoors, painéis eletrônicos, cinemas, painéis em metrôs, terminais rodoviários e ferroviários, aeroportos, carros de som, além de portais, sites e blogs.

No caso da Secom, os investimentos em publicidade na internet em 2010 foram de R$ 3.948.284,98 e alcançaram apenas 71 veículos – menos de 3% do total equivocadamente citado pela colunista, portanto. Registre-se ainda que 88% desses recursos foram aplicados em dez dos maiores portais do país, a saber: MSN, Uol, Globo.com, Terra, iG, Yahoo, Abril, Estadão, Valor Online e Folha.com.br. Nenhum deles pode ser incluído na categoria dos chamados “blogs sujos”. Estão mais próximos daquilo que alguns batizaram de “massa cheirosa”.

Segue abaixo o quadro de investimentos da Secom até 20 de dezembro de 2010. Para evitar novos erros e avaliações apressadas, tomamos o cuidado de separar o segmento “internet” da rubrica “outros”:

Imagem

Tricampeão
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#551 Mensagem por Tricampeão » 22 Jan 2011, 10:39

Já tem algum tempo que não acompanho a mídia comprada brasileira. Eu me pergunto se mudou alguma coisa nos últimos meses.
Será que, depois da surra que levaram nas últimas eleições, os jornalistas venais mudaram seu comportamento?
Será que, depois de todos os tiros no pé que deram, os jornalistas-capacho passaram a prestar mais atenção na realidade?
Será que a imprensa subserviente aos interesses estrangeiros passou a noticiar o que é importante e deixou de inventar factóides para tentar desestabilizar o governo?
Espero que isso tenha acontecido.
Porque gostaria de discutir os recentes acontecimentos relevantes no mundo, e aqueles foristas cuja única fonte de informação é o Jornal Comprado Nacional não conseguiriam participar do debate.
Será que a grande mídia a soldo dos banqueiros noticiou a queda do ditador tunisiano, mais um gendarme dos americanos a ser posto pra correr pelo povo?
Ou será que continuam preocupados com a inventada ameaça de lapidação daquela iraniana?
Será que a grande mídia a soldo dos banqueiros noticiou que os gringos e a Coréia do Sul voltaram atrás na tentativa de intimidar a Coréia do Norte com ataques disfarçados sob a rubrica de "manobras militares"?
Ou será que continuam preocupados com a ameaça que o Enem significa para as escolas particulares que se transformaram em balcão de diplomas?
Será que a grande mídia a soldo dos banqueiros noticiou que o gabinete libanês de coalizão desabou após a pressão americana para isolar o Hezbollah? Ou que cada vez mais países abandonam os Estados F-A-L-I-D-O-S à sua própria sorte no Afeganistão? Ou que o ex-ditador Baby Doc voltou ao Haiti, enquanto o presidente legitimamente eleito e deposto pelos Estados F-A-L-I-D-O-S continua exilado na África do Sul? Ou que os terroristas gringos voltaram a cometer atentados contra seus concidadãos? Ou que o sul do Sudão está prestes constituir um país separado? Ou que aquelas sanções decretadas pelos Estados F-A-L-I-D-O-S contra o Irã não estão dando nenhum resultado, porque os Estados F-A-L-I-D-O-S não têm mais nenhuma moral no mundo?
Ou será que continuam preocupados com quem vai ser eliminado no BBB e quantos quilos o Ronaldo engordou nas férias e quem é a mulher-fruta da vez?
Seria lamentável se este forum de discussões, o único realmente livre no mundo, pois em nenhum outro se pode tratar de assuntos tabus, como putaria, perversões sexuais e como as mulheres são filhas da puta, pudesse ser usufruído apenas por uma minoria.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#552 Mensagem por Hammermart » 22 Jan 2011, 12:01

O que vejo é uma enorme alienação da imprensa em relação não só a noticiar fatos importantes como a abordar seu conteúdo de forma ao menos lógica. E, por outro lado, ficam a bater maçantemente na mesma tecla de assuntos fúteis.

Assuntos que já foram de grande destaque caem no esquecimento sem consequências. Principalmente os assuntos envolvendo políticos.

No cenário internacional, concordo com o Tricampeão. A imprensa hoje está concentrada nas mãos de uns poucos grupos, como os do Murdoch. E qualquer um queacompanhe com um mínimo de atenção como eles atuam, é evidente o uso da indiferença e da parcialidade para noticiar fatos.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#553 Mensagem por Carnage » 30 Jan 2011, 23:11

http://www.conversaafiada.com.br/brasil ... stituicao/
PARA QUE SERVE, MESMO, UMA CONSTITUIÇÃO?

kkkkkkkkk Konder Comparato


Em todas as religiões, o ingresso de neófitos exige um período de instrução mais ou menos longa do candidato sobre os dogmas da fé. No período da minha infância (e já lá se vão várias dezenas de anos), toda criança católica, para receber a primeira comunhão, devia saber de cor o catecismo.

Penso que hoje, analogamente, nenhum agente público, sobretudo do alto escalão estatal, deveria tomar posse do seu cargo, sem comprovar um mínimo conhecimento daquele conjunto de verdades que, embora não sobrenaturais, situam-se no mais elevado escalão ético: o sistema de direitos humanos.

Receio que o atual ministro das comunicações, Paulo Bernardo, não tenha sido instruído nos rudimentos dessa matéria, pois o seu conhecimento dos direitos humanos, para dizer o mínimo, deixa muito a desejar.

Em entrevista realizada ao vivo na TV Brasil, sua excelência reconheceu que o setor de comunicação social acha-se muito concentrado no Brasil, e que é preciso desconcentrá-lo. “Mas não vamos fazer isso por lei”, advertiu. “Não dá para fazer uma lei que diga que vai desconcentrar, até porque não haveria mecanismos para isso.”

O recado foi assim dado. Ao que parece, o governo da presidente Dilma Roussef considera sem importância as ações de inconstitucionalidade por omissão, já propostas no Supremo Tribunal Federal, para exigir que o Congresso Nacional vote uma legislação regulamentadora de vários dispositivos constitucionais sobre comunicação social, ações essas que tenho a honra de patrocinar como advogado.
Vejo-me, portanto, com grande constrangimento, obrigado a expor ao ministro e, quiçá, à própria presidente que o escolheu, o b-a-ba dos direitos humanos.
É preciso começar pela distinção básica entre direitos humanos, deveres humanos e garantias fundamentais.

Os direitos humanos são inatos a todos os componentes da espécie humana, porque dizem respeito à sua dignidade de pessoas; isto é, dos únicos seres da biosfera dotados de razão e consciência, como enfatiza o artigo primeiro da Declaração Universal de 1948. Por isso mesmo, tais direitos não são criados pela autoridade estatal, mas por ela simplesmente reconhecidos. Em doutrina, faz-se, em conseqüência, a distinção entre direitos humanos e direitos fundamentais. Estes últimos são os direitos humanos reconhecidos nas Constituições ou nos tratados internacionais.

Em estrita correspondência com os direitos humanos, existem os deveres humanos. Para ilustração, basta lembrar que todos têm direito à vida, direito esse que, em conseqüência, deve ser por todos respeitado. Os Estados, por não serem pessoas humanas, não possuem obviamente direitos humanos. Não obstante, todos os Estados têm deveres humanos, quando mais não seja o de criar os meios ou instrumentos legais de proteção dos direitos, vale dizer, de estabelecer as garantias fundamentais.

Ao contrário dos direitos e dos deveres humanos, as garantias somente existem quando criadas e reguladas pela autoridade competente; ou seja, os Estados, no plano nacional ou internacional, e as organizações internacionais, como a ONU e a OEA. Daí porque tais garantias são ditas fundamentais e não simplesmente humanas, como os direitos.
Pois bem, ministro Paulo Bernardo, a Constituição Brasileira reconhece o direito à comunicação como fundamental, no art. 5°, incisos IV, IX e XIV, e no art. 220 caput, os quais me abstenho de transcrever, mas cuja leitura me permito recomendar-lhe vivamente.

Mas o que significa, afinal, comunicação?
Atentemos para a semântica. O sentido original e básico de comunicar é de pôr em comum. A comunicação, por conseguinte, não é absolutamente aquilo que fazem os nossos grandes veículos de imprensa, rádio e televisão; a saber, a difusão em mão única de informações e comentários, por eles arbitrariamente escolhidos, sem admitir réplica ou indagação por parte do público a quem são dirigidos.
Tecnicamente, o direito à comunicação compreende a liberdade de pôr em comum, vale dizer, de dar a público a expressão de quaisquer opiniões, a liberdade de criação artística ou científica, e a liberdade de informação nos dois sentidos: o de informar e o de ser informado.

Para cumprimento do dever fundamental do Estado Brasileiro de respeitar o direito à comunicação, a Constituição Federal em vigor estabeleceu um certo número de garantias fundamentais; as quais, frise-se, só se tornam praticáveis, quando adequadamente reguladas em lei.

Exemplo: “É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem” (Constituição, art. 5°, inciso V). Como pode ser exercida essa garantia de proteção à identidade ou à honra individual? Somente em juízo, ou também fora dele? Há ou não há limites de extensão ou duração da resposta? Recebido o pedido extrajudicial, em quanto tempo deve o veículo de comunicação social dar a público a resposta do ofendido? Esta deve ser publicada na mesma seção do jornal e no mesmo programa de rádio ou televisão, em que foi divulgada a ofensa, ou a informação incorreta? Tudo isso, senhor ministro, somente a lei pode e deve estabelecer.

Outro exemplo, para retomar o comentário do ministro Paulo Bernardo, acima transcrito. A Constituição proíbe o monopólio e o oligopólio, diretos ou indiretos, no setor de comunicação social (art. 220, § 5°). Quem deve definir a existência de monopólio ou oligopólio, de forma direta ou indireta, no mercado? O ministro das comunicações? A sua chefe, a presidente da República? O deus onipotente dos tempos modernos, o Mercado? Ou deveremos, talvez, deixar essa definição para os preclaros ministros do Supremo Tribunal Federal que, por sinal, não tiveram constrangimento algum em considerar revogada a lei de imprensa, que regulamentava o direito de resposta?
Quem sabe, o ministro Paulo Bernardo já ouviu a citação do art. 5°, inciso II, da Constituição Federal: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

Ora, há mais de duas décadas, exatamente há 22 anos e três meses, aguardamos todos que o Congresso Nacional cumpra o seu dever fundamental de legislar, definindo as condições em que será reconhecida a existência de monopólio ou oligopólio, no campo da comunicação social. Nesse tempo todo, o espírito empresarial não ficou passivo, a esperar, apalermado, que as autoridades da República se decidissem, enfim, a cumprir a Constituição. Só no setor de televisão, a Globo passou a controlar 342 empresas; a SBT, 195; a Bandeirantes, 166; e a Record, 142.

Pois bem, senhor ministro Paulo Bernardo, ainda que mal lhe pergunte: – Para que serve, mesmo, uma Constituição?

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#554 Mensagem por Carnage » 02 Fev 2011, 21:55

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =626IMQ009
O fim do jornalismo fácil

Por Alberto Dines em 31/1/2011
Comentário para o programa radiofônico do OI, 31/1/2011


A mídia ainda não conseguiu ajustar-se ao estilo de Dilma Rousseff, que terça-feira (1/2) completa o primeiro mês do seu mandato. Na verdade, a mídia não conseguiu desencarnar do estilo, rotinas e parâmetros estabelecidos pelo antecessor.

Com Lula na presidência era fácil fazer jornalismo, ou pelo menos o tipo de jornalismo mais tosco, declaratório: bastava acompanhar os seus pronunciamentos quase diários, ouvir os descontentes e dali saía obrigatoriamente a manchete do dia seguinte.

Dilma Rousseff enfrentou o maior desastre já ocorrido no país enquanto administrava o habitual assalto do PMDB a cargos e verbas em troca de apoio e, nos intervalos entre os paroxismos, está oferecendo indícios de um tipo de atuação em clave baixa, com simbologias sutis, porém nítidas, que uma mídia destreinada ainda não está sabendo identificar. Nem analisar.

Hora de reciclar

O adiamento da escolha dos caças da FAB não foi uma evasiva, foi uma decisão clara diante das pressões das centrais sindicais por um aumento do salário mínimo acima do previsto no orçamento da União. Para ela, o equilíbrio fiscal é prioritário, a gastança precisa ser contida, porque a alternativa é uma inflação desembestada. Para acalmar os militares, escolhe a Argentina como destino da primeira viagem ao exterior para acertar uma parceria na área nuclear.

Na terceira saída de Brasília (depois da visita à região serrana do Rio devastada pelas chuvas e da homenagem ao ex-vice José Alencar, no dia da sua fundação de São Paulo), a presidente foi a Porto Alegre para participar de uma discreta cerimônia para lembrar as vítimas do Holocausto: acendeu velas e fez um pequeno discurso contra ditaduras e em favor dos direitos humanos.

A grande mídia comeu mosca, mal registrou o evento, mas a mídia internacional soube perceber a mensagem subliminar embutida no gesto – um tranco no tiranete iraniano Mahmoud Ahmadinejad, campeão mundial em negar o Holocausto.

Os porteiros das redações e os formadores de opinião carecem de uma reciclagem urgente. Se ficarem à espera de grandes proclamações no velho estilo Lula vão morrer de tédio.
http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =627IPB001
A quem interessa a confusão?

Por Venício A. de Lima em 1/2/2011


A chamada "revolução digital" provocou uma reviravolta no mundo das comunicações. Uma única tecnologia – por exemplo, a fibra ótica – possibilita a transmissão, vale dizer a distribuição para consumidores, tanto de sons como de textos e de imagens. Diluíram-se as fronteiras entre as telecomunicações e a radiodifusão, por exemplo. Além disso, jornalistas multimídia produzem conteúdo noticioso para rádio, jornal, revistas, televisão e portais na internet. Daí porque se fala na "convergência de mídias", expressão que tem por base as mudanças tecnológicas que permitem, por exemplo, que um "consumidor" escute rádio, veja TV, assista filmes, leia jornais e revistas em um único "receptor" – por exemplo, um computador pessoal.

Há, no entanto, uma diferença fundamental: emissoras de rádio e televisão, assim como operadoras de telefonia fixa e móvel, continuam sendo um serviço público, concedido pela União a grupos privados, para exploração sob determinadas condições e por prazo determinado. Os jornais, revistas e portais na internet, apesar de manterem a natureza de serviço público, não dependem de concessões do poder público.

Já a propriedade cruzada é um conceito da economia política do setor. No Brasil, ela tem sido historicamente a base sobre a qual se consolidaram os oligopólios privados de mídia. Um mesmo grupo, no mesmo mercado, controla diferentes mídias – concessões públicas ou não, em níveis local, e/ou regional e/ou nacional. Essa é a história da formação e consolidação, para ficar apenas em dois exemplos, dos dois principais grupos privados brasileiros de comunicações: os Diários Associados e as Organizações Globo.

Acresce à propriedade cruzada – que nunca foi de fato regulamentada no Brasil – a ausência de controle do Estado sobre a formação de redes (networks), tanto de rádio quanto de televisão.

A exceção é o Brasil

No mundo democrático, a propriedade cruzada no mercado de comunicações é sempre controlada. Nos Estados Unidos a Federal Communications Commission (FCC) começou a regulação quando de sua criação em 1934. O Brasil é uma exceção.

Apesar de o parágrafo 5º do artigo 220 da Constituição ser explícito ao consignar que "os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio", não há regulamentação sobre o assunto.

O fato, aliás, é um dos objetos da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 10 [originalmente Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4475], da lavra do jurista kkkkkkkkk Konder Comparato, que trata especificamente da "omissão legislativa inconstitucional em regular a proibição de monopólio ou oligopólio dos meios de comunicação social". Lembra a ADO que...

"(...) para ficarmos apenas no terreno abstrato das noções gerais, pode haver um monopólio da produção, da distribuição, do fornecimento, ou da aquisição (monopsônio). Em matéria de oligopólio, então, a variedade das espécies é enorme, distribuindo-se entre os gêneros do controle e do conglomerado, e subdividindo-se em controle direto e indireto, controle de direito e controle de fato, conglomerado contratual (dito consórcio) e participação societária cruzada. E assim por diante. Quem não percebe que, na ausência de lei definidora de cada uma dessas espécies, não apenas os direitos fundamentais dos cidadãos e do povo soberano em seu conjunto, mas também a segurança das próprias empresas de comunicação social, deixam completamente de existir? Em relação a estas, aliás, de que serve dispor a Constituição Federal que a ordem econômica é fundada na livre iniciativa e na garantia da livre concorrência (art. 170), se as empresas privadas de comunicação social não dispõem de parâmetros legais para agir, na esfera administrativa e judicial, contra o monopólio e o oligopólio, eventualmente existentes no setor? [grifo meu; ver, neste Observatório, "Três boas notícias"].

Parece claro, portanto, que a concentração da propriedade nas comunicações, fundada na propriedade cruzada, não pode ser justificada pela "convergência de mídias".

Propriedade cruzada se refere à oligopolização do mercado, vale dizer, à negação do mercado livre de idéias, tão caro à ideologia liberal. A propriedade cruzada, na prática, significa menos vozes, menos pluralidade, menos diversidade. Um atentado à liberdade de expressão. De fato, uma forma disfarçada de censura.

"Convergência de mídias" se refere a um avanço tecnológico provocado pela digitalização cujas conseqüências, por óbvio, não estão acima da pluralidade, da diversidade e nem da universalidade da liberdade de expressão.

A manchete do Estadão

Nesse contexto, e tendo em vista os esclarecimentos já prestados pelo ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, o que resta de intrigante são as razões de fundo da manchete de primeira página do Estado de S.Paulo de quinta-feira (27/1) e da matéria assinada por três jornalistas – um dos quais o diretor de Redação: "Convergência de mídias leva governo a desistir de veto à propriedade cruzada".

Além do Estadão, quem estaria interessado em confundir "convergência de mídias" com propriedade cruzada? E, mais importante: quem estaria interessado em colocar na agenda pública a precária hipótese aventada por um conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), fonte da matéria, como se aquela opinião pudesse constituir uma decisão de governo em matéria que, de fato, é constitucional?

***

PS: Três complementos ao artigo publicado na edição 626 do Observatório, "Barack Obama recua, concentração aumenta":

1. À exceção de um commissioner, a FCC que decidiu sobre a compra da NBCU pela Comcast foi nomeada por Barack Obama. A exceção é Michael J. Coops, cujo mandato está vencido desde 30 de junho de 2010 e que, curiosamente, foi o único que votou contra a decisão;

2. Tanto o CEO da Comcast, Brian Roberts, quanto o CEO da NBCU, Steve Burke, são importantes financiadores de candidatos do Partido Republicano; e

3. Uma das primeiras medidas do comando do novo grupo Comcast/NBCU depois da decisão da FCC foi a confirmação da demissão do comentarista político "liberal" Keith Olbermann, da MSNBC.

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#555 Mensagem por Carnage » 08 Mar 2011, 22:17

http://www.stj.jus.br/portal_stj/public ... xto=100955
Às Pessoas de Boa-Fé

“Não há defesa, nem atenuação, nem desculpas quaisquer” – Comentário do jornalista Walter Lippman a respeito da repetição inverídica de uma notícia, in “Opinião Pública” (Editora Vozes, Petrópolis, 2008, p. 304).

O amontoado de desinformações segue na edição de hoje, 1º de março de 2011, da “Folha de S.Paulo”. Flagrado na incorreção de sua “reportagem investigativa” acerca da remuneração dos ministros do Superior Tribunal de Justiça, assinada por Filipe Coutinho (edição de 27 de fevereiro de 2011), aquele jornal parte agora para a confusão. Ao tempo em que confessa os erros (A3), publica editorial em que os repete (A2) e em nova reportagem mente sobre a remuneração dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (A13), a despeito de o Presidente deste haver prestado informações verbais e escritas aos prepostos da empresa.

a) A confissão, in verbis:

“ERRAMOS.

PODER (26.FEV.PÁG. A4). Diferentemente do que diz a reportagem “STJ ignora teto e paga supersalários a seus ministros”, o STJ não ignora o teto imposto pela Constituição aos salários do funcionalismo. Ele segue uma resolução do Conselho Nacional de Justiça que permite excluir do limite legal várias vantagens recebidas pelos Ministros. O quadro que acompanhou a reportagem incluiu entre essas vantagens benefícios que os ministros do STJ não recebem. Leia reportagem sobre o assunto em PODER A13” (A3).

b) O editorial, sob o título “TETO DE VIDRO”, tem a seguinte chamada:

“Ministros do STJ recebem mais do que o teto previsto na Constituição; Judiciário deveria dar o exemplo no respeito ao dispositivo” (A2).

c) A reportagem é mentirosa na (i) manchete e nas (ii) informações.

(i) A manchete:

“Norma autoriza pagamento de supersalários, afirma STJ”. (A13).

- O fato:

O Superior Tribunal de Justiça nunca pagou, nem admitiu pagar, supersalários. Paga como remuneração aos Ministros o que a lei determina. Leia-se na edição de hoje, da Folha de São Paulo, os esclarecimentos prestados pelo Presidente do Tribunal, onde este, embora vítima das falsas informações, é transfigurado em leitor.

(ii) As informações:

“Como a Folha informou em reportagem publicada no domingo, os ministros do STJ receberam em média R$ 31 mil por mês no ano passado, quase R$ 5.000 acima do teto estabelecido pela Constituição Federal para os salários do funcionalismo”. (A13).

- O fato:

Conforme demonstrado pessoalmente a Filipe Coutinho, pela apresentação dos contracheques do Presidente do Tribunal, relativos aos meses de fevereiro a dezembro de 2010 e aos meses de janeiro e fevereiro de 2011, os Ministros do Superior Tribunal de Justiça podem receber os seguintes valores pelo exercício de suas funções:

1 – subsídio, exclusivamente, no montante de R$ 25.386,97 (vinte e cinco mil, trezentos e oitenta e seis reais e noventa e sete centavos);

2 – subsídio, no montante de R$ 25.386,97 (vinte e cinco mil, trezentos e oitenta e seis reais e noventa e sete centavos), e abono de permanência, na quantia de R$ 2.792,56 (dois mil, setecentos e noventa e dois reais e cinquenta e seis centavos) se continuar na atividade a despeito de já haver completado o tempo de serviço para a aposentadoria voluntária, no total de R$ 28.179,53 (vinte e oito mil, cento e setenta e nove reais e cinquenta e três centavos);

3 – se for o Presidente do Tribunal, com tempo para requerer a aposentadoria voluntária: subsídio, no montante de R$ 25.386,97 (vinte cinco mil, trezentos e oitenta e seis reais e noventa e sete centavos), abono de permanência de R$ 2.929,40 (dois mil, novecentos e vinte nove reais e quarenta centavos), gratificação pelo exercício da Presidência de R$ 1.243,95 (um mil, duzentos e quarenta e três reais e noventa e cinco centavos), no total de R$ 29.560,32 (vinte e nove mil, quinhentos e sessenta reais e trinta e dois centavos).

O Tribunal atualmente tem vinte nove Ministros em atividade. Oito dentre eles recebem o subsídio, exclusivamente. Outros vinte percebem o subsídio e o abono de permanência. O Presidente recebe o subsídio, o abono de permanência e a gratificação pelo exercício da Presidência.

Consequentemente, a média de remuneração dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça não é de R$ 31.000,00 (trinta e um mil reais); nenhum de seus Ministros recebe esse montante como remuneração mensal.

Os “donos da verdade” não vão se contentar com esses fatos, e continuarão a medir, pela régua deles, os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Eles supõem que a credulidade pública não tem limites. Por isso, já não merecem o respeito do Presidente do Superior Tribunal de Justiça, para quem, repetida embora, uma mentira é sempre uma mentira.

Coordenadoria de Editoria e Imprensa

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O relatório do CPJ. Mais um

Por Venício A. de Lima em 22/2/2011


O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) escolheu o Brasil como o país por onde iniciar a divulgação do seu relatório anual para as Américas – "Ataques à imprensa em 2010". Evento com esse objetivo, organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), cujo presidente é o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo, e ao qual compareceram jornalistas e advogados convidados, foi realizado em São Paulo, no último dia 15 de fevereiro.

O jornalista argentino Carlos Lauría, radicado nos Estados Unidos desde 1994 e coordenador do CPJ para as Américas, apresentou o relatório que pretende nos informar sobre a situação da liberdade de imprensa, sobretudo, aqui mesmo, em nosso país. Depois de São Paulo, ao que se sabe, o representante da CPJ viajou a Brasília, onde foi recebido pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos, pelo ministro das Comunicações e pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Uma entrevista de mais de 16 minutos foi concedida ao portal UOL – estranhamente, o entrevistador e as perguntas não aparecem no vídeo – e sua visita mereceu ampla cobertura dos jornalões (matéria descrevendo esta cobertura está no próprio site da CPJ).

Abaixo, alguns dos títulos de matérias sobre as informações trazidas pelo jornalista argentino, todas de quarta-feira, 16 de fevereiro:

** O Estado de S.Paulo: "Brasil bate recorde de censura no Google"

** Folha de S.Paulo: "Para comitê, censura está em um nível preocupante"

** O Globo: "Em 2010, 44 jornalistas foram mortos no mundo"

** Zero Hora: "Censura aumenta no Brasil, diz relatório"

"Committee to Protect Journalists"

As matérias sobre o relatório apresentado pelo jornalista argentino não informam, todavia, sobre o que afinal é o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) para o qual ele trabalha. Curioso, fui verificar.

O site do CPJ informa que se trata de uma ONG fundada em 1981 por um grupo de correspondentes estrangeiros americanos para promover a liberdade de imprensa em todo o mundo como resposta ao tratamento, muitas vezes brutal, a seus colegas estrangeiros por parte de "governos autoritários e outros inimigos do jornalismo independente".

O CPJ mantém uma equipe de 23 membros em tempo integral na sua sede em Nova York, incluindo especialistas para cada região do mundo, além de consultores espalhados em diversos países. Um conselho de 35 membros, formado por jornalistas, dirige suas atividades. Entre eles estão Christiane Amanpour, Dan Rather, Diane Sawyer, Brian Williams, Matthew Winkler e Tom Brokaw.

CPJ é financiado exclusivamente por contribuições de indivíduos, empresas e fundações, não aceitando doações de órgãos governamentais. Entre os financiadores do ano de 2009 (a única informação encontrada no site) estão alguns dos mais conhecidos nomes do mundo corporativo empresarial – não só de mídia – como por exemplo (em ordem alfabética):

ABC News, American Express Company, Americas Business Council, The Associated Press, The Atlantic Monthly Group, Inc., Banco Santander, S.A., Bloomberg LP, BusinessWeek/McGraw-Hill, Chicago Tribune Foundation, Citigroup, CNN, Dow Chemical, Forbes Inc., Ford Motor Company, Fox News, GE Foundation, JC Penny, Los Angeles Times, McCormick Foundation, Microsoft Corporation, National Press Club, NBC, Inc., The New York Times Company Foundation, The New Yorker, News Corporation, Time Inc., Time Warner Inc., Verizon Foundation, Viacom Inc., The Washington Post, Williams F1 Team.

"Ataques à imprensa em 2010"

O relatório do CPJ para as Américas começa com o que seria o caso emblemático de "censura judicial" ao jornal O Estado de S.Paulo desde julho de 2009 (ver aqui). Os primeiros parágrafos do documento afirmam:

"Como uma ilustre família de políticos no Estado do Maranhão no poder há mais de 40 anos, os Sarney estão acostumados a chegar a onde querem na vida pública brasileira. Assim, quando em junho de 2009 O Estado de S.Paulo, um dos principais jornais de circulação nacional, publicou denúncias que ligavam José Sarney, então presidente do Senado e ex-presidente do país, ao nepotismo e à corrupção, o clã político não ficou de braços cruzados. Os Sarney recorreram a um juiz em Brasília e conseguiram uma liminar contra O Estado, proibindo o jornal de publicar outras reportagens sobre as alegações. Dezoito meses depois, ao fim de 2010, a proibição continuava em vigor, apesar de críticas nacionais e internacionais. (...) A sentença do juiz, uma medida cautelar por tempo indeterminado emitida sem ouvir os argumentos do jornal, tornou-se o mais notório dos inúmeros casos recentes nos quais os tribunais brasileiros têm exercido o poder de censura."

A parte do relatório dedicada especificamente ao Brasil também destaca a "censura judicial que estaria sendo imposta ao Estadão e insiste no tema afirmando:

"Ao longo dos últimos anos, empresários, políticos e funcionários públicos entraram com centenas de ações judiciais alegando que as críticas dos jornalistas eram ofensivas à honra ou invadiam sua privacidade, segundo pesquisa do CPJ. Os demandantes destes casos normalmente buscam sanções que proíbam a imprensa de publicar qualquer matéria sobre eles ou que obriguem a retirada de material online considerado ofensivo". [Nota: Talvez o CPJ não tenha se dado conta de que ações judiciais em reação a matérias jornalísticas consideradas ofensivas à honra ou a privacidade, em nosso país, constituem um direito do cidadão garantido constitucionalmente (inciso X do Artigo 5º da Constituição).]

Na seqüência, depois de afirmar que "(Dilma) Rousseff manteve uma relação controversa com a imprensa durante a inflamada campanha política" e que "Lula (...) encerrou seus oito anos de mandato com um histórico contraditório em relação à liberdade de imprensa", o relatório conclui:

"(...) a censura judicial tem se tornado um grave problema, inibindo seriamente a capacidade da imprensa de informar sobre questões de interesse público. Os jornalistas continuam sendo assassinados no interior do país, onde a presença do Estado é frágil, enquanto a cobertura jornalística do crime organizado expõe os profissionais a sérios riscos, mesmo nas áreas urbanas."

Falta algo no relatório do CPJ?

Li atentamente tanto o relatório do CPJ como vi/ouvi a longa "entrevista" do jornalista argentino Carlos Lauría ao portal UOL.

Considerando a ênfase dada à "censura judicial" e, especificamente, ao caso do Estadão, senti falta de alguma menção ao julgamento da Reclamação (RCL) 9428.

Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal (STF), por seis votos a três, arquivou a RCL contrária à proibição imposta pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) ao Estadão de publicar matérias sobre processo judicial que corre em segredo de justiça contra Fernando Sarney, por não ver na decisão conexão com a aquela tomada pelo mesmo STF no julgamento da ADPF 130, conforme alegado pelo jornal (ver, neste Observatório, "Censura no Estadão: Notas sobre a liberdade de imprensa").

Mais importante: o CPJ é um comitê, como o próprio nome indica, de proteção a "jornalistas", o que, por óbvio, não necessariamente significa proteção a empresas jornalísticas. Esperava, portanto, encontrar alguma referência a casos notórios de cerceamento – vale dizer, de censura – à atividade profissional de jornalistas brasileiros ocorridos ao longo de 2010. Menciono apenas os mais evidentes:

1. A demissão da psicanalista e jornalista Maria Rita Kehl, pelo próprio Estadão às vésperas da eleição presidencial de 2010. Carlos Lauría poderia ter procurado a jornalista ou até mesmo lido uma de suas várias entrevistas e verificar que ela foi demitida por haver cometido um "delito de opinião" (ver "Fui demitida por um ‘delito’ de opinião").

2. A demissão do jornalista Felipe Milanez, editor da revista National Geographic Brasil, publicada pela Editora Abril, por ter criticado, via Twitter, a revista Veja do mesmo grupo empresarial (ver "Hipocrisia geral: Liberdade de expressão para quem?").

3. A ação da Folha de S.Paulo, que obteve na Justiça – seria "censura judicial?" – liminar para retirada do ar do blog de humor crítico Falha de S.Paulo, dos irmãos Lino e Mario Bocchini (ver aqui).

Registre-se, aliás, que durante os dias em que o jornalista argentino visitava o nosso país corria outro caso exemplar de censura à atividade profissional do jornalista brasileiro: a demissão do repórter Aguirre Peixoto pelo tradicional jornal A Tarde, de Salvador. Ele foi demitido no dia 8 de fevereiro por pressões do mercado imobiliário baiano após uma série de reportagens que revelavam um esquema de corrupção entre a Prefeitura de Salvador e empresas imobiliárias da cidade na autorização de licenças para construção, a Transcon (ver, neste OI, "Para fazer do limão uma limonada", "Protesto contra demissão de repórter" e "Após mobilização, jornal reintegra repórter").

Certamente os colegas brasileiros que receberam o coordenador do CPJ para as Américas tiveram a oportunidade de relatar a ele os graves acontecimentos da Bahia.

Relatórios sobre liberdade de imprensa

Um estrangeiro que estivesse visitando nosso país e visse as edições dos jornais de quarta-feira (16/2) consideraria o Poder Judiciário brasileiro o inimigo público número 1 da liberdade de imprensa.

Pior ainda: ficaria certamente intrigado com o fato de estar num país onde a censura à imprensa "aumenta" e "está em níveis preocupantes" e a notícia do fato pode, mesmo assim, ser lida em seus principais blogs, portais e jornais, além de ouvida e vista nas emissoras de rádio e televisão.

Todos os anos, vários relatórios de ONGs e entidades supranacionais são divulgados pela grande mídia sobre a situação da liberdade de imprensa no Brasil. O mais recente é o do CPJ. Não será o último.

Que o(a) leitor(a) tire suas próprias conclusões.

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