Pô, o Plano Marshall deu certo, o que já é mais do que se pode dizer de certas ideologias. Se ao dar certo estava afastando o comunismo, melhor ainda. Queriam que deixassem a Europa quebrada, pra ela virar comunista e quebrar mais ainda?Nosferato escreveu:É notório que, após a segunda guerra mundial, os EUA se viram obrigados a auxiliar na reconstrução da Europa, através de medidas como o Plano Marshall, sendo, concomitantemente, construído o chamado estado do bem estar social, pois era necessário realizar concessões aos trabalhadores em virtude do perigo vermelho que vinha do leste europeu
Sim, e a URSS quebrou justamente porque o perigo vermelho era, bem, um perigo mesmo. Quem tentou quebrou a cara e faliu. Isso é o que eu chamo de perigo!Nosferato escreveu:A social democracia, que implementou inúmeros benefícios ao povo europeu, foi o preço de se conter o fantasma de uma possível revolução socialista, algo que sempre assombrou o ocidente no pós-guerra. Com o colapso da ex-URSS, o “perigo vermelho” aos poucos foi se esvaecendo
Na verdade foi exatamente o contrário. No pós-guerra os países europeus que abriram suas economias e diminuíram o peso do estado foram os que mais cresceram (Inglaterra), enquanto os que se fecharam e aumentaram o tamanho do estado tentando manter uma situação insustentável se deram mal e hoje buscam formas de mudar (França)Nosferato escreveu:período que coincidiu com a implantação das políticas neoliberais, nos idos da década de oitenta, que se consistiam basicamente na destruição do estado do bem estar social, uma “política de contenção” já desnecessária, pois o fantasma de Lênin já não assombrava mais as classes dominantes. Como era de se esperar o neoliberalismo, disfarçado de administração moderna, acirrou a desigualdade social, empobreceu a população no geral, enquanto que uma minoria viu seus lucros recrudescerem astronomicamente
A Argentina foi à bancarrota como resultado de implementar a pior idéia cambial de todos os tempos, a paridade entre o dólar e o Austral (depois peso). Ao invés de ser liberal e manter o governo fora do câmbio, resolver achar que se controla a economia por decreto e faliu. Não foi nada surpreendente.Nosferato escreveu:É claro que no terceiro mundo, por motivos óbvios, as conseqüências foram muito mais nefastas, como exemplo podemos citar a Argentina, que foi à bancarrota
Sobre o FHC, vide post acima.Nosferato escreveu:ou os próprios tempos de “FHnistão”, que quase quebraram o Brasil.
De Bolívia eu entendo. Eu estava na Bolívia durante esses protestos e toda essa crise. Pobre país, aliás, são tão vesgos que chamam o Brasil de imperialista. Nada como culpar sempre um inimigo externo. Voltado à Cochabamba, o que aconteceu na verdade foi um pouco diferente desse discurso de "pobres-latinos-massacrados-por-multinacionais". Água é meio raro por lá, é territória andino e não é fácil coletar e distribuir água. O governo fazia isso barato mas mal, da mesma forma que o Brasil quando as telecomunicações eram estatais (alguém lembra de declarar telefone no Imposto de Renda?). O resultado é que poucos tinham acesso à agua. Quando chamaram essa empresa, foi porque não tinham grana para aumentar a rede de distribuição e coleta de água. Os caras fizeram as obras, como a represa de Miscuini (ou algo assim), e quando foram cobrar conforme combinado, esqueceram que tinham prometido pagar e deu no que deu. Quem ficou no preju foi a empresa que fez obras e teve que abandonar tudo. Depois estranham quando ninguém quer investir por lá. Sem investimentos, o povo fica pobre, não consegue educar seus filhos e o resultado é o Morales.Nosferato escreveu:Na Bolívia, por exemplo, mais precisamente em Coxabamba, o que a população poderia esperar de um governo que privatizou a água, que fez com que doenças que já haviam sido erradicadas retornassem a assombrar a população mais pobre, pois sem dinheiro para a conta de água, que aumentou 200%, a população era obrigada a usar água de córregos sem tratamento, fato que conduziu milhões a protestarem nas ruas; como resposta, o governo enviou o exército que massacrou os insurgentes.
É difícil ter alternativas que funcionam quando neoliberal é um palavrão e nenhum partido tem os culhões de se declarar de direita. Depois de décadas de cantilena da esquerda, pega mal com o eleitorado.Nosferato escreveu:Foi justamente esse processo histórico, relacionado à implementação das políticas neoliberais, que abriu caminho para as eleições de políticos como Lula, Chaves, Morales, Kirchner, estes que surgiram muito mais do fracasso do neoliberalismo terceiro-mundista do que propriamente das próprias propostas, ou seja, surgiram não como uma opção, mas como a ausência total de alternativas.
Eu acho que o capitalismo não está em crise, o que está em crise são as ideologias que fracassaram em todo o mundo. Os países capitalistas estão fortes e crescendo. O primeiro mundo é todo capitalista. Que crise é essa?Nosferato escreveu:A crise do capitalismo, doravante, acentuar-se-á
O consumo é o que sustenta uma economia forte. Não sei qual é o bem ou serviço que comercializas para viver, mas imagino que não ias gostar muito se parassem de consumir esse bem ou serviço. Claro que pimenta nos olhos dos outros é colírio... "Parem de consumir, menos o que eu comercializo".Nosferato escreveu:pois a despeito de um terço da população mundial encontrar-se de estômago roncando, produção e consumo superam a capacidade de reposição da biosfera, isso em virtude da venda de um estilo de vida insustentável pautado pelo “consumir-para-ser”.
E quanto à reposição da atmosfera, imagino que estás te referindo ao aquecimento global, que dá um tópico por si só e que só para adiantar, na minha opinião não é bem assim.
P.S.: O que o amigo acha do Fidel?