Cachoeira e suas digitais em Sampa
Leandro Fortes - Carta Capital
Os técnicos da CPI do Cachoeira acabam de concluir um levantamento completo de todos os contratos firmados em São Paulo, governo estadual e prefeitura da capital, com a Delta Construções, ligada ao esquema criminoso comandado pelo bicheiro. É coisa de 1,2 bilhão de reais. O resultado, além de revelador sobre as relações dos governos do PSDB com a empresa-mãe da quadrilha de Cachoeira, trouxe à tona uma suspeita sobre os bastidores dos negócios milionários fechados na gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), sob a influência do senador cassado Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.
Personas. A Delta está na urbanização de Paraisópolis, na gestão Kassab. E aparece o infatigável Paulo Preto. Foto: Jonne Roriz/AE
Uma interceptação telefônica realizada pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo captou um diálogo entre Cachoeira e Cláudio Abreu, diretor da Delta na Região Centro-Oeste, onde ambos discutem contratos da empreiteira com a prefeitura de São Paulo. No grampo, de 31 de janeiro deste ano, o bicheiro pergunta a Abreu o resultado de uma conversa do ex-presidente da Delta Fernando Cavendish com Kassab sobre um contrato ainda não identificado. O diretor da construtora faz uma revelação: em consideração ao então senador Demóstenes Torres, o prefeito de São Paulo teria triplicado os valores do tal contrato. A conversa é a seguinte, retirado do áudio ao qual CartaCapital teve acesso:
Carlinhos Cachoeira: Outra coisa, Cláudio, você falou pro Fernando (Cavendish) do negócio lá do Kassab?
Cláudio Abreu: Ih, cara… Eu vou encontrar com ele mais tarde, eu vou voltar lá pra dar um retorno pra ele. Mas fala aí, o que é o negócio lá? Do contrato, né? Ele fez as coisas lá, né? Até pelo professor (Demóstenes Torres), né?
Cachoeira: Ele (Kassab) falou que triplicou o contrato por ele (Demóstenes).
De acordo com o levantamento feito pela CPI, a prefeitura de São Paulo tem três contratos com a Delta, firmados entre 2004 e 2012, num valor total de 307,6 milhões de reais. Um da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb), de 93,7 milhões de reais. Um de urbanização da favela de Paraisópolis, via Secretaria de Habitação, de 15,4 milhões de reais. E um da São Paulo Transporte S.A. (SPTrans), de 12,2 milhões de reais. Pela data do grampo da PF, não é possível detectar exatamente qual dos contratos teria sido triplicado, pois todos abarcam também o ano fiscal de 2012. Segundo Emerson Figueiredo, assessor de imprensa da prefeitura, Kassab “desconhece o diálogo, seus supostos autores e considera improcedente o seu conteúdo”.
As relações entre a Delta e o governo estadual tratam de cifras maiores, cerca de 943 milhões de reais, em valores corrigidos, referentes a contratos firmados durante os governos tucanos de José Serra (765 milhões de reais) e Geraldo Alckmin (178 milhões de reais), entre 2002 e 2012. Os negócios foram firmados a partir de demandas de cinco estatais: Desenvolvimento Rodoviário (Dersa), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A principal obra contratada pelo governo estadual à Delta, na gestão de Alckmin, é o chamado Consórcio Nova Tietê, de ampliação da avenida marginal ao Rio Tietê, no valor de 149,9 milhões de reais. O contrato valeu de 22 de junho de 2009 a 10 de abril de 2012. Ao analisar a transferência de recursos do consórcio para a conta da Delta, os técnicos da CPI concluíram que as empresas envolvidas na obra não possuem controle de compensação de créditos e débitos. Dessa forma, uma empresa pode ter subcontratado a outra e pago o valor total pelo serviço. Por esse artifício, a diferença de eventual desvio de dinheiro público, por meio de superfaturamento ou pela falsa notificação de entrega real do serviço, é devolvida ao subcontratante, sem fiscalização alguma.
A Delta pode ter acertado um esquema de lavagem de dinheiro por meio de subterfúgios burocráticos. Além disso, segundo a avaliação da CPI, as empresas subcontratadas pela construtora possuem entre si contratos mútuos de diferentes obras, serviços ou negócios (lícitos ou ilícitos) e fazem pagamentos entre si sem compensar valores por meio de controle contábil (oficial ou não).
As informações da CPI a respeito dos contratos estaduais coincidem com um levantamento anterior feito pela repórter Conceição Lemes, do site Viomundo, com base em dados do blog Transparência São Paulo, especializado em análise de contas públicas. A partir dessas informações, foi possível detectar que o contrato da Dersa, referente às obras no Tietê (415 milhões de reais) foi assinado por Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor de Engenharia do órgão até abril de 2010, e pelo presidente da estatal, Delson Amador, que acumulava a superintendência do DER.
Intimamente ligado aos tucanos, Paulo Preto foi apontado como arrecadador de campanha do PSDB e chegou a ser acusado de sumir com 4 milhões de reais supostamente destinados à campanha presidencial de Serra em 2010. Os nomes dele e de Amador aparecem ainda em outra investigação da Polícia Federal, a Operação Castelo de Areia, na qual executivos da construtora Camargo Corrêa foram acusados de comandar um esquema de propinas em obras públicas.
Em 1997, durante a presidência do tucano Andrea Matarazzo, Delson Amador virou diretor da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), depois privatizada. Era responsável pela fiscalização de obras tocadas pela Camargo Corrêa, como a Usina de Porto Primavera e a Ponte Pauliceia, construída sobre o Rio Paraná para ligar os municípios de Pauliceia, em São Paulo, e Brasilândia, em Mato Grosso do Sul. Amador foi chefe de gabinete de Matarazzo na subprefeitura da Sé, na capital paulista.
Uma certidão emitida pela Junta Comercial de São Paulo revela que Heraldo Puccini Neto, diretor da Delta para São Paulo e o Sul do Brasil, aparece como representante legal do Consórcio Nova Tietê. Escutas realizadas pela PF demonstram que Puccini é um dos interlocutores mais próximos de Carlinhos Cachoeira. Documentos da Operação Monte Carlo o apontam como um dos elementos da quadrilha que preparavam editais para ganhar licitações públicas.
até tu demostenes!?!?!?!?
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
http://www.cartacapital.com.br/politica ... -em-sampa/
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
O paladino do combate à corrupção:
Protógenes Queiroz vira piada no Twitter após ter feito críticas ao filme Ted
Deputado federal fica irritado e diz que o longa é uma apologia às drogas
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/ ... 20924.html
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Protógenes Queiroz vira piada no Twitter após ter feito críticas ao filme Ted
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
demostenes é suspenso de cargo no ministerio publico de goias.
a medida se deve a instauração de processo administrativo disciplinar para investigar seu envolvimento com cachoeira.
a medida se deve a instauração de processo administrativo disciplinar para investigar seu envolvimento com cachoeira.
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
Nessa aí ele pisou na bola feio...Compson escreveu:O paladino do combate à corrupção:
Protógenes Queiroz vira piada no Twitter após ter feito críticas ao filme Ted
Deputado federal fica irritado e diz que o longa é uma apologia às drogas
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
Oposição tenta postergar CPI do Cachoeira para salvar Perillo
http://www.blogdacidadania.com.br/2012/ ... r-perillo/
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
http://terramagazine.terra.com.br/bobfe ... lo-vieira/
“Se CPI abrir as contas, o Brasil cai”, disse, com razão, Paulo Vieira
O enredo da CPI do Cachoeira era poderoso, mas apenas pequena parte dessa novela foi encenada. Enredo com corrupção da grossa. Com uso de dinheiro público, com governadores da oposição e da situação envolvidos e, até, com capítulos de paixão e amor. CPI que teve a habitual musa. No caso, Andressa Mendonça; num sinal dos tempos, a musa é mulher do réu, Cachoeira, que deu nome a essa novela de quinta categoria.
Novela de quinta porque a CPI sequer ouviu o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Aquele das noitadas e festas com guardanapos em Paris e cercanias.
Sérgio Cabral, amigo de Fernando Cavendish. E Cavendish é o dono da Delta, principal locação dessa novela. Uma novela barata mas, ao mesmo tempo, uma novela muito cara.
Até os guardanapos de Paris sabem que a empreiteira tinha obras e estreitas relações em mais de 20 estados. Pegaram Marconi Perillo, governador de Goiás, do PSDB. Entre outros 45, a CPI vai recomendar o indiciamento do tucano.
E preservaram Agnelo Queiroz, governador do PT em Brasília. E, óbvio, as investigações mal arranharam os tentáculos desse polvo esparramado pelo Brasil.
O relatório de Odair Cunha (PT-MG), ainda a ser votado, vai pedir investigação sobre o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, acusado de paralisar investigações da Polícia Federal na Operação Vegas, de 2008.
A oposição, mas não apenas, dirá que isso é retaliação por Gurgel ter feito as alegações finais na denúncia do chamado "mensalão do PT".
A situação dirá que, ao emitir opiniões eleitorais durante a reta final do julgamento e da última eleição, Gurgel buscava uma vacina; porque sabia que seria investigado. Investigado pelo que governistas, mas não apenas, viram como vistas grossas no caso da Operação Vegas.
Paulo Vieira de Souza, também conhecido como "Paulo Preto" desde a campanha presidencial de 2010, é ex-diretor da Dersa em São Paulo, no governo José Serra. Paulo Vieira, que depos na CPI, resume essa novela com uma clareza espantosa. Em entrevista à revista Piaui, Paulo Vieira pergunta:
- Por que a CPI proibiu a abertura das contas do eixo Rio-São Paulo? Só vai poder (abrir as contas) de Brasília e Goiás…
E Paulo Vieira de Souza, engenheiro que conhece as entranhas do ramo, explica:
- Porque se abrir (as contas de Rio e São Paulo), o Brasil cai.
Nada mais seria preciso dizer, além de acrescentar que, certamente, contas não apenas de Rio e São Paulo. Mas, diga-se, para alguns feitos serviu a CPI.
A CPI que foi do Cachoeira e deveria ser de tantos outros serviu para desmascarar a farsa encenada pelo ex-senador do DEM, agora cassado, Demóstenes Torres.
Demóstenes, como se recorda, escalado pelos amigos, e por anos, para o papel de O Probo, O Faxineiro da República.
A propósito, da CPI vazou que será pedido o indiciamento e/ou a investigação de um lote de jornalistas, entre eles Policarpo Júnior, da revista Veja.
Pedir, vazar que quer, é uma coisa, mas conseguir consenso e votos para aprovar é outra. De qualquer forma, nesse caso todo é de se prever muito pano pra pouca manga.
Por fim, mas não por último. Antes de passar a presidir o Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa fez um gesto derradeiro. Determinou que em 40 dias juízes federais ouçam oito testemunhas do chamado "mensalão do PSDB".
O Ministério Público Federal (MPF) entende que o "mensalão do PSDB mineiro" foi um esquema que vigorou em 1998, durante a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) para o governo de Minas Gerais.
O ex-governador Eduardo Azeredo, hoje deputado federal pelo mesmo PSDB, e outras 14 pessoas foram denunciadas em 2007.
Barbosa não dirá isso em público, mas entende existir má vontade, ou ao menos desleixo, para se investigar e julgar o chamado "mensalão tucano". Por isso, gesto tão simbólico. O tempo dirá se tudo quedará apenas no simbólico.
Até pela necessidade sentida por Joaquim Barbosa para esse derradeiro gesto antes de assumir a presidência do STF, e da simbologia por ele buscada, pode-se dizer que, nesse caso, o que se teve desde 1998 até agora foi muita manga pra pouco pano.
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
Qui Marravilia!!!
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... s-cassacao
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Da Istoé
A boa vida de Demóstenes
Sem mandato e prestígio, o ex-senador Demóstenes continua a desfrutar dos luxos da época de parlamentar. Comemorou o Réveillon num dos melhores restaurantes de Paris, frequenta uma badalada academia, faz tratamentos em clínicas estéticas e degusta vinhos
Josie Jeronimo
No dia de seu aniversário, o ex-senador Demóstenes Torres saiu de casa de terno e gravata, mas não teve compromisso social: foi a uma clínica estética e comprou iguarias para o jantar
Apanhado nos grampos que ajudaram a condenar o contraventor Carlinhos Cachoeira a 39 anos e 8 meses de prisão, o ex-senador Demóstenes Torres perdeu o mandato de senador em junho de 2012 e foi afastado do Ministério Público de Goiás. Seis meses depois, porém, embora desprovido de cargo e prestígio, o ex-parlamentar do DEM não perdeu a pose nem a boa vida sustentada por luxos e prazeres dos tempos de parlamentar, quando foi considerado no Congresso uma espécie de paladino da ética, antes de ser flagrado em tramoias com o bicheiro. A fama de mocinho acabou, mas sua rotina continua à base do bom e do melhor.
Na quarta-feira 23, em seu primeiro aniversário depois da queda, assistiu-se a uma pequena romaria na entrada do condomínio Parque Imperial, em Goiânia, onde Demóstenes reside num apartamento avaliado em R$ 2 milhões. Vestido de paletó e gravata, Demóstenes saiu de casa pouco depois das 9 da manhã. Ocupado, conforme um assessor, com os preparativos de um jantar de aniversário, assumiu o volante de uma Vera Cruz Hyundai e passou duas horas fora de casa. No fim da tarde, saiu mais uma vez, dirigindo-se a uma clínica estética. No carro com o vidro semiaberto, dava tchauzinho para quem o reconhecia. Em sua vida sem mandato, Demóstenes tem aproveitado para fazer testes frequentes de popularidade.
Semanas antes de comemorar seu aniversário, o ex-senador saiu-se bem quando enfrentou 20 minutos de fila no Vapt-Vupt – nome do Poupatempo em Goiânia – para trocar o passaporte diplomático, a que tinha direito como senador, pelo comum. Foi reconhecido por cidadãos anônimos, que tiraram fotos com celular. A maioria o aplaudia, mas a funcionária Raquel Silva enquadrou a equipe de atendentes que ameaçava entrar na algazarra: “Coloquei o Demóstenes numa fila. Quando o pessoal foi tirar foto, igual a uma celebridade, eu disse: ‘Menos, gente, menos.’” Dias depois da cassação ele foi à rodoviária para renovar a carteira de motorista. Recebeu abraços e cumprimentos. O mesmo aconteceu em suas idas a supermercados.
A situação se inverte quando Demóstenes aparece nos lugares mais nobres da capital de Goiás. Numa badalada academia de ginástica localizada na Praça do Ratinho, que frequenta há anos, o tratamento é outro – revelam os funcionários. Antes, as pessoas daquele local, um dos pontos de concentração do mundo endinheirado da cidade, formavam rodinha para ouvir histórias e perguntar sua opinião. Na última semana, foi visto sozinho, como uma companhia a ser evitada. Um motorista de táxi que costuma levar Demóstenes até o aeroporto conta que recentemente ele estava muito animado e falante até a metade do caminho. Mas, quando o carro passou pelo rio Meia Ponte, ocorreu uma cena significativa. Chovia muito naquele dia, e o taxista comentou: “O rio Meia Ponte está parecendo uma cachoeira.” Ele conta que após ouvir a palavra “cachoeira” Demóstenes amarrou a cara e fez o resto da viagem em silêncio.
A vida de Demóstenes depois da queda tem elementos que lembram um melodrama do século XIX, mas vários capítulos poderiam ser escritos por Robert Parker, o mais celebrado enólogo do planeta. Em dezembro, Demóstenes esteve em Paris para passar o Réveillon e aproveitou a estadia para jantar no Taillevent, um dos mais exclusivos restaurantes da capital francesa. Situado a poucos passos da avenida Champs-Élysées e do Arco do Triunfo, o Taillevent serve vinhos que custam em média 1,8 mil euros, mas podem chegar a 18 mil euros, caso o cliente opte pelo Bordeaux Château Lafite-Rothschild, safra 1846. O gosto do ex-senador por vinhos raros e caros tornou-se conhecido nacionalmente depois que a Polícia Federal descobriu que Cachoeira lhe deu um lote de cinco garrafas do maravilhoso Bordeaux Cheval Blanc (nota mínima de 93 sobre 100 nas avaliações disponíveis de Robert Parker), pagando US$ 14 mil pela iguaria. Como se vê, longe do Senado e dos holofotes da televisão que ajudaram a transformá-lo num campeão da moralidade pública, Demóstenes continua um cálice refinado e aplicado.
Hoje em dia ele só aparece em Brasília uma vez por semana e passa a maior parte de seus dias em Goiânia. Foi ali que, há poucos dias, num jantar no restaurante Madero, degustou uma garrafa de Pêra Manca (nota mínima de 86 na avaliação de Parker), que custa R$ 940. Em outra ocasião, numa visita à cantina San Marco, informou aos garçons que faria um pedido modesto, para uma refeição rápida. Pediu um Sirah Incógnito, português cujo preço é R$ 450 (87 sobre 100 na avaliação de Parker). Ficou contrariado porque o estoque havia acabado. Acabou servindo-se de um Malbec argentino, o Angélica Zapata, a R$ 300 a garrafa (a qualidade varia, mas Parker deu 91 para a safra de 1997). Ao reunir três procuradores para um encontro festivo, Demóstenes pediu um “Barca Velha”, que pode chegar a R$ 1,4 mil nas boas safras. Como brinde de Natal, Demóstenes distribuiu aos amigos e aliados políticos uma garrafa do sugestivo espumante português “Terras do Demo”, vendida a R$ 80. Procurado por ISTOÉ para uma entrevista, Demóstenes alegou que, orientado por seus advogados, preferia não dar depoimento nem responder a perguntas, mas ficou claro que ainda acumula poder no Estado. Instalada nas vizinhanças da residência do ex-senador, a equipe de ISTOÉ foi abordada por uma viatura policial, que pediu documentos.
Do ponto de vista legal, Demóstenes tem algumas complicações pela frente. Em agosto de 2012, com receio de que, mesmo sem mandato, ele ainda tivesse influência para livrar-se de qualquer investigação interna, 82 procuradores de Goiás assinaram um manifesto público exigindo que fosse aberta uma investigação sobre sua conduta. O caso hoje se encontra no Conselho Nacional do Ministério Público, que tem três opções pela frente. Pode transformar o afastamento temporário em permanente, sem maiores consequências para Demóstenes. Pode ainda aposentá-lo compulsoriamente, o que lhe permitiria conservar os vencimentos de R$ de 24 mil. Ou votar por sua demissão, que implicaria perda de qualquer benefício.
Responsável por arquivar as primeiras denúncias sobre Cachoeira que chegaram ao Ministério Público, o procurador-geral, Roberto Gurgel, costuma fazer pronunciamentos enfáticos em que confirma a disposição de acelerar as investigações contra Demóstenes. Procurado para comentar o caso, o procurador-geral mandou dizer, através de uma assessora, que sempre atuou no Conselho de forma isenta, “sem qualquer interferência nas decisões, como qualquer co nselheiro poderá confirmar”. Na prática, o caso caminha devagar. Amigo de Demóstenes, o conselheiro xxxxxxxxx Silveira foi sorteado como primeiro relator e depois de 20 dias declarou-se impedido, o que já atrasou o processo em um mês.
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
E m monte de gente diz que Cachoeira só tem a ver é com o PT....
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Do Brasil 247
CPI de Goiás sequer cita Cachoeira e Demóstenes
No aniversário de um ano da Operação Monte Carlo, todos os envolvidos estão livres; apenas o ex-democrata perdeu o mandato no Senado, embora continue a receber sem trabalhar no Ministério Público; na Assembleia de Goiás, relatório da comissão instalada para investigar os tentáculos da organização criminosa do contraventor no poder se limitou a mencionar as relações entre a empreiteira Delta e prefeituras do PT e do PMDB; mas tudo sem efeito, porém, já que e Justiça proibiu o acesso da comissão aos contratos entre a construtora e os municípios
Goiás247_ Adepto da boa vida e de comemorações requintadas, o contraventor Carlinhos Cachoeira tem motivos para celebrar nesta quinta-feira. Um ano após ser preso pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal, Cachoeira termina o mês do carnaval livre, assim como todos os seus comparsas.
De habeas corpus em habeas corpus, o contraventor conseguiu se livrar da prisão e escapar das garras da Justiça – pelo menos por agora – naquela que parecia ser a chance de por fim ao jogo ilegal e à sua relação nada republicana com o poder público.
Cachoeira casou com Andressa, cumprindo a promessa que fez na cadeia, e hoje vive em Goiânia livre, na sua bela casa em um condomínio de luxo. Frequenta os melhores bares e restaurantes da Capital e, segundo consta, ainda possui um patrimônio invejável.
Cláudio Abreu, o diretor da Delta no Centro-Oeste, e que era o braço direito de Cachoeira, também está solto. Abreu era uma espécie de articulador e tinha passe livre em diversas prefeituras de Goiás. Ele também fazia negócios em outros Estados.
José Olímpio, que explorava os jogos de azar no Distrito Federal também foi solto. Assim como Wladmir Garcêz, o ex-vereador por Goiânia que era unha e carne com Cachoeira.
A construtora Delta teve seu nome manchado com o escândalo, mas nada que abalasse seu poder e influência. A empreiteira continua sendo uma das que mais possui contratos milionários com os diversos governos em todas as esferas.
Demóstenes
O ex-senador Demóstenes Torres não chegou a ser preso, mas sua vida está longe de ser um martírio. Sem mandato e sem partido, ele buscou abrigo no Ministério Público de Goiás, onde atua como promotor. Não tem a simpatia dos colegas, que querem sua expulsão do órgão. No entanto, está afastado aguardando julgamento pelo Conselho Nacional do MP. Enquanto isso embolsa, sem trabalhar, um salário em torno de R$ 20 mil, fora os benefícios.
Livre dos compromissos na repartição, Demóstenes bate ponto em restaurantes caros e badalados de Brasília, Goiânia, Rio e Paris. Pensa em voltar à política futuramente e confessou a amigos que se a coisa apertar pode abrir uma adega de vinhos.
CPI de Goiás
Diante do quadro nacional de impunidade, em Goiás não seria diferente. A CPI Delta/Cachoeira na Assembleia Legislativa do estado acabou esta semana. Curiosamente (ou previsivelmente), o deputado Talles Barreto (PTB) apresentou um relatório final que sequer cita Cachoeira e Demóstenes. A comissão foi montada para averiguar os tentáculos da organização de Cachoeira com autoridades e políticos de Goiás.
O relatório se limitou a citar que os principais contratos da Delta no Estado foram firmados com prefeituras que estavam sob o comando de PT e PMDB. Mas, o documento não destrincha essa relação, já que a Justiça goiana proibiu a CPI de ter acesso a esses contratos. A CPI chegou a ser paralisada por meses e voltou para terminar de forma melancólica.
Os deputados devem enviar o relatório final ao Ministério Público, mas fica difícil imaginar um desdobramento efetivo. Afinal, se depois de um ano todos estão livres e no auge do escândalo pouco se fez, não seria agora que algo aconteceria.
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Re: até tu demostenes!?!?!?!?
Pra quem acredita que o Brasil mudou...
http://www.brasil247.com/pt/247/goias24 ... denado.htm
http://www.brasil247.com/+53vgw
http://www.brasil247.com/pt/247/goias24 ... denado.htm
Cachoeira, a luxuosa vida de um condenado
A Justiça só é cega para alguns; enquanto petistas históricos amargam o cárcere, a 200 quilômetros do presídio da Papuda, em Goiânia, contraventor mais famoso da atualidade está livre para rearticular seus negócios, frequentar os melhores restaurantes da cidade e figurar nas colunas sociais; desde que se livrou das grades (mesmo condenado a mais de 39 anos), Cachoeira se casou, passeou por resorts da moda e já pensa mesmo em recompor sua bancada parlamentar, tendo à frente a mulher, Andressa Mendonça, ensaiando candidatura à Câmara dos Deputados
14 de Dezembro de 2013 às 16:19
Goiás 247 - José Dirceu precisa pedir autorização à Justiça para atualizar seu blog, Delúbio Soares tenta um emprego na CUT e para isso precisa da gentileza dos magistrados. E José Genoino; esse precisou provar, de forma involuntária até, que sofre mesmo de um grave problema cardíaco. Tudo isso tem como cenário o presídio da Papuda, nos arredores de Brasília.
A pouco mais de 200 km dali, em Goiânia, um condenado a 39 anos de cadeia não precisa de autorização judicial para frequentar os melhores bares e restaurantes, reativar sua vida de empresário e até mesmo costurar articulações políticas. Esse é Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Se a Justiça Brasileira produz disparates como esse, Cachoeira não tem culpa e aproveita para refazer a vida ao lado da mulher, Andressa Mendonça, com quem se casou com pompa e circunstância logo após a breve estadia na Papuda. Enquanto isso, os fundadores históricos do PT mofam nas celas do presídio brasiliense e clamam por uma benevolência da Justiça para talvez cumprirem uma pena domiciliar ou mesmo uma tarefa simples, como escrever texto num blog.
Carlinhos Cachoeira conhece bem a Papuda. Ele ficou nove meses presos na penitenciária em 2012 e agora o máximo que chega perto do complexo presidiário é quando vai a Anápolis visitar familiares, frequentar igrejas e saber como andam seus negócios.
Nem tudo, porém, foi alegria na vida do contraventor. Desde a eclosão da Operação Monte Carlo Cachoeira perdeu a mãe. Não pode sequer velar seu corpo, pois estava trancafiado na papuda. Meses depois foi a vez do pai, o folclórico Tião Cachoeira, um dos pioneiros do jogo do bicho em Anápolis, ir-se embora, ceifado por um enfarte.
Diversificação
Reportagem do jornal O Popular, de Goiânia, publicada em 23 de novembro, mostrou como está a vida do ex-contraventor. Cachoeira agora atua no ramo imobiliário e, com seus olhos de lince, mira investimentos em Goiânia, Anápolis e outras cidades do interior. Em Goiás Cachoeira tem fama de Midas, onde tudo que toca, qualquer negócio a que se dedique, prospera, vira ouro. A atuação profissional voltou a ser prioridade após ele transformar seu cotidiano pessoal numa espécie de reality show.
Ao sair da cadeia, ele cumpriu a promessa que fez a Andressa ainda na Papuda. Os dois se casaram na residência do casal, num condomínio de luxo na Capital, e a foto que rodou o Brasil foi Cachoeira beijando os pés da esposa na frente de um batalhão de fotógrafos. Cachoeira é frequentemente avistado na movimentada noite goianiense, sempre presente nos melhores restaurantes da cidade. Até suas idas ao cabeleireiro são razões para notícias de jornais.
O ex-amigo de Demóstenes Torres também se fez flagrar num resort luxuoso na Bahia, no começo deste ano. Bermuda florida de grife, óculos escuros e Andressa, de biquíni, ao lado, exibindo os dotes que fizeram a musa do CPI que levou o nome do marido. Trajes bem diferentes e liberdade de darem inveja aos petistas condenados.
Com a vida conjugal ajeitada e a atuação empresarial retomada, Cachoeira estendeu seus tentáculos no ambiente que lhe fulminou, na Operação Monte Carlo, a política. A esposa se filiou ao PSL e os boatos – estrategicamente negados pelo próprio Cachoeira – de uma possível candidatura de Andressa a deputada federal se espalharam.
O mandato que Genoino renunciou na Câmara Federal é agora cobiçado por Cachoeira e esposa. Nem mesmo Joaquim Barbosa sonharia com tamanha ironia. O jornal Tribuna do Planalto, de Goiânia, divulgou no mês passado que Cachoeira comandaria um grupo de três partidos (PMN, PSL e PT do B) e seu objetivo é fazer uma bancada forte no Congresso em 2014. É articulação política de fazer inveja ao agora preso ex-ministro José Dirceu.
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La dolce vita de Demóstenes
Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, faz a comparação de dois casos da Justiça do País; enquanto o ex-senador Demóstenes Torres, flagrado mantendo relações com um chefe do crime organizado de Goiás, Carlos Cachoeira, e com diversas provas materiais contra ele, passa o Ano Novo na Itália (na foto, ele caminha pelas ruas da cidade de Florença no primeiro dia do ano), o ex-deputado José Genoino, condenado pelo STF "sem uma única prova material ou mesmo testemunhal", cumpre prisão domiciliar em Brasília; "Justiça à brasileira", escreve Guimarães
7 de Janeiro de 2014 às 17:52
247 – Um flagrante na Itália fez com que o blogueiro Eduardo Guimarães fizesse uma curiosa comparação entre dois casos da "Justiça à brasileira", como diz ele.
Enquanto o ex-senador Demóstenes Torres, flagrado mantendo relações com um chefe do crime organizado de Goiás, Carlos Cachoeira, passa o Ano Novo na Itália, José Genoino cumpre prisão domiciliar em Brasília.
O procurador de Goiás (na foto, ele caminha pelas ruas da cidade de Firenze no primeiro dia do ano) tem contra ele diversas provas materiais, inclusive gravações em que aparece se corrompendo.
Já o ex-deputado foi condenado a seis anos e 11 meses de prisão pelo STF "sem uma única prova material ou mesmo testemunhal", como lembra Guimarães. Leia abaixo o post publicado em seu blog:
Justiça à brasileira: Demóstenes Torres curte Ano Novo na Itália
Dois homens, duas acusações, dois pesos e duas medidas.
O ex-senador Demóstenes Torres foi flagrado mantendo relações com um chefe do crime organizado de Goiás. Há fartas provas materiais contra ele, inclusive gravações em que aparece se corrompendo.
Demóstenes foi flagrado por uma fonte deste blog desfrutando das delícias que o dinheiro pode comprar. A foto que o leitor vê acima foi tirada na cidade italiana de Firenze no primeiro dia deste ano.
José Genoino foi acusado de corrupção ativa e formação de guadrilha e condenado a 6 anos e 11 meses de prisão sem uma única prova material ou mesmo testemunhal. Para condená-lo, usaram a teoria de que seria "verossímil" que fosse culpado.
No mesma foto acima, Genoino aparece em prisão domiciliar, em Brasília, no dia 6 último, após a justiça ter decidido lhe cobrar uma multa que vale mais do que a casa humilde em que reside, num bairro de periferia da grande São Paulo.
Os fatos acima resumem a Justiça brasileira. Abaixo, as fotos de como a elite judiciária trata a elite política deste país, que paira acima das leis enquanto debocha delas.
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