DESMISTIFICANDO FHC

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#166 Mensagem por Taiado » 06 Set 2012, 08:59

Carnage escreveu:
Portanto, eu acho que o PT está longe de ser bom, mas é muito mais competente que os tucanos. E o PT está longe de ser íntegro, mas é bem melhor que os tucanos. Preferia outros melhores, mas como a polarização não cede, não tem muito o que escolher.

Claro que é só minha opinião
Claro que cada um tem a sua opinião, mas na observação da maioria das pessoas, o PSDB, apesar dos pesares (que são vários), mandou muuuuuito melhor do que o PT, e apenas um dos indícios disto é que na pesquisa do IG, o FHC ficou com quase o dobro de votos do Lula, um reconhecimento para alguém que fez muito mais pela coletividade do que dar uns peixes para quem não sabe pescar.

Em tempo, não desfaço daquilo que o Lula fez, pois apesar de eleitoreiro (não me agrada este estilo "pai-de-todos") sei que em determinados lugares, 50 reais pode ser a diferença entre ter oq comer e não ter nada, então, se esta merda salvou uma vida que seja, e acho q salvou, já valeu a roubalheira, apesar de desprezível.

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#167 Mensagem por Compson » 06 Set 2012, 11:46

Taiado escreveu:um dos indícios disto é que na pesquisa do IG, o FHC ficou com quase o dobro de votos do Lula
Que pesqueisa do IG?

Taiado
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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#168 Mensagem por Taiado » 06 Set 2012, 13:09

Compson escreveu:
Taiado escreveu:um dos indícios disto é que na pesquisa do IG, o FHC ficou com quase o dobro de votos do Lula
Que pesqueisa do IG?
Esta aqui:

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica ... rasil.html

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#169 Mensagem por Compson » 07 Set 2012, 14:46

Taiado escreveu:
Compson escreveu:
Taiado escreveu:um dos indícios disto é que na pesquisa do IG, o FHC ficou com quase o dobro de votos do Lula
Que pesqueisa do IG?
Esta aqui:

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica ... rasil.html
Olha, eu acho que FHC é meio injustiçado. Concorde-se ou não com o que fez em seu governo, ele foi eleito duas vezes e nunca escondeu o que iria fazer, ao contrário de certas presidentas por aí... O programa de privatizações estava absolutamente claro já no Plano Real. A cagada foi ter segurado o câmbio valorizado por tanto tempo (por causa da reeleição) e ter apagado a luz do ministério de minas e energia.

Mas essa enquete aí não significa nada... Não tem nenhum critério de seleção dos votantes, qualquer um pode votar quantas vezes quiser. O viés partidário fica claríssimo na pesquisa sobre o pior prefeito. Marta e Serra podem ter sido muito ruins, mas nenhum dos dois pode ser considerado, por qualquer argumento sério, pior que o Pitta. É óbvio que foi algo do tipo tucano-vota-em-Marta x PTista-vota-em-Serra... Por acaso, mais tucanos votaram nessas enquetes.

Em enquete inovadora, Marta é eleita pior prefeita de SP dos últimos 20 anos
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica ... -anos.html

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#170 Mensagem por Taiado » 07 Set 2012, 18:50

Compson escreveu:
Taiado escreveu:
Compson escreveu:
Taiado escreveu:um dos indícios disto é que na pesquisa do IG, o FHC ficou com quase o dobro de votos do Lula
Que pesqueisa do IG?
Esta aqui:

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica ... rasil.html
Olha, eu acho que FHC é meio injustiçado. Concorde-se ou não com o que fez em seu governo, ele foi eleito duas vezes e nunca escondeu o que iria fazer, ao contrário de certas presidentas por aí... O programa de privatizações estava absolutamente claro já no Plano Real. A cagada foi ter segurado o câmbio valorizado por tanto tempo (por causa da reeleição) e ter apagado a luz do ministério de minas e energia.

Mas essa enquete aí não significa nada... Não tem nenhum critério de seleção dos votantes, qualquer um pode votar quantas vezes quiser. O viés partidário fica claríssimo na pesquisa sobre o pior prefeito. Marta e Serra podem ter sido muito ruins, mas nenhum dos dois pode ser considerado, por qualquer argumento sério, pior que o Pitta. É óbvio que foi algo do tipo tucano-vota-em-Marta x PTista-vota-em-Serra... Por acaso, mais tucanos votaram nessas enquetes.

Em enquete inovadora, Marta é eleita pior prefeita de SP dos últimos 20 anos
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica ... -anos.html
Desde o inicio disse que esta enquete era só um indício, não prova de nada, mas é simplesmente a minha opinião... o Lula tem méritos mas eu acho que ele não teria conseguido distribuir nada, ou talvez menos, se o FHC não tivesse deixado o caixa no jeitinho para ele. Da parte dele eu só o vi manter aquilo que já estava, sem aquisições ou melhorias para a estrutura do país e esta é a minha maior crítica ao governo dele...

Muita garganta, pouca ação e ainda a já tradicional gana pelo enriquecimento ilícito que toma o baixo escalão (em alguns no alto) sempre que um partido novo toma o governo... o já tradicional rato magro.

Isso é humano, seja qual for o partido que entrar haverá roubalheira e favorecimento.

Não é questão de endeusar ou demonizar ninguém, o povo tem de estar atento e a história mostrará quem deixou o melhor legado.

Sempre Alerta
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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#171 Mensagem por Sempre Alerta » 08 Set 2012, 18:32

CARTA ABERTA A FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Theotonio dos Santos Júnior

Meu caro Fernando,

Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960.

A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete contudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação.

Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependencia: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000). Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.

O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário. No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos
.
TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese? Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.

Segundo mito - Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade. E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava. Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou drasticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo…te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.

Terceiro mito – Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição os 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia. Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em consequência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar… Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este país.

Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entrou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o verdadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a frequentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço.

Theotonio dos Santos Júnior (Carangola, 11 de novembro de 1936) é um economista e cientista político brasileiro. Um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor “notório saber” pela UFMG e pela UFF. Professor emérito da UFF. Coordenador da cátedra e rede UNU-UNESCO de Economia Global e Desenvolvimento sustentável – REGGEN.

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#172 Mensagem por Taiado » 09 Set 2012, 12:36

Sempre Alerta escreveu:
CARTA ABERTA A FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Theotonio dos Santos Júnior

Meu caro Fernando,

Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960.


O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário. No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos
.


Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entrou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o verdadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a frequentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço.

Theotonio dos Santos Júnior (Carangola, 11 de novembro de 1936) é um economista e cientista político brasileiro. Um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor “notório saber” pela UFMG e pela UFF. Professor emérito da UFF. Coordenador da cátedra e rede UNU-UNESCO de Economia Global e Desenvolvimento sustentável – REGGEN.
Esta é a carta mais irada e magoada que eu já vi em minha vida. Eu teria vergonha de demonstrar em público esta raiva e frustração. Não sei quem esta com a razão nesta briga entre os dois, mas é uma vergonha alheia dizer que lamenta o destino do Serra ou que ainda gosta deles... para com isso vai!! Fala que odeia com todas as forças que esta magoadíssimo e tem vontade de esganar, mas sinceramente... PARA DE FALAR MERDA!!!

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#173 Mensagem por Carnage » 09 Set 2012, 19:37

Caro Taiado, essa enquete é ridícula.

Sela é indício de algo, é de que mais tucanos acessam o site. Os índices de aprovação de FHC e de Lula ao final de seus gonvernos são indícios muito mais sólidos do que o povo pensa.

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#174 Mensagem por Carnage » 09 Set 2012, 19:38

Tem muita coisa junta que já postaram no fórum mas eu tinha feito a compilação outro dia, não vou ficar tirando.

http://vermelhosnao.blogspot.com.br/201 ... rasil.html
Eles querem dar a receita para o Brasil crescer

Patrocinados pelo banco Itaú reuniram-se em São Paulo o democrata Bill Clinton, o trabalhista Tony Blair e o tucano Fernando Henrique Cardoso. Além dos citados o evento Itaú bba + perspectivas teve a presença de 480 CEOs latino-americano. Todos de empresas que faturam mais de US$ 100 milhões por ano. Vieram aprender sobre economia e política. Da situação atual dos EUA e da União Européia, passando pelo oriente médio e indo até a china, sem esquecer um olhar de esguelha sobre a África.
Tony Blair disse que o Brasil precisa fazer mudanças para continuar crescendo. Quem governou o reino unido entre 1997 e 2007 como definiria mudanças? A única coisa que realizou foi apoiar a exuberância irracional do mercado. Aquela que explodiu em 2008 e transformou a zona do euro. Uma era de estagnação para os países grandes e médios e de recessão para os periféricos. A conta da administração Blair ainda será paga pelos britânicos durante muito tempo.

Clinton disse que apesar da crise financeira um grande número de pessoas saiu da miséria nos últimos 25 anos. Só esqueceu de dizer que pelo menos 3/4 delas estão na china. Também nada falou sobre a origem do sucesso chinês. Aquele que foi produzido pela maciça migração industrial para lá, enquanto os norte-americanos e os europeus preferiram incentivar a reprodução in vitro dos títulos do sistema financeiro como base do desenvolvimento.

FHC disse o que se esperava de quem governou como ele. Não se esqueceu de uma genuflexão à américa. Acredito que as instituições a que tenha se referido sejam o Citi,o Goldman, o JP Morgan... Para o outro extremo do mundo também declarou a sua subserviência: “O Brasil percebeu a importância da China muito antes que outros países. Hoje a China é nosso segundo maior cliente”. Ela nos fornece espelhos e miçangas em troca das nossas matérias primas usadas para fabricar os xing ling que manda para cá.

A receita destas três sumidades do caos, com o apoio dos banqueiros, deve ser esquecida o mais rápido possível sob pena de catástrofe econômica perpétua.

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... st_id=1072
Fala FHC: como seria o Brasil em mãos tucanas?

Um grande banco de São Paulo reuniu nesta 3ª feira três vigas chamuscadas do incêndio neoliberal que ainda arde no planeta: Clinton, Blair e FHC. Que um banco tenha promovido um megaevento com esses personagens a essa altura do rescaldo diz o bastante sobre a natureza do setor e da ingenuidade dos que acreditam em cooptar o seu 'empenho' na travessia para um novo modelo de desenvolvimento. Passemos.


As verdades às vezes escapam das bocas mais inesperadas. Clinton e Blair jogaram a toalha no sarau anacrônico do dinheiro com seus porta-vozes. Coube ao ex-presidente norte-americano sintetizar um reconhecimento explícito: 'Olhando de fora, o Brasil está muito bem. Se tivesse que apostar num país, seria o Brasil'.

Isso, repita-se, vindo de um ex-presidente gringo que consolidou a marcha da insensatez financeira em 1999, com a revogação da lei de Glass-Steagall.

Promulgada em junho de 1933, três meses depois da Lei de Emergência Bancária, que marcou a posse de Roosevelt, destinava-se a enquadrar o dinheiro sem lei, cujas estripulias conduziram o mundo à Depressão de 29.

A legislação revogada por Clinton submetia os bancos ao rígido poder regulador do Estado. Legitimado pela crise, Roosevelt rebaixou os banqueiros à condição de concessionários de um serviço sagrado de interesse público: o fornecimento de crédito e o financiamento da produção. Enquanto vigorou, a Glass Steagall reprimiu o advento do supermercado financeiro, o labirinto de vasos comunicantes dos gigantes financeiros em que bancos comerciais agem como caixa preta de investimento especulativo, com o dinheiro de correntistas.

O democrata que jogou a pá de cal nas salvaguardas do New Deal elogiou o Brasil, quase pedindo desculpas por pisotear o ego ao lado do grande amigo de consensos em Washington e de corridas de emergência ao guichê FMI.

Mas FHC é um intelectual afiado nas adversidades.

A popularidade contagiante do tucano, reflexo, como se sabe, de seu governo, poupa-o da presença física nos palanques do PSDB, preferindo seus pares deixá-lo no anonimato ocioso para a necessária à defesa do legado estratégico da sigla.

É o que tem feito, nem sempre dissimulando certo ressentimento, como nessa 3ª feira mais uma vez.

Falando com desenvoltura sobre um tema, como se sabe, de seu pleno domínio sociológico, ele emparedou Clinton, Hair e tantos quantos atestem a superioridade macroeconômica atual em relação à arquitetura dos anos 90.

Num tartamudear de íngreme compreensão aos não iniciados, o especialista em dependência - acadêmica e programática - criticou a atual liderança dos bancos públicos na expansão do crédito, recado oportuno, diga-se, em se tratando de palestra paga pelo banco Itau; levantou a suspeição sobre as mudanças que vem sendo feitas - 'sem muito barulho'' - na política econômica ("meu medo é que essa falta de preocupação com o rigor fiscal termine por criar problemas para a economia”) e fez ressalvas ao " DNA" das licitações - que não reconhece, ao contrário de parte da esquerda, como filhas egressas da boa cepa modelada em seu governo.

Ao finalizar, num gesto de deferência ao patrocinador, depois de conceder que a queda dos juros é desejável fuzilou: 'houve muita pressão para isso'.

O cuidado tucano com os interesses financeiros nos governos petistas não é novo.

Há exatamente um ano, em 31 de agosto de 2011, quando o governo Dilma, ancorado na correta percepção do quadro mundial, cortou a taxa de juro pela primeira vez em seu mandato, então em obscenos 12,5%, o dispositivo midiático-tucano reagiu indignado. A pedra angular da civilização fora removida por mãos imprevidentes e arestosas aos mercados.

O contrafogo midiático rentista perdurou por semanas.

Em 28 de setembro, Fernando Henrique Cardoso deu ordem unida à tropa e sentenciou em declaração ao jornal ‘Valor Econômico’: a decisão do BC fora 'precipitada'.

Era a senha.

Expoentes menores, mas igualmente aplicados na defesa dos mercados autorreguláveis, credo que inspirou Clinton a deixar as coisas por conta das tesourarias espertas, replicaram a percepção tucana do mundo:"não há indícios de que a crise econômica global de 2011 seja tão grave quanto a de 2008", sentenciou, por exemplo o economista de banco Alexandre Schwartzman,indo para o sacrifício em nome da causa.

Nesta 4ª feira, o BC brasileiro completa um ano de cortes sucessivos na Selic com um esperado novo recuo de meio ponto na taxa, trazendo-a para 7,5% (cerca de 2,5% reais).

Ainda é um patamar elevado num cenário de crise sistêmica, quando EUA e países do euro praticam juros negativos e mesmo assim a economia rasteja.

Uma pergunta nunca suficientemente explorada pela mídia, que professa a mesma fé nas virtudes do laissez-faire, quase grita na mesa: 'Onde estaria o Brasil hoje se a condução do país na crise tivesse sido obra dos sábios tucanos?'

As ressalvas feitas por FHC no evento de banqueiros desta 3ª feira deixa a inquietante pista de que seríamos agora um grande Portugal, ou uma gigantesca Espanha - um superlativo depósito de desemprego, ruína fiscal e sepultura de direitos sociais, com bancos e acionistas solidamente abrigados na sala VIP do Estado mínimo para os pobres.

Em tempos de eleições, quando candidatos de bico longo prometem fazer tudo o que nunca fizeram, a fala de FHC enseja oportuna reflexão.

http://www.estadao.com.br/noticias/impr ... 4743,0.htm
Herança pesada
02 de setembro de 2012 | 3h 06
Fernando Henrique Cardoso – O Estado de S.Paulo


A presidenta Dilma Rousseff recebeu uma herança pesada de seu antecessor. Obviamente, ninguém é responsável pela maré negativa da economia internacional, nem ela nem o antecessor. Mas há muito mais do que só o infortúnio dos ciclos do capitalismo.

Comecemos pelo mais óbvio: a crise moral. Nem bem completado um ano de governo e lá se foram oito ministros, sete dos quais por suspeitas de corrupção. Pode-se alegar que quem nomeia ministros deve saber o que faz. Sem dúvidas, mas há circunstâncias. No entanto, como o antecessor desempenhou papel eleitoral decisivo, seria difícil recusar de plano seus afilhados. Suspeitas, antes de se materializarem em indícios, são frágeis diante da obsessão por formar maiorias hegemônicas, enfermidade petista incurável.


Mas não foi só isso: o mensalão é outra dor de cabeça. De tal desvio de conduta a presidenta passou longe e continua se distanciando. Mas seu partido não tem jeito. Invoca a prática de um delito para encobertar outro: o dinheiro desviado seria “apenas” para o caixa 2 eleitoral, como disse Lula em tenebrosa entrevista dada em Paris, versão recém-reiterada ao jornal The New York Times. Pouco a pouco, vai-se formando o consenso jurídico, de resto já formado na sociedade, de que desviar dinheiro é crime, tanto para caixa 2 como para comprar apoio político no Congresso Nacional. Houve mesmo busca de hegemonia a peso de ouro alheio.

Mas não foi só isso que Lula deixou como herança à sucessora. Nos anos de bonança, em vez de aproveitar as taxas razoáveis de crescimento para tentar aumentar a poupança pública e investir no que é necessário para dar continuidade ao crescimento produtivo, preferiu governar ao sabor da popularidade. Aumentou os salários e expandiu o crédito, medidas que, se acompanhadas de outras, seriam positivas. Deixou de lado as reformas politicamente custosas: não enfrentou as questões regulatórias para acelerar as parcerias público-privadas e retomar as concessões de certos serviços públicos. A despeito da abundância de recursos fiscais, deixou de racionalizar as práticas tributárias, num momento em que a eliminação de impostos se poderia fazer sem consequências negativas: a oposição conseguiu suprimir a CPMF, cortando R$ 50 bilhões de impostos, e a derrama continuou impávida.

É longa a lista do que faltou fazer quando seria mais fácil. Na questão previdenciária, o único “avanço” não se concretizou: a criação de uma previdência complementar para os funcionários públicos que viessem a ingressar depois da reforma. A medida foi aprovada, mas sua consecução dependia de lei subsequente, para regulamentar os fundos suplementares, que nunca foi aprovada. As centenas de milhares de recém-ingressados no serviço público na era lulista continuaram a se beneficiar da regra anterior. Foi preciso que novo passo fosse dado pelo governo atual para reduzir, no futuro, o déficit da Previdência. Que dizer, então, de modificações para flexibilizar a legislação trabalhista e incentivar o emprego formal? A proposta enviada pelo meu governo com esse objetivo, embora assegurando todos os direitos trabalhistas previstos na Constituição, foi retirada do Senado pelo governo Lula em 2003. Agora é o próprio Sindicato Metalúrgico de São Bernardo do Campo que pede a mesma coisa…

Mas o “hegemonismo” e a popularidade à custa do futuro forçaram outro caminho: o dos “projetos de impacto”, como certos períodos do autoritarismo militar tanto prezaram. Projetos que não saem do papel ou, quando saem, custam caríssimo ao Tesouro e têm utilidade relativa. O exemplo clássico foi a formação a fórceps de estaleiros nacionais para produzirem navios-tanque para a Petrobrás (pagos, naturalmente, pelos contribuintes, seja por meio do BNDES, seja pelos altos preços desembolsados pela Petrobrás). Depois do lançamento ao mar do primeiro navio, com fanfarras e discursos presidenciais, passaram-se meses para se descobrir que o custo não fez jus a tanta louvação. Que dizer dos atrasos da transposição do São Francisco, ou da Transnordestina, ou ainda da fábrica de diesel à base de mamona? Tudo relegado aos restos a pagar do esquecimento.

O que mais pesa como herança é a desorientação da política energética. Calemos sobre as usinas movidas “a fio d’água”, cuja eletricidade para viabilizar o empreendimento terá de ser vendida como se a produção fosse firme o ano inteiro, e não sazonal. Foi preciso substituir o companheiro que dirigia a Petrobrás para que o País descobrisse o que o mercado já sabia, havendo reduzido quase pela metade o valor da empresa. O custo da refinaria de Pernambuco será dez vezes maior do que previsto; há mais três refinarias prometidas que deverão ser postergadas ad infinitum. O preço da gasolina, controlado pelo governo, não é compatível com os esforços de capitalização da Petrobrás. Como consequência de seu barateamento forçado – que ajuda a política de expansão ilimitada de carros com a coorte de congestionamentos e poluição – a produção de etanol se desorganizou a tal ponto que estamos importando etanol de milho dos Estados Unidos!

Com isso tudo, e apesar de estarmos gastando mais divisas do que antes com a importação de óleo, o presidente Lula não se pejou em ser fotografado com as mãos lambuzadas de petróleo para proclamar a autossuficiência de produção, no exato momento em que a produtividade da extração se reduzia. No rosário de desatinos, os poços secos, ocorrência normal nesse tipo de exploração, deixaram de ser lançados como prejuízo, para que o País continuasse embevecido com as riquezas do pré-sal, que só se materializarão quando a tecnologia permitir que o óleo seja extraído a preços competitivos, que poderão tornar-se difíceis com as novas tecnologias de extração de gás e óleo dos americanos.

É pesada como chumbo a herança desse estilo bombástico de governar que esconde males morais e prejuízos materiais sensíveis para o futuro da Nação.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ilma-a-fhc
A resposta dura de Dilma a FHC
Nota Oficial


Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.

Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.

Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.

Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.

Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.

Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.

As explicações para a nota de Dilma
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... a-de-dilma


http://www.conversaafiada.com.br/econom ... ilimitado/
Tartufismo do FHC é ilimitado
FHC espinafra o Lula e no mesmo artigo defende a Dilma. Sintomático.


O Governo Cerra/FGC não se aliou a Antonio Carlos Magalhães.

Não se aliou a Jader Barbalho.

Não se aliou a Joaquim Roriz.

Não, não se aliou !

O Governo Fernando Henrique/Cerra não comprou a re-eleição no Congresso.

Não, quem fez isso tudo foi o Lula.

Quem fez o contrato do Sivam foi o Lula.

O contrato que o Clinton celebrou no Senado americano (através de seu Secretário de Comércio, Ron Brown) antes de o Senado brasileiro apreciar.

Quem fechou a pasta rosa foi o Lula.

Quem está lá dentro da pasta rosa – a cromática expressão do Caixa Dois – é o Lula.

Quem impediu a Polícia Federal de investigar o Dossiê Cayman foi o Lula.

Quem fez a Privataria – o “se isso der m…”- foi o Lula.

Quem montou na Polícia Federal a Operação Lunus para destruir a Roseana Sarney foi o Lula.

(A propósito do tema, clique aqui ! )

Quem nomeou Gilmar Dantas (*) para o Supremo foi o Lula.

Quem diz que o Daniel Dantas “foi brilhante” é o Lula.

Quem levou o Brasil três vezes ao FMI foi o Lula.

Quem deve a re-eleição (também) ao Clinton é o Lula.

O recurso ao tartufismo deve ter uma explicação singela.

É a maciça rejeição ao seu herdeiro político, Padim Pade Cerra, entre os eleitores da São Paulo, cuja classe média venera os tucanos tanto quanto a Marilena Chauí a despreza.

Os historiadores terão outra explicação: a falência ideológica do neolibelismo (**) que Fernando Henrique Cardoso, Fujimori, Menem, Salinas e Losada – que turma ! – impuseram à América Latina por desastroso período.

(Fernando Henrique foi o único NO MUNDO que apoiou um terceiro mandato para Fujimori, à espera de que fizessem o mesmo com ele.)

(Fujimori está preso no Peru. Menem só não está porque tem privilégio de foro no Senado argentino. Losada fugiu da Bolívia para Miami aos gritos de “ladrão”. E Salinas se trancou num bunker na cidade do México de onde não sai para ver a luz do sol.)

O moralismo é último cartucho do PRP/UDN de São Paulo.

Já, já, eles marcham com Deus.

O Padim Pade Cerra estará à frente, com Nossa Senhora da Aparecida apertada ao peito.





Em tempo: por que será que o Cerra não leva o Fernando Henrique para o horário eleitoral ? Por que escondê-lo do povo de São Paulo ?

Em tempo2: FHC espinafra o Lula e no mesmo artigo defende a Dilma. Sintomático.

Paulo Henrique Amorim

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... st_id=1079
Tucanolices e coisa séria

O maior feito monetário do conservadorismo brasileiro foi jogar a taxa de juro do país no patamar meliante de 44%. O colosso se deu em 1999. Paradoxalmente, na gestão do principal analista financeiro da atualidade, Fernando Henrique Cardoso, que se dedica à generosa tarefa de explicar à Presidenta Dilma,como se sabe uma jejuna em economia perto dos seus cabedais, que o problema central da Nação hoje é o legado do ciclo Lula.

Para ficar apenas no alicerce fiscal/monetário: em dezembro de 2002 -- último mês do PSDB na Presidência da República-- a relação dívida/PIB atingia estratosféricos 63,2%, praticamente o dobro dos 30,2% existentes no início do ciclo tucano, em 1994. Anote-se: isso, depois de um salto da carga fiscal, que passou de 28,6% para 35% no período. Hoje a relação dívida/PIB é de 35%; a previsão para 2013 é de 32,7%.

Reverteu-se o desastre com uma oscilação de apenas 2 pontos na receita tributária, sem considerar as desonerações e incentivos fiscais. A média da taxa de juros real (acima da inflação) no período de 1997 a 1999 foi de estupendos 21,4%. Hoje é de inéditos 1,98%. Regressões e digressões tucanas, um pleonasmo, elidem o que de fato importa: apesar da queda de 4,5 pontos nos juros desde agosto de 2011, o orçamento de 2013 reserva aos rentistas R$ 108 bi; destina R$ 38 bi à educação e R$ 79,4 bi à saúde.

Aos investimentos ( PAC e Minha Casa) couberam R$ 187 bi. Mesmo que se reduza à metade o gasto com juro, o espaço fiscal para um salto substantivo --indispensável-- nos recursos aos investimentos e serviços essenciais continuará magro.

Depois da vitórias contra a pobreza, chegou a vez de afrontar a desigualdade. Entre outras tarefas estruturais, isso pressupõe ampliar o universo tributável de modo a abranger o estoque da riqueza existente. Portanto, o oposto das tolices regurgitadas por FHC, que ainda festeja uma das derradeiras e melancólicas vitórias da agenda demotucana: a subtração de recursos à saúde pública.

Registre-se para os anais esse carimbo de uma cepa ideológica reafirmada no artigo deste domingo assinado pelo tucano no 'Estadão': "a oposição conseguiu suprimir a CPMF, cortando R$ 50 bilhões de impostos, e a derrama continuou impávida..." (FHC; Estadão, 02-09-2012). Basta isso.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2 ... merda.html
FHC: A inveja é uma m…!
Por Altamiro Borges


O ex-presidente FHC já deve ter se arrependido do artigo que publicou nos jornais O Globo e Estadão no último domingo. Tanto é que ele sumiu do mapa. “A Folha não conseguiu falar com FHC”, lamenta hoje o jornal tucano. Na sua defesa, apenas o jagunço que preside o PSDB, o Sérgio Guerra, e alguns servos da mídia – como Ricardo Noblat, Merval Pereira e o pitbull da Veja. José Serra, que despenca nas pesquisas, já deve estar achando que o “amigo” FHC escreveu as suas bravatas apenas para prejudicá-lo na eleição.


A resposta mais contundente ao artigo partiu da presidenta Dilma Rousseff. Em nota oficial, ela defendeu a “herança bendita” de Lula e esculhambou FHC, acusando-o de reescrever a história com “ressentimento”. “Não recebi um país sob a intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão”, fustigou, lembrando a herança maldita de FHC. Ela enfatizou também que Lula “não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse”, outra bordoada, relembrando a compra de votos para a reeleição do grão-tucano.

Dilma e o fim do “namorico”

A dura resposta de Dilma até surpreendeu. Afinal, ela vinha mantendo uma relação amigável com o pavão do PSDB. Chegou a convidá-lo para jantar no Palácio do Planalto e enviou uma carta bajuladora no seu aniversário de 80 anos, confundido civilidade com conciliação. Talvez ela tenha se iludido com FHC que, como diz Luis Nassif, nunca abandonou a sua “síndrome de escorpião”. Quem sabe agora a presidenta também desperte diante de outros escorpiões e rompa de vez o seu “namorico com a mídia” – como já ironizou Lula.

Mas a contundência de Dilma é plenamente justificável. O artigo de FHC é realmente um horror, carregado de inveja e ressentimento. Caso não respondesse à altura, ia parecer que a presidenta sucumbira à manobra rasteira da oposição demotucana e da sua mídia venal, que tentam cravar uma cunha entre Dilma e Lula para estimular a cizânia. “A presidenta Dilma Rousseff recebeu uma herança pesada de seu antecessor”, afirma FHC já na abertura do seu texto, apostando exatamente nesta divisão.

Um comparativo entre FHC e Lula

Quanto ao mérito do artigo, ele é patético. O tucano pinta um quadro mentiroso sobre o governo de Lula em várias áreas. Parece até que a atual presidenta herdou um país quebrado, rumo ao colapso. Egocêntrico e narcisista, FHC não se olha no espelho! Um rápido comparativo demonstra que seu reinado é que foi um desastre completo. O povo sabe disto. Tanto que ele saiu do Planalto com a popularidade no ralo e Lula transmitiu a faixa presidencial com aprovação de mais de 80%. Mesmo assim, vale relembrar alguns dados:

*****

Economia

Salário Mínimo – Passou de R$ 200,00, em 2002, para R$ 510,00, em 2010. Na comparação com o dólar, subiu de US$ 81 para US$ 288 no período. O poder de compra do mínimo subiu de 1,4 cestas básicas, em janeiro de 2003, para 2,4 cestas básicas em julho de 2010.

Emprego Formal – O governo Lula gerou 14,7 milhões de empregos (2003-2010), enquanto o reinado de FHC (1995-2002) criou apenas 5 milhões de empregos.

Taxa de desemprego – Em 2002, ela era 9,2%. Em setembro de 2010, baixou para 6,2%, a menor taxa desde o início da medição pelo IBGE.

Inflação – Baixou de 12,53% ao ano, em 2002, para 4,31% em 2009.

Exportações – Subiram de US$ 60,3 bilhões, em 2002, para US$ 152,9 bilhões em 2009.

Reservas internacionais – Passaram de US$ 38 bilhões em 2002 para US$ 275 bilhões em 2010.

Dívida com o FMI – FHC entregou ao governo com uma dívida acumulada de US$ 20,8 bilhões, em 2002. Lula quitou toda a dívida em 2005, e, hoje, é credor externo, tendo emprestado US$ 10 bilhões ao FMI em 2009.

Investimento Público – A taxa de investimento passou de 1,4% do PIB, em 2003, para 3,2% do PIB (abril de 2010).

Risco Brasil – Teve um pico de 1.439 pontos em 2002. No governo Lula, ela baixou para 206 pontos em setembro de 2010.

Desenvolvimento Social

Estrutura social – Em 2002, 44,7% da população tinha renda per capita mensal de até meio salário mínimo. Em 2009, o índice havia caído para 29,7%, o que significa que 27,9 milhões de pessoas superaram a pobreza entre 2003 e 2009.

Programas de transferência de renda – A soma de todos os programas de FHC totalizou R$ 2,3 bilhões, em 2002. Já o Bolsa Família, em 2010, destinou R$ 14,7 bilhões para as famílias mais carentes.

Saúde

Desnutrição infantil ­– Caiu de 12,5%, em 2003, para 4,8% em 2008.

Taxa de mortalidade infantil – Caiu de 24,3 mortes por mil nascidos vivos, em 2002, para 19,3 por mil em 2007.

Saúde da Família – Em 2002, 4.163 municípios eram atendidos por 16.734 equipes. Já em 2010, 5.275 municípios são atendidos por 31.500 equipes.

Agentes comunitários de saúde – Eram 175.463 agentes em 5.076 municípios em 2002. Hoje, são 243.022 agentes em 5.364 municípios.

SAMU 192 – Hoje, 1.437 municípios são atendidos pelo SAMU, que não existia antes do reinado de FHC. São 1.956 ambulâncias que percorrem o Brasil atendendo casos de urgência.

Assistência farmacêutica – Os recursos do Ministério da Saúde destinados à distribuição de medicamentos no SUS passaram de R$ 660 milhões, em 2002, para R$ 2,36 bilhões em 2010.

Educação

Analfabetismo – A taxa de analfabetismo no Brasil caiu de 11,9% da população, em 2002, para 9,6% em 2009.

Ensino Técnico – O número de escolas técnicas cresceu duas vezes e meia no governo Lula. No final de 2010, já existiam 214 novas escolas. FHC só construiu 11 escolas técnicas.

Prouni – Garantiu acesso à faculdade para 748,7 mil jovens de baixa renda. Com FHC, o programa não existia.

Universidades Federais – Lula criou 15 novas universidades e inaugurou 124 novos campi, a maioria pelo interior do país. FHC, o príncipe da Sorbonne, criou apenas uma universidade.

Matrículas no ensino superior – o número de matrículas no ensino superior cresceu 63% entre 2003 e 2009, passando de 3,94 milhões para 6,44 milhões.

Política urbana

Investimentos em habitação – Os recursos aplicados no setor foram R$ 7 bilhões em 2002. Em 2009, foram R$ 63,3 bilhões.

Minha Casa, Minha Vida – O governo Lula criou o Minha Casa, Minha Vida, com a meta de construção de um milhão de moradias. FHC nunca investiu em programas de habitação popular.

*****

No artigo, o rejeitado FHC também critica a “crise moral” herdada do governo Lula e, aproveitando a onda midiática, cita o badalado “mensalão”. Sobre corrupção, o ex-presidente não tem qualquer moral para dar lições. Para não cansar o leitor, sugiro a leitura do texto “Os crimes de FHC serão punidos”, que apresenta uma longa lista de escândalos do seu triste reinado. Em síntese, um rápido balanço confirma as palavras de Dilma. O tucano tentou reescrever a história com “ressentimento”. Ou como diz o ditado popular: a inveja é uma m…!

http://www.viomundo.com.br/politica/lea ... antil.html
O ESTRANHO MUNDO DE FHC
Por Leandro Fortes


O artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a herança do governo Lula à presidenta Dilma Rousseff não é só uma pérola do ressentimento, embora seja possível reduzi-lo quase a isso. Na verdade, antes fosse somente isso. O texto, amargo e transbordado de inveja, revela no todo um traço comum à oposição no Brasil, desde a posse do ex-metalúrgico, em 2003, e a eleição de sua sucessora, em 2010: o absoluto descolamento da realidade.

Há muitas nuances nesse fenômeno, mas a causa central se encontra no círculo fechado no qual políticos e intelectuais oposicionistas, sobretudo do PSDB, buscam informações e trocam impressões sobre a política e a vida em geral. Esse círculo, formado pelos setores mais conservadores da mídia e seus batalhões de colunistas, há muito se mostrou incapaz de retratar a diversidade social brasileira, por incapaz de enxergá-la, compreendê-la e, por isso mesmo,reproduzi-la.

FHC é um produto direto dessa relação. Desde sua primeira candidatura, em 1994, pongado no sucesso do Plano Real, acostumou-se ao palanque seguro montado pelo baronato da imprensa brasileira, que o apoiou como um bloco inexpugnável, num movimento mais fechado até do que o apoio dado, 30 anos antes, aos militares que desfecharam o golpe de Estado de 31 de marco de1964. Os donos da mídia, claro, não se perfilaram incondicionalmente. Assim o fizeram em troca de favores e negócios, em um alinhamento ideológico de defesa do grande capital e das diretrizes de então, pautadas pelo chamado Consenso de Washington, carro-chefe da locomotiva neoliberal que iria atropelar o Brasil e a América Latina, transformando essa parte do mundo em um laboratório de produção de miséria humana, corrupção e ataque ambiental predatório.

O ex-presidente aproveitou dois momentos de fragilidade política, um do PT, outro do PSDB, para exercer sua conhecida veia oportunista que tanto o levou à Presidência, em 1994, como quase transformou o barco tucano em Titanic, em 1992, quando se tornou comandante do grupo que pretendia se agregar ao governo Fernando Collor às vésperas do impeachment. Não fosse pela sabedoria e visão política de Mário Covas, FHC teria enfiado todos pelo cano.

A fragilidade do PT, obviamente, é o julgamento do mensalãoe sua escandalização diária pela mídia. Certo de que ainda conta com a blindagem do baronato que o ajudou a se eleger duas vezes, FHC é capaz de falar sobre o tema nesse tom de falso moralismo que também dá chancela aos discursos do senador Álvaro Dias, do PSDB, e permite a outro senador, Agripino Maia, do DEM, servir de fonte para jornalistas que fingem se indignar com esquemas de corrupção.

Fernando Henrique, como se sabe, foi reeleito, em 1998, graças a um esquema de compra de votos no Congresso Nacional. Esquema denunciado pela Folha de S.Paulo (mas para sempre esquecido por ela) que resultou na cassação de dois deputados, mas não trouxe consequência alguma. Na Procuradoria Geral da República estava Geraldo Brindeiro, o “engavetador-geral”, figura de proa do udenismo tucano ali mantido por oito anos, a fazer o serviço do entourage que lhe garantia o soldo.

A fragilidade do PSDB é o derretimento político-eleitoral de José Serra, a quem FHC nitidamente não suporta. Sentimento, aliás, que compartilha com o senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais. Transformado, desde as baixarias da campanha de 2010, em uma caricatura de si mesmo, Serra perdeu o resto de respeito e apoio que tinha dentro do partido, embora, curiosamente, continue encarado como tábua de salvação pela mídia nacional movida ora pela nostalgia dos tempos pré-internet, ora por um sentimento antipetista similar a uma catapora infantil. Assim, tucano travestido de fênix, FHC apoia-se nas cinzas de Serra para tentar renascer politicamente.

Faz enorme sucesso na Praça Vilaboim, em Higienópolis, e nos editoriais dos velhos jornalões de papel.

No mundo real, soa como uma piada antiga, roteiro de uma chanchada ultrapassada.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... e-malditas
Sobre heranças malditas e benditas
Por Sidney Braga


Lula reclama de uma herança maldita deixada por FHC, que toma as dores de Dilma e reclama de uma herança maldita deixada por Lula para a presidente, que nega e diz que recebeu uma herança bendita de Lula. Essa quadrilha drummondiana não passa de uma briga de egos entre Lula e FHC, que não souberam reconhecer as virtudes e avanços obtidos por seus antecessores e sucessores.

Até o polêmico Collor teve sua parcela de contribuição para o progresso ao abrir o mercado brasileiro para as importações. Depois veio Itamar Franco, que indicou o sociólogo Fernando Henrique para a pasta da Fazenda.

FHC plantou a semente da nova economia brasileira no governo Itamar. O real não foi criado por ele, e sim por uma equipe de economistas, entre eles, Rubens Ricúpero. Mas Fernando Henrique comprou a ideia, administrou os egos conflitantes e literalmente realizou o real.

Com o fortalecimento da moeda veio o controle da inflação no primeiro mandato do tucano. Todavia, o governo FHC não conseguiu aproveitar a estabilidade do real e derrapou no segundo mandato, principalmente na crise dos tigres asiáticos. Apenas 700 mil postos de trabalho foram criados nos dois mandatos.

A dívida pública passou de 30% para 55% do PIB. As privatizações, que deveriam ser responsáveis por diminuir a dívida pública, na verdade ajudaram a aumentá-la, graças ao dinheiro colocado nas estatais antes de vendê-las, bem como aos acertos trabalhistas dos funcionários públicos das estatais que seriam vendidas. O ônus de todo esse dinheiro foi do Estado. Além disso, os juros pagos aos investidores na casa dos 20% ao ano também contribuíram para a dívida pública aumentar tanto.


Nada contra as privatizações, mas é de cortar o coração saber que a Vale e todas as suas minas, se vendidas num processo realmente adequado, poderiam ajuda a exterminar a dívida pública brasileira. Onde estavam os estudiosos da nossa economia que não previram o aumento do preço do minério de ferro nos anos seguintes?

A questão é que o Planejamento do governo FHC fixou-se com a ideia de se desfazer das estatais a qualquer custo, ao invés de esperar uma grande oportunidade de venda. Deu nisso: prejuízos incalculáveis provenientes de um processo de privatização mal administrado.

A suposta herança maldita a que Lula se refere vem da dívida pública e da ausência de infraestrutura, principalmente no setor elétrico. Além disso, Lula recebeu o país com o dólar beliscando os R$4,00 e a inflação voltando a crescer, retornando à casa dos dois dígitos. Em contrapartida, apesar da inflação crescente, 12% ao ano (em janeiro de 2003) não é nenhuma herança maldita e pode ser totalmente administrável. Fernando Henrique também criou os programas sociais de transferência de renda tais como o Bolsa Escola. Apesar dos erros cometidos, é inaceitável não reconhecer os avanços trazidos pelo governo FHC e pelo governo Itamar com a participação de FHC.

Os analistas mais superficiais pecam no próximo ponto quando ponderam que a política econômica do governo Lula é idêntica ao do seu antecessor. Nos primeiros anos, o Ministério da Fazenda comandou a grande guinada macroeconômica do governo Lula. Apesar de ainda altos, os juros foram reduzidos, o que ajudou a diminuir a dívida pública, que caiu para menos de 40% do PIB. As privatizações foram substituídas pelas concessões. A grande vantagem das concessões é que os investimentos são de responsabilidade do setor privado, enquanto que nas privatizações dos anos 90, o estado colocou dinheiro antes de vender.
As concessões também garantem o benefício do estado no futuro em caso de uma alta de preço, como a que ocorreu com a do minério de ferro poucos anos após a venda das minas da Vale e o estado não se beneficiou disso. Lula também consolidou a transferência de renda iniciada no governo anterior. O Bolsa Família ajudou a fazer com que a economia passasse a existir aonde não existia.

Da mesma forma, a independência dos Fundos Internacionais enalteceu o país lá fora e o Brasil foi promovido ao status de grau de investimento. A economia internacional ajudou e o governo Lula surfou na onda das mudanças realizadas nos primeiros anos de governo e do bom contexto internacional. Graças a isso, 11 milhões de postos de trabalho foram criados e o país passou sem grandes sequelas pela crise de 2009.

Carnage
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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#175 Mensagem por Carnage » 09 Set 2012, 21:45

Taiado escreveu:
Sempre Alerta escreveu:
CARTA ABERTA A FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Theotonio dos Santos Júnior

Meu caro Fernando,

Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960.


O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário. No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos
.


Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entrou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o verdadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a frequentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço.

Theotonio dos Santos Júnior (Carangola, 11 de novembro de 1936) é um economista e cientista político brasileiro. Um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor “notório saber” pela UFMG e pela UFF. Professor emérito da UFF. Coordenador da cátedra e rede UNU-UNESCO de Economia Global e Desenvolvimento sustentável – REGGEN.
Esta é a carta mais irada e magoada que eu já vi em minha vida. Eu teria vergonha de demonstrar em público esta raiva e frustração. Não sei quem esta com a razão nesta briga entre os dois, mas é uma vergonha alheia dizer que lamenta o destino do Serra ou que ainda gosta deles... para com isso vai!! Fala que odeia com todas as forças que esta magoadíssimo e tem vontade de esganar, mas sinceramente... PARA DE FALAR MERDA!!!

Estou mais do que disposto a te dar o benefício da dúvida, caro Taiado!
Gostaria muito de ver os dados de que dispõe para refutar as afirmações do articulista.

Também gostaria que o caro colega Compson fizesse uma análise do que o articulista escreveu!

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#176 Mensagem por Pirusão » 10 Set 2012, 02:02

Governo FHC foi replte de erros e atrapalhadas.

Mas não se pode negar que foi o seu plano real, formulado ainda enquanto era ministro da fazenda, que deu certa estabilidade a nossa moeda e economia.

Antes disso o país sofria com a inflação galopante.

A relativa estabilidade conseguida em sua era foi a base para o parco crecimento que observamos nos na década seguinte

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#177 Mensagem por Capuleto » 10 Set 2012, 10:27

Pirusão escreveu:Governo FHC foi replte de erros e atrapalhadas.

Mas não se pode negar que foi o seu plano real, formulado ainda enquanto era ministro da fazenda, que deu certa estabilidade a nossa moeda e economia.

Antes disso o país sofria com a inflação galopante.

A relativa estabilidade conseguida em sua era foi a base para o parco crecimento que observamos nos na década seguinte
endosso o argumento. pra mim foi seu maior mérito, e que não pode ser jamais descartado, pois foi ele o ÚNICO a ter peito e competência de fazer.
ademais, o "Dr. Lula" e toda sua quadrilha foram contra e disseram que era mera medida eleitoreira que estava fadada ao fracasso. Noutras palavras: se o eleito em 94 fosse Lula, provavelmente estaríamos na mesma situação do final da década de 80.
**
Quanto a Carta a FHC, data vênia doutores, qualquer um pode escrever o que quiser. mas daí a se formar uma suposta fundamentação técnica formada a partir de uma opinião maculada com parcialidade exacerbada, parece-me no mínimo, repito, no mínimo, temerário.

Na minha opinião, sinceramente, se os ideologistas que se dizem de esquerda erguem o braço tão alto pra enaltecer a popularidade de Lula, e o suposto fracasso e morte política de FHC, por que se dão ao trabalho então de tentar derrubar as opiniões dele? Já não está morto politicamente? Infelizmente, e é uma das minhas maiores irritações com os que se dizem de esquerda, esta hipocrisia é a fonte da maior frustração e indignação com os argumentos que se apresentam. É a fonte da política do hoje em dia que eu me revolto, chamada "só é bom se eu fizer. se você fizer perfeitamente igual, não serve. é ruim. é bom se for eu."
Essa é a fonte dos problemas brasileiros.

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#178 Mensagem por Taiado » 11 Set 2012, 13:16

Carnage escreveu:
Taiado escreveu:
Sempre Alerta escreveu:
CARTA ABERTA A FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Theotonio dos Santos Júnior

Meu caro Fernando,

Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960.


O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário. No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos
.


Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entrou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o verdadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a frequentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço.

Theotonio dos Santos Júnior (Carangola, 11 de novembro de 1936) é um economista e cientista político brasileiro. Um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor “notório saber” pela UFMG e pela UFF. Professor emérito da UFF. Coordenador da cátedra e rede UNU-UNESCO de Economia Global e Desenvolvimento sustentável – REGGEN.
Esta é a carta mais irada e magoada que eu já vi em minha vida. Eu teria vergonha de demonstrar em público esta raiva e frustração. Não sei quem esta com a razão nesta briga entre os dois, mas é uma vergonha alheia dizer que lamenta o destino do Serra ou que ainda gosta deles... para com isso vai!! Fala que odeia com todas as forças que esta magoadíssimo e tem vontade de esganar, mas sinceramente... PARA DE FALAR MERDA!!!

Estou mais do que disposto a te dar o benefício da dúvida, caro Taiado!
Gostaria muito de ver os dados de que dispõe para refutar as afirmações do articulista.

Também gostaria que o caro colega Compson fizesse uma análise do que o articulista escreveu!
Carnage, se todas as suas fontes forem similares a carta capital, seu benefício da dúvida não significa nada, uma vez que nada que um articulista com outra tendencia política (ou mesmo neutro) disser significará nada para vc.

Respeito. É a sua opinião!

A minha tem muitos pontos de concordância com a deste cara, apesar de ser meio antiga (anterior ao governo Dilma):

http://visaopanoramica.net/2009/08/05/c ... hc-x-lula/

POLÍTICAS MACROECONÔMICAS

O governo FHC tem quase todos os méritos sobre a política macro-econômica brasileira. Como efeito colateral do processo de estabilização, o governo FHC deixou uma dívida interna recorde. O governo do PT teve o mérito de conduzir bem tais políticas, mas não deu sequencia às reformas. Ao invés de iniciar um processo de redução da carga tributária, foi na direção contrária, aumentando-a em mais dois pontos percentuais, assim como os gastos fixos da máquina governamental que aumentaram em 38%. Aliás, o governo do PT vai terminar o segundo mandato sem implementar nenhuma das seis reformas prometidas no discurso de posse do primeiro governo.
Quem se saiu melhor? FHC.
Obs.: este é o item mais importante da comparação, pois dele depende todos os outros. Ou seja, se a economia vai bem, o governo tem dinheiro para investir em todos os demais ministérios.

EDUCAÇÃO

Conclusão:
Ambos os governos avançaram na educação. O governo FHC avançou mais no ensino de base, enquanto que o governo Lula avançou mais no ensino superior. Os números do governo de PT são mais expressivos, pois houve também maiores recursos investidos, conseqüência direta dos sucessivos aumentos de arrecadação nos últimos anos.
Quem se saiu melhor? LULA

SAÚDE

Conclusão:
O governo FHC com menos recursos fez mais pela saúde no Brasil. Em comparação com todas as outras áreas de atuação do Governo Lula, a saúde é certamente uma das menos expressivas.
Quem se saiu melhor? FHC

SEGURANÇA

Conclusão:
Como na saúde, ambos os governos também tiveram atuações pífias. Mas o PT conseguiu sobressair um pouco pelas melhorias na estrutura da Polícia Federal.
Quem se saiu melhor? LULA

REDUÇÃO DA POBREZA

Conclusão:
Embora a redução percentual do nível de pobreza seja praticamente idêntica entre os dos primeiros mandatos de FHC e Lula, os resultados do primeiro são mais expressivos porque a estabilização da moeda melhorou a vida da população como um todo, enquanto a gestão Lula obteve melhora mais significativa para as populações mais pobres. Outro ponto que reduz os méritos do governo Lula é que o Bolsa Família trata-se da unificação e ampliação de programas lançados no segundo governo FHC. Ou seja, os méritos do Bolsa Família são também do governo FHC.
Quem se saiu melhor? FHC

POLÍTICA EXTERNA

Conclusão:
Os cenários são bem distintos. Os países do primeiro mundo caíram alguns degraus no cenário mundial, ao passo que os países emergentes subiram alguns degraus. FHC era apenas um coadjuvante na década de 90. Lula figura como mais um protagonista no cenário mundial, principalmente por fazer parte dos BRICs, grupo dos principais emergentes de onde se destaca a China. Portanto, a política externa brasileira da era Lula cresceu em importância, mas errou bastante ao se comportar de forma passiva diante das audaciosas investidas dos vizinhos sul americanos e de forma ativa ao se aliar a figuras autoritárias.
Quem se saiu melhor? FHC

LEGADO ÉTICO

Conclusão:
Talvez o governo FHC tenha um maior número de escândalos. Porém a decepção com o PT foi mais desastrosa, pois o partido era uma das últimas esperanças do povo brasileiro de uma política ética. Tal desilusão, portanto, afastou muita gente da política e salientou o ditado popular de que “político é farinha do mesmo saco”.
Quem se saiu menos ruim? FHC

CONCLUSÃO FINAL
Embora os números do governo do PT sejam bem mais expressivos, o governo FHC tem os maiores méritos, pois criou as condições macroeconômicas para o crescimento consolidado na era Lula. A FHC coube o ônus de implementar reformas impopulares em um período de grandes turbulências, onde teve que enfrentar sete crises internacionais com uma economia extremante frágil e dependente dos capitais especulativos. O governo Lula, além de não implementar uma única medida macro-econômica, pegou seis anos e meio de crescimento ininterrupto, com as maiores médias de crescimento mundial dos últimos 30 anos, o que influiu diretamente no progresso verificado na economia brasileira, que bateu sucessivos recordes de arrecadação. Lula pecou também por não prosseguir com as reformas (certamente por serem impopulares). Das seis reformas pendentes e prometidas em seu discurso de posse (ainda no primeiro mandato), Lula não conseguiu implementar uma única nos dois mandatos. Além do mais Lula vai terminar o segundo mandato com a dívida interna triplicada, apesar do bom momento da economia mundial e da queda do dólar em todo mundo. Com o crescimento da dívida, o governo Lula pagou em sete anos de governo mais de R$ 1 trilhão em juros. Ou seja, um valor superior ao total da dívida interna deixada por FHC. Com uma dívida tão gigantesca, mais do que nunca o Governo Lula deveria ter um compromisso com a redução de gastos públicos. Mas, ao contrário, o governo Lula tem aumentado os gastos a cada ano, reduzindo cada vez mais a capacidade de investimento do Estado e empurrando a conta da rolagem da dívida para os próximos governos.

Meu caro Carnage, se for para fazer comparações, sempre haverá argumentos para ambos os lados, pois os números frios não remetem a situação de momento... nosso debate se assemelha ao debate esportivo de domingo, aonde os comentaristas são tds mestres, sábios e donos da verdade ao comentarem jogo terminado, gol feito e gol perdido...

Não defendo Mano Meneses, mas ele foi feliz na frase: "... é fácil me criticar, difícil é ser eu."

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#179 Mensagem por Sempre Alerta » 11 Set 2012, 20:06

Mais sobre a “HERANÇA BENDITA” deixada por FHC
"Era FHC" - a regressão do trabalho

Imagem

Sinopse

Recorde de desemprego, corrosão dos salários, avanço da informalidade e desmonte da legislação trabalhista. Se os anos 80 marcaram a 'década perdida' da economia, os anos 90 devem entrar para a história como a 'década maldita' do ponto de vista do trabalho. Nunca os brasileiros foram tão violentados em suas formas de subsistência. A frágil regulação do trabalho erguida após 1930, na chamada 'era Vargas', sofreu brutal retrocesso na 'era neoliberal', iniciada por Fernando Collor e intensificada no reinado de FHC.
A regressão do trabalho na “era FHC”

Por Altamiro Borges

Chegada a hora da eleição do novo presidente da República, cabe fazer um balanço sobre os efeitos das políticas adotadas pelo atual governo no que se refere à questão do trabalho. De imediato, uma conclusão óbvia: nos seus quase oito anos de mandato, FHC foi responsável por uma brutal regressão neste campo, o que lhe garante o título do presidente que provocou os maiores estragos nas relações de trabalho em toda história da vida republicana. No seu longo reinado o desemprego bateu recordes, os salários foram corroídos, avolumou-se a chaga da informalidade e houve um feroz desmonte da legislação trabalhista.

Quando tomou posse pela primeira vez, em janeiro de 1995, FHC pronunciou um badalado discurso no qual disse que sua missão seria “acabar com a era Vargas’”. Agora, nos estertores de seu governo, ficam patentes os resultados devastadores desta política. Se a “era Vargas”, com todas as suas contradições, entrou para a história por implementar um projeto de nação, que inclusive contribuiu para a regulação do trabalho, a “era FHC” será lembrada como uma etapa de destruição da economia nacional e do trabalho. O sintoma mais dramático deste desastre se expressa no desumano crescimento do desemprego.

Explosão do desemprego

Segundo estatísticas do IBGE, no final de 1994 o desemprego vitimava 4,5 milhões de trabalhadores, o equivalente a 6,1% da força de trabalho no país. Ao término do primeiro mandato de FHC, em 1998, ele desgraçava a vida de 7 milhões de brasileiros – 9,2% da População Economicamente Ativa. Já em 2000, último ano das informações oficiais do IBGE, atingia 11,5 milhões de trabalhadores, próximo à explosiva taxa dos 15% da PEA. Ou seja: um milhão de desempregados a mais para cada ano de governo FHC.

Além do seu aumento vertiginoso, também houve uma mudança no perfil dos desempregados no reinado tucano. Ao invés de concentrado nos trabalhadores de baixa escolaridade e qualificação, como nos anos 80, ele cresceu entre as pessoas de maior escolaridade, adultos, chefes de família e ocupados em funções hierarquicamente superiores. A taxa de desemprego foi mais expressiva para os trabalhadores com escolaridade entre quatro e sete anos do que para aqueles com menos de um ano de acesso à educação.

Atualmente, este drama atinge em especial a juventude. De cada dois desempregados no país, um possui menos de 25 anos de idade. “Excluídos dos mecanismos de garantia de renda e vetados pelo mercado de trabalho, os jovens seguem, cada vez mais, sem perspectiva de futuro”, lamenta o economista Marcio Pochmann. Para os jovens das camadas médias, a saída encontrada é a fuga do país – cerca de 1,4 milhão de jovens emigraram do Brasil nos últimos anos.

Já para os jovens das famílias de menor renda, as opções se encontram no trabalho precário (ambulante, segurança, entre outros de baixo salário), quando não na prostituição, na droga e na criminalidade. “A violência juvenil, que consagra aos jovens os indicadores de homicídio sem paralelo nacional, somente associado aos países em conflito aberto, é produto da política de FHC”, garante Pochmann.

Corrosão dos Salários

Se a explosão do desemprego na “era FHC” é uma realidade inconteste, admitida até mesmo pelo mais cínico bajulador do atual governo, já no que se refere aos rendimentos a propaganda oficial insiste em vender a ilusão de que houve uma melhora do poder aquisitivo durante o reinado tucano. Esta seria uma “conquista do Plano Real”, que teria eliminado o efeito corrosivo da inflação sobre os salários. Um olhar mais atento, entretanto, anula mais este mito neoliberal tão disseminado pela mídia chapa-branca.

Recente pesquisa do IBGE confirma que a renda real dos trabalhadores, já descontada a inflação, está em queda há quatro anos consecutivos. Desde de 1998, acumulou perda de 10,8%. Vários fatores explicam tal corrosão. Um deles é o próprio desemprego, que diminui o poder de barganha dos que estão na ativa e comprime os salários. Outro é o aumento do mercado informal do trabalho, onde os rendimentos são bem inferiores. Há também toda a ação planejada do atual governo para desvalorizar os salários.

Antes mesmo de assumir a presidência da República, ainda como ministro da Fazenda de Itamar Franco, FHC apresentou um projeto pondo fim à política salarial vigente há 30 anos, que garantia a indexação dos salários. Sem esta legislação de proteção, a renda dos assalariados ficou a mercê da dinâmica do mercado. Num cenário de brutal desemprego, os sindicatos não tiveram força para garantir a manutenção – e, muito menos, a elevação – do poder aquisitivo. Vingou a “livre negociação” entre a forca e o enforcado!

Além disso, FHC investiu pesado para enfraquecer o salário mínimo como um agente regulador da renda no país. No seu reinado, houve recorrente esvaziamento do seu papel, com o rebaixamento do seu valor real, a regionalização de sua fixação e a separação do seu valor do piso da Previdência Social. Outra vítima deste governo foi o funcionalismo público, que ficou quase oito anos com o seu salário congelado.

Estudo do Dieese é taxativo: “A renda do trabalho não acompanhou, ao longo desse período, os ganhos de produtividade da economia. Nem mesmo manteve o poder de compra dos que vivem de salários. Ao contrário, apesar de alguns momentos de recuperação, o saldo do período é de diminuição do poder aquisitivo de todos os que têm no trabalho sua fonte de renda. O salário mínimo, importante instrumento distributivo e de regulação do mercado de trabalho, atingiu os mais baixos patamares de sua história”.

Chaga da informalidade

Outro desastre do ponto de vista do trabalho foi o crescimento da informalidade. Nos quase oito anos de reinado tucano, esta praga cresceu como erva daninha. Atualmente, segundo a Organização Internacional do Trabalho, apenas um em cada três brasileiros é assalariado com registro formal. Dos 76,5 milhões de pessoas que compõem a População Economicamente Ativa (PEA), somente 24 milhões possuem algum tipo de proteção social e trabalhista. O restante está desempregado ou vegeta no mercado informal.

Apesar das diversas faces da informalidade, o grosso destes trabalhadores vive totalmente desamparado – sem qualquer direito trabalhista ou previdenciário –, trabalha longas jornadas, ganha míseros rendimentos e nem sequer conta com o respaldo de uma organização sindical. Um estudo feito pela CUT na cidade de São Paulo, intitulado “Mapa do trabalho informal”, indicou que a jornada média entre os entrevistados era de 76 horas semanais. Mostrou também que “a grande maioria dos informais exerce atividades precárias, quase todas sujeitas à repressão policial, o que torna os ganhos extremamente instáveis e incertos”.

O vertiginoso aumento desta chaga tem tudo a ver com o receituário neoliberal aplicado por FHC. É certo que a informalidade já existia antes da sua posse. Mas até os anos 80 havia um processo de ampliação do assalariamento formal. De cada dez postos de trabalho criados no país, oito eram empregos assalariados – sendo sete com carteira assinada. A partir da década de 90, porém, houve uma inversão desta tendência histórica – de cada dez empregos criados somente dois são assalariados e ainda sem registro em carteira.

As razões do crescimento da informalidade são bem conhecidas. A primeira decorre da própria explosão do desemprego. A segunda deriva dos míseros salários, que tornam o setor uma opção de subsistência. A terceira relaciona-se à investida da flexibilização trabalhista, que multiplicou os contratos precários de trabalho. Por último, existe a “ilusão” de se livrar do jugo do patrão, construindo um “negócio próprio”.

Mas ocorre que este setor já dá sinais de esgotamento. Durante algum tempo, ele serviu de “colchão”, amortecendo os dramáticos efeitos do desemprego. Antes, a abertura do pequeno negócio era uma opção para quem não encontrava emprego. Hoje, porém, ele está saturado. “As estatísticas mostram que não há mais espaço para o crescimento dos autônomos”, afirma Sérgio Mendonça, diretor do Dieese. O resultado deste inchaço é que a renda destes trabalhadores, segundo o IBGE, hoje é inferior a R$ 240,00 por mês.

Desmonte Trabalhista

Por último, vale destacar o violento processo de desmonte da legislação trabalhista imposto por FHC. Os retrocessos neste campo impressionam pela quantidade das medidas e pelo seu alto poder de devastação. A lista de ataques é imensa e as intenções eram piores! Já quando seu governo agonizava, em 2001, FHC apresentou um projeto de alteração do artigo 618 da CLT, impondo a prevalência do “negociado sobre o legislado”. Na prática, anulava históricas conquistas dos assalariados – 13o salário, férias, adicionais, etc.

A reação a este projeto foi generalizada e, por enquanto, a “reforma da CLT” está arquivada. Mas apesar desta derrota parcial, a flexibilização avançou a passos largos no país. Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho, o Brasil foi um dos recordistas mundiais na desregulamentação neste período. Este título foi obtido graças a um ardil de FHC. Percebendo que seria difícil promover mudanças radicais na Constituição ou na CLT, ele usou a tática de impor as medidas à conta gotas, em doses homeopáticas.

Ele nunca desistiu desta “missão” e nem podia. Afinal, assumira um compromisso com o FMI. O item 33 do “memorando de entendimento”, assinado em 1998, revela seu servilismo diante dos credores externos: “Embora o mercado de trabalho brasileiro não seja perseguido por nenhuma rigidez grave, determinadas regulamentações e políticas do mercado de trabalho podem contribuir para uma maior flexibilidade”.

Neste sentido, FHC pode se dar por satisfeito. Seu reinado cumpriu a meta de desmontar a regulação até então existente. As relações do trabalho de hoje relembram a fase anterior à da “era Vargas”. Importantes conquistas dos trabalhadores foram golpeadas. Atualmente, o que há no país é a contratação flexível, a jornada flexível e a remuneração flexível! Através de vários expedientes legislativos, FHC adulterou aos poucos as regras trabalhistas. Sua fúria flexibilizadora fica patente nas seguintes iniciativas, entre outras:
• Portaria 865, de setembro de 1995. Impediu a autuação das empresas por desrespeito às convenções e acordos trabalhistas. Ao invés de multa, determinou que os fiscais apenas registrem a ocorrência de práticas ilegais;
• Decreto 2.100, de dezembro de 1996. O governo denunciou a Convenção 158 da OIT, retirando do direito brasileiro a norma mundial que limita a demissão imotivada;
• MP no 1.539, convertida na Lei no 10.101. Reeditada desde final de 1994, instituiu a Participação nos Lucros e Resultados. A PLR não é incorporada aos salários e benefícios, sendo um meio eficaz de flexibilização da remuneração. Permitiu ainda o trabalho dos comerciários aos domingos;
• Lei no 9.601, de 1998. Aprovada em dezembro de 1997, criou o “contrato por tempo determinado”, o famoso “contrato temporário”. Ela também permitiu a jornada semanal superior às 44 horas previstas na Constituição sem o pagamento das horas-extras, criando a abjeta figura do “banco de horas”.
• MP no 1.709, renumerada para 1.779 e 2.168. Vigorando desde 1998, instituiu o contrato parcial de trabalho. Permite a jornada semanal de no máximo 25 horas, com redução proporcional do salário e do tempo das férias – que pode ser de oito dias;
• MP no 1.726, de 1998. Instituiu a “demissão temporária”, com suspensão do contrato de trabalho por cinco meses. Neste período, o “demitido” recebe o seguro-desemprego, custeado pelo FAT, um fundo público oriundo das contribuições dos assalariados.

Além desta artilharia pesada, o governo promoveu autêntica cruzada contra a Justiça do Trabalho, ciente da necessidade de ter um Judiciário rendido. Aqui se encaixam projetos como o do rito sumaríssimo, das Comissões de Conciliação Prévia e do fim do juiz classista. FHC também fez questão de explicitar sua aversão aos sindicatos, visando inibir as lutas dos trabalhadores. De cara, em maio de 1995, num gesto bem emblemático, acionou o Exército contra a greve dos petroleiros e multou as entidades da categoria.

Com base nesta experiência arbitrária, apresentou um projeto criminalizando as greves – com multa diária de até mil salários mínimos no caso da greve prosseguir após ser declarada abusiva. Na ofensiva contra o sindicalismo, pressionou pela limitação do número de dirigentes sindicais e pela proibição do desconto das contribuições confederativa e assistencial, visando asfixiar financeiramente os sindicatos. Mas a sua investida fatal, a PEC-623 – que instituía o pluralismo sindical – , ainda não vingou
.

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Re: DESMISTIFICANDO FHC

#180 Mensagem por Carnage » 23 Set 2012, 18:44

Caro Taiado, pretendo elaborar resposta ponto a ponto do que postou, mas sem tempo pra pensar nisso agora. Prometo voltar.

Agora, você não entendeu o meu questionamento principal, pois não o respondeu.

A Carta Aberta alega que a redução da inflação não foi por causa do Plano Real, e explica porque afirma isso. Como criticou a carta eu quis perguntar quais são os dados de que dispõe que comprovam que o que a carta diz é mentira.

Também senti falta da análise do nosso ilustríssimo economista de botequim, o Compson, sobre a mesma afirmação.

Depois volto pra comentar o teu texto.

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