Nas últimas quatro décadas, a sociedade sofreu transformações incríveis. Partindo de 1961, por exemplo, a mulher passou a não ser mais dependente do marido. Tornou-se comum o reconhecimento dos filhos adulterinos. Mães solteiras são socialmente toleradas. A mulher passa a dirigir automóvel, ingere bebida alcoólica e fuma naturalmente em locais públicos.
Antigamente, nem se podia pensar em casamento sem cerimônia religiosa ou a mera união civil estável. Namorar, só no sofá da sala, na frente dos pais. Nem uma encochadinha rolava. Relacionamento homossexual e opção sexual diversa - um horror para os antigos - hoje têm proteção jurídica. Discriminá-los atualmente constitui crime. O adultério tornou-se prática comum. Casar-se e descasar-se é relativamente natural, assim como “ficar” por uma noite. Adolescentes que namoram dentro de casa fazem sexo em seus quartos, com a aceitação dos pais. Eu mesmo, por exemplo, dentre a mobília do quarto do meu filho de 12 anos, já pus uma cama de casal. “Galinhar” hoje não é tão grave. Há “Clube das Mulheres” em vários cantos do mundo, onde rola muita depravação. A cada minuto a mídia nos bombardeia com imagens de bundas, bucetas e peitos. O futebol passou a ser praticado por mulheres. Enfim, o sexo é o principal foco de vários segmentos e interesses.
Depois de todas essas mudanças, quebra de várias crenças e muitos preconceitos que sequer se imaginava nas décadas de 50/60, confesso que eu não sei por que a sociedade ainda não aceita naturalmente a prática do sexo pago, do qual somos adeptos e coadjuvantes, aliás a razão de existência do nosso fórum, principalmente num sistema radicalmente capitalista.
Uma mulher pode ter filhos com vários homens, posar nua para fotos de revistas masculinas e mostrar até o intestino numa foto, mas se falar publicamente que faz da foda profissão, sofre reprimenda, mesmo nos dias atuais. Pior ainda é preconceito que nós, mero consumidores do sexo pago, sofremos da sociedade.