A imprensa e grande mídia no Brasil

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#526 Mensagem por Fortimbrás » 11 Out 2010, 23:05

Nenhum tucano presente vai comentar a curiosa demissão da moça?

O Lula disse que os grandes meios de comunicação fazem, na verdade, jornalismo chapa branca para o tucanato.

Diante desse declaração, os meios de comunicação declararam estar sob ataque.

É.

A maria Rita, pelo que se vê , foi uma baixa desse "ataque".

Chilly Willy
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#527 Mensagem por Chilly Willy » 14 Out 2010, 22:02

Mais uma dos coronéis da mídia:

http://www.conversaafiada.com.br
PHA escreveu:Marina diz que vai votar na Dilma.
Mas o Terra censura. O Terra ?



Este ordinário blogueiro leu os amigos navegantes Fernando e Felipe e foi lá, ao Terra:




• Fernando Barretto

14 de outubro de 2010 às 17:40

http://noticias.terr...poiar+o+PT.html

• Felipe

14 de outubro de 2010 às 17:38

Marina Silva disse: “pela minha tradição, eu seria favorável a apoiar o PT”

fonte: http://noticias.terr...poiar+o+PT.html


Foi lá e não achou o voto da Marina em Dilma.

É, esses amigos navegantes estão a ver estrelas, pensou o ordinário blogueiro.

Nada disso.

Se eles viram alguma coisa nos céus foi um fenômeno que reluz mais que uma estrela: foi a desmoralização de um portal multinacional, ligado a uma multinacional de telefonia, ou a desmoralização de um(a) candidato(a).

Ou os dois.

Vejam o que o telescópio do Obede, nosso editor, e o do Nassif captaram no espaço Sideral:




Paulo,


Hoje a Marina deu uma entrevista ao Terra e o Nassif republicou:

http://www.advivo.co...l-a-apoiar-o-pt


No entanto, o mesmo Terra mudou o lead todo e até o título da matéria, a mando de quem não se sabe…


http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2 ... borto.html


Segue o link que prova a mudança de título: http://ow.ly/i/4zbe

Em tempo: Ganha um doce quem descobrir quem mandou o Terra censurar a Marina.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#528 Mensagem por Sempre Alerta » 15 Out 2010, 21:48

Carta resposta do presidente da Petrobras ao blog de Miriam Leitão

Veja abaixo a carta enviada pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, à Miriam Leitão. Leia o post Gabrielli em carta que me mandou: “Afirmo e reafirmo”, publicado no blog da colunista.

Miriam,

Respeito profundamente o direito de opinião, divergências e controvérsias. Justamente por isso, em relação à sua coluna de hoje, em que sou chamado de lunático e negligente com as funções de Presidente da Petrobras, acusando-me de atuar exclusivamente de forma política eleitoral, gostaria de convidá-la para um debate dos méritos de minhas afirmações, além dos adjetivos.

Vamos aos fatos:

Afirmei que a área exploratória da Petrobras estava sendo reduzida por limitações na ação da empresa na aquisição de novos blocos de exploração e que isso seria mortal para uma empresa que vive do crescimento orgânico de suas reservas, principalmente através de novas descobertas. Disse e reafirmo que isso mataria a Companhia por inanição se essa política não fosse revertida, como o CA e a Diretoria da empresa assim o fizeram a partir de 2003.

Afirmei e reafirmo que os investimentos em refino estavam limitados por decisões estratégicas à época do presidente FHC. Considerado negócio de baixa rentabilidade, o refino no governo FHC teve estímulo para parcerias para ser desmembrado para potencial venda de suas partes. Essa visão foi revertida com o presidente Lula. Consideramos que a integração da produção de petróleo e o refino é fundamental para o fortalecimento da Petrobras, que tem mais de 85% de suas receitas provenientes das vendas de derivados de petróleo ao mercado brasileiro. No sistema integrado, a maior parte do refino pertence à Petrobras e, portanto, o crescimento desse mercado é estratégico para o desenvolvimento e sustentabilidade da própria Companhia. Revertemos o ciclo de estagnação do investimento em refino e planejamos construir cinco novas refinarias nos próximo s anos.

Afirmei e reafirmo que a Engenharia e o sistema de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa (principalmente o Cenpes) estavam inibidos no seu crescimento por uma falsa ilusão de que o mercado poderia fornecer as soluções tecnológicas necessárias para enfrentar os desafios de uma atividade como a nossa, na qual o conhecimento é vital para a sustentabilidade do crescimento. Felizmente, essa política também foi revertida desde os tempos de José Eduardo Dutra na Presidência da Petrobras, com o reerguimento da importância da engenharia e da pesquisa desenvolvidos internamente, o que impediu a continuidade de mais um elemento da morte por inanição que a orientação da DE anterior levaria a empresa.

Afirmei e reafirmo que parte dos programas de termoelétricas era extremamente nocivo à Petrobras. Inquestionável que todos os ônus ficavam com a Petrobras e os benefícios eram repassados para os sócios privados. A Diretoria dos últimos oito anos reverteu esse processo e as termoelétricas hoje apresentam riscos e benefícios justos para a empresa que investiu na construção de um importante parque gerador no País.

Afirmei e reafirmo a ausência da Petrobras na área dos biocombustíveis. A Petrobras Biocombustível é a prova do sucesso da reversão dessa política.

Afirmei e reafirmo que a exacerbação do conceito de unidades de negócio, como forma básica de organização da empresa, levaria a uma perda de sinergia do sistema corporativo, fragmentando sua ação, criando condições para a repartição do sistema em unidades isoladas mais facilmente privatizáveis. A Diretoria da Petrobras nos últimos oito anos fortaleceu o sistema, em lugar das partes, enfatizou a atuação sistêmica e agora avança na separação das unidades de operação dos ativos em relação às unidades que são responsáveis pela implantação dos novos projetos, uma vez que a empresa aumentou exponencialmente seus investimentos.

Afirmei e reafirmo que o regime de concessões aplicado a áreas de baixo risco exploratório, como é o Pré-Sal brasileiro, implica maior parcela da renda petroleira às empresas que aí investirem. Defendo que o regime de partilha de produção para esses casos permite uma melhor repartição dessa renda futura com o Estado e, portanto, é socialmente mais justa. Nesse sentido, a defesa do regime atual para as áreas do Pré-Sal é, em certa medida, a defesa de sua privatização sim.

Esses foram meus argumentos. Poderia ter falado da preparação para a privatização das fábricas de fertilizantes (Fafens), da política ofensiva aos movimentos sindicais dos petroleiros, da internacionalização equivocada, das políticas de patrocínios sociais, culturais e ambientais sem critérios e sem transparência, e outras ações que indicavam a orientação do governo do presidente FHC para preparar a privatização da empresa.

Você pode discordar de cada ponto por mim tratado, mas não pode desqualificar apenas com adjetivos e contextualização exclusivamente eleitoral. O que discuti foram pontos relevantes para a gestão da maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo, que tem desafios gigantescos para implementar um dos maiores programas de investimento do planeta.

Miriam, a defesa do fortalecimento da Petrobras não pode ser classificado como negligência em relação às tarefas do seu presidente. Ao contrário, defender esses princípios é parte inerente e importante da função que exerço.

Muito obrigado.

Jose Sergio Gabrielli de Azevedo

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#529 Mensagem por Chilly Willy » 17 Out 2010, 09:07

http://www.cartacapital.com.br/sociedad ... s-a-beatos
Carta Capital escreveu:Candidatos a beatos

15 de outubro de 2010 às 10:58h

Nem José Serra nem Dilma Rousseff. O grande vencedor dessas eleições é o obscurantismo. Na maré da polêmica do aborto, a favor ou contra, o tucano e a petista optaram pelo proselitismo religioso. Parecem candidatos a beatos ou a papa. Bento XVI que se cuide.

Na semana do feriado de 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora, os candidatos bateram ponto na mais óbvia celebração, a Catedral de Aparecida, em São Paulo.

Ao menos Dilma absteve-se de comungar. Serra fez questão de aparecer nas fotos como um papa-hóstia.

Terá seguido o preceito religioso? As regras proíbem a comunhão quando se está em pecado. O tucano afirma não ser o motor da “guerra santa” contra a adversária movida a boataria e xingamentos – e que tem na lista de protagonistas sua mulher, Mônica Serra.

Mas a luz da santidade não paira sobre sua cabeça nesses momentos de negação. No mínimo, o presidenciável estimula a baixaria em busca de dividendos eleitorais. Na zona sul carioca, um panfleto de campanha do PSDB traz a assinatura de Serra abaixo da frase “Jesus é a verdade e a justiça”. E o mundo que imaginava que os pilares da Igreja Católica eram Pedro e Paulo.

Dilma, por seu lado, promete uma versão cristã da “Carta ao Povo Brasileiro”. Em encontro com lideranças evangélicas, acertou a divulgação de um documento no qual se compromete a vetar leis contra “os preceitos religiosos”. Nada de liberação do aborto ou
da união civil entre homossexuais.

Só faltou a defesa de punição para o sexo fora do casamento e a proibição da venda de camisinhas. Quais as chances de essa estratégia funcionar? Não terá o efeito contrário, de instigar nos fiéis a desconfiança de um compromisso feito às vésperas da decisão do segundo turno?

O certo é que a campanha petista ainda tateia um caminho para sair da defensiva. Durante o debate na Band, no domingo 10, Dilma foi mais incisiva e firme, mas os resultados ficaram aquém do esperado. Entre a quarta 13 e a quinta 14, três pesquisas de opinião foram divulgadas. A vantagem da candidata governista oscila de 9 pontos no Vox Populi (54,5% a 45,5% nos votos válidos) a 4,6 no Sensus (52,3% a 47,7%).
No Ibope, a diferença foi de 6 pontos (53% a 47%). No domingo 17, mesmo dia do segundo debate televisivo, está prevista a divulgação de uma nova pesquisa do Datafolha. A duas semanas das eleições, o rumo da disputa ficará mais claro a partir da próxima rodada de levantamentos.

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#530 Mensagem por Carnage » 17 Out 2010, 18:20

http://www.viomundo.com.br/politica/fol ... tavel.html
Folha mente sobre o Plano Amazônia Sustentável

Imagem

Sobre a manchete eleitoral da Folha, que teve o objetivo de carrear votos de Marina Silva para José Serra:


O jornal Folha de São Paulo interpretou, de forma equivocada, os objetivos do seminário “Visão Estratégica da Amazônia” organizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Ao contrário do que sugere o texto publicado na edição de hoje, não há intenção de rever o Plano Amazônia Sustentável (PAS). A avaliação consensual dos Ministérios encarregados da execução do PAS é que as diretrizes adotadas na época de sua aprovação (08/05/2008) se demonstraram acertadas.

O PAS tem obtido resultados significativos nas mais diversas áreas de atuação governamental, tais como: redução expressiva do desmatamento, regularização fundiária, prevenção e compensação adequadas para os efeitos ambientais de projetos na área de transportes e energia, com significativa redução dos impactos originalmente previstos.

O seminário se propõe a examinar, exclusivamente em nível técnico, as ações para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, refletindo também sobre outras políticas públicas complementares. Conta com a participação exclusiva de especialistas, acadêmicos e funcionários de diversos Ministérios e agências federais com ação importante na Amazônia.

Os debates focalizam os seguintes temas: Desenvolvimento Industrial na Amazônia; Cidades, Desenvolvimento Agropecuário e Recuperação de Áreas Degradadas; Conhecimento sobre a Amazônia; Infraestrutura da Amazônia (transportes, telecomunicações e energia).

Secretaria de Assuntos Estratégicos

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... meu-jornal
Perguntas, perguntas, perguntas

Por Washington Araújo em 14/10/2010


Qual o problema do jornalismo? De onde vem esse sentimento de que o nosso jornal já não é mais o nosso jornal? Desde quando o nosso jornal deixou de ser o nosso jornal? Como foi que se tornou árdua a leitura do jornal diário? Por que tenho a impressão que o meu jornal mudou de endereço, de idéias, de linhas editoriais e de eixo? Será que, bem antes que eu trocasse de jornal, este me trocou por outro tipo de leitor?

O que fazer com essa carga de lembranças que eu e o jornal fomos construindo ao longo de tantos anos? Por que me é difícil ler um editorial por inteiro sem levantar três ou quatro bem fundadas suspeitas de que estou sendo enganado e umas cinco ou seis de que eles estão me sonegando algo? Por que o meu jornal muda tanto de roupagem, mas não se arrisca a mudar, ao menos, de erros? Mudei eu ou mudou o jornal?

Por que é que quando o meu jornal diz que errou nunca está se referindo ao erro que realmente me incomodou e perturbou? Por acaso, estamos diante de uma epidemia a contagiar apenas jornalistas e deixá-los tão desaprendidos do ofício de fazer jornal diário? Estarei sendo punido por meu jornal por dedicar mais tempo ao jornalismo virtual que ao impresso? Quando a minha profissão, mesmo sem necessitar mais de diploma, continuará a exigir decência e retidão de caráter?

Físico e virtual

Por que tenho o estranho pressentimento que trocaram a tinta de impressão por naftalina líquida? Onde foi que guardei aquela minha velha ansiedade para ver o jornal do dia seguinte? Por que não verificam se já foi criado algum mecanismo para aferir a vitalidade das ideais de nossos editores, colunistas, repórteres? Terá chegado o momento de buscar o Arquivo Geral quando desejar usufruir a leitura de um bom texto jornalístico? O que fizeram com as grandes reportagens? Por que as notícias se tornaram tão extensamente opinativas e tão exageradamente burocráticas?

Quando é que passei a desconfiar que meu jornal sofria de dupla personalidade, aquela que fazia jornalismo e a outra que realizava atividade político-partidária? Por Deus, posso até ter mudado, mas não tanto quanto o meu jornal, aquele que me apresentava o mundo de ontem e de anteontem.

Por que dezenas de diários estão quebrando em todo o mundo? Por que, apenas nos últimos oito anos, nos Estados Unidos da América 120 jornais diários fecharam suas portas? Por que nem mesmo se salvam aqueles que considero como jornais de referência: El País da Espanha, Le Monde na França, The Times e The Independent no Reino Unido, Corriere della Sera e La Repubblica na Itália? Por que todos eles acumulam fortes perdas econômicas, quando não estão simplesmente no vermelho estão sempre rolando dívidas? E por que os grandes jornais constatam impressionante encolhimento de sua carteira de assinantes?

Por que a empresa editora do Chicago Tribune e Los Angeles Times, assim como a Hearst Corporation, dona do San Francisco Chronicle, decretaram falência? Por que o poderoso grupo de Rupert Murdoch, a News Corp., que edita Wall Street Journal, apresentam prejuízos anuais na casa dos milhões de euros? Por que, para diminuir custos, muitas publicações estão simplesmente reduzindo o número de suas páginas? Por que o Washington Post cancelou a impressão de seu prestigioso suplemento literário "Bookworld"? Por que o Christian Science Monitor decidiu acabar com sua edição de papel e passar a existir apenas na internet? Por que aconteceu o mesmo com o nosso Jornal do Brasil? Por que o Financial Times propôs semanas de apenas três dias para seus redatores? O que pretendem com isso?

Cargas de pessimismo

Por que a imprensa diária paga se encontra à beira do precipício e anseia desesperadamente por fórmulas que lhe garantam a sobrevivência no médio prazo? Por que a imprensa diária continua levando a sério um modelo econômico e industrial que não funciona? Quem garante que a opção por construir grandes grupos multimídia internacionais, como aconteceu nos anos 1980 e 1990, conseguirá enfrentar a proliferação dos novos modos de difusão da informação?

Por que aumenta o número de jornalistas desempregados? Por que desde janeiro de 2008 foram fechados 21 mil vagas de trabalho nos jornais com sede nos Estados Unidos da América? Por que na Espanha, entre junho de 2008 e abril de 2009, 2.221 jornalistas perderam seus empregos? Por que alguns analistas mostram-se reticentes quanto à continuidade de jornais impressos?

Por que Michael Wolf, da Newser, vaticina que muito em breve ao menos 80% dos jornais impressos norte-americanos desaparecerão? O que leva Rupert Murdoch carregar no pessimismo ao prever que na próxima década (que, aliás, já nos bate à porta) todos os diários simplesmente deixarão de existir?

Onde, onde?

O que é que agrava tão mortalmente a velha deliquência da imprensa escrita diária? Será que a devemos debitar apenas à crise econômica global que provoca enormes perdas da publicidade e ao mesmo tempo forte restrição de crédito? Quando foi que a informação passou a ser mercantilizada de forma tão escancarada? Como a perda de credibilidade tem contribuído para o ocaso da imprensa escrita? Caminha para ser letal ao segmento da informação impressa a concorrência com a imprensa gratuita?

O envelhecimento dos leitores tem papel determinante na caótica situação atual? Que outros males estruturais poderíamos citar para reflexão dos que se interessam por assuntos da mídia? Por que, hoje, cerca de 35 milhões de pessoas no Brasil já usam o celular para navegar na rede e, em uma imaginária "outra ponta", o número de leitores de jornais só faz cair, ano a ano?

Por que no Brasil a questão da sobrevivência da imprensa escrita é secundária à questão da liberdade de expressão? O horror econômico que se avizinha para a imprensa brasileira é decorrente do cerceamento à liberdade de expressão? Por que é mais seguro saber do desenvolvimento alcançado no Brasil por intermédio da imprensa que circula no exterior do que através da nossa imprensa? Por que é que diante dos novos "pecados capitais" do jornalismo os cidadãos se sentem vulneráveis em seus direitos? Onde é que vamos buscar informação confiável e de qualidade sobre qualquer assunto importante? Onde buscar a verdade dos fatos? Onde buscar a verdade? Onde buscar? Onde?



http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =611JDB016
Paradoxos soturnos às vésperas do segundo turno

Por Eugênio Bucci em 15/10/2010


.1.

Há dias, neste Observatório, anotei que a pecha de inimiga da liberdade de imprensa caiu sobre Dilma Rousseff, mas normalmente é José Serra que vitupera contra repórteres (ver "Memórias sonolentas para eleições violentas"). Aconteceu agora outra vez, conforme registra a reportagem de Breno Costa na Folha de S.Paulo de quinta-feira (14/10).

O fato se deu na véspera, em Porto Alegre. O candidato do PSDB à Presidência acusou o jornal Valor Econômico de atuar em favor da adversária Dilma Rousseff. "Por duas vezes", registra a Folha, "o tucano ignorou perguntas de jornalistas, afirmando que eram ‘pauta petista’." Segundo a Folha, o abespinhamento foi mais longe. Questionado pelo repórter do Valor sobre o caso do ex-diretor de engenharia da Dersa, Paulo Vieira de Souza, que teria desviado dinheiro de sua campanha, Serra reagiu: "O seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral".

Por que ele faz isso? Provavelmente para se esquivar. Com a desqualificação dos órgãos de imprensa, o tucano pretende eximir-se do imperativo de responder as perguntas que o público tem todo o direito de formular. E agora convivamos com essa: o jornal Valor Econômico é petista e está a serviço do rousseffismo. Não é possível que Serra acredite no que diz. Ou, melhor, possível talvez seja, mas é inacreditável que ele acredite no inacreditável.

Quanto aos leitores do jornal, esses então merecem apenas o desprezo. Esses leitores, que também são eleitores, bem que apreciariam bastante um esclarecimento, por parte do candidato tucano, sobre as acusações de que o ex-diretor da Dersa teria sumido com 4 milhões de reais dos cofres eleitorais do PSDB. Mas eles que vão bater em outra freguesia. Quem mandou eles lerem jornal petista?

O que nos conduz ao outra contradição.

.2.

A candidata Dilma Rousseff abriu sua mortífera participação no debate de domingo (10/10), na Rede Bandeirantes, bradando que não faz acusações sem provas. Em seguida, anunciou, em alto, muito alto, e nem tão bom som, que o ex-diretor da Dersa havia mesmo surrupiado os mencionados milhões. Não provou. Será que era mesmo verdade? Agora, a julgar pelas declarações de correligionários de Serra, eleitor é induzido a crer que tudo não passava de invenção. Será?

Recapitulemos. A história do desvio apareceu na revista IstoÉ. Até o início da semana, a versão dada na revista vinha prevalecendo. Agora, na Folha de quinta-feira (13/10), em matéria de Mônica Bergamo, um tucano de alta patente desautoriza o semanário. Escreve Mônica Bergamo:

"Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, diz que não deu essa declaração. A informação foi publicada pela revista IstoÉ. ‘Minha frase foi distorcida’, disse. Ele afirmou que mandou carta à revista e que ‘o conteúdo publicado leva a um raciocínio exatamente ao contrário’ do que afirmou. A revista não comenta."

Dilma acusou sem provas? Ou foi Eduardo Jorge que amaciou?

E quanto a José Serra? Por que não põe tudo às claras logo de uma vez?

.3.

Serra, de vez em quando, desanca uma emissora, um jornal e um programa e se põe enfezado: "Não brinco mais".

Alguém deveria avisá-lo de que, bufando assim, ele depõe contra todos os veículos aos quais dá entrevistas sem reclamar. Quando bate o pé e não fala ao Valor, alegando que o Valor é petista, ele está sugerindo que todos os outros para os quais faz o imenso favor de ditar suas sapientes declarações são todos tucanos. Sem perceber, quando acusa este ou aquele de petista, está acusando os outros de tucanos.

Mas ele provavelmente não sabe o que faz. Coisas da ideologia.

Fora isso, onde é que iríamos parar se, para dar uma entrevista, os candidatos começassem a solicitar atestados de antecedentes ideológicos aos órgãos de imprensa? O que aconteceria se Dilma Rousseff parasse de conversar com os repórteres do jornal que declarou apoio a Serra? Quer dizer então que os leitores do Valor Econômico não têm mais direito de saber que fim levaram os tais 4 milhões de reais só porque ele, Serra, acredita que o Valor faz campanha para a sua adversária?

Alguém deveria ensinar a José Serra que a liberdade de imprensa – que inclui a liberdade de perguntar o que ele não gosta de responder – inclui o direito de um jornal, se quiser, fazer campanha para Dilma Rousseff, assim como inclui o direito dele, Serra, de dizer que um jornal que notoriamente não faz campanha para Dilma Rousseff está fazendo campanha para Dilma Rousseff. Aliás, que mesmo se um jornal fizesse campanha para Dilma Rousseff, esse jornal teria o direito de perguntar a ele onde é que andam os tais 4 milhões. Se quisesse ser bem educado, Serra deveria apenas responder.

Em resumo (paradoxal): ao dizer que um diário está a serviço de Dilma e fechar a cara, insinua, inadvertidamente, que os diários para os quais sorri estão a serviço dele mesmo, obrigado.

.4.

A pauta do aborto já deu o que tinha que dar, todo mundo sabe, mas nela também reside uma incongruência que merece registro. Vamos lá.

Assim como o candidato do PSDB tenta desqualificar jornais para, com base na desqualificação, esquivar-se da pergunta, o staff rousseffista – tanto o staff pago quanto o voluntário – empenha-se em desqualificar o tema (aborto) para, com base na desqualificação, esquivar-se de dizer o que a candidata pensa disso.

Tudo bem que o nível da discussão desceu às profundezas do porão dos infernos, mas há gente que considera o assunto relevante. E então.

Pelo modo como argumentam os rousseffistas, parece que todo o falatório deveria ser abortado. Tudo seria produto de uma grande cortina de fumaça, fanatismo religioso, insanidade, loucura, irracionalismo. Tudo deveria ser ignorado. Eles se esquecem, no entanto, de que essas agendas não se propagam no vácuo. Não foi ninguém do PSDB que jogou um panfleto de uma avião em cima da Basílica de Aparecida e, com isso, conseguiu tumultuar o processo eleitoral. Eles se esquecem de que no chão, em Aparecida (SP), no Círio de Nazaré, em Belém (PA), no Brasil inteiro, existe gente que dá importância para isso. Existem homens e mulheres que, vale lembrar, têm título de eleitor e gostariam, assim, candidamente, de saber o que a Dilma acha desse negócio.

Provavelmente esses brasileiros têm noção de que não cabe ao presidente da República implantar a prática do aborto nos hospitais públicos. Elas têm alguma noção de que isso depende de lei. Mas, para elas, saber o que pensa sobre essa matéria a pessoa que vai comandar o Poder Executivo e representar o Estado é de alguma relevância. Isso, claro, na opinião delas – que é tão legítima quanto a opinião de qualquer um de nós.

Pois essa opinião deveria, também, merecer algum respeito.

.5.

Mais Folha.

O artigo de Fernando Barros e Silva, na página 2 (terça-feira, 12/10), fala do principismo e do pragmatismo na esquerda. Nesse caso, mais que paradoxo, mais que contradição, talvez devêssemos falar em antinomia. Comecemos pelo que diz o artigo, sob o título "Prática e moral: uma nota".

"Numa perspectiva de esquerda, a ‘boa política’ deve se colocar entre o principismo e o pragmatismo, rejeitando-os mutuamente. Presa só a princípios, a política se converte em dogma e cai no moralismo; indiferente a eles, se banaliza ou legitima o vale-tudo. O PT, em sua história, migrou de um polo a outro. No seu início, não fazia alianças, não deu apoio a Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, recusou-se a assinar a Carta de 1988 etc. Hoje, no poder, o partido afaga mensaleiros e aloprados, passeia de mãos dadas com oligarcas etc.

O que é mais necessário no Brasil atual: atacar o principismo (inexistente) da esquerda ou criticar o vale-tudo ético a que a ela sucumbiu sem medo de ser feliz?"

Nada a discordar. Mas a essa fórmula devemos acrescentar um elemento e subir um nível. Na cultura presente da esquerda – refiro-me à esquerda que "sucumbiu sem medo de ser feliz", aquela que soube se organizar nas fissuras do Estado, gerenciando o capital – o principismo é quem autoriza o pragmatismo. Hoje, nos ambientes de uma certa esquerda errada, o pragmatismo é um prolongamento – não uma negação – do principismo; o primeiro contradiz o segundo na prática (a ponto de promover a crença de que Sarney, Renan e Collor são um atalho para o socialismo), mas o sustenta no plano da fantasia ("Ainda bem que os companheiros Collor, Renan e Sarney nos ajudam a manter viva a bandeira universal do socialismo").

Haja paradoxo. O pragmatismo de(ssa) esquerda é incomparavelmente mais desumano que o pragmatismo da direita. Este, pelo menos, precisa atender no mínimo os fins lucrativos de alguém ali no conchavo. O pragmatismo de(ssa) esquerda cobra seu preço em nacos de consciência por uma mercadoria que não entrega, ou, na melhor das hipóteses, por uma mercadoria que não dialoga com a consciência, mas com a fé. Isso no caso dos bem intencionados, evidentemente. Os outros, já despido das boas intenções, aprenderam a lucrar – e aprenderam a fazer do pragmatismo de esquerda um pragmatismo de ultradireita revestido de universalismo. Ordenaram a corrupção com métodos bolcheviques.

Vai daí que o pior do principismo de esquerda nos nossos dias é o pragamatismo hediondo a que ele conduz – e o pior do pragmatismo de(ssa) esquerda é o principismo que o santifica.

.6.

Agora um pouquinho de Economist, que eu também estudo inglês.

Na semana passada, a revista dedicou uma página ao que chamou de "a transferência de poder no Brasil". Segundo a matéria, é líquido e (quase) certo: o poder vai passar das mãos de Lula para as mãos de Dilma Rousseff. "Os brasileiros parecem prontos a eleger a sucessora que Lula escolheu." Em sua edição, que foi fechada antes do primeiro turno, a Economist foi prudente e abriu a possibilidade de que Dilma não levasse no primeiro turno. Mas avisou: "É difícil imaginar que, no final, ela não seja a vencedora".

Talvez seja mesmo difícil, embora, você tem visto as pesquisas, bem, as pesquisas erram, erram até na margem de erro, mas, ainda assim, será que vai ser mesmo tão difícil?

O paradoxo aqui é de outra ordem. Não está nas pesquisas nem na Economist, que eu só citei para valorizar o meu artigo. Muitas outras publicações, nacionais e estrangeiras, como se costumava dizer, apostaram na mesma direção. Baseadas em pesquisas, for sure. O paradoxo está, agora, na onda de protesto que não houve. Isso mesmo: o paradoxo está no que não está. O paradoxo está no protesto que não aconteceu.

Em toda parte, o fato de a candidata de Lula não ter vencido de primeira foi interpretado como surpresa, como um susto, como um anticlímax. Sou tentado a dizer que a imprensa mundial errou sua aposta. E, atenção, errou a favor do rousseffismo. Aí é que eu pergunto, caro leitor do Observatório: você já imaginou o que aconteceria se o erro tivesse favorecido o Serra? Nós teríamos uma avalanche de denúncias da mídia planetária partidária. Circulariam artigos e mais artigos dissecando as entranhas conspiratórias da imprensa globalitária. Tudo seria apresentado como um grande golpe que fracassou.

Mas, como o erro beneficiava os rousseffistas, tudo passou assim, feito uma brisa inocente. Ou meramente desinformada. E, no fim, não foi muito mais que isso. Além de, claro, ter sido também um paradoxo.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#531 Mensagem por kssabu1 » 17 Out 2010, 22:24

Chilly Willy escreveu:http://www.cartacapital.com.br/sociedad ... s-a-beatos
Carta Capital escreveu:Candidatos a beatos

15 de outubro de 2010 às 10:58h

Nem José Serra nem Dilma Rousseff. O grande vencedor dessas eleições é o obscurantismo. Na maré da polêmica do aborto, a favor ou contra, o tucano e a petista optaram pelo proselitismo religioso. Parecem candidatos a beatos ou a papa. Bento XVI que se cuide.

Na semana do feriado de 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora, os candidatos bateram ponto na mais óbvia celebração, a Catedral de Aparecida, em São Paulo.

Ao menos Dilma absteve-se de comungar. Serra fez questão de aparecer nas fotos como um papa-hóstia.

Terá seguido o preceito religioso? As regras proíbem a comunhão quando se está em pecado. O tucano afirma não ser o motor da “guerra santa” contra a adversária movida a boataria e xingamentos – e que tem na lista de protagonistas sua mulher, Mônica Serra.

Mas a luz da santidade não paira sobre sua cabeça nesses momentos de negação. No mínimo, o presidenciável estimula a baixaria em busca de dividendos eleitorais. Na zona sul carioca, um panfleto de campanha do PSDB traz a assinatura de Serra abaixo da frase “Jesus é a verdade e a justiça”. E o mundo que imaginava que os pilares da Igreja Católica eram Pedro e Paulo.

Dilma, por seu lado, promete uma versão cristã da “Carta ao Povo Brasileiro”. Em encontro com lideranças evangélicas, acertou a divulgação de um documento no qual se compromete a vetar leis contra “os preceitos religiosos”. Nada de liberação do aborto ou
da união civil entre homossexuais.

Só faltou a defesa de punição para o sexo fora do casamento e a proibição da venda de camisinhas. Quais as chances de essa estratégia funcionar? Não terá o efeito contrário, de instigar nos fiéis a desconfiança de um compromisso feito às vésperas da decisão do segundo turno?

O certo é que a campanha petista ainda tateia um caminho para sair da defensiva. Durante o debate na Band, no domingo 10, Dilma foi mais incisiva e firme, mas os resultados ficaram aquém do esperado. Entre a quarta 13 e a quinta 14, três pesquisas de opinião foram divulgadas. A vantagem da candidata governista oscila de 9 pontos no Vox Populi (54,5% a 45,5% nos votos válidos) a 4,6 no Sensus (52,3% a 47,7%).
No Ibope, a diferença foi de 6 pontos (53% a 47%). No domingo 17, mesmo dia do segundo debate televisivo, está prevista a divulgação de uma nova pesquisa do Datafolha. A duas semanas das eleições, o rumo da disputa ficará mais claro a partir da próxima rodada de levantamentos.
A Carta Capital escreveu isto? Xiiii! A coisa vai mal mesmo. Se até quem defendia uma candidatura resolve atacá-la... Tá certo que aproveitou e atacou a outra também.
Que será de nós, independentemente de quem vença?
Quanto ao resultado, melhor esperar pra ver. Sem grandes expectativas pois há muito o que ser feito para baixar os juros (necessáriamente através de corte dos gastos governamentais, ou será que vão nos trucidar novmente com aumento de impostos?), combater a inflação e equilibrar a taxa de câmbio, o que viabilizará condiçoes para o país investir e crescer sem medidas fantasiosas.
Ou seja, vai sobrar pra nós...

kssabu1
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#532 Mensagem por kssabu1 » 17 Out 2010, 22:29

Carnage escreveu:http://www.viomundo.com.br/politica/fol ... tavel.html
Folha mente sobre o Plano Amazônia Sustentável

Imagem

Sobre a manchete eleitoral da Folha, que teve o objetivo de carrear votos de Marina Silva para José Serra:


O jornal Folha de São Paulo interpretou, de forma equivocada, os objetivos do seminário “Visão Estratégica da Amazônia” organizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Ao contrário do que sugere o texto publicado na edição de hoje, não há intenção de rever o Plano Amazônia Sustentável (PAS). A avaliação consensual dos Ministérios encarregados da execução do PAS é que as diretrizes adotadas na época de sua aprovação (08/05/2008) se demonstraram acertadas.

O PAS tem obtido resultados significativos nas mais diversas áreas de atuação governamental, tais como: redução expressiva do desmatamento, regularização fundiária, prevenção e compensação adequadas para os efeitos ambientais de projetos na área de transportes e energia, com significativa redução dos impactos originalmente previstos.

O seminário se propõe a examinar, exclusivamente em nível técnico, as ações para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, refletindo também sobre outras políticas públicas complementares. Conta com a participação exclusiva de especialistas, acadêmicos e funcionários de diversos Ministérios e agências federais com ação importante na Amazônia.

Os debates focalizam os seguintes temas: Desenvolvimento Industrial na Amazônia; Cidades, Desenvolvimento Agropecuário e Recuperação de Áreas Degradadas; Conhecimento sobre a Amazônia; Infraestrutura da Amazônia (transportes, telecomunicações e energia).

Secretaria de Assuntos Estratégicos
Claaaro! Com o desmoronamento do porto noticiado hoje pela internet deu pra ver que está sendo feito tudo direitinho, tudo certinho... O controle sobre as queimadas é perfeito, não há assoreamento ou contaminação dos rios... Sei, sei.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#533 Mensagem por Carnage » 18 Out 2010, 20:40

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... el-o-globo
O partidarismo do inacreditável O Globo

Por Rudá Ricci


Há limites em tudo na vida. E eu não me pauto por ler apenas o que penso ou quem pensa como eu. Pelo contrário. Quem viveu a ditadura militar dá valor à diferença. Mas não assino panfleto de campanha. Se desejasse contribuir para um dos dois candidatos à Presidência da República, faria doação pelos caminhos formais e legais. Mas o jornal O Globo vem usando meu dinheiro de assinante para fazer panfleto pró-Serra.

A edição de hoje passou dos limites. Uma foto editorial, de primeira página, com semblante de desânimo de Dilma, uma interpretação da pesquisa Datafolha (que para a Folha foi empate e para o Globo foi interpretado como subida de Serra), segunda matéria de capa com gastos de campanha do PT (sem citar os gastos da campanha de Serra). Uma ofensiva partidária sem igual. Voltamos aos anos 1950. Não financio campanhas.

Quero registrar que sou fonte da Rede Globo na área educacional e colaboro com a Globo News (o visitante deste blog já viu várias participações minhas que reproduzo neste espaço). Troco emails constantemente com Merval Pereira, que respeito, embora tenhamos frequentemente leituras diferentes sobre a realidade. Não vejo nada parecido com o que percebo como linha editorial partidária do jornal O Globo. O JB já faliu. Será que os editores desejam o mesmo para O Globo?

http://www.blogcidadania.com.br/2010/10 ... emocracia/
Imprensa e Justiça partidarizadas ameaçam a democracia

Posted by eduguim on 17/10/10 • Categorized as Opinião do blog


Imagem

Grande imprensa é um conceito que pode abrigar desde os maiores e mais eminentes jornais e revistas, pelo lado do jornalismo impresso, até televisões, rádios e portais de internet, pela via eletrônica – e essa imprensa está “se achando”. Na noite do dia 3 e no dia seguinte houve sensação de que jornalistas experimentavam orgasmos múltiplos e muito mal dissimulados.

Com efeito, a cúpula da grande imprensa, exclusivamente tucana, está toda cheia de si por ter conseguido levar a eleição presidencial para o segundo turno e por ter logrado o feito de ressuscitar o então moribundo José Serra – político medíocre que, a despeito da farta ajuda recebida até da Justiça Eleitoral, não deslancha a contento.

Neste segundo turno, porém, descobriu-se que uma imprensa não tão grande, mas que tampouco é pequena, inverteu a lógica de todas as outras eleições do pós-redemocratização. Em 2010, pela primeira vez há dissensão digna de nota entre as tevês abertas, os portais de internet e, ao menos, entre as revistas semanais, na falta dos grandes periódicos diários.

Pelo lado tucano, as indefectíveis televisões Globo, SBT, Gazeta e Cultura, além de rádios como a CBN e de jornais como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo, culminando com as revistas Veja e Época e com os portais de internet UOL e G1.

E há um lado que poderia ser considerado a salvação da lavoura pelo menos neste momento eleitoral. Os portais Terra e, em alguma medida, o IG, ou as televisões Bandeirantes e Record, ou as revistas IstoÉ e Carta Capital estão dando o outro lado da moeda, o que, neste momento, ao menos rompe o consenso antipetista da grande imprensa.

Contudo, o que está acontecendo é que está se materializando uma situação minuciosamente simbolizada pela imagem que encima este texto. A justaposição das capas da penúltima edição da Veja e da última edição da revista IstoÉ constitui uma bofetada na face escandalizada do povo brasileiro.

Explico: a imprensa e a Justiça Eleitoral não deveriam servir para produzir material para as campanhas políticas e sim para explicarem o processo eleitoral ao público e para lhe oferecerem exclusivamente fatos inquestionáveis que lhe possam servir de bússola no processo de escolha de candidatos.

As condenações in limine geradas pelas matérias jornalísticas tanto contra o PT de Dilma Rousseff quanto contra o PSDB de José Serra e os respectivos governos federal e de São Paulo violam um dos princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, a presunção da inocência. São aberrações jurídicas que produzem condenações independentemente de apuração e decisão da Justiça.

A imprensa, assim, torna-se braços, pernas e línguas de grupos políticos e induz a sociedade a comportamento de manada, a ímpeto linchador, a intolerância, a ódio e, pasme-se, até a fundamentalismo religioso de um tipo que tem produzido conflitos sangrentos pelo mundo afora.

A imprensa partidarizada já produziu aberrações como as vitórias de Fernando Collor de Mello em 1989, a de Paulo Maluf para prefeito de São Paulo em 1992 – vencendo Luiza Erundina com a ajuda da imprensa local – e a de Fernando Henrique Cardoso em 1998, quando venceu Lula valendo-se da imprensa, que escondeu da população que o país estava quebrado sob a administração tucana.

Todavia, ver duas grandes revistas de circulação nacional produzirem as mesmas capas, mudando apenas as cores e as caras dos políticos que atacam para beneficiar os que apóiam, mostra que o direito humano a informação ponderada, objetiva, responsável e republicana está sendo pisoteado por empresários gananciosos que certamente devem estar se beneficiando até financeiramente pelo serviço de desinformação que prestam.

Só posso lamentar o nível que a imprensa brasileira imprimiu a esta campanha eleitoral. Um país pujante como o Brasil, com todas as perspectivas que se descortinam ante seu povo, jogou fora este momento de reflexão e de busca do melhor caminho para discutir dogmas religiosos medievais e qual partido é supostamente o mais corrupto.

A imprensa partidarizada que temos hoje no Brasil é uma ameaça à democracia tanto quanto uma Justiça Eleitoral igualmente partidarizada que abriga luta intestina entre juízes e procuradores igualmente partidarizados, elevados à Suprema Corte Eleitoral e ao Ministério Público Eleitoral pela influência que os partidos exercem sobre essas instituições.

Sempre Alerta
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#534 Mensagem por Sempre Alerta » 20 Out 2010, 17:44

Em nota, PF desmente manchete da Folha sobre quebra de sigilo de tucanos

Em nota divulgada agora à tarde, a Polícia Federal desmentiu o jornal Folha de S.Paulo desta quara-feira (20), que estampou, em manchete, o seguinte título: “PF liga quebra de sigilo fiscal de tucano à pré-campanha de Dilma”.
Segundo a nota, a PF concluiu que a quebra de sigilo “ocorreu entre setembro e outubro de 2009” (quando não havia pré-campanha) e que o levantamento das informações foi utilizado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. “no interesse de investigações próprias”.
A nota diz ainda que não foi comprovada a utilização dos dados em campanha política.
“A Polícia Federal refuta qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros com distorção de fatos ou atribuindo a esta instituição conclusões que não correspondam aos dados da investigação”, afirma o texto.

Leia a íntegra:

NOTA À IMPRENSA

Sobre as investigações para apurar suposta quebra de sigilo de dados da Receita Federal, a Polícia Federal esclarece que:

1- O fato motivador da instauração de inquérito nesta instituição, quebra de sigilo fiscal, já está esclarecido e os responsáveis identificados. O inquérito policial encontra-se em sua fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal;
2- Em 120 dias de investigação, foram realizadas diversas diligências e ouvidas 37 pessoas em mais de 50 depoimentos, que resultaram, até o momento, em 7 indiciamentos;
3- A investigação identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles um jornalista;
4- As provas colhidas apontam que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias;
5- Os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política;
6- A Polícia Federal refuta qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros com distorção de fatos ou atribuindo a esta instituição conclusões que não correspondam aos dados da investigação
.

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#535 Mensagem por Carnage » 21 Out 2010, 21:15

http://www.blogdoalon.com.br/
Reciprocidade

Se o presidente pede crédito, é razoável que ele conceda outro: vai dar para acreditar melhor nas restrições de Lula ao denuncismo jornalístico se ele as reafirmar quando voltar à oposição

blog do Alon


O presidente da República voltou a tratar da imprensa. Foi a pauta de Luiz Inácio Lula da Silva num certo momento do primeiro turno, com o ápice no já histórico comício de Campinas (SP).

Depois sua excelência recuou algo, no comício de Porto Alegre (RS), talvez por vislumbrar a vitória no fim do túnel do primeiro turno. Elogiou a imprensa e prometeu que caso eleita Dilma faria um governo de unidade, com o olhar para adiante e não para trás.

Mas o PT não ganhou em 3 de outubro, e eis Lula de volta ao discurso de Campinas. E fica a dúvida. O que vai exatamente pela cabeça do presidente? Qual é o “verdadeiro” Lula? O de Campinas ou o de Porto Alegre?

Lula lamenta que a imprensa acuse sem provas. É verdade, o jornalista não pode esperar o julgamento definitivo, em última instância, pelo Judiciário. Tem que publicar antes. E isso embute risco brutal de cometer injustiça.

É do que se trata quando a liberdade de imprensa entra na agenda do debate doutrinário. Qual o equilíbrio ótimo entre o direito de falar, ou escrever, e o direito à imagem, à privacidade, à honra? O Supremo Tribunal Federal tem decidido que o primeiro prevalece sobre o segundo, e que os eventualmente atingidos busquem reparação judicial.

Já o governo ensaia de tempos em tempos estimular algum tipo de controle social sobre a atividade jornalística, fora os controles judiciais já existentes a posteriori. O governo tem o direito de propor esse debate, mas também aqui a dúvida mora nos detalhes. Especialmente num: quem exatamente vai controlar a imprensa em nome da sociedade?

Nada há de ilegítimo em Lula pedir uma imprensa cautelosa, e pelo menos num aspecto sua excelência tem razão. Os jornais dos países mais desenvolvidos não têm a nossa obsessão por escândalos.

Uns dizem que é por haver ali menos matéria-prima para escândalos. Outros, que se trata da diferença entre o bom e o mau jornalismo.

Mas a fala presidencial embute um detalhe complicado, quando visto de um ângulo histórico: Lula e o PT construíram toda uma carreira na oposição explorando eficazmente a tendência de o jornalismo operar, digamos, no limite da irresponsabilidade.

Nunca se incomodaram, desde que fosse contra os adversários.

Claro que todo mundo pode mudar de ideia. Mas fatos são fatos. Quando estava na oposição, Lula não via problema em reportagens que criavam embaraços aos inimigos, não saía a exigir provas e pedir prudência a cada acusação contra os governos Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar ou Fernando Henrique.

O presidente pode dizer — e não há como duvidar — que só no governo entendeu melhor o prejuízo causado ao país por uma imprensa irresponsável. Mas se sua excelência pede esse crédito, é razoável que conceda outro, por reciprocidade.

Vai dar para acreditar mais e melhor nas restrições de Lula ao denuncismo jornalístico se ele as reafirmar a partir do dia em que, não se sabe quando, estiver de volta à oposição.

Sempre Alerta
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#536 Mensagem por Sempre Alerta » 22 Out 2010, 09:51

O QUE VOCÊ NÃO VERÁ NA GLOBO, NA VEJA, NO UOL, NO ESTADÃO E NA FOLHA DE SÃO PAULO
Dossiê contra Serra foi tramado no Estado de Minas

http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje ... e-1.190261

PF descobre que Estado de Minas pagou passagens do jornalista do dossiê

http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje ... e-1.190542

Adam West
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#537 Mensagem por Adam West » 22 Out 2010, 23:50

Veja é repulsiva por motivos óbvios (o principal é que mais da metade da revista são anúncios! :roll: ). E já vi muitos "comunistas de boteco" louvarem a Isto É, como se ela dissesse nada mais do que a verdade... oras é muito fácil aceitar como fonte confiável de informações um veículo que escreva aquilo que você quer ler. Como se Carta Capital, Caros Amigos e outros também não fossem tendenciosos para o outro lado da moeda! Me poupem!

Você é forçado a ler de tudo, de TODAS as vertentes polít... digo, jornalísticas, para ter uma posição coerente sobre cada fato narrado. E deveria SIM, haver um Conselho Nacional de Jornalismo para punir responsáveis por abusos! Mas a menor menção da ideia faz os blogueiros, jornalistas e grandes formadores de opinião terem chilique. É fácil espalhar um factóide e não responder pelos atos mais tarde, não é mesmo? Se você como cidadão começar a falar tudo o que pensa, cedo ou tarde pode receber um processo nas costas. Por que isso não ocorre com os editores de jornais? O direito de liberdade de expressão não é nem nunca será absoluto.

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#538 Mensagem por Chilly Willy » 23 Out 2010, 23:25

http://www.observato...p?cod=612JDB010




Observatório da Imprensa escreveu:O atentado de Campo Grande

Por Luciano Martins Costa em 21/10/2010

Foi mais ou menos como num jogo de futebol: o zagueiro encosta no atacante, o atacante se atira dentro da área, rolando, se contorcendo, na esperança de que o árbitro apite um pênalti. Mas as câmaras são soberanas. Elas mostram que o zagueiro mal tocou no centroavante, que o atacante se atirou, que não está machucado, que está simulando. Ainda assim, alguns narradores gritam: "Pênalti!". E no dia seguinte, os analistas vão bater boca o dia inteiro: foi, não foi, o juiz acertou, o juiz roubou.

Na cena reproduzida pelo Jornal da Record, o candidato José Serra vem caminhando, sorridente, pela rua do comércio de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Vem cercado de correligionários e seguranças. Mais adiante, seu caminho está bloqueado por uma passeata de petistas, que podem ser identificados por suas bandeiras vermelhas.

A comitiva do candidato oposicionista segue na direção dos adversários, arma-se um rápido entrevero, no qual um petista é agredido por três acompanhantes do candidato Serra, que está abrigado à porta de uma loja.

Apartam-se as brigas, Serra retoma a caminhada.

Então, alguma coisa o atinge na cabeça.

Pela câmara da TV Record, observa-se que o candidato apenas passa a mão na cabeça, constatando que não está ferido. É levado, então, por seus acompanhantes para um hospital.

Corta para o médico que o atendeu. A frase é clara: ele não tem nem um arranhão. A reportagem esclarece: o candidato foi atingido por um rolinho de plástico, um desses adesivos de campanha amarrotado.

Agora, a mesma cena no Jornal Nacional, da TV Globo: tudo quase igual, exceto no momento em que José Serra é atingido. Substitui-se, então, a imagem em movimento, que mostra apenas um susto da vítima, por uma fotografia, tirada de cima para baixo, de efeito muito mais dramático.

Quando chega o trecho da entrevista do médico, sua voz desaparece e em lugar da versão oficial do hospital entra o locutor, que apaga a informação de que o canditado não sofreu sequer um arranhão e a substitui por uma versão mais grave. A encenação se completa com o candidato sendo entrevistado, sob uma tensa luz azulada, com olhar de vítima.

Simulando uma contusão

O episódio, condenável sob todos os aspectos, deve, no entanto, ser visto como resultado da irracionalidade e radicalização da campanha eleitoral.

Mas as versões apresentadas pela imprensa merecem uma análise à parte.

Uma curiosidade: quem teria descido do Olimpo global para comandar a edição de tão importante reportagem? Que critérios do manual de ética e jornalismo da Rede Globo foram brandidos para justificar a transformação de um episódio banal, mais do que esperado no ambiente de conflagração que os próprios candidatos andaram estimulando, em uma crise republicana?

As evidentes diferenças nas edições do Jornal Nacional, muito mais dramático, e do Jornal da Record, que tratou o episódio com mais naturalidade, sem deixar de condenar os excessos de militantes, têm a ver com jornalismo ou com engajamento eleitoral?

No boletim online do Globo, distribuido às 14h18 da quarta-feira, "Serra é agredido durante enfrentamento de militantes em ato de campanha no Rio".

Na edição de papel, primeira página do Globo, "Serra é agredido por petistas no Rio". No complemento, a informação alarmante: por orientação médica, o candidato cancelou o resto da agenda e submeteu-se a uma tomografia num hospital da Zona Sul.

Título na primeira página do Estadão: "No Rio, petistas agridem Serra em evento".

Na Folha, em foto menos dramática, "Serra toca local em que foi atingido por um rolo de adesivos…"

Quanto pesa um adesivo de campanha enrolado? Cinco, dez gramas?

E a tomografia? É resultado da conhecida hipocondria do ex-governador ou parte da estratégia para transformar um episódio grotesco e banal em atentado político? Como uma bolinha de papel, dessas que os alunos atiram uns nos outros nas salas de aula, poderia virar motivo de comoção nacional?

Em seu artigo na edição desta quinta-feira [21/10] da Folha de S.Paulo, a colunista Eliane Cantanhêde transforma o projétil de papel em "bandeirada" na cabeça e afirma que José Serra, literalmente, apanhou na rua.

Quanto vale um jornalismo dessa qualidade?

A chamada grande imprensa perdeu completamente as estribeiras.

Carnage
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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#539 Mensagem por Carnage » 24 Out 2010, 15:07

Globo desmente Lula: "Serra foi ferido em tumulto no Rio.", afirma perito Ricardo Molina.
http://www.youtube.com/watch?v=83_DJCRJ_TA

http://www.youtube.com/watch?v=2z6SbyRHmZk

http://www.cartacapital.com.br/politica ... a-de-papel
SBT reafirma que única agressão foi a bolinha de papel
Redação Carta Capital 21 de outubro de 2010 às 20:58h


Reportagem do canal acompanhou toda a caminhada de Serra e não registrou nenhum outro incidente com o tucano

O telejornal SBT Brasil desta quinta-feira 21, apresentado por Carlos Nascimento e Karyn Bravo, reafirmou em reportagem que a única agressão sofrida pelo candidato tucano José Serra em caminhada no Rio de Janeiro foi a bolinha de papel registrada pelo cinegrafista do canal. A reportagem afirma que acompanhou todo o resto da caminhada e apenas após receber um telefonema o tucano levou a mão a cabeça. Serra cancelou a sua agenda e foi atendido em dois hospitais particulares.

Assista a reportagem: http://www.sbt.com.br/jornalismo/notici ... +por+Serra
http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2 ... panha.html
Serra culpa Lula por violência; presidente vê "farsa" em agressão
21 de outubro de 2010 • 15h51 • atualizado em 22 de outubro de 2010 às 00h51

Marcela Rocha
Direto de Maringá


O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela onda de violência na campanha eleitoral. "O fato de o presidente da República se jogar de corpo e alma no processo eleitoral, ao invés de se dedicar ao País, e incitar que os adversários sejam destruídos, como ele tem feito, e tem vários exemplos nesse sentido, só contribui para esse clima de violência", disse o tucano após evento com cooperativas agrícolas em Maringá, no Paraná, às 15h.

Serra se referia a caminhada que acabou em pancadaria entre os militantes do PSDB e do PT, na quarta (20), em Campo Grande, no Rio de Janeiro. No meio da confusão, uma bolinha de papel, ou uma bolinha de fita adesiva - avaliar conforme a versão - acertou a cabeça do candidato.

Minutos antes, por volta das 14h, o presidente Lula disse que o episódio envolvendo Serra no Rio era uma "farsa". "A mentira que foi produzida ontem pela equipe de publicidade do candidato José Serra é uma coisa vergonhosa (...) aliás, ontem deveria ser denominado o dia da farsa, o dia da mentira", declarou o presidente após inauguração do Polo Naval de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Lula lembrou as reportagens que mostraram uma bolinha de papel em direção ao candidato tucano. "Primeiro bateu uma bola de papel na cabeça de candidato, ele nem deu toque para bola, olhou para o chão e continuou andando. Vinte minutos depois esse cidadão recebe um telefonema, deve ser o diretor de produção dele que orientou que ele tinha que criar um factoide. Ele bota a mão na cabeça e vai ser atendido por um médico", disse. Leia aqui.

Serra afirmou que o "outro lado" da disputa é quem está acirrando a campanha o tempo inteiro e que fazem isso através de mentiras. "É a maior campanha de mentiras que eu já vi na minha vida. São profissionais da mentira. E são também profissionais da violência. Já houve várias situações aonde fizeram agressões e intimidações", disse.

Sobre o episódio desta quarta-feira (20), em que militantes tucanos e petistas entraram em conflito durante campanha do PSDB no Rio de Janeiro, o candidato disse que "passaram da medida". "Ontem, passaram da medida, inclusive pelo tipo de gente que foi levada lá. Eram profissionais. Quer dizer, agentes de repressão, da atividade de reprimir, e o incidente todo comigo foi apenas um exemplo", acusou.

O ex-governador paulista que foi atingido na cabeça por uma bolinha de papel, ou uma bolinha de fita adesiva - avaliar conforme a versão - reiterou que o ocorrido foi feito por "gente preparada para intimidar" e afirmou que as mentiras e o modelo de campanha adotado pelo PT se traduziram em violência. O tucano disse também que as pessoas que entraram em conflito com sua comitiva eram "treinadas para isso" e caracterizou como "tropas de choque, de assalto".

Ao chegar ao evento, Serra se desculpou pelo atraso de cerca de duas horas. Disse que gravou até tarde da noite desta quarta para o horário eleitoral gratuito e que nesta manhã precisou refazer algumas imagens. O tucano afirmou que nesta reta final tem gravado todos os dias. Para uma plateia composta majoritariamente por produtores agrícolas, ele disse ser vítima de mentiras a respeito da privatização. "Se tem um partido que curtiu e curte as privatizações num mau sentido é o PT".

Além disso, o tucano colocou que quer fortalecer as cooperativas de crédito, a infraestrutura de portos e aeroportos para "estimular fortemente o comércio" e aproveitou também para criticar as ocupações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a necessidade de negociação judicial pela reintegração de posse. Assim como fez para os prefeitos de Minas Gerais, voltou a falar do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e criticou o governo: "não tem nada de bancar o papai Noel com o dinheiro das prefeituras. Fazer gentileza com o chapéu alheio".

Lula compara Serra a jogador

O presidente comparou ainda o episódio com o ex-goleiro da seleção chilena, Roberto Rojas, que fingiu ser atingido por um sinalizador em 1989, em um jogo entre Brasil e Chile. "Venderam o dia inteiro que esse homem tinha sido agredido. Se vocês não viram ainda, vocês pegam o que foi divulgado e assistam para ver que é uma mentira mais grave do que a mentira do que a do Rojas, o goleiro do Chile, que no Maracanã caiu e fingiu que um foguete tinha atingido ele", afirmou o presidente.


http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas ... -isso.jhtm
Assessoria diz que Serra foi atingido 2 vezes e vídeo não mostra isso
Do UOL Eleições
Em São Paulo


A campanha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, negou nesta quinta-feira (21) que o tucano tenha sido atingido apenas por uma suposta bola de papel. Um vídeo do SBT exibe esse momento, num tumulto com militantes petistas no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro.

Segundo a assessoria tucana, Serra foi atingido duas vezes, pela bola de papel e, num outro momento, por um outro objeto mais pesado.

“Esclarecemos que a imagem que o SBT veiculou e o UOL registra em sua home como sendo a do momento da agressão ao candidato José Serra, ontem, em Campo Grande, no Rio de Janeiro, foi gravada no início da caminhada, 15 a 20 minutos antes de que ocorresse o arremesso do objeto que efetivamente motivou a interrupção da agenda”, informou.

Após o incidente de quarta-feira (20), Serra cancelou sua agenda no Rio de Janeiro e fez exames com um de seus médicos de confiança, Jacob Kligerman, secretário da Saúde na gestão do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM). O médico recomendou repouso ao tucano por 24 horas.

Nas imagens do SBT, um objeto semelhante a uma bola de papel atinge Serra na cabeça. O tucano prossegue sua caminhada, da qual desistiria mais tarde, depois do acirramento do confronto entre petistas e seguranças de sua campanha. A emissora liga as imagens do candidato com as mãos na cabeça a um telefonema que recebeu.

A assessoria de imprensa do presidenciável negou que as imagens captadas sejam as do momento que levou Serra a pedir atendimento médico. Mas não forneceu detalhes sobre o incidente que gerou ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenciável Dilma Rousseff (PT), mais cedo.

O UOL Eleições encaminhou perguntas sobre o incidente à assessoria de imprensa de Serra, para esclarecer dúvidas pendentes sobre o assunto, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Testemunha

Aliado do presidenciável, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) estava ao lado dele durante o incidente em Campo Grande. Questionado pelo UOL Eleições sobre se tinha visto algum objeto acertar a cabeça de Serra durante o trajeto, ele respondeu: “Não”. “Me preocupei com a cabeça dele”, afirmou.

O deputado disse que o incidente durou cerca de cinco segundos e que as imagens do SBT mostram momento diferente da caminhada. “Eu estava ao lado dele e vi que ele colocou a mão na cabeça na hora, sentiu dor. Disse que estava tonto, e os seguranças o protegeram para que entrasse na van. Aparentemente estava um pouco inchado, mas não tenho condições de avaliar”, disse.

http://noticias.r7.com/eleicoes-2010/no ... 01021.html


http://www.viomundo.com.br/humor/em-men ... 05-kg.html
Em menos de 24 horas, objeto sólido que atingiu Serra encolheu de 2kg para 0,5 kg

por Luiz Carlos Azenha


Houve um segundo objeto, alega o PSDB.

Índio da Costa, o candidato a vice, tinha dito ontem (segundo a Folha) que o objeto tinha 2 kg.

Hoje, em Curitiba, José Serra encolheu o objeto: 0,5 kg.

E a Globo — sempre a Globo — transformou um borrão da Folha em um objeto definido: um rolo de fita.

Veja o vídeo da Folha:

http://www.youtube.com/watch?v=MQy9ZKcK ... r_embedded

A Globo fez um efeito visual na imagem para dar forma ao objeto. E colocou um rolo de fita na mão do perito Ricardo Molina para levar o telespectador a acreditar que o borrão registrado na imagem feita com celular por um repórter da Folha era um rolo de fita!

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Reprodução do momento em que o Jornal Nacional transformou um objeto indefinido em um objeto com forma.

Agora acompanhem o momento em que o objeto indefinido acima se transforma em um rolo de fita:

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A dedução lógica é que o rolo de fita, de 0,5 kg, atingiu o candidato e não deixou hematoma.

Não estou desacreditando nesta versão, não, embora as testemunhas citadas pelos jornais de hoje — Folha, Estadão e O Globo — tenham sido incapazes de precisar o objeto ou o peso dele. Nem repórteres, nem fotógrafos viram. Nem o Gabeira, que estava por perto, viu exatamente o que aconteceu.

E o segundo objeto que teria acertado Serra — primeiro com 2kg, agora com 0,5kg — parece ter batido no topo da cabeça, não na lateral esquerda onde o médico que atendeu o candidato localizou o impacto (consistente com o que parecia uma bolinha de papel).

Agora ouça a entrevista de José Serra em Curitiba, em que ele estima que o peso do objeto era de meio quilo. E era de plástico, embora aparentemente ele não tenha tocado no objeto a não ser com a cabeça:

http://www.youtube.com/watch?v=LyBdBT6L ... r_embedded


http://www.conversaafiada.com.br/brasil ... iva-do-jn/
José Antonio Meira da Rocha. Professor de Jornalismo Gráfico da Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Educação Superior Norte-RS (UFSM/CESNORS), campus de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil.

Toda a produção jornalística pode ser digitalizada. Tudo o que é publicado está à mercê de chatos que salvam, gravam, colecionam, digitalizam com plaquinhas de 120 reais. Como eu, que gosto de gravar TV na minha Pixelview PlayTV Pro.

Por isso, hoje, é inconcebível que a grande imprensa, sofrendo há muito com as mudanças provocadas pela digitalização, tente enganar seu digitalizado público com armações grotescas como esta aprontada pelo Jornal Nacional de 2010-10-22, com ajuda da Folha.com e do repórter Ítalo Nogueira.

Será que a velha mídia não se dá conta que qualquer pessoa pode gravar TV e passar quadro-a-quadro? E que, fazendo isto, a pessoa pode ver que não há nenhum rolo de fita crepe sendo atirado contra o candidato José Serra? Que o detalhe salientado em zoom numa extensa matéria de 7 minutos não passava de um artifact de compressão de vídeo sobreposto à cabeça de alguém ao fundo? Que não se vê no vídeo quadro-a-quadro nenhum objeto indo ou vindo à cabeça do candidato?

E a Globo ainda vai procurar a opinião de um “especialista” de reputação duvidosa…

Tudo pode ser digitalizado, menos a credibilidade de um veículo jornalístico. E este único ativo que sobra à velha mídia, ela joga fora…

Veja a sequência abaixo e tente encontrar o rolo de fita voando em direção à cabeça do candidato.

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Observe aquela cabeça atrás de Serra…
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Cadê o rolo chegando na cabeça de Serra, que deveria estar neste quadro?
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Fita mágica atinge John Fitzgerald Serra (imagem TV Globo/Folha.com)
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Cadê o rolo saindo da cabeça de Serra, que deveria estar neste quadro?
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http://www.youtube.com/watch?v=VSQD2sRN ... r_embedded


http://www.rodrigovianna.com.br/outras- ... kamel.html
Serra e as bolinhas do Kamel

publicada sexta-feira, 22/10/2010 às 09:10 e atualizada sexta-feira, 22/10/2010 às 10:37

por Mauro Carrara


Nas ruas, nas praças, nas construções: a Rede Globo de Televisão causa estarrecimento, repulsa e vergonha alheia.

Nesta eleição presidencial, seguindo o exemplo dos jornais Folha de S. Paulo e Estadão, bem como dos veículos midiáticos da editora Abril, a empresa da família Marinho transformou sua programação em complemento desesperado e mal disfarçado da propaganda de José Chirico Serra e do PSDB.

Ao perceber o crescimento de Dilma Rousseff na preferência do eleitorado, o comando tucano resolveu tentar soluções “heterodoxas”, isto é, gerar fato novo que desviasse a atenção das vulnerabilidades da campanha serrista, como o caso Paulo Preto e a entrega anunciada de Itaipu, Banco do Brasil e Petrobrás a piratas de agência de pilhagem como a Warburg Pincus.

1 ) Obviamente, a encenação foi realizada no Rio de Janeiro, com o apoio tático e logístico de Cesar Maia, especialista na criação de factoides dessa natureza. Em 2007, apresentei na rede inúmeros testemunhos de que o ex-prefeito do Rio havia tramado o episódio das vaias a Lula na abertura do Pan.

2 ) Qualquer analista político sabe que Serra nada tinha que fazer no calçadão de Campo Grande, exceto atrair a ira de setores da população abandonados e humilhados durante o governo de FHC.

3 ) O caso dos “mosquiteiros” é motivo de revolta até hoje no Rio de Janeiro, onde Mr. Burns é também conhecido como Mr. Dengue.

4 ) Todos os jornalistas presentes ao local perceberam uma quantidade excessiva de seguranças contratados pela máquina tucana. Agiram, desde o início de forma ostensiva, violenta e provocativa.

5 ) O ridículo episódio da bolinha de papel, cristalinamente gravado pelas câmeras do SBT, atesta que o suposto agressor não tinha interesse em ferir o candidato. Interessante que nenhum dos dezenas de seguranças do PSDB o tenha capturado.

6 ) Boa parte dos jornalistas presentes, inclusive aqueles do próprio SBT, sustentam que Serra não foi alvejado uma segunda vez.

7 ) Tanto a bolinha de papel quanto o objeto transparente (e invisível) criado pelo consórcio Folha-Globo para enganar o eleitor teriam colidido com uma região da cabeça diferente daquela que Serra aponta em seu teatro de coitadismo bufo.

8 ) Ainda que tivesse existido um segundo objeto, não é possível acreditar que tivesse dois quilos ou mesmo meio quilo, conforme divulgou o comando da campanha tucana da Globo e da Folha de S. Paulo.

9 ) Ainda que um suposto rolinho de fita adesiva tenha resvalado em Serra, o brasileiro mais inteligente pergunta: onde está o hematoma na cabeça do candidato? Sumiu de um dia para o outro? Justificaria uma tomografia?

O suposto atentado a Serra-Rojas constituiu-se na peça mais patética da campanha midiática. E expôs também todo o desespero e a desonestidade que marcam a participação de Folha de S. Paulo e Globo na eleição presidencial.

Tentam, tentam e tentam fazer o cidadão de otário. Procuram zombar de sua inteligência e bom senso.

Mais estarrecedora, no entanto, é a passividade TSE, completamente cego aos atentados eleitorais cometidos pelo grupo Globo-Abril-Folha-Estado.

Ali Kamel, o cérebro destrutivo que coordena William Bonner e Fátima Bernardes, tenta suas últimas cartadas.

Ele tem outras bolinhas nas mãos, estas ocas e vermelhas. Tenta colá-las no seu nariz.

http://www.youtube.com/watch?v=CwcIELvB ... r_embedded

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Re: A imprensa e grande mídia no Brasil

#540 Mensagem por Sempre Alerta » 27 Out 2010, 13:59

Carlos Moura, da mineira Além Paraíba, faz hoje numa carta aberta ao jornalista Ricardo Noblat, respondendo a uma agressão insólita e desnecessária que fez, ontem, em seu blog, a Lula, dizendo que lhe falta, desde que decidiu eleger Dilma, “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.

Noblat

Quem é você para decidir pelo Brasil (e pela História) quem é grande ou quem deixa de ser? Quem lhe deu a procuração? O Globo? A Veja? O Estadão? A Folha?

Apresento-me: sou um brasileiro. Não sou do PT, nunca fui. Isso ajuda, porque do contrário você me desclassificaria, jogando-me na lata de lixo como uma bolinha de papel. Sou de sua geração. Nossa diferença é que minha educação formal foi pífia, a sua acadêmica. Não pude sequer estudar num dos melhores colégios secundários que o Brasil tinha na época (o Colégio de Cataguases, MG, onde eu morava) porque era só para ricos. Nas cidades pequenas, no início dos sessenta, sequer existiam colégios públicos. Frequentar uma universidade, como a Católica de Pernambuco em que você se formou, nem utopia era, era um delírio.

Informo só para deixar claro que entre nós existe uma pedra no meio do caminho. Minha origem é tipicamente “brasileira”, da gente cabralina que nasceu falando empedrado. A sua não. Isto não nos torna piores ou melhores do que ninguém, só nos faz diferentes. A mesma diferença que tem Luis Inácio em relação ao patriciado de anel, abotoadura & mestrado. Patronato que tomou conta da loja desde a época imperial.

O que você e uma vasta geração de serviçais jornalísticos passaram oito anos sem sequer tentar entender é que Lula não pertence à ortodoxia política. Foi o mesmo erro que a esquerda cometeu quando ele apareceu como líder sindical. Vamos dizer que esta equipe furiosa, sustentada por quatro famílias que formam o oligopólio da informação no eixo Rio-S.Paulo – uma delas, a do Globo, controlando também a maior rede de TV do país – não esteja movida pelo rancor. Coisa natural quando um feudo começa a dividir com o resto da nação as malas repletas de cédulas alopradas que a União lhe entrega em forma de publicidade. Daí a ira natural, pois aqui em Minas se diz que homem só briga por duas coisas: barra de saia ou barra de ouro.

O que me espanta é que, movidos pela repulsa, tenham deixado de perceber que o brasileiro não é dançarino de valsa, é passista de samba. O patuá que vocês querem enfiar em Lula é o do negrinho do pastoreio, obrigado a abaixar a cabeça quando ameaçado pelo relho. O sotaque que vocês gostam é o nhém-nhém-nhém grã-fino de FHC, o da simulação, da dissimulação, da bata paramentada por láureas universitárias. Não importa se o conteúdo é grosseiro, inoportuno ou hipócrita (“esqueçam o que eu escrevi”, “ tenho um pé na senzala” “o resultado foi um trabalho de Deus”). O que vale é a forma, o estilo envernizado.

As pessoas com quem converso não falam assim – falam como Lula. Elas também xingam quando são injustiçadas. Elas gritam quando não são ouvidas, esperneiam quando querem lhe tapar a boca. A uma imprensa desacostumada ao direito de resposta e viciada em montar manchetes falsas e armações ilimitadas (seu jornal chegou ao ponto de, há poucos dias, “manchetar” a “queda” de Dilma nas pesquisas, quando ela saiu do primeiro turno com 47% e já entrou no segundo com 53 ) ficou impossível falar com candura. Ao operário no poder vocês exigem a “liturgia” do cargo. Ao togado basta o cinismo.
Se houve erro nas falas de Lula isto não o faz menor, como você disse, imitando o Aécio. Gritos apaixonados durante uma disputa sórdida não diminuem a importância histórica de um governo que fez a maior revolução social de nossa História. E ainda querem que, no final de mandato, o presidente aguente calado a campanha eleitoral mais baixa, desqualificada e mesquinha desde que Collor levou a ex-mulher de Lula à TV.

Sordidez que foi iniciada por um vendaval apócrifo de ultrajes contra Dilma na internet, seguida das subterrâneas ações de Índio da Costa junto a igrejas e da covarde declaração de Monica Serra sobre a “matança de criancinhas”, enfiando o manto de Herodes em Dilma. Esse cambapé de uma candidata a primeira dama – que teve o desplante de viajar ao seu país paramentada de beata de procissão, carregando uma réplica da padroeira só para explorar o drama dos mineiros chilenos no horário eleitoral – passou em branco nos editoriais. Ela é “acadêmica”.

A esta senhora e ao seu marido você deveria também exigir “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.

Você não vai “decidir” que Lula ficou menor, não. A História não está sendo mais escrita só por essa súcia de jornais e televisões à qual você pertence. Há centenas de pessoas que, de graça, sem soldos de marinhos, mesquitas, frias ou civitas, estão mostrando ao país o outro lado, a face oculta da lua. Se não houvesse a democracia da internet vocês continuariam ladrando sozinhos nas terras brasileiras, segurando nas rédeas o medo e o silêncio dos carneiros.

Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG

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