Jesus, quanta merda junta! A estratégia do Gaga de escrever merdas longuíssimas achando que ninguém vai ter saco de responder deve funcionar... Mas aqui ele está lidando com o Compson, que é melhor que ele em tudo, até nisso!
Mistar Gaga escreveu:E quem disse que Gil e Caetano tem apelo popular? Onde está escrito isso, deixa eu pegar o óculos, peraí...
Pronto! É, não está escrito em lugar nenhum. Caetano e Gil não tem apelo popular (no sentido de povão) mas o samba e Wilson Simonal tinham. Isso está escrito em algum lugar no texto que vc ignorou preferindo inventar coisas que não escrevi destacando um fragmento fora de contexto. negócio é o seguinte, por terem apelo popular, esses caras foram perseguidos pela esquerda por acharem que tal repertório contribuía com a alienação do povo e consequentemente com a ditadura.
Parafraseando: Caetano e Gil não têm apelo popular, mas por terem apelo popular foram perseguidos. Agora entendi!
Eu sei, eu sei, você está falando do Simonal e do samba. Mas escreve como um asno e depois vem cobrar interpretação dos outros (é, os outros)...
Mistar Gaga escreveu:Por isso que a esquerda, constrangida por seu passado preconceituoso com relação a cultura popular, tende a encarar qualquer coisa que saia da periferia ou com apelo popular como sendo manifestação legítima que afronta a classe média bobalhona, como se incomodar a classe média bobalhona fosse algo de revolucionário. Qualquer peido assusta a classe média bobalhona.
Vamos lá:
A esquerda é tolerante com qualquer coisa popular por sentimento de culpa, já que no passado foi preconceituosa com manifestações desse tipo. Mas peraí, que esquerda?
A esquerda dos anos 70, os revolucionários e socialistas de boteco, os marxistas da Rua Augusta, continua tão preconceituosa como antes. Esses caras acham justamente a mesma coisa que você: que o funk é pura adesão ao establishment, que é consumista, machista e todos os outros clichês do manual... No que eles têm alguma razão, não fosse essa mania típica do moralismo da esquerda tradicional de ter de julgar tudo peremptoriamente.
A esquerda contemporânea, a esquerda de verdade, não acha nada, pois não é uma esquerda pautada por dizer o que os devem fazer e ouvir. Não é uma esquerda que tem um manual de etiqueta do jovem revolucionário. Aliás, não acha nem que o funk é de esquerda, apenas procura entender seu significado sem pressupor que os sujeitos sejam bestas violentas e animalizadas e que o funk seja uma expressão burra e homogênea.
Mistar Gaga escreveu:Desculpe-me a indelicadeza, mas suponho que quem coloca palavras na boca dos outros deve estar a fim de levar uma jeba na própria boca, só pode.
Non sequitur...
Mistar Gaga escreveu:fat but escreveu:
Bom, funk não é só isso, mas vamos admitir que seja...
Então é o que, sabichão? Explica ai para gente, com seu vasto conhecimento. Explana pra nóis sua sabedoria . [/quote]
Eu não entendo nada de funk. Só ouço por tabela... Mas, binário como você é, nunca vai entender que existe uma diferença entre ser um total ignorante (como você) e ter alguma noção de que existe uma tradição de funk no Rio de Janeiro de pelo menos 30 anos.
Mas pra provar que funkeiros não têm nenhuma consciência sobre suas condições e são todos iguais, deixo esses dois links aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=NgB6N5_Jw4w
http://www.youtube.com/watch?v=GeFVYc2jABo
Mistar Gaga escreveu:Compson escreveu:
Que "estabelichment"? O "estabelichment" não diz pra "invadir os bailes de Megane ou de 1100 com nota de 100", não diz que "mulher sente o cheiro de dinheiro porque sabe que é Ferrari Black", não diz "pra tu, novinha, hoje eu quero é cu".
Não diz, isso não é estabelichment, tá serto então!!
Poderia dizer que faltou a outra frase, que você descontextualizou, mimimi... Mas sigamos o enterro!
Mistar Gaga escreveu:Quando você joga a porra do GTA V imagino que deva gozar nas calças quando rouba uns carros, explode umas cabeças e, principalmente, esfrega na cara da sociedade de consumo toda sua testosterona (calma, bonitão, não vá se empolgar, sua que eu digo é do personagem, sossega sua bunda gorda no sofazinho macio) de macho mau e toda grana conquistada em atos ilícitos. Esse jogado repleto de violências, estupros, assassinatos e ostentação de bandido está na sua quinta edição e o orçamento para fazer essa merda de jogo superou ao orçamento de todos os filmes do hollywood, exceto dois, se não me engano. Sinal de que tal situação só assusta a vovó do moleque de classe média que joga esse jogo e, consequentemente, assimila o culto a violência e ostentação de poder e dinheiro típicos do gangterismo norte americano.
Que situação, cara? Quem falou em assustar?
Quando você joga games com elfos ou o Homem-Aranha, você não consegue diferenciar sua sala da terra média ou do universo Marvel? Quando eu gozo nas calças por ganhar de um coreano no Fifa isso significa o quê? Que eu me sinto tão bom quanto o Messi ou que eu simplesmente tenho prazer em vencer uma partida?
No mais, não disse que o funk assusta ninguém. Disse apenas que é uma apropriação indevida do território que outras classes julgam exclusivos, por isso as irrita.
Mistar Gaga escreveu:Lembro que costumavam comparar os rappers norte americanos com os brasileiros, dizendo que enquanto os primeiros ostentavam carrões e mulheres em seus clips os brasileiros ficavam com suas divagações de esquerda e o sentimento de culpa pela vida do crime. Pois bem, para a felicidade dos chupa piroca de plantão o funk veio para reparar esse "erro".
Mistar Gaga escreveu:Genial! A grande sacada do funk é acabar com as aparências e escancarar de vez a filosofia de Thomas Hobbes. Para que manter as aparências? Vamos todos assumir de vez, de todas as classes sociais, que somos todos chauvinistas, egocêntricos, consumistas, machistas e chega de mimimimi, não é mesmo?
O que Thomas Hobbes tem a ver com isso? Você não era o cara que não queria nem saber de "debates filosóficos"? Aí você vem e tira da cartola um iluminista inglês no meio da conversa?
Não, não se trata de assumir que somos todos filhos da puta e foda-se. Trata-se de desfazer a auto-imagem que as classes médias e altas têm de si mesmas.
Mistar Gaga escreveu:Agora faz sentido esse pessoal de classe média que reclama dos corredores de ônibus onde esse pobres do caralho vão pendurados escutando a merda do funk, que fala exatamente sobre isso, o direito de cada um tocar o foda-se e foda-se! Se antes o sujeito de classe média reacionário ficava meio envergonhado de assumir seus pensamentos reaças, agora que o pobre resolveu encarnar o espírito consumista egocêntrico não há mais motivos para constrangimentos. foda-se! Que corredor de ônibus o caralho! Que civilidade o caralho! Isso é coisa de viadinho de primeiro mundo mimimimimimi E viva o funk.
É mais ou menos esse o processo. A "endireitação" da classe média aconteceu por um movimento assim. O Brasil tinha tanto miserável que a classe média ficava meio constrangida: aquele papo, tenho três domésticas, pago meio salário mínimo, mas ela é quase da família. Com a expansão do trabalho, do consumo e dos direitos, a classe média se livrou desse fardo de aparências. Então, sim, a "endireitação" da classe média é uma resposta à mudança de condições das classes baixas, mas, não, não é uma resposta cultural ao funk. A classe média não tem resposta cultural ao funk porque o funk é muito mais poderoso que qualquer produção cultural da classe média...
Mistar Gaga escreveu:Compson escreveu:
O funk é a orkutização do consumo. O rico e o classe média se irritam porque vêem o moleque pé-rapado fazer o que eles adorariam fazer, contar dinheiro na frente dos outros, mas não fazem porque o "estabelichment" não dita apenas a ostentação da riqueza, dita também uma etiqueta para essa ostentação.
ahan! Assim como a classe média se irrita quando vê o rei do camarote, um novo rico da zona leste, ostentando sua cafonice, vc por exemplo teve um surto.
Que surto? Você não entende nada...
Mas a comparação com o Rei do Camarote é precisa! Só reforça o quanto a etiqueta de ostentação é restrita.
Mistar Gaga escreveu:Cara, não tô nem ai para debates filosóficos sobre o velho dilema entre influência do meio e livre arbítrio.
Acho que está sim. Esses debates só estão na sua cabeça...
Mistar Gaga escreveu:Falo sobre o que vejo e observo.
O problema é que você só vê o que quer...
Mistar Gaga escreveu:Se o funk causa algum mal estar na classe média, isso não importa. É merda, é babaquice. Quem se importa com trolagem, essa babaquice nerd surgida na internet? O problema é outro, bem mais profundo.
Tá vendo como você é um babaca preconceituoso. Manifestação cultural e coletiva de rivalidade de classes agora é trollagem. Bela esquerda é você!
Mistar Gaga escreveu:A verdadeira influência do funk está na periferia, ou melhor, o estilo de vida ao qual o funk reverência é do pobre contra o pobre. Do pobre que começou a ter contra aquele que ainda não tem e quer ter. É louvável que o moleque não queira ser um peão assalariado feito o pai, que tenha alguma ambição. Mas quais são as opções? Qual é a influência da pressão pelo statis na cabeça de um moleque de família, muitas das vezes, desestruturada. Não falo de dramalhões de literatura e filmes, falo da realidade que vejo com meus próprios olhos. Só vou dar um exemplo, o moleque que deu o tiro na cabeça de uma estudante em Higienópolis, ano retrasado, numa tentativa fracassada de assalto, cortava o cabelo no mesmo salão que eu, uma escola de cabeleireiros na avenida são joão. A tiazinha que corta cabelo viu esse moleque crescer, um moleque comum, simplório que não dava qualquer mostra de perfil delinquente. Um belo dia juntou com os amigos e se dirigiu para feira do rolo, que acontece todos os dias no largo do paissandú aos olhos de todos, dispostos a comprar uma arma, o que conseguiu com grande facilidade. Seu objetivo era começar na vida do crime mesmo sem ter qualquer aptidão para isso. Não queria mais ser um zé ninguém. Então partiu para fazer assaltos, destino? O bairro de playboy mais próximo do centro. E deu no que deu.
Lamentável, mas... O que isso tem a ver com o funk? Você quer dizer que o moleque resolveu fazer um assalto do nada porque ouve funk, é isso? Que ele não faria se o funk não existisse? E os outro milhão de jovens paulistanos que ouvem funk, estão todos prestes a sair roubando ineptamente por aí?
Depois a classe média é que é assustadinha...
Mistar Gaga escreveu:Sei que para boa parte dessa molecada o funk é só um meio de curtição. Que bom que seja assim.
Pois é... Mas que péssimo que seja tão difícil pra você entender isso!