20/11 - Dia da Consciência Negra

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#196 Mensagem por rapaz solitário » 25 Mai 2011, 00:41

rapaz solitário escreveu:
Tricampeão escreveu:

Quanto aos indiodescendentes, não serão esquecidos, pois vão receber cotas devido à sua condição de pardos.


É... . Mas, o detalhe é que os tais caboclos/pardos serão assimilados como negros, né? Já que pardo = negro... .

Mas qual é o problema com isso?
Qual o problema?!! Aff... . Pra você, que não é negro, indio ou mestiço, fica fácil, fácil assimilar os outros numa coisa só... . É tipo a "one drop rule", ou a frase do Tim Maia: "passou de branco, é negro"... . Se as elites vêem tais povos como uma coisa só, não é assim dentre tais povos. Repito: pergunte a um caboclo da Amazônia (não necessáriamente um da Amazônia: pode ser um de BH mesmo, pois tenho certeza que existem ai) se ele se considera negro. É mais fácil ele se chamar de branco do que negro.

Mas, quer saber? Tô cansado de discutir esse assunto! Concordo com muita coisa dita aqui, tenho minhas contrariedades, mas certas coisas nunca chegam a um consenso, sempre por questões conceituais de cada um. Pra mim, chega!

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#197 Mensagem por Tricampeão » 25 Mai 2011, 22:16

rapaz solitário 2 escreveu:Pra você, que não é negro, indio ou mestiço, fica fácil, fácil assimilar os outros numa coisa só... .
Exatamente.
É o significado da palavra "assimilar".

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#198 Mensagem por O Pastor » 26 Mai 2011, 21:01

rapaz solitário 2 escreveu: Qual o problema?!! Aff... . Pra você, que não é negro, indio ou mestiço, fica fácil, fácil assimilar os outros numa coisa só... . É tipo a "one drop rule", ou a frase do Tim Maia: "passou de branco, é negro"... . Se as elites vêem tais povos como uma coisa só, não é assim dentre tais povos. Repito: pergunte a um caboclo da Amazônia (não necessáriamente um da Amazônia: pode ser um de BH mesmo, pois tenho certeza que existem ai) se ele se considera negro. É mais fácil ele se chamar de branco do que negro.

Cara, então, o que vc sugere?? Diga-me, o que os pardos querem, afinal??

O que sei é que a mídia fala em cotas para “negros” e “PARDOS”. Pra vc, caboclo é o que?? Me diga, vamos me diga?? O fato de se realçar o negro do caso “negros e pardos”, deve-se apenas a uma maior evidência do “Movimento Negro”, porque até onde sei, não existe “Movimento Pardo” ou “Movimento Caboclo”. Mas todo mundo sabe quem é negro e quem é pardo, certo?? Certo, porra, nehuma, eu não sei...se o caboclo da Amazônia se acha branco, o problema é dele, mas tenha certeza que a sociedade sabe muito bem lugar dele. Se isso te incomoda tanto, já te disse a solução: crie o “Movimento Caboclo”, ou melhor, crie o tópico “O Dia da Consciência Cabocla” e go for it.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#199 Mensagem por O Pastor » 26 Mai 2011, 21:14

Mais um exemplo sobre essa questão do Rapaz “caboclo” Solitário.

No Grande Satã, as “raças” são em geral separadas da seguinte forma: orientais, árabes (middle-easterners), nativos, polinésios (pacific islanders), negros, latinos e brancos. Entre os latinos, sabemos que podem haver brancos, negros e mestiços (que geralmente são a maioria neste grupo). Alias, quando se fala “latino”, logo se associa um mexicano típico ou um porto-riquenho um pouco mais clarinho, com chapeuzinho de malandro, mas na verdade há um espectro enorme de padrões entre os latinos, devido a intensa miscigenação.

Em geral, os latinos e qualquer outro imigrante carregam pro país de destino os valores que aprenderam na sua sociedade de origem. E daí, tentam se adaptar a vida no novo país. NO caso dos EUA, o que vai definir se o cara vai ser latino, branco ou negro, é a sua afinidade cultural ou sua capacidade de assimilação com esta ou aquela cultura. Há latinos muito brancos, mas que se identificam como latinos e não como brancos, e o censo estadunidense assim os registra. Há latinos brancos, como, por exemplo, Cameron Diaz, que é de origem cubana, mas que se identifica com o grupo caucasiano. Ela poderia sim, realçar suas origens latinas se ela fizesse parte daquele universo, mesmo sendo loira dos olhos azuis. É uma questão de assimilação cultural. Mariah Carrey é filha de uma irlandesa branca com um latino negro. Ela tem a pele bem clarinha, mas se identifica culturalmente mais como negra, porque passou parte da vida numa comunidade negra, mesmo tendo traços que a identificariam como latina, ou mesmo branca. No caso estadunidense, devido a forte altivez das minorias, nem sempre todos querem ser “branco”, como no Brasil.

Imagina o caso de um latino negro, um dilema muito comum entre os cubanos e porto-riquenhos, por exemplo. Culturalmente são latinos, mas também podem se identificar ou serem identificados como afro-americanos. Sabemos que a percepção deles na sua comunidade latina é uma, no mainstream dos EUA é outra. Há um caso clássico de um cubano negro, exímio jogador de baseball, que fez história, se não me engano no Boston Red Sox numa época em que a segregação racial era grande no país. Ele conta que se fosse em Cuba, teria rachado seu taco de baseball na cabeça da metade dos jogadores brancos de tantos insultos que ouvia, mas como era nos EUA, ele teve de aprender a conviver com isso. Claro que ele viraria uma lenda no time dos Sox.

Lá, no Grande Satã, atualmente, os latinos superam em número, os negros. Mas os negros seguem sendo a minoria mais importante, devido a sua forte história de luta e resistência. Não se questiona isso, mesmo entre os latinos mais empedernidos. Em termos socioeconômicos, os latinos levam ligeira vantagem, mas em geral se cai no mesmo problema do Brasil quando se compara negros e pardos. Lá, se não me engano, os latinos também se favorecem do mesmo pacote de cotas raciais conseguido pelos negros. Apesar que não se cogita colocá-los num mesmo plano, mesmo porque os problemas entre eles vão além da similaridade socioeconômicas, mas percebe-se uma maior facilidade de comunicação entre estes dois grupos.

O sistema de cotas no Grande Satã funcionou até certo ponto. Como já foi dito por aqui, hoje em dia há acaloradas discussões sobre o seu fim. Quase 50 anos depois de sua aplicação, os resultados foram de razoáveis para bom Nas comunidades negras. O problema é que o número de negros pobres, em termos percentuais, ainda é muito maior do que o de brancos. Percebe-se que grande parte deste desequilíbrio, provém do racismo. Mesmo assim, quase 50% dos afro-americanos se declaram como sendo de classe média. Há um grande número de negros trabalhando como alto executivos, no primeiro escalão dos serviços públicos e na comunidade científica. No Brasil, esse número não chega a 15%. Raramente se vê um negro ou um PARDO no primeiro escalão de um governo, ou numa comunidade científica e muito menos como um mega-executivo.

Vc disse que o negócio é conseguir as coisas pelo mérito e se sentiria como um FRACASSADO se entrasse num emprego ou numa faculdade pelo sistema de cotas. Em primeiro lugar, não acho que haja menos mérito em quem consiga algo pelo sistema de cotas. A pessoa simplesmente está sendo NIVELADA em condições de igualdade com outras, que possuem estímulos $$ para tal devido sua “raça” e posição econômica. SE for ver pelo mérito, há alguns exemplos de negros e pardos que conseguiram romper a barreira do racismo e conseguiram boas colocações na sociedade. Mas ai, vc fala de INDIVIDUALIDADE, casos isolados, daqueles casos que acontecem uma vez a cada uns cem mil. Há negros muito bem colocados na sociedade, mas são a exceção. A regra é que a maioria não tem condições de romper as barreiras, porque o sistema é feito para que isso não aconteça.

Pesquisas mostram que mesmo numa comunidade pobre, os brancos conseguem melhores condições de vida do que os negros. Isto porque o preconceito no Brasil não é social, e talvez nem racial, mas de cor da pele. Há estudos que mostram que quanto mais melanina na pele, mas difícil é a vida do cidadão.

Rapaz Solitário, estude mais um pouco, tente enxergar as coisas não pelos seus olhos e nem pelos olhos do dominador, mas tente ver o problema pelos olhos do oprimido. Leia algo mais neutro sobre o assunto.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#200 Mensagem por O Pastor » 26 Mai 2011, 22:14

Pra tentar enriquecer um pouco a discussão, vou colocar o exemplo sobre como funciona as políticas afirmativas na França, Holanda, EUA e Brasil. Vamos fazer um jogo de comparação e ver quem se sai melhor.

O curioso que deve-se se notar nessas 4 nações é que ambas possuem problemas graves com relação ao multiculturalismo, ou administração de suas minorias raciais. Cada uma tenta resolver o problema a seu modo ou conforme sua tradição histórica.

O lema da França é o lema da "Revolução Francesa", IGUALDADE, FRATERNIDADE e LIBERDADE. Na França, não existem negros, brancos, índios, judeus, árabes ou menonitas, ao menos não OFICIALMENTE, pois não há censo oficial sobre raça ou etnia. Isto ocorre porque na França, acima de raça e etnia, está a CIDADANIA FRANCESA. SEr francês é estar além de quaisquer outras questões, inclusive religiosa. A França desde o século XIX, apregoa a idéia da FRANCOFOBIA, ou da assimilação cultural a qualquer custo. Teoricamente, não importa se vc é de origem árabe do Maghreb ou é um negro do Senegal, vc vai aprender a falar francês, aprender a cantar a La Marseillaise, amar a bandeira, gostar de vinhos, pães, morrer na guerra pelo país e deixar de lado qualquer idéia sobre cuzcuz, tabule e outras arababices. Chegou-se ao ponto, por exemplo, de se querer proibir francesas de origem árabe de usar a burca nas ruas do país. Isso foi muito divulgado recentemente, se não me engano é proibido usar o véu em escolas públicas.

A questão é que essa idéia de assimilação a qualquer custo não deu certo. Os franceses de origem não-européia, lotam os suburbios das grandes cidades. Nas estatísticas estão ocupando os piores estratos sociais. Vez ou outra o pau quebra e Paris é mostrada pro mundo inteiro com carros pegando fogo, vidros estilhaçados e muita confusão com a policia. Como diz o Tricampeão, a massa imigrante vai pro pau, vai pra ruptura. A quem diga que a inspiração dos protestos parisienses provem de uma forte herança arabe entre os imigrantes. A maioria é de origem muçulmana, do norte da Africa, e a inspiração deles muitas vezes são dos levantes, intifadas e coisas do genero. NUma época em que a juventude tem poucas inspirações, esta pode ser uma delas. Mas na verdade, as condições de vida na França são de fuder, pra quem é de origem não-européia. O fato de o governo simplificar tudo, não reconhecendo as questões culturais e raciais envolvidas dificulta muito. O lema da fraternidade, igualdade e liberdade é muito bonito no papel, mas na prática funciona bem apenas para quem é de origem européia.

Pra piorar, o sistema de welfare state é muito complexo e burocrático e se baseia principalmente em pagamento de pensões. Não há políticas afirmativas e nem cotas, pois teoricamente não há "raças" na França. As minorias "visíveis" possuem com isso grandes dificuldades na obtenção de empregos de qualidade, acesso a boa educação e bons atendimentos em hospitais. É muito comum se colocar negros ou árabes em repartições públicas de atendimento direto ao público, para passar a impressão de integração, mas na verdade estes cidadãos, dificilmente alcançam grandes postos.

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Zidane, francês de origem mahgrebina, cresceu nas favelas de Marseille.

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#201 Mensagem por Tricampeão » 26 Mai 2011, 22:24

O Pastor escreveu:Lá, no Grande Satã, atualmente, os latinos superam em número, os negros. Mas os negros seguem sendo a minoria mais importante, devido a sua forte história de luta e resistência.
A verdade é triste. Os latinos estão acostumados a pagar pau pra gringo filho da puta e tirar onda com os negros em seus países de origem. Quando chegam ao Inferno do Norte, querem viver do mesmo jeito que vivem aqui. São tratados como escória, do jeito que, aliás, merecem. Ninguém despreza mais pagador de pau pra gringo filho da puta que um legítimo gringo filho da puta.
O Pastor escreveu:Vc disse que o negócio é conseguir as coisas pelo mérito e se sentiria como um FRACASSADO se entrasse num emprego ou numa faculdade pelo sistema de cotas.
Típico discurso dos fascistas piratiningas.
É claro que os negros mais espertos, inteligentes e/ou persistentes conseguem espaço. Mas não estamos falando desses casos. Estamos falando de dar oportunidades para os negros e pardos medianos.
A verdade é que, se não houvesse a reserva de mercado disfarçada que beneficia os branquelos, teríamos muito menos incompetentes no mercado de trabalho. Os branquelos burros só conseguem espaço porque os negros medianos são barrados e aí as vagas sobram para eles.
Meu sonho é aquele branquelo puxa saco de chefe que trabalha do meu lado ou que faz algum serviço pra mim ser substituído por um negro esforçado, honesto e, evidentemente, a favor da justiça social.

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Re:

#202 Mensagem por amandinho » 27 Mai 2011, 13:27

Tricampeão escreveu:
O Pastor escreveu:Lá, no Grande Satã, atualmente, os latinos superam em número, os negros. Mas os negros seguem sendo a minoria mais importante, devido a sua forte história de luta e resistência.
A verdade é triste. Os latinos estão acostumados a pagar pau pra gringo filho da puta e tirar onda com os negros em seus países de origem. Quando chegam ao Inferno do Norte, querem viver do mesmo jeito que vivem aqui. São tratados como escória, do jeito que, aliás, merecem. Ninguém despreza mais pagador de pau pra gringo filho da puta que um legítimo gringo filho da puta.
O Pastor escreveu:Vc disse que o negócio é conseguir as coisas pelo mérito e se sentiria como um FRACASSADO se entrasse num emprego ou numa faculdade pelo sistema de cotas.
Típico discurso dos fascistas piratiningas.
É claro que os negros mais espertos, inteligentes e/ou persistentes conseguem espaço. Mas não estamos falando desses casos. Estamos falando de dar oportunidades para os negros e pardos medianos.
A verdade é que, se não houvesse a reserva de mercado disfarçada que beneficia os branquelos, teríamos muito menos incompetentes no mercado de trabalho. Os branquelos burros só conseguem espaço porque os negros medianos são barrados e aí as vagas sobram para eles.
Meu sonho é aquele branquelo puxa saco de chefe que trabalha do meu lado ou que faz algum serviço pra mim ser substituído por um negro esforçado, honesto e, evidentemente, a favor da justiça social.
Condordo com vc Tricampeao. Menos nos gringos FDP, olhe só trabalho om pessoas de todas religiões e raças, não existe discriminação aqui, mas sei que isso aqui é quase raro.
Sou contra esse tipo de cota, parcela, favorecimento, e enquanto existir haverá espaço pra discriminação, rancor, e diferença social.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#203 Mensagem por Nazrudin » 27 Mai 2011, 19:08

O Pastor colocou alguns pontos interessantes sobre os latinos no tal do Inferno do Norte. Menos o fato de que eles sairam do país deles porque achavam que o inferno de lá era melhor que o inferno de... Enfim, o negro na América está melhor que o negro na Africa de modo geral e continua ganhando seus espaços, parece que lá ser negro não impede de concorrer a presidencia... embora eles ainda tenham que continuar avançando. Não nego a discriminação, nem lá nem cá. Considero o Brasil dos países continentais com grande variedade de imigrantes o que melhor assimilou a questão multi-étnica, no sangue. Temos boas leis que protegem contra a discriminação e que dependem de ser melhor implementadas, mas isso serve para todas as Leis desse país.

Se falou aí que o Pelé sofre de racismo quando abre a boca.... pelamordedeus. O Pelé é bem recebido no mundo inteirio, acredito que tem gente que olha para ele e esquece até que ele é humano... Acontece que ele está sempre na mídia e fala o que dá na veneta, aí acaba falando besteira. É o caso do Galvão, do Lula... nada a ver com a cor da pele. Mas quem ve racismo em tudo, nao adianta, vai continuar vendo tudo no preto e no branco.

Achei estranha a declaração do Tricampeão em querer um subordinado negro. Ele tinha, por tudo que escreveu, é que querer um negro como chefe, aí sim estaria sendo coerente. De qualquer forma esperemos que, quem quer que seja e independente da cor da pele, seja competente que é o que interessa.

Sobre a França tenho pouco a comentar. Desde que me confundiram por gringo americano filho da puta lá, só porque fiz uma pergunta em ingles, e me ofenderam, que nao vou com os cornos dessa raça de francos. Alias, respondi a ofensa com um "então vai tomar no olho do seu cu!" em sonoro portugues castiço. Nunca esqueci a expressão de susto desse gringo filho da puta.

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#204 Mensagem por Tricampeão » 27 Mai 2011, 23:01

Nazrudin escreveu:O Pastor colocou alguns pontos interessantes sobre os latinos no tal do Inferno do Norte. Menos o fato de que eles sairam do país deles porque achavam que o inferno de lá era melhor que o inferno de...
A mídia venal pinta uma imagem totalmente distorcida do mundo, por isso algumas pessoas acham que viver no Inferno do Norte seria melhor que viver aqui.
Nazrudin escreveu:Enfim, o negro na América está melhor que o negro na Africa de modo geral e continua ganhando seus espaços, parece que lá ser negro não impede de concorrer a presidencia...
Na verdade, a lei impede mesmo em pouquíssimos lugares. Mas as condições sociais impedem em vários deles. Aqui no Brasil, por exemplo.
Mas no Inferno do Norte, os negros são minoria. Ter um presidente negro ou gay ou católico de vez em quando não é problema.
No Brasil, negros e pardos são 53% da população. Depois que tivermos o primeiro presidente negro, teremos que ter um presidente negro mandato sim, mandato não. Isso seria inaceitável para os branquelos.
Nazrudin escreveu:Se falou aí que o Pelé sofre de racismo quando abre a boca.... pelamordedeus. O Pelé é bem recebido no mundo inteirio, acredito que tem gente que olha para ele e esquece até que ele é humano... Acontece que ele está sempre na mídia e fala o que dá na veneta, aí acaba falando besteira. É o caso do Galvão, do Lula...
É o mesmo caso do Lula: racismo.
Não é o mesmo caso do Galvão. Galvão Bueno, Sílvio Santos, Roberto Carlos e outros manés são figuras caricatas, por isso são zoadas.
O tratamento ao Lula e ao Pelé é bem diferente.
Compare-se, por exemplo, o número de menções na mídia venal ao dedo decepado do Lula com as menções à perna decepada do Roberto Carlos.
Compare-se, por exemplo, o número de menções na mídia venal ao fato de o Pelé não ter estudado e só saber jogar futebol com as menções ao fato de o Sílvio Santos não ter estudado e só saber passar a perna nos pobres.
Nazrudin escreveu:Achei estranha a declaração do Tricampeão em querer um subordinado negro. Ele tinha, por tudo que escreveu, é que querer um negro como chefe, aí sim estaria sendo coerente.
Falei em um negro que trabalhasse comigo, ou seja, como meu colega. Poderia ser um chefe, também, mas na prática é muito difícil, porque quase não há engenheiros negros na minha geração e nas anteriores. Pelo menos aqui, no Império do Centro.

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Re:

#205 Mensagem por Nazrudin » 28 Mai 2011, 13:33

Tricampeão escreveu:
Nazrudin escreveu:O Pastor colocou alguns pontos interessantes sobre os latinos no tal do Inferno do Norte. Menos o fato de que eles sairam do país deles porque achavam que o inferno de lá era melhor que o inferno de...
A mídia venal pinta uma imagem totalmente distorcida do mundo, por isso algumas pessoas acham que viver no Inferno do Norte seria melhor que viver aqui.

Essa midia venal é fogo mesmo, coitados dos mexicanos que moram na fronteira e nao conseguem perceber o fogo dos infermos queimando as pobres almas do lado de la....
Nazrudin escreveu:Enfim, o negro na América está melhor que o negro na Africa de modo geral e continua ganhando seus espaços, parece que lá ser negro não impede de concorrer a presidencia...
Na verdade, a lei impede mesmo em pouquíssimos lugares. Mas as condições sociais impedem em vários deles. Aqui no Brasil, por exemplo.
Mas no Inferno do Norte, os negros são minoria. Ter um presidente negro ou gay ou católico de vez em quando não é problema.

No Brasil, negros e pardos são 53% da população. Depois que tivermos o primeiro presidente negro, teremos que ter um presidente negro mandato sim, mandato não. Isso seria inaceitável para os branquelos.

Vc. mesmo respondeu, se a questao racial fosse assimtao relevante bastava usar a força do voto para eleger representantes pela cor. Alias, o Lula podia ter indicado um negro/a como sucessor, se era para usar a maquina daquele jeito... Preferiu alguem de confiança (dele), o que achei muito correto. Nao creio que o fato da dilma ser uma branquela de origem europeia...
Nazrudin escreveu:Se falou aí que o Pelé sofre de racismo quando abre a boca.... pelamordedeus. O Pelé é bem recebido no mundo inteirio, acredito que tem gente que olha para ele e esquece até que ele é humano... Acontece que ele está sempre na mídia e fala o que dá na veneta, aí acaba falando besteira. É o caso do Galvão, do Lula...
É o mesmo caso do Lula: racismo.
Não é o mesmo caso do Galvão. Galvão Bueno, Sílvio Santos, Roberto Carlos e outros manés são figuras caricatas, por isso são zoadas.
O tratamento ao Lula e ao Pelé é bem diferente.
Compare-se, por exemplo, o número de menções na mídia venal ao dedo decepado do Lula com as menções à perna decepada do Roberto Carlos.
Compare-se, por exemplo, o número de menções na mídia venal ao fato de o Pelé não ter estudado e só saber jogar futebol com as menções ao fato de o Sílvio Santos não ter estudado e só saber passar a perna nos pobres.

A midia tem que tratar de forma diferente politicos, empresarios e artistas. O politico a gente tem que estar sempre na jugular, pro bem e pro ruim. O Lula é que escancara os 4 dedos nas fotos em que aparece. Nunca vi essas menções dessa forma que vc. esta falando aí. Isso aí só tem relevancia na hora dele coçar a orelha com aquela mao. O Roberto Carlos nao costuma aparecer por ai de calção... talvez seja isso. O Pelé sempre defendeu a educação e tem curso superior. Mesmo que nao tivesse, de jogador de futebol nao se espera muito isso. Diferente de que ocupa um cargo tão importante como a Presidencia. Mas isso tambem seria superavel, se o Lula fosse um defensor acirrado da Educação Pública. Não é, nunca foi, ele mesmo acha que nao importa muito, nao investiu como era necessario e ainda fica fazendo piadinha sobre isso. Entao racismo ai, nao tem nada a ver. Alias o Lula se declara como branco, negro ou pardo?
Nazrudin escreveu:Achei estranha a declaração do Tricampeão em querer um subordinado negro. Ele tinha, por tudo que escreveu, é que querer um negro como chefe, aí sim estaria sendo coerente.
Falei em um negro que trabalhasse comigo, ou seja, como meu colega. Poderia ser um chefe, também, mas na prática é muito difícil, porque quase não há engenheiros negros na minha geração e nas anteriores. Pelo menos aqui, no Império do Centro.
Mas e engenheiros que vieram de familias humildes, tem? Não é o que deveria importar?

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#206 Mensagem por Tricampeão » 28 Mai 2011, 21:57

Nazrudin escreveu:Essa midia venal é fogo mesmo, coitados dos mexicanos que moram na fronteira e nao conseguem perceber o fogo dos infermos queimando as pobres almas do lado de la....
O México assinou um acordo caracu com os gringos filhos da puta, chamado NAFTA, por isso é um dos poucos lugares do mundo que está pior do que o Inferno do Norte.
Nazrudin escreveu:Vc. mesmo respondeu, se a questao racial fosse assimtao relevante bastava usar a força do voto para eleger representantes pela cor.
Para fazer isso, é preciso ter consciência política. E para ter consciência política, é preciso ter educação.
Eis o motivo pelo qual os branquelos não desejam que os negros e pardos recebam educação decente.
Nazrudin escreveu:Alias, o Lula podia ter indicado um negro/a como sucessor
Não adiantaria nada. Precisamos de negros e pardos no Legislativo, para aperfeiçoarmos as nossas leis.
Nazrudin escreveu:O Lula é que escancara os 4 dedos nas fotos em que aparece. Nunca vi essas menções dessa forma que vc. esta falando aí. Isso aí só tem relevancia na hora dele coçar a orelha com aquela mao. O Roberto Carlos nao costuma aparecer por ai de calção... talvez seja isso.
O Roberto tem vergonha da perna decepada, pois é metido a galã. O Dr. Luis Inácio Lulalá da Silva não tem vergionha do dedo decepado. Mas quando ele escancarasse a mão pra dar tchauzinho, a mídia venal podia denunciar as condições de trabalho dos operários da indústria brasileira, responsáveis pela maioria dos acidentes, em vez de fazer piadinhas.
Nazrudin escreveu:O Pelé sempre defendeu a educação e tem curso superior. Mesmo que nao tivesse, de jogador de futebol nao se espera muito isso. Diferente de que ocupa um cargo tão importante como a Presidencia. Mas isso tambem seria superavel, se o Lula fosse um defensor acirrado da Educação Pública. Não é, nunca foi, ele mesmo acha que nao importa muito, nao investiu como era necessario e ainda fica fazendo piadinha sobre isso. Entao racismo ai, nao tem nada a ver. Alias o Lula se declara como branco, negro ou pardo?
Eu comparei o Pelé foi com o Sílvio Santos, não com o Dr. Luis Inácio Lulalá da Silva. Que sofre preconceito por ser nordestino.
Para os fascistas piratiningas, nordestino é raça.
Mas é absurdo achar que existe essa raça, você diria, do alto da sua gávea de marfim.
E, como argumentaram alguns colegas, é absurdo achar que exista qualquer raça, responderia eu..
Nazrudin escreveu:Mas e engenheiros que vieram de familias humildes, tem? Não é o que deveria importar?
Ter, tem, porque de famílias humildes devem vir 80% ou mais dos brasileiros.
Não acho que seja o que importa.
Barrando-se o acesso dos negros e pardos à educação tecnológica, perde o nosso amado país. Só os branquelos burros ganham com a reserva de mercado feita para eles.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#207 Mensagem por O Pastor » 29 Mai 2011, 01:16

Eu sou um engenheiro, e sou negro. Dependendo de quanto for o salário, eu topo voltar pra BH. :mrgreen:
Para fazer isso, é preciso ter consciência política. E para ter consciência política, é preciso ter educação.
Eis o motivo pelo qual os branquelos não desejam que os negros e pardos recebam educação decente.
Alias, o Lula podia ter indicado um negro/a como sucessor
SE um negro vencesse as eleições hoje, para um cargo majoritário, ele com certeza não teria uma base negra, militante, forte. SEria eleito por puro personalismo, porque não há nas massas ainda, uma consciencia negra que apareça nos votos. Não existe voto negro no Brasil, infelizmente. SE houvesse, esse país seria outro.

As coisas não são assim tão fáceis. Não adinata termos um negro presidente, se ele não for engajado com a luta de seu povo. Veja o caso de Celso Pitta na prefeitura de São Paulo. UM verdadeiro desastre. UM negro fantoche, conservador, que só ousou dizer que era negro quando estava sendo achincalhado pela mídia. Este tipo de negro no poder, nós não precisamos. Outro exemplo foi o governo Bush. Não sei se alguém parou pra pensar nisso, mas o governo de Bush, filho, foi o mais multi-etinico da história dos EUA. Haviam muitos negros e latinos. Acontece que Colin Powell, Condelessa Rice e outros, eram todos conservadores, do Partido Republicano, e não tinham engajamento nenhum com a luta secular dos negros estadunidenses. Representavam a politica opressora.

Precisamos de políticos negros e pardos que estejam conscientes do que representam. Tiririca e afins, sempre teve no Congresso, esse tipo a gente não precisa. Esse tipo só serve pra confirmar aquilo que as elites esperam, que todo negro e pardo é um imbecil que só serve pra jogar futebol.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#208 Mensagem por O Pastor » 30 Mai 2011, 20:04

Retomando nosso panorama da situação de cotas e incetivos pelo mundo, vamos falar agora dos Países Baixos.

O lema holandês é o de ser o país da TOLERÂNCIA. Católicos e protestantes criaram sua base ética, numa época em que as guerras religiosas irrompiam em toda a Europa. A tradição holandesa foi a de sempre abrigar os perseguidos, fossem por questões políticas ou religiosas. Foi assim que a fina flor da intelectualidade hebréia, fugindo das perseguições do Santo Oficio, foram parar ali. Além de hebreus, o país também abrigou huguenotes, católicos, luteranos e toda sorte de insurgentes que fugiam da opressão em seus países.

A imigração não-européia na Holanda, ao contrário da francesa, é relativamente recente e se concentrou no período pós-guerra. O país foi das ultimas nações da Europa Ocidental a se industrializar e por isso, nunca teve muita necessidade de mão-de-obra estrangeira. O pouco de imigração não-européia era advindo de suas antigas colônias na Indonésia e no Caribe.

Com o fim da WWII, a industrialização pesada começa a crescer e com ela, a necessidade de mão-de-obra barata. No começo utilizou-se alguns poucos chineses, surinameses e indonésios, para depois já no começo dos anos 60, iniciar a imigração em massa de marroquinos e turcos, que entravam no país como trabalhadores convidados. Dentro do lema holandês, os marroquinos e turcos deviam preservar suas origens e com isso, não havia qualquer incentivo para que esses imigrantes aprendessem o idioma local e vivessem integrados. Outro detalhe é que para se obter a cidadania holandesa não era necessário falar o idioma ou conhecer a fundo os aspectos culturais, bastava um mínimo de residência.

SE o mote da França era o da assimilação cultural a qualquer custo, o da Holanda era o do multiculturalismo, ou seja, o respeito as raízes dos povos. Isto significa, que os imigrantes de qualquer origem são incentivados a preservarem sua cultura, idioma e religião. Não são forçados a aprender o idioma local e nem os “macetes” de se viver na nova sociedade. O custo disso foi que na crise do capitalismo de 1973, o desemprego em massa atingiu essas populações, o governo imediatamente suspendeu a imigração. Sem o trabalho nas fábricas, turcos e marroquinos tiveram de enfrentar o mercado de trabalho. Mas como fazê-lo sem saber o idioma local ou possuir pouco contato com os nativos?? Como resultado, a maioria dessa população passou a viver marginalizada, dependente do auxílio do welfare state. Com o tempo esse problema só se agravou, porque há na constituição holandesa uma clausula que permite a um imigrante que possua cidadania trazer toda sua família, pois segundo a constituição não se pode cortar os laços familiares. Isto resultou num aumento exponencial desses imigrantes.

Na outra ponta, os surinameses chegam em massa a partir do meio dos anos 70. O governo holandês sempre incentivou a independência de suas colônias no Caribe. Não por ser generoso e sim pelo fato delas serem deficientes economicamente. Quando o referendo de independência do Suriname foi vencido, metade de sua população imigrou pra Holanda, seja por medo de perder sua cidadania holandesa ou em busca de melhores condições de trabalho. E as coisas só pioraram quando houve um golpe de estado no Suriname em 1982, aumentando ainda mais o seu fluxo.

Essa leva de não-europeus passou então a viver amontoados nas piores condições, sofrendo com o preconceito e a dificuldade de conseguir bons empregos. Ficaram relegados como cidadãos de segunda classe. O lema da TOLERÂNCIA falhou, mostrou-se insuficiente pra permitir que essas populações almejam-se melhores condições. Como resultado, a maioria ficaria dependente do welfare state. O governo percebendo o fracasso da política multiculturalista, começa a impor a integração dessa população marginalizada. O problema é que o choque com os valores islâmicos, por exemplo, acabam sendo inevitáveis.

Na Holanda, ao contrário da França, não há as manifestações em massa de quebra-quebra. O que se tem são atos isolados. Como os assassinatos do cineasta Theo van Gogh e do político de direita Pim Fortuyn.

Fortuyn merece um parágrafo a parte. Politico de direita, era a favor da deportação de todos os muçulmanos da Holanda. Segundo ele, o islamismo é uma religião irreconciliável, incompatível com a tolerância holandesa e cruel. Fortuyn era homossexual assumido, não se considerava extremista, tanto que refutou o apoio dos partidos extremistas da Áustria e França. Talvez sua condição de homossexual o fizesse enxergar nos muçulmanos uma ameaça a sua liberdade de escolha sexual. Seja como for, com todas as controversias, Fortuyn foi eleito o holandês mais influente dos últimos 50 anos pelo seu povo. Isso dá a dimensão de sua importância no discurso sobre os imigrantes.

Na Holanda não existem cotas raciais, mas existem ações afirmativas indiretas. Assim como na França, o racismo e qualquer forma de discriminação é proibida pela Constituição. O Welfare State holandês é mais generoso que o francês, quase se equiparando aos dos países escandinavos. O cidadão recebe uma bolsa para colocar o filho na escola, uma espécie de bolsa família um pouco mais reforçada. E se o cidadão provar que sofre alguma dificuldade de integração, pode receber até o dobro deste valor. Os sistemas de saúde e de ensino são universais. NO passado, o governo mantinha escolas onde os cidadãos estrangeiros tinham aulas em seu idioma de origem, hoje, com a necessidade de integração, essas escolas estão sendo extintas e a obrigatoriedade do ensino de inglês e holandês tem sido imposta. O sistema de educação holandês foi totalmente reformulado e é hoje um dos mais avançados do Mundo.

[ external image ]
Ex-Deputada Ayaan Hirsi Ali, holandesa negra de origem somali. POsições contraditórias em relação aos muçulmanos.

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Líder de direita Pim Fortuyn, e gay, tinha a ambição de expulsar todos os muçulmanos da Holanda. Morreu com um tiro na cabeça.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#209 Mensagem por O Pastor » 30 Mai 2011, 20:22

Agora vamos falar um pouco do Grande Satã...

Os Estados Unidos são a pátria que se diz que “Em Deus nós Confiamos”. O lema americano é o lema do “SONHO AMERICANO”. Segundo este lema, qualquer cidadão pode superar suas dificuldades e conquistar seus objetivos. O ideário capitalista é levado às últimas conseqüências e, segundo esse ideário, se vc não conseguiu vencer na sociedade estadunidense é porque não se esforçou o suficiente.

Assim como a Holanda, os EUA, na sua formação, receberam muitos europeus que fugiam de perseguições políticas e religiosas. O país foi construído sobre profunda base protestante e senso de tolerância. Por outro lado, foi um dos berços da escravização africana que persistiu mesmo depois dos ideais de independência, em 1776. No meio do século XIX, experimentou uma terrível guerra civil, entre o Sul agrícola e escravagista e o Norte industrializado. O Norte visando aumentar o mercado consumidor de seus produtos industrializados, pressionou o governo central a abolir a escravatura. Com a derrota do Sul, os negros foram libertos jogando nas ruas uma enorme população desempregada e despreparada para a nova vida. Por pressão dos ressentidos sulistas, pouco ou nenhuma política compensatória foi feita para assimilar o contingente negro de ex-escravos.

Além disso, com o fim da guerra, iniciou-se o avanço em larga escala para o oeste. Imigrantes europeus e brancos pobres seguiram para aquela direção em busca de melhores condições de vida. NO caminho, as populações silvícolas foram sendo aniquiladas para darem lugar aos pioneiros. Junto com o avanço pro oeste, outros milhares de imigrantes chineses foram importados para trabalharem na construção pesada em regime semi-escravo.

O país aumentou significativamente sua importância no cenário mundial quando ajudou ingleses e franceses a superarem o impasse da Primeira Guerra Mundial contra os alemães, em 1917. Experimentou rápido crescimento nos anos 20 até se afundar na crise de 1929. O país só se recuperaria totalmente após a Segunda Guerra Mundial. É nesse cenário que as primeiras levas de latinos começam a desembarcar no país. Sobretudo mexicanos no Texas e Califórnia e porto-riquenhos na região de Nova Iorque.

Com a Europa e a Ásia ainda destroçadas pela guerra, o EUA viveriam seu apogeu capitalista nos dourados anos 50. Só que as condições de vida das minorias não acompanhariam a dos brancos. Os negros viviam sob pesada segregação racial que era explicita no sul e implícita no norte. Foi nesse período que se iniciaria de maneira massiva as organizações dos negros em busca de melhores condições de vida. O legado de gente como Marcus Garvey e Booker T.Washington finalmente ganharia corpo em gente como Rosa Parks, Martin Luther King Jr. e Malcolm X, que ensaiariam seus primeiros discursos no final daquela década.

Os anos 60 seriam um divisor de águas para os afro-americanos.

Com uma organização maior, conseguiram pressionar a opinião pública, forçando os presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson a votarem uma série de leis anti-racismos. As mais importantes foram o fim da sergregação racial em 1961, as leis de oportunidades econômicas (cotas) em 1964 e a lei que impunha que o voto de um negro valesse o mesmo que o voto de um branco nos estados do sul, em 1965. Estas entre outras leis ajudariam os afro-americanos a finalmente ocuparem melhores espaços na sociedade americana. A visibilidade das lutas dos ativistas negros alcançariam tamanha notoriedade que em 1964, Martin Luther King Jr. ganharia o prêmio Nobel da paz. Outros lideres, com tendências mais para esquerda como o muçulmano Malcolm X e Stockley Carmichael, dos Panteras Negras, também ajudariam a mudar a face das minorias nos EUA, equilibrando o discurso pacifico de MLK com uma abordagem mais agressiva.

Indiscutivelmente o sistema de cotas nos EUA foram vitais para trazer um pouco de equilíbrio na democracia. O problema é que ele não conseguiu corrigir em 100% as discrepâncias entre brancos e não-brancos. Em torno de 55% dos afro-americanos ainda vivem em situação complicada, bem abaixo da média de seus correlatos brancos. O racismo e as dificuldades de reconciliação ainda são a tônica nas relações raciais.

O sistema de seguridade estadunidense é baseado no pagamento de pensões, tal como o francês. Não existe sistema universal de saúde e o sistema público de ensino é complexo, misturando público com privado. O sistema de educação de base é de responsabilidade dos estados e considerado ultrapassado devido ao fato de que o governo estadual interfere decididamente no que é ensinado. Não é difícil ter noticias sobre distorções e ainda hoje discussões sobre criacionismos. Há cotas raciais no mercado de trabalho e no sistema de ensino superior, com bolsas de estudos para as minorias.

O mote do “sonho americano” não funcionou a contento. Pra piorar o fato do país ter se erguido sob profunda ética capitalista, a idéia do Dólar como um Deus, cria profunda mágoa nos cidadãos que estão à margem desse sistema.

[ external image ]
Martin Luther King Jr. no antologico discurso "I Have a Dream", considerado o discruso mais influente do século XX

[ external image ]
Malcolm X, inspirou os negros a não abaixarem a cabeça diante das injustiças.
http://www.youtube.com/watch?v=iEMXaTktUfA

I Have a Dream, Martin Luther King Jr.

I am happy to join with you today in what will go down in history as the greatest demonstration for freedom in the history of our nation. [Applause]

Five score years ago, a great American, in whose symbolic shadow we stand signed the Emancipation Proclamation. This momentous decree came as a great beacon light of hope to millions of Negro slaves who had been seared in the flames of withering injustice. It came as a joyous daybreak to end the long night of captivity.

But one hundred years later, we must face the tragic fact that the Negro is still not free. One hundred years later, the life of the Negro is still sadly crippled by the manacles of segregation and the chains of discrimination. One hundred years later, the Negro lives on a lonely island of poverty in the midst of a vast ocean of material prosperity. One hundred years later, the Negro is still languishing in the corners of American society and finds himself an exile in his own land. So we have come here today to dramatize an appalling condition.

In a sense we have come to our nation's capital to cash a check. When the architects of our republic wrote the magnificent words of the Constitution and the declaration of Independence, they were signing a promissory note to which every American was to fall heir. This note was a promise that all men would be guaranteed the inalienable rights of life, liberty, and the pursuit of happiness.

It is obvious today that America has defaulted on this promissory note insofar as her citizens of color are concerned. Instead of honoring this sacred obligation, America has given the Negro people a bad check which has come back marked "insufficient funds." But we refuse to believe that the bank of justice is bankrupt. We refuse to believe that there are insufficient funds in the great vaults of opportunity of this nation. So we have come to cash this check -- a check that will give us upon demand the riches of freedom and the security of justice. We have also come to this hallowed spot to remind America of the fierce urgency of now. This is no time to engage in the luxury of cooling off or to take the tranquilizing drug of gradualism. Now is the time to rise from the dark and desolate valley of segregation to the sunlit path of racial justice. Now is the time to open the doors of opportunity to all of God's children. Now is the time to lift our nation from the quicksands of racial injustice to the solid rock of brotherhood.

It would be fatal for the nation to overlook the urgency of the moment and to underestimate the determination of the Negro. This sweltering summer of the Negro's legitimate discontent will not pass until there is an invigorating autumn of freedom and equality. Nineteen sixty-three is not an end, but a beginning. Those who hope that the Negro needed to blow off steam and will now be content will have a rude awakening if the nation returns to business as usual. There will be neither rest nor tranquility in America until the Negro is granted his citizenship rights. The whirlwinds of revolt will continue to shake the foundations of our nation until the bright day of justice emerges.

But there is something that I must say to my people who stand on the warm threshold which leads into the palace of justice. In the process of gaining our rightful place we must not be guilty of wrongful deeds. Let us not seek to satisfy our thirst for freedom by drinking from the cup of bitterness and hatred.

We must forever conduct our struggle on the high plane of dignity and discipline. We must not allow our creative protest to degenerate into physical violence. Again and again we must rise to the majestic heights of meeting physical force with soul force. The marvelous new militancy which has engulfed the Negro community must not lead us to distrust of all white people, for many of our white brothers, as evidenced by their presence here today, have come to realize that their destiny is tied up with our destiny and their freedom is inextricably bound to our freedom. We cannot walk alone.

And as we walk, we must make the pledge that we shall march ahead. We cannot turn back. There are those who are asking the devotees of civil rights, "When will you be satisfied?" We can never be satisfied as long as our bodies, heavy with the fatigue of travel, cannot gain lodging in the motels of the highways and the hotels of the cities. We cannot be satisfied as long as the Negro's basic mobility is from a smaller ghetto to a larger one. We can never be satisfied as long as a Negro in Mississippi cannot vote and a Negro in New York believes he has nothing for which to vote. No, no, we are not satisfied, and we will not be satisfied until justice rolls down like waters and righteousness like a mighty stream.

I am not unmindful that some of you have come here out of great trials and tribulations. Some of you have come fresh from narrow cells. Some of you have come from areas where your quest for freedom left you battered by the storms of persecution and staggered by the winds of police brutality. You have been the veterans of creative suffering. Continue to work with the faith that unearned suffering is redemptive.

Go back to Mississippi, go back to Alabama, go back to Georgia, go back to Louisiana, go back to the slums and ghettos of our northern cities, knowing that somehow this situation can and will be changed. Let us not wallow in the valley of despair.

I say to you today, my friends, that in spite of the difficulties and frustrations of the moment, I still have a dream. It is a dream deeply rooted in the American dream.

I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: "We hold these truths to be self-evident: that all men are created equal."

I have a dream that one day on the red hills of Georgia the sons of former slaves and the sons of former slave owners will be able to sit down together at a table of brotherhood.

I have a dream that one day even the state of Mississippi, a desert state, sweltering with the heat of injustice and oppression, will be transformed into an oasis of freedom and justice.

I have a dream that my four children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.

I have a dream today.

I have a dream that one day the state of Alabama, whose governor's lips are presently dripping with the words of interposition and nullification, will be transformed into a situation where little black boys and black girls will be able to join hands with little white boys and white girls and walk together as sisters and brothers.

I have a dream today.

I have a dream that one day every valley shall be exalted, every hill and mountain shall be made low, the rough places will be made plain, and the crooked places will be made straight, and the glory of the Lord shall be revealed, and all flesh shall see it together.

This is our hope. This is the faith with which I return to the South. With this faith we will be able to hew out of the mountain of despair a stone of hope. With this faith we will be able to transform the jangling discords of our nation into a beautiful symphony of brotherhood. With this faith we will be able to work together, to pray together, to struggle together, to go to jail together, to stand up for freedom together, knowing that we will be free one day.

This will be the day when all of God's children will be able to sing with a new meaning, "My country, 'tis of thee, sweet land of liberty, of thee I sing. Land where my fathers died, land of the pilgrim's pride, from every mountainside, let freedom ring."

And if America is to be a great nation this must become true. So let freedom ring from the prodigious hilltops of New Hampshire. Let freedom ring from the mighty mountains of New York. Let freedom ring from the heightening Alleghenies of Pennsylvania!

Let freedom ring from the snowcapped Rockies of Colorado!

Let freedom ring from the curvaceous peaks of California!

But not only that; let freedom ring from Stone Mountain of Georgia!

Let freedom ring from Lookout Mountain of Tennessee!

Let freedom ring from every hill and every molehill of Mississippi. From every mountainside, let freedom ring.

When we let freedom ring, when we let it ring from every village and every hamlet, from every state and every city, we will be able to speed up that day when all of God's children, black men and white men, Jews and Gentiles, Protestants and Catholics, will be able to join hands and sing in the words of the old Negro spiritual, "Free at last! free at last! thank God Almighty, we are free at last!"

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#210 Mensagem por Tricampeão » 04 Jun 2011, 22:31

Já que o Pastor falou dos Black Panthers, vamos recordar o seu fundador, o Professor Huey Newton.
http://www.youtube.com/watch?v=axhhXJqJ ... re=related
http://www.lib.berkeley.edu/MRC/pacificapanthers.html

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