O elo perdido
Ex-sócio de Serra, Vladimir Rioli foi responsável por operações fraudulentas em parceria com Ricardo Sérgio
Amaury Ribeiro Jr.
Integrantes da tropa de choque que investiga irregularidades no Banespa, os deputados Robson Tuma (PFL-SP), Luiz Antônio Fleury (PTB-SP) e Ricardo Berzoini (PT-SP) ficaram revoltados com a operação abafa montada pela base governista para evitar o depoimento do economista Ricardo Sérgio de Oliveira na CPI que investiga operações podres nos tempos em que o banco era estatal. “Levamos um gol de mão aos 46 minutos do segundo tempo”, comparou Fleury. Os deputados passaram a última semana intrigados com o nervosismo demonstrado pelo Palácio do Planalto e pela cúpula do PSDB com a convocação. Caixa de campanha dos tucanos, Ricardo Sérgio estava intimado a comparecer à Assembléia Legislativa de São Paulo na quarta-feira 22, onde seria realizada a reunião da CPI. Diante das câmeras de televisão, o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil deveria explicar uma operação montada por ele em parceria com o Banespa em 1992, que trouxe de volta ao País US$ 3 milhões sem procedência justificada investidos nas Ilhas Cayman, um conhecido paraíso fiscal no Caribe.
Receosos de que Ricardo Sérgio faltasse ao depoimento, os deputados Tuma e Fleury chegaram a acionar a Polícia Federal. Num encontro com o superintendente da PF em São Paulo, delegado Ariovaldo Peixoto dos Anjos, os deputados receberam a garantia de que agentes federais conduziriam o economista até a Assembléia caso ele se recusasse a depor. Mas nada disso foi preciso. Uma manobra na terça-feira 21 enterrou as pretensões da CPI. Aproveitando a ausência da bancada oposicionista, o deputado Julio Semeghini (PSDB-SP) aprovou, junto à Mesa Diretora da Câmara, a derrubada do depoimento, sob o argumento de que a operação ocorreu antes da intervenção federal. O período em que o banco ficou sob o Regime de Administração Especial Temporária (Raet) foi de 31 dezembro de 1994 a dezembro de 1997. O presidente da CPI desmonta o argumento, dizendo que a comissão investigou várias operações de empresas privadas e ouviu muitos diretores do Banespa do período anterior ao Raet. “O PSDB só questionou quando Ricardo Sérgio apareceu. Foi um ato político”, acusou Fleury. Mas documentos obtidos por ISTOÉ revelam a existência de um novo personagem que, na verdade, é o verdadeiro motivo do empenho em evitar o depoimento do ex-diretor do BB.
A Operação Banespa que ajudou Ricardo Sérgio a internar dinheiro de paraísos fiscais foi aprovada pelo então vice-presidente de operações do Banespa Vladimir Antônio Rioli. Na época, o senador José Serra (PSDB-SP) era sócio de Rioli. De acordo com o contrato social, Serra tinha 10% das cotas da empresa Consultoria Econômica e Financeira Ltda. Rioli foi companheiro de militância de Serra e do falecido ministro das Comunicações Sérgio Motta na Ação Popular (AP), movimento de esquerda da década de 60 – e arrecadador de recursos para campanhas do PSDB juntamente com Ricardo Sérgio. Era Rioli quem comandava todas as reuniões do comitê de crédito do banco estadual. Além de aprovar a operação que permitiu o ingresso dos US$ 3 milhões, ele autorizou outras transações envolvendo Ricardo Sérgio e a Calfat, uma indústria têxtil com sede em São Paulo, na qual o próprio Ricardo Sérgio atuava como presidente do seu conselho deliberativo. Em setembro de 1992, Rioli liberou para a tecelagem, sem nenhuma garantia, um empréstimo do Banespa no valor de CR$ 3,7 bilhões (correspondente hoje a R$ 1,7 milhão). Um ano depois, Rioli autorizou o Banespa a tocar várias operações de câmbio que permitiram ao ex-diretor do BB e à Calfat trazer outros recursos do Exterior, provocando um rombo nas contas do ex-banco estatal. O valor do prejuízo é desconhecido. O processo de cobrança dessa operação foi retirado da 5ª Vara Civil do Fórum de Santo Amaro, em São Paulo, pelos advogados do banco e sumiu misteriosamente em 1995.
A sociedade entre Rioli e Serra começou em 10 de março de 1986, quando o hoje candidato à Presidência estava deixando a Secretaria de Planejamento do governo Franco Montoro para disputar sua primeira eleição a deputado federal. A consultoria funcionou até 17 de março de 1995. Investidor da Bolsa de Valores de São Paulo, Rioli também é conhecido por sua ficha suja. Em 1999, foi condenado pela Justiça Federal a quatro anos de prisão – convertidos em prestação de serviços e pagamento de indenização – por liberar um empréstimo do Banespa equivalente a US$ 326,7 mil à Companhia Brasileira de Tratores, empresa da família Pereira Lopes, de São Carlos (SP), que estava em dificuldades e colecionava títulos protestados na praça. Em 1993, Rioli se envolveu em outro escândalo. Foi acusado pelo Tribunal de Contas da União de arquitetar uma operação que deu à Cosipa, na época estatal, um prejuízo equivalente a US$ 14 milhões. A operação, um fantástico contrato sem correção monetária numa época de inflação galopante, foi fechada em 1986, quando Rioli presidia uma outra consultoria, a Partbank S.A., e já era conhecido por dar passes de mágica no mercado financeiro. Na lista dos envolvidos, o Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a incluir um outro amigo de Rioli: André Franco Montoro Filho, que na época era diretor do BNDES e apoiou o negócio. Rioli e Montoro Filho também trabalharam juntos no programa de desestatização do governo federal.
Simulação
No entanto, nenhum desses escândalos ganhou tanta notoriedade no nervoso mercado financeiro paulista como a parceria de Rioli com Ricardo Sérgio na Operação Banespa. Quatro experientes investidores e banqueiros examinaram documentos da transação obtidos por ISTOÉ. Todos classificaram-na como uma engenhosa simulação de empréstimo com o único propósito de produzir um pretexto legal para trazer milhões de dólares de volta ao País, com o aval do Banespa. “Os documentos são assustadores. Mostram que Rioli era mais ligado a Serra do que o próprio Ricardo Sérgio. É surpreendente saber que os tucanos conseguiram usar o Banespa para internar dinheiro durante o meu governo”, diz o presidente da CPI, deputado Luiz Antônio Fleury, que governou São Paulo entre 1991 e 1994.
De acordo com a papelada obtida pela revista, Ricardo Sérgio conseguiu um feito que transformaria qualquer operador em herói: vender no exigente mercado internacional títulos de uma empresa falida. A transação foi feita por meio de um instrumento específico, tecnicamente chamado de Contrato Particular de Emissão e Colocação de Pagamento e Títulos no Exterior (Fixe Rate Notes). Especialistas do mercado explicam que, de tão sofisticado, esse tipo de operação é exclusividade de empresas do porte, por exemplo, da Petrobras, com credibilidade e estrutura para obter empréstimos a juros baixos no Exterior por meio da emissão de títulos. Acostumadas a operar esse tipo de transação, essas empresas em geral têm escritórios lá fora, equipes especializadas e um permanente cartel de clientes interessados em seus papéis, que ficam depositados em uma casa de custódia renomada até serem resgatados. Ao banco intermediário cabe apenas a responsabilidade de operar os recursos obtidos com a venda dos títulos e convertê-los em moeda nacional. Mas, no lugar de profissionalismo, a Operação Banespa reúne uma coleção de lances inacreditáveis.
Na época da assinatura do contrato, o Banespa não tinha nenhuma condição para realizar transação desse tipo. Envolvido em vários escândalos, faltava ao banco estadual tradição nesse tipo de negócio e também estrutura no Exterior para intermediar um lançamento de títulos. A Calfat, por sua vez, era uma empresa têxtil de médio porte em processo de liquidação. Além de não possuir condição de atrair investidores no Exterior, enfrentava uma avalanche de processos de execução na Justiça, o suficiente para impedi-la de passar um cheque na quitanda da esquina. Mesmo assim, o dinheiro foi transferido das contas do Banespa nas Ilhas Cayman para a conta da Calfat, na agência do banco em Campinas.
Segundo relatório da CPI do Banespa, Rioli também beneficiou com um empréstimo de R$ 21 milhões, em 1993, o empresário Gregório Marin Preciado, casado com uma prima de Serra e ex-sócio do senador em terreno no Morumbi, área nobre de São Paulo. Os empréstimos, sem nenhuma garantia legal, foram concedidos às empresas Gremafer e Aceto, de propriedade de Preciado, que estavam em processo de liquidação e até hoje não foram quitados.
Títulos podres
Para investidores experientes consultados pela revista, esses dados bastam para provar que a Operação Banespa não passou de uma simulação. A CPI e o Ministério Público suspeitam que a transação trouxe uma sobra de campanha, já que Ricardo Sérgio e Rioli trabalhavam como arrecadadores. “Tudo indica que a Calfat emitiu títulos podres no mercado externo, que foram resgatados a valores superfaturados pela própria empresa ou empresas amigas. Essa operação acabou permitindo o retorno do dinheiro, provavelmente sobra de campanha, que estava sem procedência no Exterior. Caso contrário, significa que o Banespa assumiu todos os riscos de uma operação com uma empresa falida, um escândalo ainda maior”, afirmou um banqueiro familiarizado com esse tipo de negócio, ao analisar os documentos. Especialista em operações de lavagem de dinheiro, o jurista Heleno Tôrres explica que negócios desse tipo são cada vez mais conhecidos das unidades de inteligência financeiras, criadas em todo o mundo para rastrear transações financeiras ilícitas. Segundo Tôrres, as empresas compram no Brasil títulos podres e, em operações fajutas, vendem os papéis no Exterior a preços astronômicos. Na verdade, os títulos são resgatados pela própria empresa que os lançou em operações casadas. O jurista explica que a diferença entre os valores de compra do papel no Brasil e os do resgate, na verdade, corresponde à quantia que acaba sendo internada – e esquentada – no País.
Fantasma
Uma juíza federal que trabalhou no mercado financeiro diz que, para dar legalidade a operações assim, os contratos seguem todas as exigências habituais. Quando envolvem empréstimos simulados – o caso da Operação Banespa –, há cobrança judicial e até a penhora de bens e fiadores para dar cumprimento às normas do Banco Central. Só que, como se trata de uma operação-fantasma, a cobrança se arrasta até o arquivamento, sem que a dívida seja paga, e os advogados do banco dão um jeito de nunca incluir os fiadores e donos de empresas executadas na lista de inadimplentes da praça. Foi exatamente o que aconteceu na Operação Banespa. Na 4ª Vara Cível do Fórum de Santo Amaro tramitam dois processos de 1994, movidos pelo Banespa contra Ricardo Sérgio pelo não-pagamento dos US$ 3 milhões. Os autos do processo revelam outro absurdo: a garantia da operação foi a hipoteca de uma fábrica da Calfat em Leopoldina, Minas Gerais, comprovadamente insuficiente para quitar a dívida, mas o Banespa jamais tentou avançar sobre os bens do economista para diminuir seu prejuízo, apesar de seus conhecidos sinais de riqueza.
Outras operações tocadas por Ricardo Sérgio mostram sua habilidade em atuar em paraísos fiscais. Em 1989, o ex-diretor do BB realizou uma operação para trazer ao Brasil dinheiro que estava em Tortolla, nas Ilhas Virgens. Os documentos dessa transação mostram que no dia 19 de fevereiro a Andover Nacional Corporation, uma empresa sediada naquele paraíso caribenho, comprou do banco americano Wells Fargo um escritório localizado na avenida Paulista.
Uma escritura lavrada em Nova York prova que o representante da Andover era Roberto Visneviski, sócio de Ricardo Sérgio. Um ano depois, Ricardo Sérgio e o próprio Visneviski compram o mesmo escritório da Andover. Numa operação esdrúxula, o sócio de Ricardo Sérgio assina duas vezes o termo de venda do imóvel: como comprador e vendedor. “É uma típica operação de internação de dinheiro”, atesta o jurista Tôrres.
O tal escritório acabou se transformando na sede da Westchester, uma das consultorias do ex-diretor do BB. Frequentada pelo alto tucanato, a empresa foi fechada em 1998, depois que Ricardo Sérgio deixou o governo como pivô do escândalo em torno do processo de privatização da Telebrás. Vítima de um grampo, o economista cunhou uma frase para a história: “Estamos no limite da irresponsabilidade.” Já o encerramento da parceria de Serra e Rioli na empresa de consultoria confirma a proximidade entre tucanos de alta plumagem. O documento que selou o fim da empresa foi assinado dentro do escritório da Hidrobrasileira, empreiteira que pertenceu durante 20 anos a Sérgio Motta. No dia 28 de janeiro de 1995, dias depois de Serra assumir o Ministério do Planejamento no primeiro governo FHC, Rioli nomeou Dellinger Mendes, sócio de Motta na Hidrobrasileira, como seu procurador para providenciar o encerramento das atividades da consultoria.
Luiz Alberto Souza Aranha, outro sócio de Motta na Hidrobrasileira, assinou como testemunha. Nesse mesmo período, Dellinger e Luiz Alberto estavam à frente de uma simulação de venda, a da própria Hidrobrasileira para a PDI, uma companhia offshore instalada em Luxemburgo, outro paraíso fiscal muito procurado por brasileiros. Documentos obtidos por ISTOÉ mostram que antes de comprar a Hidrobrasileira a PDI – Project Development International simulou um empréstimo de US$ 4 milhões junto à Albion Inc., também com sede em Luxemburgo. O esquema usado pela Hidrobrasileira é conhecido nas cartilhas de lavagem de dinheiro. Depois de rodar de conta em conta em paraísos fiscais, o dinheiro acaba voltando ao País em operações suspeitas. No caso da transação envolvendo a PDI e a Albion, o depósito final foi na conta da Hidrobrasileira no Banespa. As semelhanças levam o Ministério Público e a CPI a suspeitar de um grande esquema de internação de dinheiro. Ao seguir os rastros da PDI e da Albion, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a comissão ligada à Receita Federal encarregada de rastrear operações de lavagem de dinheiro, tem poderes para identificar a origem do dinheiro.
Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... ratos.html
http://www1.folha.uol.com.br/poder/7556 ... nado.shtml
Serra: A farsa da redução do valor dos contratos
sábado, 19 de junho de 2010
A demagogia de Serra e a farsa da redução do valor dos contratos: o caso do Rodoanel
Do Transparência São Paulo
http://transparenciasaopaulo.blogspot.c ... ducao.html
O governo Serra sempre alardeou que conseguiu renegociar e reduzir em R$ 630 milhões o valor dos contratos públicos do Estado.
Essa afirmação não se sustenta no tempo. Para variar, os tucanos nunca tornaram pública esta lista com os contratos renegociados.
O maior exemplo da demagogia de Serra se encontra nos contratos do Rodoanel (trecho sul).
Em abril de 2007, o governo do Estado firmou o primeiro aditivo que reduziu os contratos em 4%, ou quase R$ 100 milhões. Este aditivo alterou o regime de execução, passando do modelo de ‘empreitada por preços unitários’ para ‘empreitada por preço global’, permitindo que as empresas recebessem um novo valor contratado mesmo que a obra alcançasse um valor menor ao seu final.
Este novo regime de execução fez com que as empresas começassem a reduzir custos com os materiais utilizados.
O Tribunal de Contas da União apontou que várias pontes e viadutos que constavam do projeto da obra não foram realizados, tudo para reduzir o custo da obra e aumentar o lucro das empreiteiras. O pavimento rígido de concreto, inicialmente previsto, foi substituído por pavimento asfáltico, aproximadamente 30% mais baratos.
Além disto, para ajudar a empresas, o governo fez a contratação de serviços não previstos nestes contratos no valor de R$ 244 milhões.
Os serviços seriam de remoção, transporte e destino apropriado de materiais tóxicos ou perigosos, remanejamento e implantação de redes de água e esgoto, implantação de praças e equipamentos para pedagiamento, a execução de novas faixas de tráfego na interseção com a Rodovia Anchieta e novas passarelas, não previstas no projeto de referência para licitação.
Estes serviços, não previstos no contrato original, foram realizados sem a prévia publicidade e formalização de aditivos, mantendo-se ilegais. De acordo com a auditoria do TCU, esta situação poderia levar à anulação do contrato.
Nos termos da auditoria do próprio TCU, “as obras executadas sem o abrigo de aditivos previamente publicados colidem com as regras e princípios constitucionais, notadamente a legalidade, a moralidade, a impessoalidade e a publicidade.”
A execução do contrato do Rodoanel (Trecho Sul) mostra bem que esta pretensa economia com a redução dos contratos, na verdade, representou uma forma disfarçada de aumentar os lucros das empresas e dar prejuízo aos cofres públicos.
Diante dessas graves irregularidades denunciadas pelo TCU, o Ministério Público Federal promoveu um Termo de Ajustamento de Conduta, levando a um novo aditamento no valor de R$ 264 milhões. Com isto, os contratos ficaram R$ 165 milhões mais caros que o valor previsto, ou seja, a pretensa redução do contrato deixou de existir.
Mais ainda, os cinco consórcios responsáveis pelos lotes da obra já entraram na Justiça e cobram mais de R$ 300 milhões referentes a um alegado prejuízo. Segundo as empreiteiras, os custos aumentaram uma vez que tiveram que apressar as obras, a fim de entregá-las, ainda que de forma incompleta, antes da saída do governador José Serra para sua candidatura à presidência da República.
Em números gerais, a obra do Rodoanel (trecho sul) ficou em aproximadamente R$ 5,3 bilhões, mas segundo a auditoria do TCU, seu valor original estava orçado em R$ 3,9 bilhões. Este crescimento de R$ 1,4 bilhão representou um aumento de 35% acima do valor projetado inicialmente.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/7556 ... nado.shtml
Cotado para vice de Serra, Guerra nomeia "fantasmas" no Senado
DE SÃO PAULO
Hoje na Folha Presidente do PSDB e um dos principais cotados para ser vice na chapa de José Serra à Presidência, o senador Sérgio Guerra (PE) emprega uma família de funcionários "fantasmas" no Senado, informa reportagem de Breno Costa, publicada nesta quarta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Segundo a reportagem, oito parentes de Caio Mário Mello Costa Oliveira, uma espécie de "faz-tudo" do senador, foram nomeados em seu escritório de apoio em Recife, mas não dão expediente nem são conhecidos por quem trabalha lá. Cinco foram nomeados no mesmo dia, em 17 de setembro de 2009. Juntos, recebem cerca de R$ 20 mil mensais.
A Folha informa que mesmo Caio Mário Mello Costa Oliveira, que efetivamente assessora o senador, não dá expediente no escritório, pelo qual é nomeado. Sérgio Guerra nomeou dois filhos, dois irmãos, três sobrinhos e uma cunhada de Caio Mário, todos como assessores parlamentares.
OUTRO LADO
Em entrevista por telefone e por escrito, Sérgio Guerra afirmou que todos os funcionários comissionados lotados no escritório dão "suporte" às suas atividades de senador em todo o Estado.
"Você acha que eu pago eles para quê? Para chupar chiclete? Eles me ajudam na política, no meu trabalho lá, de um jeito ou de outro."
O senador confirmou que seu único escritório de apoio em Pernambuco é o que foi visitado pela reportagem, em Boa Viagem, em Recife. Ao ser informado de que apenas uma secretária trabalhava no escritório, Guerra disse que ali é o local de suas "atividades mais fechadas".
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2 ... icoes.html
http://www.conversaafiada.com.br/brasil ... u-a-encol/
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-caso-encol
http://www1.folha.uol.com.br/poder/7665 ... ente.shtml
http://www.istoe.com.br/reportagens/388 ... ADO+DEMAISSC: Pavan reassume PSDB e atuará como conselheiro nas eleições
09 de julho de 2010 • 17h40
Fabrício Escandiuzzi
Direto de Florianópolis
O governador de Santa Catarina, Leonel Pavan, reassumiu a presidência do PSDB e irá atuar como representante do partido junto à coligação formada por tucanos, DEM e PMDB visando a disputa da sucessão estadual.
Pavan e o presidente de honra do PSDB catarinense, Dalírio Beber, serão conselheiros políticos na coligação que tem o senador Raimundo Colombo como candidato ao governo catarinense. O presidente interino da leganda, Beto Martins, irá se dedicar à prefeitura de Imbituba e à coordenação de campanha do diretório estadual, englobando os candidatos a deputado federal e estadual e o postulante ao senado Paulo Bauer.
A aliança com democratas e peemedebistas, tratada publicamente pelos catarinenses como uma imposição da coordenação de campanha de José Serra ainda não teria sido digerida pelas maiores lideranças do partido. O próprio governador nunca escondeu a intenção de se candidatar e declarou que o tempo apagará a frustração dos líderes tucanos.
A situação não só dos tucanos, como também dos peemedebistas, gerou tanta controvérsia na reta fina de negociações que atrasou o início de campanha de Raimundo Colombo ao governo. O pontapé inicial da caminhada da tríplice aliança está marcado apenas para o próximo dia 13, na cidade de Blumenau.
http://www.conversaafiada.com.br/politi ... sclarecer/Um Vice Enrolado Demais
Está difícil para o tucano Leonel Pavan assumir o governo de Santa Catarina. O motivo? Problemas com a Polícia Federal
Hugo Marques
O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), interessado em antecipar sua campanha ao Senado, havia marcado solenidade na terça-feira 5 para transferir o comando do Estado para o vice-governador, Leonel Pavan (PSDB). A cerimônia teve que ser adiada. Antes mesmo da posse, as acusações contra o vice motivaram o PSOL a entrar com um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa. Pavan foi obrigado a recuar porque não se sentiu em condições de assumir o cargo. Em conversa com o governador, Pavan admitiu : “Não dá mesmo. Estou me sentindo no fio da navalha.” E ouviu do interlocutor: “Você é quem deve medir as consequências.” O temor não é gratuito. O vice-governador de Santa Catarina é citado em três operações da Polícia Federal sobre lavagem de dinheiro do narcotráfico, corrupção e fraudes em licitações milionárias. A situação preocupa o PSDB. O projeto para este ano era Pavan assumir o governo e ser candidato a mais um mandato. No entanto, o vice amarga clara desvantagem nas pesquisas – caiu de 17% para 9%. O risco para os tucanos é o possível candidato a presidente, José Serra, ficar com um palanque fraco no Estado. Ou até mesmo sem um palanque. A queda de Pavan na preferência do eleitor ganhou força em dezembro, quando foi indiciado pela Polícia Federal depois de aparecer em escutas telefônicas e vídeos gravados na Operação Transparência, que investigou um esquema para beneficiar a Arrows Petróleo, empresa petrolífica carioca, em licitações.
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A Arrows tem dívidas milionárias com o Fisco, mesmo assim obteve na Secretaria Estadual de Fazenda de Santa Catarina a documentação exigida para entrar em um edital. Segundo a PF, Pavan teria sido o intermediário para ajudar a Arrows. O caso foi parar no Ministério Público e o procurador-geral de Justiça, Gercino Gomes Neto, num despacho de sete páginas, apresentou denúncia contra Pavan. O vice admite que tentou intermediar a renegociação de um débito da petroleira Arrows, mas, em sua defesa, diz que a operação não foi concluída. O fato gerou um impasse político no Estado e foi o que fez o governador Luiz Henrique adiar sua desincompatibilização e o início de sua campanha para o Senado. Pior: beneficiou diretamente a oposição. As candidatas Ângela Amim (PP) e Ideli Salvatti (PT) assumiram a dianteira nas pesquisas para o governo catarinense. “O Pavan é uma figura que só atrai rolo”, lamenta um auxiliar de Luiz Henrique. O que deixa integrantes do governo Luiz Henrique preocupados é o fato de Pavan ser reincidente. Em 2008, a Operação Influenza prendeu uma quadrilha especializada em operações cambiais ilegais e fraudes em licitações. As escutas, obtidas por ISTOÉ, mostram que Pavan tinha contato com o empresário apontado como o chefe da quadrilha, Francisco Carlos Ramos. Nas gravações, os dois conversam sobre negócios. “Te liguei porque surgiu um negócio, uma oportunidade, uma coisa, acho que muito boa, aí precisa de nego que tem bala na agulha”, diz Pavan a Ramos. “É um negócio que movimenta milhões”, completa Pavan. E Ramos responde: “Vou estar até domingo aí. Vamos nos encontrar e conversamos pessoalmente. É melhor, não é?” Em outra escuta, os dois conversam sobre a construção de três fábricas em São Paulo e Mato Grosso. “O empresário estava buscando parceiros e nós estávamos procurando investimentos para o Estado”, afirma Pavan. O nome de Pavan também apareceu na Operação Zapata, deflagrada pela PF em 2006 para prender o traficante internacional Lúcio Rueda-Busto, que no Brasil usava o nome de Ernesto Plascência. Um dos cabeças do Cartel de Juarez, no México, Plascência coordenava a exportação de US$ 200 milhões mensais de cocaína para os Estados Unidos. O Brasil era utilizado como base do esquema. O dinheiro era lavado com imóveis no Balneário Camboriú (SC), onde Pavan foi prefeito três vezes. Quando Plascência foi preso, os policiais descobriram que um dos amigos do traficante no Brasil era Pavan. “Pelo amor de Deus, não estou ligado a estas pessoas”, nega. No entanto, Pavan chegou a tirar fotos abraçado a Plascência e ao empresário Roberto Carlos Castagnaro, que é sócio do traficante em duas empresas no Brasil.
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Pavan entre o traficante de drogas Rueda-Busto e o sócio dele, Castagnaro
Castagnaro era garçom de uma churrascaria da família de Pavan e teria ficado milionário. Um dos investigados, o advogado Rafael Pierozan declarou à PF que Castagnaro é sócio oculto de Leonel Pavan na TV Panorama, uma emissora educativa que o vicegovernador utilizou para fazer política partidária. “Roberto Carlos é parceiro do senador Leonel Pavan na TV Panorama, na porcentagem de aproximadamente 40%”, acusou Pierozan.“Não tenho negócios com Castagnaro”, nega o vice-governador. Ao longo dos últimos dez anos, enquanto seu nome passou a frequentar inquéritos policiais, Pavan conseguiu triplicar seu patrimônio – de R$ 774 mil no ano 2000 para R$ 2,46 milhões em 2006. Ouvido em uma das investigações da PF, em 2003, o motorista Itamar Espíndola, que fazia serviço para autoridades em Santa Catarina, deu pistas ao Ministério Público sobre a origem do dinheiro acumulado por Pavan. Ele revelou que carregava dólares, verdadeiros e falsos, para Foz do Iguaçu. Segundo ele, Pavan é quem pagava as viagens para a cidade paranaense. Esta não foi a primeira vez que Pavan apareceu em uma investigação sobre moeda falsa. Em 1996, durante a sua segunda campanha à Prefeitura do Balneário Camboriú, o irmão dele, Lauri Pavan, foi preso com 32 notas falsas de R$ 50, dinheiro que, segundo investigação do Departamento Especial de Investigações Criminais do Estado, seria usado para comprar votos. Quando estava no Senado, Pavan também foi envolvido em mais uma ilegalidade: contratar a empregada doméstica, Roseli Nagel, como “assessora parlamentar” e, portanto, pagá-la com dinheiro público. O caso virou um símbolo das mordomias do Congresso.
Polícia tucana de S. Catarina tem um estupro para esclarecer
Dois adolescentes estupraram uma menina de 13 anos em Florianópolis.
Um estuprador é filho do dono da RBS, afiliada da Globo, e manda-chuva da mídia no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O outro é filho de um delegado de Polícia de Florianópolis.
Um deles já confessou o crime.
O estupro morreria nos escaninhos da Polícia de Santa Catarina, não fossem um blogueiro, o Mosquito, do Tijoladas Mosquito, e a Rede Record.
Reportagem de ontem do Domingo Espetacular revelou que havia um terceiro adolescente na cena do crime.
Revelou também que havia uma mulher, além da ex-mulher do dono da RBS, na cena do crime: essa segunda mulher passou maquiagem no pescoço da estuprada.
Para esconder um hematoma.
E revelou que havia um homem com uma tatuagem no braço, que sugeriu à menina estuprada que inventasse uma boa história para o pai.
O crime produziu alguns fatos políticos relevantes.
Primeiro, destacou a covardia do Governo tucano de Santa Catarina, liderado por um varão de Plutarco, Leonel Pavan, que reassumiu a presidência do PSDB no Estado e ali coordenará a campanha do Serra.
A Polícia do tucano demorou a apurar os fatos, se esqueceu de pedir exames cruciais, e não apreendeu as fitas das câmeras de vigilância do prédio onde mora o filho do dono da RBS.
E não quis saber, até agora, do terceiro adolescente na cena do crime, da segunda mulher e do homem tatuado.
Quem é esse terceiro garoto ?
Também é de família poderosa ?
Ele também estuprou ?
O homem tatuado fazia o que ali ?
Participou do estupro ?
E a segunda mulher, a maquiadora, de onde surgiu ?
São todos cúmplices de um crime, ou criminosos.
O segundo aspecto relevante da história, depois da covardia do governo tucano, é o poder da família Sirotsky, os donos da RBS e afiliados da Globo no Sul do país.
Não fossem a Record e o Mosquito, os Sirotsky tinham abafado o caso.
É a opinião de cerca de 20 pessoas que entrevistei na frente do Mercado Municipal de Florianópolis, na ultima quarta-feira.
Me disse uma senhora negra: se fosse o meu filho, negro, já teria sido chamado de favelado e traficante e estava na cadeia.
A cadeia para menores pobres de Florianópolis é um horror.
Uma masmorra, de onde os menores fogem em massa.
O filho do delegado e o do dono da RBS estão em casa.
Por fim, esse sinistro episódio – que a Globo e o PiG (*) solenemente desconsideram – mostra a força da internet.
O Mosquito detonou a RBS, a que chama de “família Stuprotsky”.
É por isso que o Daniel Dantas, o Eduardo Azeredo, o Marco Maciel e um desconhecido deputado comunista do Amazonas querem fechar a internet brasileira.
Clique aqui para ler “Google derrota governo comunista da China”.
É porque a internet, gente como o Mosquito, detonou o monopólio que eles controlavam.
O Serra, por exemplo.
Bastava dar três telefonemas para controlar a mídia brasileira.
Para o Rupert Marinho, para o “seu” Frias e para o Ruy Mesquita.
A Abril vinha no rolo, porque o Robert(o) Civita nunca fez parte do clube.
Em 15 agradáveis minutos ele abafava o estupro de Santa Catarina.
Agora, é um pouco mais difícil.
O Serra tem que ligar para muita gente
Para o Mosquito, não adianta.
Porque foi ele quem detonou a credibilidade do presidente dos tucanos de Santa Catarina.
O mal já está feito.
Paulo Henrique Amorim
http://www.conversaafiada.com.br/brasil ... u-a-encol/
O que FHC pediu à Encol?
O implacável reparador de iniquidades Stanley Burburinho localizou esse livro do dono da Encol, que está para ser lançado.
São as memórias do dono da Encol.
Ali aparecem com destaque o Farol de Alexandria e seu então assessor especial, Fernando Lemos (onde anda ele ?).
Vale lembrar que nessa primeira campanha de Fernando Henrique há também uma notória doação: a de José Eduardo Vieira, que era dono do falecido Bamerindus.
A matéria que Burburinho nos mandou permite relembrar que o José Roberto Arruda – aquele do “vote num careca e leve dois”, como anunciou o Alexandre Maluf Garcia, na Rede Globo – o Arruda, na época, trabalhava para o Farol e deu um recadinho ao dono da Encol.
Gente finíssima.
Como o presidente do PSDB em Santa Catarina – clique aqui para ler “Governador tucano de Santa Catarina tem um estupro para resolver – quem é o homem tatuado na cena do crime ?”.
Acompanhe, amigo navegante, o material que o Burburinho nos enviou:
Contribuição sigilosa para campanha
No quinto capítulo do livro, Pedro Paulo narra como José Roberto Arruda, então senador, em 1999, teria pressionado para que não falasse sobre a relação da construtora com Fernando Henrique Cardoso. O empresário participava de uma audiência da CPI da Encol e resolveu não comentar nada no dia. “Dr. Pedro Paulo, o Presidente Fernando Henrique mandou avisá-lo para que o senhor não mencione a doação feita à campanha em julho de 1994”, teria dito Arruda, no corredor do Senado. “Ao ouvir aquilo, me senti constrangido. No estado em que me encontrava, sendo coagido daquela forma, percebi que algo estava errado”, narra Pedro Paulo. No livro, ele afirma que o pedido inicial de Fernando Henrique, então candidato amedrontado com o crescimento de Lula, era de R$ 200 mil, mas não ficaria apenas nisso.
O ex-presidente da Encol lança na próxima quarta-feira (14), às 20h30, no Castro Hotel, “Encol – O sequestro: Tudo o que você não sabia (Editora Bremen)”. E aguarda desde já a reação dos citados na obra, que, queiram ou não, estão envolvidos em uma das maiores quebras da América Latina.
Trecho do livro
Pedro Paulo de Souza narra encontro que teve com o então candidato Fernando Henrique Cardoso durante a campanha presidencial de 1994
“E no dia 23 de julho de 1994, nos encontramos no discreto bar do Hotel Bonaparte, em Brasília, e fomos servidos ali mesmo pelo restaurante italiano “La Vecchia Cucina”, que funcionava no andar superior.
Eu estava acompanhado por Gilberto Machado. Acompanhando o Fernando Henrique estava seu assessor de campanha Fernando Lemos, que se apresentou como amigo e colaborador. Assim que nos sentamos, o candidato começou a conversa fazendo o seguinte comentário:
– Senhor Pedro Paulo, se eu for para o segundo turno, tenho certeza de que vencerei as eleições. A ajuda que a Encol prestou a nossa campanha representa muito para nós. Diante daquele comentário, disse-lhe:
– Dr. Fernando Henrique, na minha opinião, o senhor irá vencê-la no primeiro turno. Entusiasmado com minha resposta, logo ele quis saber o porquê daquela afirmação. Então lhe expliquei:
– A euforia que os brasileiros estão vivendo com a derrubada da inflação é a principal razão. O Plano Real está sendo conduzido de maneira séria, mudando a economia de forma gradual. Diferente da era Collor, com o confisco de poupanças. (…) Em seguida Fernando Henrique, demonstrando incerteza quanto ao resultado da eleição, completou:
– O Lula está crescendo muito. Eu preciso ir para o segundo turno. Apesar do Itamar… Na hora pensei que Fernando Henrique se referia a algum tipo de intriga entre ele e o Itamar que eu não havia acompanhado pelo noticiário. Sem querer dar prosseguimento àquela discussão sobre política, desviei o rumo da conversa. O fato é que naquele momento, eu não percebi o que estava por trás de toda aquela deferência. O encontro em um local discreto e reservado e por último o comentário inacabado “apesar do Itamar” foram sinais do candidato de que outros pedidos poderiam vir a acontecer. A ajuda da Encol não se resumia apenas àqueles 200 mil reais.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-caso-encol
O caso Encol
Enviado por luisnassif, qui, 15/07/2010 - 23:20
Por Paulo
Assisti hoje a uma entrevista do empresário Pedro Paulo de Souza, o Ex-dono da Encol, que lançou ontem, 14, o livro "Encol - O Sequestro". Se caso o que ele relatou na entrevista for realmente verdade, e segundo ele está tudo documentado no livro, essa será uma das histórias mais sujas da "era FHC". Infelizmente eu não consegui gravar a entrevista, estou com problemas com minha placa de captura de vídeo, algo como incompatibilidade com o ruindows. A entrevista foi no jornal Brasil Central de Goiânia ao meio dia de hoje.
Abaixo tem uma reportagem do Jornal O Popular, via site do Ministério Público de Goiás que fala sobre o livro e o caso da Encol:
09/07/2010 – Economia
Em livro, ex-dono da construtora Encol diz quem faliu a empresa
O Popular
Caixa 2, fraude contábil, dívidas e desvio de patrimônio. Obras inacabadas, 23 mil funcionários sem emprego, prejuízo para 40 mil mutuários em todo o País e rombo de R$ 2,5 bilhões. Esta é a história da Encol Engenharia, Comércio e Indústria que o Brasil conhece e que abalou o mercado imobiliário.
Depois de 11 anos da decretação da falência da construtora goiana, fundada em 1961, que foi considerada a maior da América Latina, o empresário Pedro Paulo de Souza decidiu contar "a verdadeira história sobre a trajetória e falência da empresa " no livro Encol - O Sequestro, que será lançado na quarta-feira, dia 14, às 20h30, no Castro´s Hotel.
No livro, que demorou oito anos para ser escrito, ele fala também dos 59 dias que ficou preso, em junho de 1999, sob acusação de estelionato, sonegação, lesão intencional aos clientes e desvio de dinheiro para o exterior. O autor demonstra por meios de documentos e depoimentos que a crise na construtora começou no Plano Real e foi agravada por um esquema de corrupção arquitetado na diretoria do Banco do Brasil.
O livro envolve autoridades, empresas e instituições financeiras que, direta ou indiretamente, fizeram parte do escândalo que culminou no maior processo falimentar dos últimos tempos. Culpa também veículos de comunicação que publicaram reportagens que, segundo ele, contribuíram para o desastre nas finanças da empresa, já que, desconfiados, muitos mutuários deixaram de pagar suas prestações e os bancos a negarem financiamentos à empresa. Questiona como justificar uma massa falida com R$ 200 milhões em caixa.
No livro, publicado pela editora Bremen, o empresário afirma que, a cada mudança de política econômica, a Encol tinha de encontrar soluções administrativas e comerciais para suportar os insucessos dos planos governamentais. Cita que, em 1994, com a chegada do Plano Real, o governo adotou política para salvar as instituições financeiras, mas deixou à revelia as empresas que sofreram com a descapitalização, com os juros altos e com o crescimento da inadimplência, que superou 20%, ante 0,4% registrado antes da crise.
Em 1994, revela, chegou a doar R$ 200 mil para a campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, confiante no Plano Real e nos benefícios que ele traria para a população. Além disso, ele confirma que a empresa bancou os custos do trabalho do estrategista espanhol Jesus Carlos Pedregal, que veio ao Brasil fazer a campanha de marketing de FHC. Contudo, na época, negou o fato à imprensa.
Pedro Paulo conta que começou a antever as dificuldades financeiras da Encol quando, em outubro de 1994, começaram a ser ocorrer alterações econômicas, causadas pelo Plano Real: elevação do consumo da população, disparada dos preços, aumento das taxas de juros e a elevação dos compulsórios para forçar a restrição de crédito.
Para superar os obstáculos, a empresa, segundo ele, colocou à venda vários empreendimentos em Goiânia, Cuiabá, Rio de Janeiro e São Paulo.
Além disso, buscou também captar recursos no mercado financeiro, negociando a carteira de crédito de R$ 1,9 bilhão. A primeira instituição procurada foi o Banco do Brasil, que negou a operação sob a alegando que havia medidas impostas pelo Plano Real, entre elas a elevação do compulsório.
Imposição do BB Segundo o autor do livro Encol - O Sequestro, a situação da construtora piorou ainda mais em 1996, quando, por imposição da Presidência da República, o Banco do Brasil assumiu o processo de renegociação do passivo da empresa, embora o banco tivesse negado ajudar à empresa em 1994. Um representante do banco chegou a assumir uma diretoria da empresa e Pedro Paulo foi afastado de sua função de presidente, ficando apenas como presidente do conselho de administração.
O autor rompe o silêncio e demonstra todo o processo que resultou em um "golpe de mestre" destinado a converter a negociação das dívidas bancárias da empresa em um lucro de no mínimo US$ 240 milhões, inclusive com a citação nominal de cada protagonista dos atos ilícitos que resultaram no "seqüestro" da empresa.
Pedro Paulo de Souza mostra de forma como ex-diretores do Banco do Brasil maquinaram um plano para forjar a inviabilidade financeira da Encol e transformar a derrocada da companhia em uma fonte milionária de enriquecimento ilegal.
No livro, o autor afirma, que o Banco do Brasil fez de tudo para inviabilizar um empréstimo que a construtora estava tentando junto a um pool de bancos, e que minou um financiamento que estava aprovado pelo Banco Itaú. Segundo ele, a nova diretoria da Encol o pressionou a caucionar suas ações, que eram 84,8%, por cinco anos. "O propósito era sequestar a Encol. A partir desse momento me tornei refém do Banco do Brasil", frisa o empresário, que escreve, na página 251: "Eu precisa desmascarar essas pessoas que se aproveitaram do poder que tem o Banco do Brasil para praticar a corrupção. A Encol estaria bem se não fosse por eles, pois tinha um patrimônio líquido de R$ 1,2 milhão".
No livro de 351 páginas, das quais 80 de anexos, o leitor passa a ter conhecimento do outro lado do Caso Encol, inclusive de todos os detalhes que o autor considera escusos de uma trama que envolveu fraudes em auditorias, o roubo de um cofre com documentos dentro do Banco do Brasil e também o suicídio de 40 funcionários do banco.
Fonte: O Popular - 09/07/2010
http://www1.folha.uol.com.br/poder/7665 ... ente.shtml
[/quote][/quote]Em gabinete, vice de Serra emprega colega que não dá expediente
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
O deputado federal licenciado e candidato a vice na chapa de José Serra (PSDB) à Presidência da República, Indio da Costa (DEM-RJ), emprega em seu gabinete na Câmara dos Deputados um parceiro de voos de ultraleve num aeroclube do Rio.
Paul Zachhau é membro da Abul (Associação Brasileira de Ultraleves) e acompanha Indio em voos de lazer. Ele não trabalha nem no gabinete de Indio, em Brasília, nem no seu escritório político no Rio de Janeiro.
Por meio de sua assessoria, Indio afirmou apenas que Zachhau o acompanha "em agendas no Rio, inclusive em viagens que faço ao interior do Estado, cumprindo atividades de deputado".
Indio não possui jatinho ou helicóptero, somente o ultraleve, que, segundo sua assessoria, é usado apenas por hobby. Os traslados entre Brasília e Rio são feitos em voos comerciais, conforme o detalhamento de suas contas no site da Câmara.
Zachhau foi nomeado secretário parlamentar por Indio em novembro de 2008. Segundo a assessoria do deputado, ele recebe R$ 540 mensais, sem gratificações.
Por telefone, Zachhau disse que faz voos junto com Indio e que o vice de Serra é "ótimo piloto". Questionado, em seguida, sobre sua função como secretário parlamentar, limitou-se a informar à Folha o telefone da secretária do deputado "para mais informações".
Formado em direito, Indio da Costa, 39, foi escolhido vice de Serra no último dia 30, após muita negociação entre PSDB e DEM. Serra preferia um vice tucano, mas acabou recuando após pressões do Democratas.
O nome de Indio, afilhado político do ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), jamais havia sido cogitado para o posto. Ele foi escolhido, no limite do prazo legal, por três fatores centrais: ser jovem, do Rio de Janeiro e pela imagem associada ao projeto Ficha Limpa, do qual foi relator na Câmara.
OUTRO LADO
O vice de Serra não explicou em detalhes o que seu amigo Paul Zachhau faz como secretário parlamentar.
A assessoria do deputado enviou a seguinte nota: "Paul Zachhau foi contratado como secretário parlamentar e me acompanha em agendas no Rio, inclusive em viagens que faço ao interior do Estado, cumprindo atividades de deputado".
Depois, por telefone, a assessoria disse que a função de Zachhau nas viagens de Indio é "assessorá-lo como secretário parlamentar".
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =599JDB012
http://www1.folha.uol.com.br/poder/7709 ... -dem.shtml
Um candidato barra pesada
Por Luciano Martins Costa em 22/7/2010
Comentário para o programa radiofônico do OI, 22/7/2010
Justiça seja feita: a Folha de S.Paulo, que descobriu um candidato a deputado federal do partido Democratas cujo patrimônio, declarado à Justiça Eleitoral, só existe no papel, continuou perseguindo o caso e descobriu que o postulante a um lugar na Câmara dos Deputados está no lugar certo: uma cela do Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na zona Oeste de São Paulo.
O fato chega a surpreender o observador porque, na rotina, os jornais costumam jogar para cima dos leitores certos assuntos interessantes, que em seguida são abandonados para nunca mais voltar ao noticiário. Exceção, é claro, para os crimes de grande repercussão ou os escândalos criteriosamente selecionados.
Ponto para a Folha, que seguiu a pista do cidadão chamado Selmo Santos, que, segundo a ficha do DEM encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral, seria dono do sexto maior patrimônio entre os 5.700 candidatos a deputado federal em todo o País.
O jornal paulista descobriu, e publicou na quarta-feira [21/7], que Selmo Santos tinha declarado um patrimônio inexistente, de quase R$ 92 milhões, no qual se incluía uma sociedade em uma universidade que só existe no papel, além de imóveis e uma poupança no valor de R$ 4 milhões. Nesta quinta, a Folha completa a "folha corrida" do candidato, revelando que ele já estava preso, acusado de estelionato, quando sua candidatura foi registrada pelo DEM.
O cidadão que o DEM indicou para representa-lo na Câmara dos Deputados responde a outros inquéritos, já foi detido por tráfico de drogas e é investigado pela Polícia Federal sob suspeita de haver criado a falsa universidade para lavar dinheiro.
A investigação da Folha de S.Paulo para nesse ponto, por enquanto, mas qualquer indivíduo com um mínimo de discernimento pode suspeitar com que motivação um dos principais partidos políticos do País aceitaria em seus quadros um delinquente desse calibre.
Talvez uma sequência da reportagem acabe descobrindo outros casos semelhantes de falso patrimônio, e não apenas no partido Democratas. No cenário de "caixa 2" que marca a realidade das campanhas eleitorais, alguns candidatos com reserva declarada de grande patrimônio podem ser muito úteis à contabilidade, na hora de prestar contas.
O prontuário do quase deputado
A reportagem da Folha bem que tentou, mas a direção do Partido Democratas não revelou o nome do padrinho político de Selmo Santos. No entanto, a verdade não está longe: basta verificar o dono da assinatura que abona a inscrição na ficha do elemento.
Segundo o jornal, o deputado federal Guilherme Campos, responsável pela análise e encaminhamento das candidaturas do DEM ao TRE, informou que o nome de Selmo Santos foi indicado pela "área política" do partido, o que não quer dizer nada. Admitiu saber quem apadrinhou o estelionatário mas diz que não revela o nome "nem sob tortura".
Neste ponto, a história já merece uma intervenção institucional.
A direção do Partido Democratas, a Procuradoria Geral Eleitoral ou outra instância oficial, já deveria estar prestando esclarecimento sobre o que parece a ponta de uma meada promissora. Os outros jornais, da mesma forma, deveriam quebrar o silêncio, reconhecer a primazia da Folha de S.Paulo e entrar no assunto.
Não é comum tornar-se público um caso como o do sr. Selmo Santos, e ficará muito complicado explicar porque a imprensa, de modo geral, estaria se fingindo de morta diante da revelação da Folha. Essa pode ser uma pista importante para esclarecer como se estrutura o "caixa 2" na política nacional.
O interesse da Folha em investigar as candidaturas certamente foi influenciado pela aprovação recente da lei da Ficha Limpa. No entanto, o jornal informa que o falsário apanhado na lista de candidatos não pode ser alcançado pela nova lei, uma vez que ele ainda não recebeu sentença definitiva nem foi julgado por decisão colegiada.
Selmo Santos está preso preventivamente por estelionato e já foi condenado em primeira instância, em outra ocasião, pelo mesmo crime; também responde a outro processo por falsidade ideológica e sua ficha ainda registra uma detenção por tráfico de drogas.
São apenas 31 candidatos do DEM por São Paulo, e o partido queria enriquecer o Congresso Nacional com essa beleza de prontuário?
É preciso revelar o nome do padrinho e descobrir que missão o partido reservava para o sr. Santos na nobre função de deputado federal.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/7709 ... -dem.shtml
Kassab afirma que candidato a deputado preso será expulso do DEM
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
O prefeito de São Paulo e presidente do diretório do DEM no Estado, Gilberto Kassab, afirmou nesta quinta-feira que expulsará do partido Selmo Santos, candidato a deputado federal que declarou um patrimônio de R$ 91,6 milhões, incluindo uma universidade fantasma, e que está preso desde janeiro deste ano, por estelionato.
"Ele será expulso. Não tínhamos essas informações, ele é um filiado antigo do partido. Agora, com essa clareza das evidências, será expulso do partido", afirmou Kassab, após evento na zona leste de São Paulo. O caso foi revelado ontem pela Folha.
Ontem, o deputado federal Guilherme Campos, responsável no diretório regional pelo encaminhamento das documentações dos candidatos do partido ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral), afirmou que não analisou as declarações de bens encaminhadas a ele. Além de Selmo Santos, o DEM registrou outras 30 candidaturas a deputado federal por SP.
"Houve falha [no processo de seleção dos candidatos], evidente que houve falha. Mas será corrigida", afirmou Kassab.
A exemplo de Campos, Kassab não informou quem, dentro do partido, avalizou o nome de Santos para ser um dos postulantes do DEM a uma vaga na Câmara dos Deputados. Guilherme Campos chegou a dizer ontem que a indicação veio da "área política" do partido, mas que não revelaria o nome "nem sob tortura".
"Não é apadrinhado. Ele se filiou há alguns anos e pleiteou a legenda no final do ano passado. É normal um assessor entregar a documentação [para o registro de candidatura]. E a documentação que foi entregue era compatível com a concessão da legenda", afirmou Kassab.
Selmo Santos, 37, foi condenado a um ano e dois meses de prisão por estelionato, em março deste ano. Ele foi preso preventivamente em janeiro, no curso de um outro processo, também por estelionato. A documentação que permitiu o registro de sua candidatura foi assinada de dentro do Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, onde está preso há seis meses.
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
http://www.vermelho.org.br/eleicoes2010 ... _secao=266
Parlamentar do DEM agride repórter Márcia Pache com tapa na cara
A jornalista Márcia Pache, da TV Centro-Oeste - filiada do SBT na cidade de Pontes e Lacerda, Mato Grosso - foi agredida pelo vereador Lorivaldo Rodrigues de Moraes (DEM- MT), conhecido como Kirrarinha, quando tentava entrevistá-lo em 28 de junho deste ano. Márcia levou um tapa no rosto, registrado pelas câmeras da equipe que a acompanhava. Não foi a primeira vez que o vereador agrediu um jornalista.
http://www.youtube.com/watch?v=e1Yxy5Ou ... r_embedded
Segundo o portal Mídia News, a repórter fazia uma série de matérias que denunciavam o vereador, acusado de obter procuração para receber aposentadoria em nome de uma idosa e ficar com o dinheiro, e de ter autorizado a invasão de um imóvel em um condomínio habitacional construído pelo governo do Mato Grosso.
Márcia declarou que teme pela sua vida e pela de sua família. "É um absurdo o que aconteceu. Estava trabalhando, não tem justificativa para essa atitude. A população tem medo do Kirrarinha. Ele tem fama de aterrorizar a cidade. Fiz as denúncias, mas nunca ultrapassei o lado profissional. Ao que parece, ele levou as denúncias para o lado pessoal, tanto é que me agrediu", informou a repórter.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindijor - MT) repudiou a agressão sofrida pela jornalista, e colocou sua assessoria jurídica à disposição da repórter. O Sindijor - MT ressaltou, ainda, que é preciso manter o respeito ao cidadão e ao profissional mesmo em momentos em que os ânimos estão alterados.
Outros veículos de imprensa da região fizeram uma manifestação em frente à Câmara de Vereadores da cidade para solicitar ao presidente da Casa, vereador Claudinei Cela, a abertura de processo para investigação de possível quebra de decoro parlamentar de Moraes, o que pode provocar a cassação de seu mandato.
O parlamentar já agrediu outro profissional de imprensa, o jornalista Celso Garcia, da TV Record. Márcia declarou que prestou queixa contra o vereador e que possivelmente irá processá-lo e pedir indenização pelos danos.
http://www.youtube.com/watch?v=PuB267l5 ... r_embedded
Fonte: Portal da Imprensa
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
http://www.istoe.com.br/reportagens/952 ... ternalPage
http://www.tijolaco.com/?p=23410Um tucano bom de bico
Quem é e como agia o engenheiro Paulo Vieira de Souza, acusado por líderes do PSDB de ter arrecadado dinheiro de empresários em nome do partido e não entregá-lo para o caixa da campanha
Sérgio Pardellas e Claudio Dantas Sequeira
Nas últimas semanas, o engenheiro Paulo Vieira de Souza tem sido a principal dor de cabeça da cúpula tucana. Segundo oito dos principais líderes e parlamentares do PSDB ouvidos por ISTOÉ, Souza, também conhecido como Paulo Preto ou Negão, teria arrecadado pelo menos R$ 4 milhões para as campanhas eleitorais de 2010, mas os recursos não chegaram ao caixa do comitê do presidenciável José Serra. Como se trata de dinheiro sem origem declarada, o partido não tem sequer como mover um processo judicial. “Ele arrecadou por conta própria, sem autorização do partido. Não autorizamos ninguém a receber dinheiro de caixa 2. As únicas pessoas autorizadas a atuar em nome do partido na arrecadação são o José Gregori e o Sérgio Freitas”, afirma o ex-ministro Eduardo Jorge, vice-presidente nacional do PSDB. “Não podemos calcular exatamente quanto o Paulo Preto conseguiu arrecadar. Sabemos que foi no mínimo R$ 4 milhões, obtidos principalmente com grandes empreiteiras, e que esse dinheiro está fazendo falta nas campanhas regionais”, confirma um ex-secretário do governo paulista que ocupa lugar estratégico na campanha de José Serra à Presidência.
Segundo dois dirigentes do primeiro escalão do partido, o engenheiro arrecadou “antes e depois de definidos os candidatos tucanos às sucessões nacional e estadual”. Os R$ 4 milhões seriam referentes apenas ao valor arrecadado antes do lançamento oficial das candidaturas, o que impede que a dinheirama seja declarada, tanto pelo partido como pelos doadores. “Essa arrecadação foi puramente pessoal. Mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder, infelizmente, ele tinha. Às vezes, os governantes delegam poder para as pessoas erradas”, afirmou à ISTOÉ Evandro Losacco, membro da Executiva do PSDB e tesoureiro-adjunto do partido, na quarta-feira 11.
O suposto desvio de recursos que o engenheiro teria promovido nos cofres da campanha tucana foi descoberto na segunda-feira 2. Os responsáveis pelo comitê financeiro da campanha de Serra à Presidência reuniram-se em São Paulo a fim de fechar a primeira parcial de arrecadação, que seria declarada no dia seguinte à Justiça Eleitoral. Levaram um susto quando notaram que a planilha de doações informava um montante muito aquém das expectativas do PSDB e do esforço empenhado pelos tucanos junto aos doadores: apenas R$ 3,6 milhões, o equivalente a um terço do montante arrecadado pela candidata do PT, Dilma Rousseff. Ciosos de seu bom trânsito com o empresariado, expoentes do PSDB não imaginavam ter recolhido tão pouco. Sinal de alerta aceso, deflagrou-se, então, um processo de consulta informal às empresas que já haviam se comprometido a contribuir. O trabalho de checagem contou com a participação do tesoureiro José Gregori e até do candidato José Serra e logo veio a conclusão: Paulo Preto teria coletado mais de R$ 4 milhões, mas nenhum centavo foi destinado aos cofres do partido, oficialmente ou não. Iniciava ali o enredo de uma história nebulosa com potencial para atingir o seio do PSDB às vésperas das eleições presidenciais. “Além de representar uma quantia maior do que a arrecadada oficialmente até agora, o desfalque poderá atrapalhar ainda mais o fluxo de caixa da campanha”, explica um tucano de alta plumagem, que já disputou quatro eleições pelo partido. Segundo ele, muitas vezes as grandes empreiteiras não têm como negar contribuições financeiras, mas, nesse caso, ganharam um forte argumento: basta dizer que já contribuíram através do engenheiro, ainda que não o tenham feito.
Até abril, Paulo Preto ocupou posição estratégica na administração tucana do Estado de São Paulo. Ele atuou como diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), estatal paulista responsável por algumas das principais obras viárias do País, entre elas o Rodoanel, empreendimento de mais de R$ 5 bilhões, e a ampliação da marginal Tietê, orçada em R$ 1,5 bilhão – ambas verdadeiros cartões-postais das campanhas do partido. No caso do Rodoanel, segundo um dirigente do PSDB de São Paulo, cabia a Paulo Preto fazer o pagamento às empreiteiras, bem como coordenar as medições das obras, o que, por força de contrato, determina quanto a ser pago às construtoras e quando. No Diretório Estadual do partido, nove entre dez tucanos apontam a construção do eixo sul do Rodoanel como a principal fonte de receita de Paulo Preto. Outro político ligado ao Diretório Nacional do PSDB explica que a função do engenheiro na Dersa aproximou Paulo Preto de empreiteiras como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Júnior, Carioca e Engevix.
Losacco, um dos coordenadores das campanhas de Serra e de Geraldo Alckmin em 2006, afirma que o elo principal de Paulo Preto com o PSDB é Aloysio Nunes Ferreira, ex-secretário da Casa Civil de Serra e atual candidato do partido ao Senado por São Paulo. O próprio engenheiro confirma uma amizade de mais de 20 anos com Aloysio (leia entrevista abaixo). De acordo com um importante quadro do PSDB paulista, desde 2008 Paulo Preto estava “passando o chapéu” visando ao financiamento da pré-candidatura de Aloysio ao governo do Estado. “Não fizemos nenhuma doação irregular, mas o engenheiro Paulo foi apresentado como o ‘interlocutor’ do Aloysio junto aos empresários”, disse à ISTOÉ o diretor de uma das empreiteiras responsáveis por obras de remoção de terras no eixo sul do Rodoanel. Geraldo Alckmin acabou se impondo e obtendo a legenda para disputar o governo estadual, mas até a convenção do partido, em junho, a candidatura de Aloysio era considerada uma forte alternativa tucana, pois contava com o apoio do então governador José Serra e da maioria dos secretários. O engenheiro, segundo um membro da Executiva Nacional do partido, agia às claras junto a empresários e a prefeitos do interior de São Paulo. Falastrão, contava vantagens aos companheiros e nos corredores do Palácio dos Bandeirantes. Prometia mundos e fundos num futuro governo Aloysio. E quando Aloysio deixou a Casa Civil de Serra, muitos passaram a torcer por sua exoneração, o que aconteceu sob a batuta do governador Alberto Goldman.
Losacco, que foi secretário-geral do PSDB paulista até 2007, afirma que desde 2008 alertava a cúpula do partido sobre os movimentos de Paulo Vieira na Dersa. “Esse tipo de pessoa existe na administração pública. Tem a facilidade de achacar e não tem o menor controle. Todo mundo já sabia há muito tempo disso”, conta o dirigente tucano. Diante desses alarmes, a cúpula do partido chegou a cogitar a saída dele da estatal rodoviária há mais de um ano. Mas recuou. “O motivo (do recuo) eu não sei. Deve ter um motivo. Mas no governo às vezes você não consegue fazer tudo o que você quer. Você tem contingências que o obrigam a engolir sapo. E eu acho que esse deve ter sido o caso. Agora, de alguma maneira essa coisa toda vai ter que ser apurada. Sabemos da seriedade que o governo tem, mas infelizmente fica sujeito a esse tipo de gente”, acrescentou Losacco. Segundo o tesoureiro-adjunto do PSDB, o empresário acaba cedendo, pois “entende que o cara tem a caneta e que pode atrapalhar os negócios”. Os motivos que teriam levado Paulo Preto a dar o calote no PSDB ainda estão envoltos em mistério. Mas, entre os tucanos, circula a versão de que o partido teria uma dívida com o engenheiro contraída em eleições passadas. Na entrevista concedida à ISTOÉ, Paulo Preto nega que tenha feito qualquer tipo de arrecadação e desafia os caciques tucanos a provar essas denúncias.
“Acho muito pouco provável que isso tenha acontecido sem que eu soubesse”, disse Aloysio à ISTOÉ. “Não posso falar sobre uma coisa que não existiu, que é uma infâmia”, completou. No PSDB, porém, todos pelo menos já ouviram comentários sobre o suposto desvio praticado por Paulo Preto nos cofres tucanos. “Fiquei sabendo da história desse cara ontem”, disse o deputado José Aníbal (SP), ex-líder do partido na Câmara, na terça-feira 10. “Parece mesmo que ele sumiu. Desapareceu. Me falaram que ele foi para a Europa. Vi esse cara na inauguração do Rodoanel.” De fato, depois de deixar a Dersa, o engenheiro esteve na Espanha e só voltou ao Brasil há poucos dias. Na cúpula do PSDB, porém, até a semana passada poucos sabiam que Paulo Preto havia retornado e o tratavam como “desaparecido”.
As relações de Aloysio e Paulo Preto são antigas e extrapolam a questão política. Em 2007, familiares do engenheiro fizeram um empréstimo de R$ 300 mil para Aloysio. No final do ano passado, o ex-chefe da Casa Civil afirmou que usou o dinheiro para pagar parte do apartamento adquirido no bairro de Higienópolis e que tudo já foi quitado. Apontado como um profissional competente e principal responsável pela antecipação da inauguração do rodoanel, Paulo Vieira de Souza chegou a ser premiado pelo Instituto de Engenharia de São Paulo em dezembro de 2009. O engenheiro não é filiado ao PSDB, mas tem uma história profissional ligada ao setor público e há 11 anos ocupa cargos de confiança nos governos tucanos. No segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi assessor especial da Presidência e trabalhou quatro anos no Palácio do Planalto, como coordenador do Programa Brasil Empreendedor. Em São Paulo, também atuou na linha 4 do Metrô e na avenida Jacu Pêssego, ambas obras de grande porte e também cartões-postais das campanhas tucanas, a exemplo do rodoanel e da marginal Tietê.
Paulo Preto foi exonerado da Dersa oito dias depois de participar da festa de inauguração do Rodoanel, ao lado dos principais líderes do partido. A portaria, publicada no “Diário Oficial” em 21 de abril, não explica os motivos da demissão do engenheiro, mas deputados tucanos ouvidos por ISTOÉ asseguram que foi uma medida preventiva. O nome do engenheiro está registrado em uma série de documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a chamada Operação Castelo de Areia, que investigou a construtora Camargo Corrêa entre 2008 e 2009. No inquérito estão planilhas que listam valores que teriam sido pagos pela construtora ao engenheiro. Seriam pelo menos quatro pagamentos de R$ 416,5 mil entre dezembro de 2007 e março do ano seguinte. Apesar de o relatório de inteligência da PF citar o nome do engenheiro inúmeras vezes, Paulo Preto não foi indiciado e, em janeiro, o inquérito da Operação Castelo de Areia foi suspenso por causa de uma liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça. O temor dos tucanos é que durante a campanha eleitoral a liminar seja suspensa e a Operação Castelo de Areia volte ao noticiário.
Outro episódio envolvendo o ex-diretor da Dersa foi sua prisão em flagrante, em junho deste ano, na loja de artigos de luxo Gucci do Shopping Iguatemi, em São Paulo. Solto um dia depois, ele passou a responder em liberdade à acusação de receptar um bracelete de brilhantes avaliado em R$ 20 mil. Paulo Preto e o joalheiro Musab Fatayer foram à loja para avaliar o bracelete, que pretendiam negociar. Desconfiado da origem da joia, o gerente da loja, Igor Augusto Pereira, pediu para que o engenheiro e Fatayer aguardassem. Ao cruzar informações sobre o bracelete negociado, o gerente da Gucci descobriu que aquela joia havia sido furtada da loja em 7 de maio. Em seu depoimento, o gerente da Gucci disse para a polícia que foi Paulo Preto quem entregou o bracelete para que ele o avaliasse. O ex-diretor da Dersa alegou ter recebido a joia de Fatayer e que estava disposto a pagar R$ 20 mil por ela.
O eventual prejuízo provocado por Paulo Preto pode não se resumir ao caixa da campanha. Um dos desafios imediatos da cúpula tucana é evitar que haja também uma debandada de aliados políticos, que pressionam o comando da campanha em busca de recursos para candidaturas regionais e proporcionais. Além disso, é preciso reconquistar a confiança de eventuais doadores, que se tornarão mais reticentes diante dos arrecadadores do partido.
“Gente como eu tem prazo de validade”
Por Delmo Moreira
Aos 62 anos, Paulo Vieira de Souza está em plena forma. Ele é triatleta, já disputou 40 maratonas, nove ironman (modalidade que junta ciclismo, natação e corrida), 35 meia-ironman e duas ultramaratonas (prova com percurso superior a 42 quilômetros). Desde que foi exonerado da Dersa, em abril, acelerou seus treinos físicos para disputar, em Florianópolis, as provas seletivas para o Ironman mundial, que será realizado no Havaí. “Só fora do governo para fazer um treinamento desses”, diz ele. Mas está confiante: “Pela minha personalidade, não tenho medo de dizer: vou ganhar essa porra.” Este estilo direto de falar, segundo Souza, é responsável pelos problemas que vem colecionando: “Pareço arrogante e por isso incomodo muita gente.” Souza é suspeito de levar propina de empreiteiras, foi envolvido no estranho caso da compra de uma joia possivelmente roubada e acabou acusado de desviar recursos da campanha tucana à Presidência da República. Ele refutou todas essas acusações numa conversa de quase uma hora com ISTOÉ. A seguir, os principais trechos da entrevista:
ISTOÉ – O sr. é apontado como responsável pelo desvio de recursos arrecadados para a campanha do PSDB. O que o sr. tem a dizer sobre isto?
Paulo Vieira de Souza – Tem gente dizendo que sou responsável, mas desafio qualquer um a mostrar que tive qualquer atitude, em qualquer campanha em andamento, que coloquei o pé em alguma empresa, que pedi a alguém alguma coisa. Eles estão em campanha. Querem me eleger como bode expiatório porque estou fora. Mas eu não serei. Nunca trabalhei para a campanha deles.
ISTOÉ – Por que seu nome aparece no caso, então?
Souza – Empresário só ajuda quem ele quer. Acho que tem alguém querendo R$ 4 milhões de ajuda e não está conseguindo. Acho que alguém não foi atendido. Isto é uma briga interna do partido. Nunca fiz parte do PSDB e nunca farei.
ISTOÉ – O sr. nunca foi arrecadador do partido?
Souza – Nunca arrecadei. Não sei nem onde fica o comitê de campanha. Querem dizer que sou maluco? Que apareçam para dizer.
ISTOÉ – Mas o sr. já participou de campanhas políticas do PSDB.
Souza – Da campanha do Aloysio (Aloysio Nunes Ferreira Filho) eu participei. Mas não na gestão. Eu participava da logística, da compra de material, de impressos, da distribuição de material. Eu sempre fiz parte da logística das campanhas dele.
ISTOÉ – Qual é o seu relacionamento com Aloysio?
Souza – Sou amigo pessoal do Aloysio há 21 anos. Amigo de família mesmo. Ele conhece minhas filhas desde pequenas. E eu sempre ajudei como podia o Aloysio nas campanhas.
ISTOÉ – O sr. ainda é amigo do Aloysio?
Souza – Sempre.
ISTOÉ – Vocês ainda se falam?
Souza – Sempre.
ISTOÉ – Qual foi a última vez que o sr. o encontrou?
Souza – Foi hoje (quarta-feira 11) pela manhã. Ele ia fazer a gravação do programa dele à tarde ou à noite. Meu relacionamento no governo do Estado sempre foi com o Aloysio e com o Luna, o secretário do Planejamento, que era o coordenador dos convênios entre Estado e prefeitura. Sou amigo pessoal do Aloysio e isso não vou negar nunca. Não sei o que ele vai falar. Mas sou amigo pessoal dele. Só não estou na campanha agora porque pedi para não participar. Não queria dar nenhum problema, em função daquele caso recente que aconteceu comigo.
ISTOÉ – O sr. está sendo processado como receptador de joias roubadas?
Souza – Jamais eu compraria alguma coisa roubada. Só ainda não dei a minha versão porque não tranquei o processo, que está entrando agora em juízo, com minha defesa. Depois vou falar. A tese é de receptação, mas eu não comprei. Por isso é que fui na Gucci. Alguém que quer vender joia roubada vai lá? Eu levei uma joia para verificar a autenticidade e o valor. Agora, você vai comprar um carro, o carro tem problema e você acaba preso? É uma aberração. Eu não fui preso no Iguatemi. O “Estadão” também diz que eu estava vendendo a joia. É mentira.
ISTOÉ – O seu nome também aparece na investigação da operação Castelo de Areia, da PF, sob acusação de receber propina da construtora Camargo Corrêa. Foi outro engano? Não é muito azar?
Souza – Eu não sei como colocaram meu nome lá, com que propósito ou baseado em quê. Vi que tem uma lista de ajuda política, para deputado estadual, federal. Tem até o Carvalho Pinto! Vi que colocaram meu nome na lista: Paulo de Souza, coordenador do Rodoanel. Acho que adotaram um critério dentro da Camargo Corrêa de colocar o nome dos coordenadores relacionados a cada obra.
ISTOÉ – Ao lado de seu nome aparecem valores: quatro parcelas de R$ 416 ,5 mil em quatro datas seguidas. O que são esses valores?
Souza – Não sei. A mim nunca ninguém entregou absolutamente nada. O lote da Camargo Corrêa na obra era de R$ 700 milhões e a obra foi entregue no prazo, só com 6,52% de acréscimo. É o menor aditivo que já houve em obra pública no Brasil. Se isso desagradou a alguém, não sei.
ISTOÉ – Por que o sr. saiu da Dersa?
Souza – Eu fui exonerado pelo atual governador no dia 9 de abril. Até hoje não me informaram o motivo. Minha exoneração foi uma decisão de governo. Eu não pedi as contas.
ISTOÉ – O sr. nem imagina as razões de sua exoneração?
Souza – Acho que tem a ver com a forma como sempre agi nesses cinco anos em que trabalhei no governo. Tem a ver com meu estilo. Sou de tomar atitudes, de decisão, de falar o que penso. Fui premiado por meu trabalho como gestor público. Eu criei muito ciúme no governo.
ISTOÉ – Quem tinha ciúme do sr.?
Souza – Acho que pessoas como eu têm prazo de validade. O Rodoanel foi a primeira obra pública que tinha dia e hora para terminar. É meu estilo de gestão e nem todo governante gosta desta forma de agir. Na engenharia da Dersa quem mandou fui eu. Não sou mais uma jovem promessa. Sou uma ameaça para os incompetentes.
Tucanos brigam pelos R$ 4 milhões que sumiram
Mesmo depois que a Isto É publicou uma reportagem contando como o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor da Dersa paulista, teria recolhido R$ 4 milhões com as empreiteiras em nome da campanha de José Serra e sumido com o dinheiro, nenhum jornal foi atrás da história, que parece ter muito mais coisa ainda do que foi revelado até agora.
Se um episódio semelhante tivesse ocorrido na campanha de Dilma, estaria em todas as manchetes e com os jornalistas mais experientes de cada publicação mobilizados para levantar novos elementos e sustentá-la o maior tempo possível, como vimos diversas vezes no passado.
Mesmo que novas evidências surjam, a mídia continua a ignorar o assunto que poderia trazer sérios prejuízos à campanha de Serra, já que o ex-diretor da Dersa foi o comandante das grandes obras do candidato tucano quando governava São Paulo. Paulo Preto é um personagem quente, como pode se verificar pelos dados dele, que reproduzo ao lado, publicados pela Folha de S.Paulo tempos atrás, quando era investigado pela Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal.
Hoje mesmo, a Folha de S.Paulo esconde em nota da coluna Painel, sob o sugestivo título de “Explosivo”, que Paulo Preto entrará com queixa-crime contra os tucanos Eduardo Jorge, José Aníbal e Evandro Losacco, tesoureiro-adjunto do PSDB, pela acusação de ter desaparecido com os R$ 4 milhões da campanha do Serra.
A queixa-crime pode significar uma ameaça de que a história não é bem assim e que o diretor da Dersa não pretende ficar como único responsável de um episódio que cheira mal. Para uma imprensa que transforma tudo em escândalo e dossiês, o fato objetivo de uma queixa-crime já seria suficiente para o início de uma investigação. Mas como as vítimas podem ser aliadas dos grandes meios supõe-se que deva existir uma operação abafa para não mexer muito com esse vespeiro.
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
O toma-lá-dá-cá da Educação de SP, a imprensa e Aloysio
sábado, 4 de setembro de 2010
do blog NaMaria News
No dia 16 de julho de 2010, o Secretário de Educação de São Paulo, Sr. Paulo Renato Costa Souza, mandou a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) assinar o seguinte negócio (publicado em 21/julho no DO):
Contrato: 15/00062/10/04
- Empresa: Empresa de Publicidade Rio Preto Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 200 assinaturas anuais do Jornal “Diário da Região” destinados às escolas da Rede de Ensino da Região de São José do Rio Preto, do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 65.160,00
No mesmo jornal Diário da Região, em 25 de agosto passado, aparece a matéria Aloysio e o desafio de se tornar conhecido, cuja imagem grandiosa – pedindo votos ao seu genuíno latifundiário filho da terra – pode ser vista abaixo:
Para ler tudo na íntegra e conhecer melhor o candidato ao Senado Aloysio Nunes Ferreira Filho (como pede José Serra), recorra à página 6A (e/ou a estes links também caso queira confirmar a façanha). Por outro lado, lamentamos não saber informar se tal “santinho” do candidato está nos conformes da legalidade eleitoral.
Para o bom entendedor, uma assinatura basta
Há que ser justo neste vale de lágrimas. Há que se publicar as outras compras de mesma natureza feitas até o momento, pelo Secretário Paulo Renato de Souza, que servirão como incremento pedagógico nas escolas paulistas. Todas sem necessidade de licitação, é óbvio. Sempre visando facilitar a sua vida, ao final a soma dos valores parciais das aventuras. Vamos lá.
• 22/junho/2010
Contrato: 15/00060/10/04
- Empresa: VS Publicidade Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 196 (cento e noventa e seis) Assinaturas do Jornal “Diário da Região” de Osasco, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Osasco do Estado de São Paulo.
-Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 49.000,00
-Data de Assinatura: 01-06-2010
Contrato: 15/00068/10/04
- Empresa: Empresa Jornalística Tribuna Araraquara Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 50 (cinquenta) Assinaturas do Jornal “Tribuna Impressa” de Araraquara, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Araraquara do Estado de São Paulo.
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 16.140,00
- Data de Assinatura: 10-06-2010.
Contrato: 15/00071/10/04
- Empresa: Fundação Ubaldino do Amaral
- Objeto: Aquisição pela FDE de 176 (cento e setenta e seis) Assinaturas do Jornal “Cruzeiro do Sul” de Sorocaba, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Sorocaba do Estado de São Paulo.
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 50.160,00
- Data de Assinatura: 11-06-2010
Contrato: 15/00067/10/04
- Empresa: a Tribuna de Santos Jornal e Editora Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 142 (cento e quarenta e duas) Assinaturas do Jornal “A Tribuna” de Santos, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Santos do Estado de São Paulo. – Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 51.120,00
- Data de Assinatura: 18-06-2010.
Contrato: 15/00069/10/04
- Empresa: Lauda Editora Consultorias e Comunicações Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 139 (cento e trinta e nove) Assinaturas do Jornal “Jornal de Jundiaí Regional”, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Jundiaí do Estado de São Paulo.
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 45.314,00
-Data de Assinatura: 18-06-2010.
Contrato: 15/00120/10/04
- Empresa: Jornal da Cidade de Bauru Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 156 (cento e cinquenta e seis) Assinaturas do Jornal “Jornal da Cidade” de Baurú, destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de Baurú do Estado de São Paulo.
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 46.761,00
-Data de Assinatura: 18-06-2010.
•25/junho/2010
Contrato: 15/00070/10/04
- Empresa: Editora Folha da Região de Araçatuba Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE, de 113 (cento e treze) assinaturas anuais do Jornal “Folha da Região” destinados às escolas da Rede de Ensino da Região da Araçatuba do Estado de São Paulo – Projeto Salas de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 28.589,00
- Data de Assinatura: 23-06-2010.
Contrato: 15/00078/10/04
- Empresa: Empresa Editora o Liberal Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE, de 135 (cento e trinta e cinco) assinaturas anuais do Jornal “O Liberal” destinados às escolas da Rede de Ensino da Região de Americana do Estado de São Paulo – Projeto Salas de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 29.646,00
- Data de Assinatura: 23-06-2010.
Contrato: 15/00063/10/04
- Empresa: Valebravo Editorial S.A.
- Objeto: Aquisição pela FDE, de 280 (duzentos e oitenta) assinaturas anuais do Jornal “O Vale” destinados às escolas da Rede de Ensino da Região de São José dos Campos do Estado de São Paulo – Projeto Salas de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 77.280,00
- Data de Assinatura: 23-06-2010.
•23/julho/2010
Contrato: 15/00079/10/04
- Empresa: Jornal de Piracicaba Editora Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 53 (cinquenta e três) assinaturas anuais do jornal “Jornal de Piracicaba” destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de “Piracicaba” do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 12.455,00
- Data de Assinatura: 15/07/2010
Contrato: 15/00077/10/04
- Empresa: Empresa Francana Editora de Jornais e Revistas Ltda.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 82 (oitenta e duas) assinaturas anuais do Jornal “Comércio de Franca” destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de “Franca” no Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 21.976,00
- Data de Assinatura: 21/07/2010
Contrato: 15/00065/10/04
- Empresa: Empresa Jornalística Orestes Lopes de Camargo S.A
- Objeto: Aquisição pela FDE de 159 (cento e cinquenta e nove) assinaturas anuais do Jornal “A Cidade” destinado às escolas da Rede de Ensino da Região de “Ribeirão Preto” do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 56.604,00
- Data de Assinatura: 22/07/2010.
Um ninho amigo para os amigos
Além de comprar de tudo em todo Estado de SP, não faltaram negócios com a grande imprensa. Já mostradas neste humílimo blog, entidades como Estadão, Folha, Veja etc., foram gentilmente agraciadas, de novo, pelo desvairado pacotaço e permanecerão nas escolas públicas por mais um ano (compare quantidades e valores de 2009). Alvíssaras!
A pergunta que fica é por que a Carta Capital nunca, jamais, em tempo algum mereceu as mesmas benesses do Estado? Estranho, né não?
Outra: quem mais se beneficia com tais “ações pedagógicas”?
Olha só que meiguice:
•27/maio/2010 (também publicado em 26/maio)
Contrato: 15/00548/10/04
- Empresa: Editora Brasil 21 Ltda.
- Objeto: Aquisição de 5.200 Assinaturas da “Revista Isto É” – 52 Edições – destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 1.203.280,00
- Data de Assinatura: 18/05/2010
•
•28/maio/2010
Contrato: 15/00545/10/04
- Empresa: S/A. O ESTADO DE SÃO PAULO
- Objeto: Aquisição de 5.200 assinatura do Jornal “o Estado de São Paulo” destinado as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São Paulo – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 2.568.800,00
- Data de Assinatura: 18/05/2010.
•29/maio/2010
Contrato: 15/00547/10/04
- Empresa: Editora Abril S/A
- Objeto: Aquisição de 5.200 assinaturas da Revista “VEJA” destinada as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado São de Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 1.202.968,00
- Data de Assinatura: 20/05/2010.
•8/junho/2010
Contrato: 15/00550/10/04
- Empresa: Empresa Folha da Manhã S.A.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas anuais do jornal “Folha de São Paulo” para as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 365 dias
- Valor: R$ 2.581.280,00
- Data de Assinatura: 18-05-2010.
•
•11/junho/2010
Contrato: 15/00546/10/04
- Empresa: Editora Globo S/A.
- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas da Revista “Época” – 43 Edições, destinados as escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – CEI e COGSP – Projeto Sala de Leitura
- Prazo: 305 dias
- Valor R$ 1.202.968,00
- Data de Assinatura: 20/05/2010.
TOTAL PARCIAL DE COMPRAS DA IMPRENSA PELA FDE (pré-eleições):
•Jornais regionais = R$ 550.205,00
•Os de sempre = R$ 8.759.296,00
o R$ 9.309.501,00
Em tempo¹ – Apesar de tantos e tão variados esforços descomunais com o dinheiro público, o candidato-(ex)guerrilheiro, hoje um homem de bens, Aloysio Nunes não está nem entre os seis primeiros colocados; pelo que tudo indica, não vai decolar nesta encarnação. O mesmo para José Serra, que fica a cada dia, por tudo e com tudo, mais por baixo que oritimbó de ofídio. Desesperación total.
Em tempo² – A próxima pesquisa desta casa será sobre um tema muito em voga na campanha do Sr. Alckmin, aguarde.
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
Os cleptotucanos são especialistas em arapongagens e dossies, tenho impressão que em breve saberemos que essa estória dos vazamentos da Veronica Dantas, que dizer, Serra foi fruto de fogo "amigo".
Por falar em fogo amigo, o autor do texto abaixo não é do PT, é do DEMO aliado dos cleptotucanos, estava no governo Yeda até o ano passado, mas a tia é tão barra pesada que nem o DEMO aguenta....
Por falar em fogo amigo, o autor do texto abaixo não é do PT, é do DEMO aliado dos cleptotucanos, estava no governo Yeda até o ano passado, mas a tia é tão barra pesada que nem o DEMO aguenta....
http://rsurgente.opsblog.org/2010/09/03 ... o-palacio/
Paiani: “Yeda e chefe da Casa Civil foram avisados do que ocorria nos subterrâneos do Palácio”
Sep 3rd, 2010
by Marco Aurélio Weissheimer.
Por Adão Paiani
Nunca, na história do Rio Grande, um governo caminhou para o seu final de uma forma tão vergonhosa quanto este comandado por Yeda Rorato Crusius. E olha que já se viu muita coisa por esses pagos em mais de 200 anos de história.
Nem toda a cumplicidade de uma mídia comprada a peso de ouro – o que agora se comprova em parte com o revelado pela Operação Mercari, da Polícia Federal – é capaz de continuar escondendo uma realidade que há muito é percebida por qualquer um que tenha um mínimo de compromisso com a verdade, decência e ética que devem nortear a condução dos negócios do Estado: o Rio Grande do Sul está nas mãos de uma quadrilha de saqueadores.
Obviamente, o assalto aos cofres públicos não começou com Yeda e sua camarilha, mas por ela foi mantido e ampliado. A Governadora do Estado do Rio Grande do Sul herdou práticas, as aprimorou, e se beneficiou delas. O que houve, em verdade, foi apenas uma troca de comando; os operadores continuaram os mesmos e as práticas adquiriram; sob a condução do tucanato-yedista; uma organização ainda mais empresarial.
Ao dizer isso, não me refiro apenas aos escândalos do Detran ou Banrisul, e a tudo que vem sendo, exaustivamente, denunciado nos últimos quatro anos; mas também às práticas agora mais do que comprovadas de espionagem e utilização das estruturas de segurança do Estado para chantagem e pressão política sobre adversários e até contra aliados políticos. Algo que igualmente já existia, mas ganhou proporções inacreditáveis sob o Governo Yeda.
A prisão, na manhã desta sexta-feira (03) de um sargento da Brigada Militar lotado na Casa Militar do Palácio Piratini, sob a acusação de violação do Sistema de Consultas Integradas e prática de extorsão de operadores do jogo, somente veio comprovar as denúncias que fiz em março de 2009, e que resultaram na minha exoneração do cargo de Ouvidor-Geral da Segurança Pública, por me recusar a compactuar com esse tipo de prática vergonhosa; admitida, incentivada e ordenada pela própria mandatária maior do Estado e realizada por seus agentes. No caso do sargento, mesmo denunciado pela Ouvidoria pela prática de extorsão contra bicheiros e operadores de máquinas caça-níqueis, permaneceu na ativa por ser, também, um dos operadores do sistema de espionagem.
Chega a ser uma afronta, um deboche, para com a sociedade riograndense, que um governo que tenha criado uma Secretaria da Transparência e da Probidade Administrativa tenha permitido que após mais de um ano e meio destes fatos terem vindo a público, os responsáveis pelos crimes que denunciei tenham não apenas permanecido impunes, mas continuado a realizar essas práticas.
A continuação do esquema de espionagem institucional, certamente, explica muito dos resultados na CPI da Corrupção. Muito embora todas as evidências de delitos praticados pela Governadora e seus asseclas, a bancada governista da Assembléia e alguns de seus aliados ocasionais escolheram varrer para debaixo do tapete da impunidade os crimes praticados; mesmo com todo o esforço de uma valente bancada oposicionista, comprometida em esclarecer a verdade dos fatos.
No caso específico da espionagem praticada de dentro do Piratini, os responsáveis, obviamente, não são apenas o sargento, preso esta manhã, ou o major que o comandava, igualmente lotado na Casa Militar, mas a própria Governadora do Estado, Yeda Crusius, seu Chefe de Gabinete, Ricardo Lied, o então Chefe da Casa Civil José Alberto Wenzel e o sub-chefe, hoje Secretário da Transparência e da Probidade Administrativa, Francisco de Assis Cardoso Luçardo – esse último, inclusive, teve o desplante de me processar por crime contra a honra, pelas denúncias que fiz, demonstrando sua conivência com os delitos praticados. Todos eles foram alertados por mim, por diversas ocasiões, no período compreendido entre 25 de fevereiro e 9 de março de 2009 do que ocorria nos subterrâneos do Palácio. Todos silenciaram, foram coniventes e cúmplices, e agindo assim cometeram crimes contra a administração pública.
Não poderia ser mais oportuno o momento destes fatos voltarem à tona. O Rio Grande precisa saber com detalhes as verdades que lhe foram sonegadas ao longo de diversos governos, e não apenas deste; para bem avaliar as opções que lhe estão sendo postas no atual processo eleitoral. Ou encaramos as verdades inconvenientes que nos estão sendo mostradas, ou vamos permanecer espoliados e corrompidos, mais do que em valores, mas em nossa própria honra, auto-estima e dignidade.
A hora da verdade, enfim, chegou.
(*) Advogado, Ex-Ouvidor da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul ( foi afastado do governo Yeda por denunciar os grampos ilegais)
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
http://www.aloysiobiondi.com.br/spip.php?article725
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A falsa quebra do Banespa e do BB: as provas
Jornal Folha de S.Paulo , quinta-feira 5 de junho de 1997
Quem está confessando a verdade, agora, é a própria equipe econômica FHC/BNDES: o Banco do Estado de São Paulo não "quebrou" em 1994. Sua "falência", anunciada ruidosamente, foi forjada por Malan, Loyola, Franco, Serra e aliados – com a conivência do governador tucano Mário Covas, óbvio. O Banespa jamais quebrou – foi tudo encenação para enganar a opinião pública e levá-la a apoiar a sua privatização.
Essa confissão foi feita na semana passada, sem merecer o destaque devido, nos meios de comunicação. Para entender a reviravolta, não custa relembrar a história da "quebra" do Banespa: em 1992, o governo paulista, com o apoio do próprio Planalto, renegociou sua dívida para com o banco, para pagamento em muitos anos, em prestações. Até dezembro de 1994, essas prestações foram pagas.
Naquele mês, já eleito o tucano Mário Covas, e às vésperas de sua posse, o governo Fleury atrasou o pagamento de uma prestação, no valor de R$ 30 milhões, ridículo quando comparado ao tamanho da dívida, então de R$ 5 bilhões. Período do atraso? Apenas 15 dias. Prontamente, a equipe FHC/BNDES aproveitou o "atraso" para considerar que o acordo de refinanciamento da dívida estava quebrado e, como conseqüência, decidiu também que toda a dívida de R$ 5 bilhões deveria ser considerada como prejuízo. Isto é, deveria ser considerada "dinheiro" irrecuperável, e, portanto, lançada no balanço do Banespa como prejuízo.
Só ilegalidades
Note-se bem: a equipe FHC/BNDES cometeu o disparate de tratar o Estado de São Paulo como se ele fosse um dono de boteco de esquina "quebrado", que jamais poderia pagar o Banespa. Ordenou que toda a dívida fosse considerada, no balanço, como prejuízo definitivo, dinheiro perdido para todo o sempre. Com essa orientação, obviamente o Banespa apresentaria um prejuízo gigantesco no balanço daquele ano. Ou, pior ainda, um prejuízo superior ao próprio patrimônio do banco, que, assim, foi declarado "quebrado".
Qual foi a reviravolta da semana passada, a confissão do governo FHC? Aqui, é preciso mais um pouco de história. A pretensa "quebra" do Banespa foi atribuída a desmandos, corrupção e dívidas contraídas nos dois governos anteriores, do PMDB, Quércia e Fleury. Inconformado diante da manobra, o ex-governador Orestes Quércia entrou com ação, na Justiça, para impedir que fosse adotada a "fórmula" de lançamento de falsos prejuízos, imposta pela equipe FHC. Suas principais alegações na Justiça: a manobra da equipe FHC era absolutamente ilegal, pois desrespeitava as próprias normas ("leis") do Banco Central.
Como assim? Quando um cliente não paga sua dívida para com um banco qualquer, o Banco Central permite que o atraso chegue a até um ano, 365 dias, antes de exigir que essa dívida seja lançada como prejuízo no balanço. Esse prazo máximo, de 365 dias, é válido para os casos em que o devedor tenha garantias (imóveis, bens etc.) a oferecer – e o devedor, no caso, era nada mais nada menos que o próprio Estado de São Paulo. Mesmo quando o devedor não tem garantias a oferecer, o prazo mínimo concedido pelo BC é de 30 dias. E, no caso do Banespa, o atraso da parcela de R$ 30 milhões era de apenas 15 dias. Isto é, dentro do prazo de tolerância das regras do Banco Central. Mesmo assim, houve a encenação da ruidosa quebra. Arbitrariedade monstruosa.
A confissão
A partir da ação do ex-governador Quércia, por decisão da Justiça a publicação dos balanços do Banespa está suspensa desde 1994 – enquanto não se chegava a uma conclusão definitiva sobre a legalidade da decisão do governo FHC, de "decretar" a quebra do Banespa. Agora, a reviravolta: na semana passada, o Conselho Monetário Nacional, isto é, o governo FHC, autorizou o Banespa a publicar balanços dos últimos três anos, sem lançar a dívida do Estado como dinheiro irrecuperável – isto é, exatamente como o ex-governador defendia na Justiça. Desapareceu a "quebra" do Banespa – e é notável que os meios de comunicação, salvo registro na Gazeta Mercantil, tenham ignorado a imensa importância do fato. Desapareceu o prejuízo do Banespa. Os balanços de 1995, 1996 e 1997 vão mostrar lucros. A farsa está desmascarada. Qual a semelhança entre o Banco do Brasil e o Banespa? A equipe FHC forjou, com mecanismos iguais, o "prejuízo recorde" do Banco do Brasil – como esta coluna denunciou na época. Ações na Justiça podem restabelecer a verdade.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 2349.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 2222.shtmlNo BB, Ricardo Sérgio ajudou empresário ligado a Serra
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
10/05/2002 - 06h50
O empresário e economista Ricardo Sérgio de Oliveira ajudou a favorecer no Banco do Brasil, em 1995, empresas de um dos doadores de campanha do pré-candidato tucano a presidente, José Serra. A pessoa favorecida também mantinha um terreno em sociedade com o tucano.
Segundo documentos do BB, a ajuda contou com "operações heterodoxas" e "atípicas" de empréstimo e de redução de dívidas. Ricardo Sérgio foi diretor da Área Internacional do banco de 95 a 98.
O beneficiário foi Gregorio Marin Preciado, um empresário espanhol naturalizado brasileiro que atua na região do ABC, na Grande São Paulo. À época da operação, ele tinha um terreno no Morumbi, bairro nobre da cidade de São Paulo, em sociedade com José Serra. A mulher de Marin, Vicencia, é prima em primeiro grau do tucano. A mãe de Vicencia é irmã da mãe de Serra.
O BB concedeu a Marin uma redução de dívida de, pelo menos, R$ 73,719 milhões resultantes de juros e encargos acumulados sobre empréstimos. Esse benefício foi dado a duas firmas de Marin, a Gremafer e a Aceto, que estavam em situação de inadimplência crônica com o banco.
Em 25 de julho de 95, quando as empresas Gremafer e Aceto continuavam inadimplentes, houve uma tentativa do Banco do Brasil de arrestar bens pessoais de Marin. Depois de fazer uma pesquisa em cartório, o Banco do Brasil elaborou lista de bens pertencentes ao empresário.
Um desses bens foi o terreno que Marin possuía em sociedade com Serra no Morumbi. Vários documentos do banco citam o caso, alguns mencionando o nome do tucano.
Antes que a Justiça pudesse agir, Marin foi mais rápido. Vendeu, junto com Serra, o terreno do Morumbi em 19 de setembro de 95, menos de dois meses depois de o banco ter decidido entrar na Justiça. Impediu assim que a ordem de arresto fosse cumprida, driblando a tentativa do Banco do Brasil de recuperar parte da dívida.
O valor oficial de venda do imóvel foi de R$ 140 mil, segundo registro no 15º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo. O comprador, a construtora Alfons Gehling & Cia Ltda., projetou para o local um prédio de 12 andares e dois subsolos, depois de ter comprado um lote vizinho e aumentado a área para 1.620 m2.
Primeiro empréstimo
O negócio da Gremafer e da Aceto com o Banco do Brasil começou em 93. O primeiro empréstimo foi equivalente a US$ 2,5 milhões, em agosto daquele ano. Era denominado em dólar porque saía por meio da Resolução 63, um instrumento que os bancos têm no Brasil para captar dinheiro no exterior e repassá-lo a tomadores no país.
O segundo empréstimo saiu no final de 95. Foi equivalente a US$ 2,8 milhões. No total, a Gremafer e a Aceto receberam em reais um valor correspondente a US$ 5,3 milhões do BB. A dívida disparou por causa dos juros altos e da falta de pagamento. Chegou a passar de R$ 61 milhões em novembro de 98, quando o Banco do Brasil finalmente desistiu de ajudar as empresas -uma data que coincide com a saída de Ricardo Sérgio da instituição.
Apesar de lhe faltar dinheiro para pagar em dia o Banco do Brasil, Marin encontrou fundos para fazer doações de campanha a Serra em 94. Ao todo, a Gremafer e a Aceto doaram R$ 62.442,82, segundo a prestação de contas do tucano. No começo de 95, as empresas estavam com dívidas de mais R$ 20 milhões.
Ricardo Sérgio e charutos
A Folha entrevistou sete funcionários do Banco do Brasil que participaram formalmente das decisões a respeito da Gremafer e da Aceto. Em reserva, dois confirmaram inteiramente a influência de Ricardo Sérgio na aprovação da redução de dívidas. Dois disseram que não sabiam. E três se recusaram a falar sobre o assunto, alegando sigilo bancário.
O próprio Marin não esconde que Ricardo Sérgio teve participação na aprovação das operações de empréstimos. "Estive com ele algumas vezes nesse período", disse o empresário ontem, usando um celular na Espanha, onde se encontra no momento.
Marin faz a ressalva de que as operações não lhe foram favoráveis, e que Ricardo Sérgio esteve presente em reuniões sempre com outros funcionários do Banco do Brasil. A Folha apurou, porém, que as relações do empresário com o ex-arrecadador de fundos do tucano foi mais próxima do que isso.
Em um determinado momento, durante a negociação do empréstimo e da recomposição das dívidas da Gremafer, Marin mandou de presente uma caixa de charutos para Ricardo Sérgio. Confrontado com essa informação, o empresário ficou em silêncio alguns segundos e disse: Eu fumo charutos". E a Folha: "E daí?". Ao que o empresário concluiu: "Daí, pronto. Já estou te respondendo. Não vamos entrar nesse nível de detalhes".
Em seguida ao diálogo sobre o charuto, a ligação caiu. Até o final da tarde de ontem Marin não telefonou novamente para a Folha, embora o jornal tivesse insistido com seu filho, Gregorio Marin Junior, que desejava continuar a entrevista.
Diretores do BB
O superintendente do BB em São Paulo à época da operação com a Gremafer e com a Aceto era Wolney Ferreira. Ele escreveu uma correspondência contundente a respeito do episódio.
Arquivada em meio a centenas de papéis desse caso, a carta de Wolney dá a impressão de que seu autor se precavia contra futuros problemas -afinal, apesar da influência de Ricardo Sérgio, eram funcionários de escalão inferior que tinham de assinar os relatórios favoráveis.
A preocupação de Wolney era com a operação aprovada em 8 de novembro de 95 pela diretoria do BB. Nessa data, foi aprovada uma redução de R$ 16,453 milhões na dívida das empresas de Gregorio Marin Preciado. Além disso, a Gremafer e a Aceto receberam um novo empréstimo no valor equivalente a US$ 2,8 milhões.
Ao comentar essa operação, Wolney redigiu sua carta em 27 de novembro de 95. Endereçou-a ao então presidente do BB, Paulo César Ximenes. Wolney, hoje aposentado e vivendo em Nova York, começava dizendo que a redução de R$ 16,453 milhões e o dinheiro novo se tratavam de "operações em curso anormal". Eis alguns trechos do documento:
- "Essas soluções heterodoxas e atípicas e, como tais, não ajustadas às normas têm sido invariavelmente submetidas ao Conselho Diretor, com vista ao seu exame e decisão a respeito" (...);
- "Buscou-se dar total transparência sobre a situação dos capitais mutuados, abrangendo desde a sua origem até a eventual decisão de continuidade de cobrança judicial -implementada para pressionar os devedores-, passando, obviamente, por detalhada análise da realidade patrimonial das empresas e coobrigados e, principalmente, posição mercadológica e possibilidade de recuperação econômica dos devedores" (...);
- "No caso da Gremafer e da Aceto, foi efetuado, inclusive pela Diretoria, completo exame de todas as variáveis, tendo sido adotada opção por solução heterodoxa, compreendendo programa de desimobilização [arresto de imóveis], inclusive com concessão de crédito novo para retomada das atividades produtivas dos devedores (...)".
Parte do BB foi contra
Segundo a Folha apurou, em novembro de 95 havia divergência dentro do Banco do Brasil sobre se essa era a melhor opção a ser adotada. Mas a decisão final foi a de reduzir a dívida e dar mais dinheiro a Marin.
Quem lê as páginas do processo da Gremafer e da Aceto nota que tudo tramitou pelas instâncias normais do Banco do Brasil. Não há nos documentos nenhuma indicação clara de pressão política. Mas fica evidente que as duas empresas tinham situação muito delicada para serem agraciadas em 95, com redução de dívida e mais dinheiro novo.
A descrição do esquema está em um documento de outubro de 95. A conclusão formal é que o BB deveria aprovar a proposta formal de redução de dívida e oferecimento de dinheiro novo. Apesar dessa decisão favorável, o corpo do texto de 14 páginas traz inúmeros argumentos contrários.
Por exemplo, depois que Gregorio Marin Preciado recebeu seu primeiro empréstimo em 93, diz o documento, "houve considerável saldo financeiro remanescente que passou a ser renovado sem nenhuma amortização".
E mais: "Para fazer frente aos inúmeros investimentos idealizados pelo sócio majoritário do grupo, a administração da agência optou por continuar assistindo as duas empresas, acatando expressivos valores em cheques em conta corrente".
Depois de fazer uma primeira recomposição de dívida em maio de 94, "em vista das expressivas obrigações assumidas pelas empresas junto ao banco e a terceiros que oneravam toda a sua capacidade de pagamento, foi realizada uma única quitação de uma única parcela, em outubro de 94".
Ou seja, as empresas de Gregorio Marin Preciado estavam em situação de inadimplência crônica em 95. Há também uma acusação contra o empresário. O documento do BB de outubro de 95 dizia: "Destaca-se que os recursos captados em nome do grupo possivelmente foram utilizados em diversos negócios pessoais do sr. Gregorio. (...) Tais investimentos não obtiveram o retorno esperado (...) provocando total descasamento entre a capacidade de geração de receitas e fluxos de desembolso das obrigações assumidas".
Desconto de R$ 57,3 mi
Ainda assim, com toda a depauperação da situação financeira da Gremafer e da Aceto, o Banco do Brasil optou em 95 por dar mais um empréstimo e conceder uma redução de dívida. O argumento básico era que o caminho por via judicial resultaria na obtenção de "créditos em valores inferiores aos apurados" na proposta de recomposição.
A maior redução de dívida ainda estava para acontecer. Em 1998, o Banco do Brasil resolveu liquidar as operações e fazer uma nova recomposição.
Infladas pelos encargos e juros altos, a dívida da Gremafer e da Aceto estava em R$ 61,380 milhões. Conseguiram um abatimento de R$ 57,266 milhões e passaram a dever apenas R$ 4,114 milhões e novas condições de pagamento.
Não adiantou. A Gremafer e Aceto nunca saldaram suas dívidas. Hoje, a Gremafer deve R$ 3.142.937,30, valor que consta na contabilidade do BB no último dia 25 de abril. A Folha não obteve o valor atualizado do débito da Aceto. As duas empresas lutam na Justiça para não pagar. Querem receber de volta algum dinheiro, pois acham que os imóveis que cederam como penhora foram subavaliados.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 2146.shtmlEntenda o caso da privatização da Vale do Rio Doce
da Folha Online
07/05/2002 - 09h25
Veja, a seguir, os principais fatos que envolvem a suposta cobrança de propina durante a privatização da Companhia Vale do Rio Doce:
Acusação
O economista Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil, é acusado de cobrar comissão para ajudar a montar o consórcio que comprou a Companhia Vale do Rio Doce, em 1997. A acusação é feita por Benjamin Steinbruch, que liderou a compra da Vale e se tornou presidente de seu conselho de administração. Ricardo Sérgio nega as acusações.
Queixa
Após ter arrematado a Vale, Steinbruch, segundo reportagem da revista "Veja", teria se queixado em 1998 ao então ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) e ao ministro Paulo Renato de Souza (Educação) sobre o comportamento de Ricardo Sérgio.
Valor
Segundo Mendonça de Barros, Steinbruch relatou que o valor pedido por Ricardo Sérgio era de 15 milhões de dólares ou reais - à época, o dólar tinha a mesma cotação do real. De acordo com o ministro Paulo Renato, seriam R$ 15 milhões.
O presidente
Mendonça de Barros diz ter informado o presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o caso. FHC teria dito não saber nada sobre o assunto e teria recomendado ao ministro a não se envolver no assunto.
Saiba os bastidores da privatização da Vale do Rio Doce
da Folha Online
05/05/2002 - 10h23
Veja como aconteceu a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em 1997:
Privatização
A CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) foi privatizada em 6 de maio de 1997. O consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, de Benjamin Steinbruch, adquiriu o controle acionário da Vale por R$ 3.338.178.240.
A surpresa
O resultado do leilão causou surpresa. O consórcio favorito era o Valecom, liderado pelo Grupo Votorantim, de Antônio Ermírio de Moraes, que contava com a participação da Anglo American, do Centrus (fundo de pensão do BC), do Sistel (fundo de pensão da Telebrás), da Caemi-Mitsui e da Japão-Brasil Participação (formado por 12 corporações).
Intervenção
[colore=red]Para fazer frente ao Valecom, o governo FHC interveio no processo, impedindo que os demais fundos de pensão de estatais aderissem ao consórcio de Antônio Ermírio e optassem pelo consórcio de Steinbruch, que ficou assim:[/color]
CSN, Previ (fundo de pensão do BB), Petros (fundo de pensão da Petrobrás), Funcef (fundo de pensão da CEF), Funcesp (fundo de pensão dos empregados da Cesp), Opportunity e Nations Bank (fundo).
Opportunity
O Banco Opportunity, o mesmo que Ricardo Sérgio favoreceu em 1998 no leilão do Sistema Telebrás, criou o Sweet River Fund (Fundo Rio Doce) para atrair cotistas no exterior.
Ermírio chegou a se reunir com FHC para reclamar da concentração de fundos no Consórcio Brasil e pediu uma participação mais equilibrada. Apesar disso, o Consórcio Brasil acabou ficando com a maioria dos fundos.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 2149.shtml
Saiba mais sobre Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil
da Folha Online
e da Folha de S.Paulo
05/05/2002 - 13h15
O ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira teria cobrado do empresário Benjamin Steinbruch, que liderou a compra da Companhia Vale do Rio Doce, R$ 15 milhões para organizar o consórcio vencedor da privatização, segundo reportagem da "Veja". O ex-diretor nega as acusações.
Veja, a seguir, as principais ligações de Ricardo Sérgio com o caso Vale e com políticos:
Pré-história
Ricardo Sérgio de Oliveira, formado em economia pela PUC-SP e pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas, tornou-se em 1989 sócio da corretora de ações RMC S/A Sociedade Corretora.
Em 1994, Ricardo Sérgio trabalhou informalmente como arrecadador de fundos para a campanha de José Serra (PSDB-SP) ao Senado, embora não aparecesse como tesoureiro.
Início no BB
Em 1995, foi indicado pelo ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil), com endosso de Serra, para ocupar a diretoria da Área Internacional do Banco do Brasil.
As privatizações
Ricardo Sérgio desempenhou um papel decisivo no processo de privatização das estatais no governo FHC, influindo na atuação da Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB.
A Previ fez parte do Consórcio Brasil, que arrematou a Vale do Rio Doce em 1997, e do Consórcio Telemar, que adquiriu a Tele Norte Leste em 1998.
Crise
Em 8 de novembro de 1998, foram divulgadas gravações clandestinas de telefonemas na sede do BNDES entre autoridades do governo sobre o leilão da Telebrás, em 29 de julho de 1998.
As fitas indicam o interesse do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e do presidente do BNDES, André Lara Resende, para que o Opportunity vencesse um dos leilões.
Nas conversas, o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso permitiu que seu nome fosse usado para pressionar a Previ a entrar no consórcio liderado pelo Banco Opportunity.
Em uma conversa com Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio revela que deu uma carta de fiança para o Opportunity, assegurando sua participação no leilão da Tele Norte Leste.
Saída do BB
O escândalo da privatização das teles leva Ricardo Sérgio a deixar o cargo de diretor do BB em novembro de 1998.
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
Caso bem interessante que a grande mídia não se interessa em esmiuçar, e que foi levantado pela revista Carta Capital. Os jornais não tiveram nem o interesse em repercutir:
http://www.cartacapital.com.br/destaque ... s-trocados
http://www.cartacapital.com.br/destaque ... s-trocados
Sinais trocados
Leandro Fortes 13 de setembro de 2010 às 10:28h
Extinta empresa de Verônica Serra expôs os dados bancários de 60 milhões de brasileiros obtidos em acordo questionável com o governo FHC. Por Leandro Fortes.
Em 30 de janeiro de 2001, o peemedebista Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, enviou um ofício ao Banco Central, comandado à época pelo economista Armínio Fraga. Queria explicações sobre um caso escabroso. Naquele mesmo mês, por cerca de 20 dias, os dados de quase 60 milhões de correntistas brasileiros haviam ficado expostos à visitação pública na internet, no que é, provavelmente uma das maiores quebras de sigilo bancário da história do País. O site responsável pelo crime, filial brasileira de uma empresa argentina, se chamava Decidir.com e, curiosamente, tinha registro em Miami, nos Estados Unidos, em nome de seis sócios. Dois deles eram empresárias brasileiras: Verônica Allende Serra e Verônica Dantas Rodenburg.
Ironia do destino, a advogada Verônica Serra, 41 anos, é hoje a principal estrela da campanha política do pai, José Serra, justamente por ser vítima de uma ainda mal explicada quebra de sigilo fiscal cometida por funcionários da Receita Federal. A violação dos dados de Verônica tem sido extensamente explorada na campanha eleitoral. Serra acusou diretamente Dilma Rousseff de responsabilidade pelo crime, embora tenha abrandado o discurso nos últimos dias.
Naquele começo de 2001, ainda durante o segundo mandato do presidente FHC, Temer não haveria de receber uma reposta de Fraga. Esta, se enviada algum dia, nunca foi registrada no protocolo da presidência da Casa. O deputado deixou o cargo menos de um mês depois de enviar o ofício ao Banco Central e foi sucedido pelo tucano Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, hoje candidato ao Senado. Passados nove anos, o hoje candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff garante que nunca mais teve qualquer informação sobre o assunto, nem do Banco Central nem de autoridade federal alguma. Nem ele nem ninguém.
Graças à leniência do governo FHC e à então boa vontade da mídia, que não enxergou, como agora, nenhum indício de um grave atentado contra os direitos dos cidadãos, a história ficou reduzida a um escândalo de emissão de cheques sem fundos por parte de deputados federais.
Temer decidiu chamar o Banco Central às falas no mesmo dia em que uma matéria da Folha de São Paulo informava que, graças ao passe livre do Decidir.com, era possível a qualquer um acessar não só os dados bancários de todos os brasileiros com conta corrente ativa, mas também o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), a chamada “lista negra”do BC. Com base nessa facilidade, o jornal paulistano acessou os dados bancários de 692 autoridades brasileiras e se concentrou na existência de 18 deputados enrolados com cheques sem fundos, posteriormente constrangidos pela exposição pública de suas mazelas financeiras.
Entre esses parlamentares despontava o deputado Severino Cavalcanti, então do PPB (atual PP) de Pernambuco, que acabaria por se tornar presidente da Câmara dos Deputados, em 2005, com o apoio da oposição comandada pelo PSDB e pelo ex-PFL (atual DEM). Os congressistas expostos pela reportagem pertenciam a partidos diversos: um do PL, um do PPB, dois do PT, três do PFL, cinco do PSDB e seis do PMDB. Desses, apenas três permanecem com mandato na Câmara, Paulo Rocha (PT-PA), Gervásio Silva (DEM-SC) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). Por conta da campanha eleitoral, CartaCapital conseguiu contato com apenas um deles, Paulo Rocha. Via assessoria de imprensa, ele informou apenas não se lembrar de ter entrado ou não com alguma ação judicial contra a Decidir.com por causa da quebra de sigilo bancário.
Na época do ocorrido, a reportagem da Folha ignorou a presença societária na Decidir.com tanto de Verônica Serra, filha do candidato tucano, como de Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity. Verônica D. e o irmão Dantas foram indiciados, em 2008, pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, por crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e empréstimo vedado. Verônica também é investigada por participação no suborno a um delegado federal que resultou na condenação do irmão a dez anos de cadeia. E também por irregularidades cometidas pelo Opportunity Fund: nos anos 90, à revelia das leis brasileiras, o fundo operava dinheiro de nacionais no exterior por meio de uma facilidade criada pelo BC chamada Anexo IV e dirigida apenas a estrangeiros.
A forma como a empresa das duas Verônicas conseguiu acesso aos dados de milhões de correntistas brasileiros, feita a partir de um convênio com o Banco do Brasil, sob a presidência do tucano Paolo Zaghen, é fruto de uma negociação nebulosa. A Decidir.com não existe mais no Brasil desde março de 2002, quando foi tornada inativa em Miami, e a dupla tem se recusado, sistematicamente, a sequer admitir que fossem sócias, apesar das evidências documentais a respeito. À época, uma funcionária do site, Cíntia Yamamoto, disse ao jornal que a Decidir.com dedicava-se a orientar o comércio sobre a inadimplência de pessoas físicas e jurídicas, nos moldes da Serasa, empresa criada por bancos em 1968. Uma “falha”no sistema teria deixado os dados abertos ao público. Para acessá-los, bastava digitar o nome completo dos correntistas.
A informação dada por Yamamoto não era, porém, verdadeira. O site da Decidir.com, da forma como foi criado em Miami, tinha o seguinte aviso para potenciais clientes interessados em participar de negócios no Brasil: “encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”. Era, por assim dizer, um balcão facilitador montado nos Estados Unidos que tinha como sócias a filha do então ministro da Saúde, titular de uma pasta recheada de pesadas licitações, e a irmã de um banqueiro que havia participado ativamente das privatizações do governo FHC.
A ação do Decidir.com é crime de quebra de sigilo fiscal. O uso do CCF do Banco Central é disciplinado pela Resolução 1.682 do Conselho Monetário Nacional, de 31 de janeiro de 1990, que proíbe divulgação de dados a terceiros. A divulgação das informações também é caracterizada como quebra de sigilo bancário pela Lei n˚ 4.595, de 1964. O Banco Central deveria ter instaurado um processo administrativo para averiguar os termos do convênio feito entre a Decidir.com e o Banco do Brasil, pois a empresa não era uma entidade de defesa do crédito, mas de promoção de concorrência. As duas também deveriam ter sido alvo de uma investigação da polícia federal, mas nada disso ocorreu. O ministro da Justiça de então era José Gregori, atual tesoureiro da campanha de Serra.
A inércia do Ministério da Justiça, no caso, pode ser explicada pelas circunstâncias políticas do período. A Polícia Federal era comandada por um tucano de carteirinha, o delgado Agílio Monteiro Filho, que chegou a se candidatar, sem sucesso, à Câmara dos Deputados em 2002, pelo PSDB. A vida de Serra e de outros integrantes do partido, entre os quais o presidente Fernando Henrique, estava razoavelmente bagunçada por conta de outra investigação, relativa ao caso do chamado Dossiê Cayman, uma papelada falsa, forjada por uma quadrilha de brasileiros em Miami, que insinuava a existência de uma conta tucana clandestina no Caribe para guardar dinheiro supostamente desviado das privatizações. Portanto, uma nova investigação a envolver Serra, ainda mais com a família de Dantas a reboque, seria politicamente um desastre para quem pretendia, no ano seguinte, se candidatar à Presidência. A morte súbita do caso, sem que nenhuma autoridade federal tivesse se animado a investigar a monumental quebra de sigilo bancário não chega a ser, por isso, um mistério insondável.
Além de Temer, apenas outro parlamentar, o ex-deputado bispo Wanderval, que pertencia ao PL de São Paulo, se interessou pelo assunto. Em fevereiro de 2001, ele encaminhou um requerimento de informações ao então ministro da Fazenda, Pedro Malan, no qual solicitava providências a respeito do vazamento de informações bancárias promovido pela Decidir.com. Fora da política desde 2006, o bispo não foi encontrado por CartaCapital para informar se houve resposta. Também procurada, a assessoria do Banco Central não deu qualquer informação oficial sobre as razões de o órgão não ter tomado medidas administrativas e judiciais quando soube da quebra de sigilo bancário.
Fundada em 5 de março de 2000, a Decidir.com foi registrada na Divisão de Corporações do estado da Flórida, com endereço em um prédio comercial da elegante Brickell Avenue, em Miami. Tratava-se da subsidiária americana de uma empresa de mesmo nome criada na Argentina, mas também com filiais no Chile (onde Verônica Serra nasceu, em 1969, quando o pai estava exilado), México, Venezuela e Brasil. A diretoria-executiva registrada em Miami era composta, além de Verônica Serra, por Verônica Dantas, do Oportunity, Brian Kim, do Citibank, e por mais três sócios da Decidir.com da Argentina, Guy Nevo, Esteban Nofal e Esteban Brenman. À época, o Citi era o grande fiador dos negócios de Dantas mundo afora. Segundo informação das autoridades dos Estados Unidos, a empresa fechou dois anos depois, em 5 de março de 2002. Manteve-se apenas em Buenos Aires, mas com um novo slogan: “com os nossos serviços você poderá concretizar negócios seguros, evitando riscos desnecessários”.
Quando se associou a Verônica D. Na Decidir.com, em 2000, Verônica S. era diretora para a América Latina da companhia de investimentos International Real Returns (IRR), de Nova York, que administrava uma carteira de negócios de 660 bilhões de dólares. Advogada formada pela Universidade de São Paulo, com pós-graduação em Harvard, nos EUA, Verônica S. Também se tornou conselheira de uma série de companhias dedicadas ao comércio digital na América Latina, entre elas a Patagon.com, Chinook.com, TokenZone.com, Gemelo.com, Edgix, BB2W, Latinarte.com, Movilogic e Endeavor Brasil. Entre 1997 e 1998, havia sido vice-presidente da Leucadia National Corporation, uma companhia de investimentos de 3 bilhões de dólares especializada nos mercados da América Latina, Ásia e Europa. Também foi funcionária do Goldman Sachs, em Nova York.
Verônica S. ainda era sócia do pai na ACP – Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda, fundada em 1993. A empresa funcionava em um escritório no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, cujo proprietário era o cunhado do candidato tucano, Gregório Marin Preciado, ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo de São Paulo, em 1993. Preciado obteve uma redução de dívida no Banco do Brasil de 448 milhões de reais para irrisórios 4,1 milhões de reais no governo FHC, quando Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador de campanha de Serra, era diretor da área internacional do BB e articulava as privatizações.
Por coincidência, as relações de Verônica S. com a Decidir.com e a ACP fazem parte do livro Os Porões da Privataria, a ser lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. Em 2011.
De acordo com o texto de Ribeiro Jr., a Decidir.com foi basicamente financiada, no Brasil, pelo Banco Opportunity com um capital de 5 milhões de dólares. Em seguida, transferiu-se, com o nome de Decidir International Limited, para o escritório do Ctco Building, em Road Town, Ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, famoso paraíso fiscal no Caribe. De lá, afirma o jornalista, a Decidir.com internalizou 10 milhões de reais em ações da empresa no Brasil, que funcionava no escritório da própria Verônica S. A essas empresas deslocadas para vários lugares, mas sempre com o mesmo nome, o repórter apelida, no livro, de “empresas-camaleão”.
Oficialmente, Verônica S. e Verônica D. abandonaram a Decidir.com em março de 2001 por conta do chamado “estouro da bolha” da internet – iniciado um ano antes, em 2000, quando elas se associaram em Miami. A saída de ambas da sociedade coincide, porém, com a operação abafa que se seguiu à notícia sobre a quebra de sigilo bancário dos brasileiros pela companhia. Em julho de 2008, logo depois da Operação Satiagraha, a filha de Serra chegou a divulgar uma nota oficial para tentar descolar o seu nome da irmã de Dantas. “Não conheço Verônica Dantas, nem pessoalmente, nem de vista, nem por telefone, nem por e-mail”, anunciou.
Segundo ela, a irmã do banqueiro nunca participou de nenhuma reunião de conselho da Decidir.com. Os encontros mensais ocorriam, em geral, em Buenos Aires. Verônica Serra garantiu que a xará foi apenas “indicada”pelo Consórcio Citibank Venture Capital (CVC)/Opportunity como representante no conselho de administração da empresa fundada em Miami. Ela também negou ter sido sócia da Decidir.com, mas apenas “representante” da IRR na empresa. Mas os documentos oficiais a desmentem.
Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor, autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo e Fragmentos da Grande Guerra, entre outros. Mantém um blog chamado Brasília eu Vi. http://brasiliaeuvi.wordpress.com
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
Escândalos, escândalos, escândalos. Não se vê outra coisa.
Mas se querem escândalos, por que não estes??
http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2010/ ... invisivel/
http://www.conversaafiada.com.br/brasil ... -do-urubu/
Mas se querem escândalos, por que não estes??
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A quem interessa tornar a CartaCapital invisível?
Posted by Leandro Fortes under Invisibilidade jornalística
Desde o fim de semana passado, tenho recebido uma dezena de e-mails por dia que, invariavelmente, me perguntam sobre a razão de ninguém repercutir, na chamada “grande imprensa”, a matéria da CartaCapital sobre a monumental quebra de sigilo bancário promovida, em 2001, pela empresa Decidir.com, das sócias Verônica Serra (filha de José Serra, candidato do PSDB à Presidência da República) e Verônica Dantas (irmã de Daniel Dantas, banqueiro condenado por subornar um delegado federal). Juntas, as Verônicas quebraram o sigilo bancário de estimados 60 milhões de correntistas brasileiros graças a um acordo obscuro fechado, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, entre a Decidir.com e o Banco do Brasil, sob os auspícios do Banco Central. Nada foi feito, desde então, para se apurar esse fato gravíssimo, apesar de o então presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), ter oficiado o BC a respeito. Nada, nenhuma providência. Impunidade total.
Temer, atualmente, é candidato da vice na chapa da petista Dilma Rousseff, candidata do mesmo governo que, nos últimos dias, mobilizou o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e a Comissão de Ética Pública da Presidência da República para investigar uma outra denúncia, feita contra a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, publicada na revista Veja no mesmíssimo dia em que a Carta trazia a incrível história das Verônicas e a quebra de sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros.
Justíssima a preocupação do governo em responder à denúncia da Veja, até porque faz parte da rotina do Planalto fazer isso toda semana, desde 1º de janeiro de 2003. É quase um vício, por assim dizer. Mas por que não se moveu uma palha para se investigar as responsabilidades sobre, provavelmente, a maior quebra de sigilo do mundo ocorrida, vejam vocês, no Brasil de FHC? Que a mídia hegemônica não repercuta o caso é, para nós, da Carta, uma piada velha. Os muitos amigos que tenho em diversos veículos de comunicação Brasil afora me contam, entre constrangidos e divertidos, que é, simplesmente, proibido citar o nome da revista em qualquer um dos noticiários, assim como levantar a possibilidade, nas reuniões de pauta, de se repercutir quaisquer notícias publicadas no semanário do incontrolável Mino Carta. Então, vivemos essa situação surreal em que as matérias da CartaCapital têm enorme repercussão na internet e na blogosfera – onde a velha mídia, por sinal, é tratada como uma entidade golpista –, mas inexistem como notícias repercutíveis, definitivamente (e felizmente) excluídas do roteirinho Veja na sexta, Jornal Nacional no sábado e o resto de domingo a domingo, como se faz agora no caso de Erenice Guerra e a propina de 5 milhões de reais que, desaparecida do noticiário, pela impossibilidade de ser provada, transmutou-se num escândalo tardio de nepotismo.
Enquanto o governo mete-se em mais uma guerra de informações com a Veja e seus veículos co-irmãos, nem uma palha foi mexida para se averiguar a história das Verônicas S. e D., metidas que estão numa cabeludíssima denúncia de quebra de sigilo bancário, justamente quando uma delas, a filha de Serra, posava de vítima de quebra de sigilo fiscal por funcionários da Receita acusados de estar a serviço da campanha de Dilma Rousseff. Nem o Ministério da Justiça, nem a Polícia Federal, nem a CGU, nem Banco Central tomaram qualquer providência a respeito. Nenhum líder governista no Congresso deu as caras para convocar os suspeitos de terem facilitado a vida das Verônicas – os tucanos Pedro Malan e Armínio Fraga, por exemplo. Nada, nada.
Então, quando me perguntam o porquê de não haver repercussão das matérias da CartaCapital na velha mídia, eu respondo com facilidade: é proibido. Ponto final. Agora, se me perguntarem por que o governo, aliás, sistematicamente acusado de ter na Carta um veículo de apoio servil, não faz nada para apurar a história da quebra de sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros, eu digo: não faço a menor idéia.
Talvez fosse melhor vocês mandarem e-mails para o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, a CGU e o Banco Central.
http://www.conversaafiada.com.br/brasil ... -do-urubu/
Discurso do deputado federal e jornalista Emiliano José, do PT da Bahia, sobre o caso Paulo Souto e a Ilha do Urubu do
Dia 30/09/2009, às 16h20min
Sessão: 263.3.53.O
O SR. EMILIANO JOSÉ (PT-BA. Pronuncia o seguinte discurso.)
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje vou falar aqui sobre o nebuloso e escandaloso caso da Ilha do Urubu, ocorrido na Bahia, em novembro de 2006, quando estava em fim de governo o Sr. Paulo Souto, do DEM.
O ex-governador da Bahia, Paulo Souto, está sendo acusado de ilegalidade por Rubens Luis Freiberger e seu advogado José César Oliveira, através de uma ação popular que tramita no Tribunal de Justiça da Bahia acerca do processo que envolveu a doação de terras da Ilha do Urubu, localizada no município de Porto Seguro, área da Costa do Descobrimento, no Extremo Sul da Bahia.
De acordo com as informações fornecidas à imprensa pelo advogado César Oliveira, no processo nº. 359.983-3, ao final do seu governo, Paulo Souto doou a Ilha do Urubu aos herdeiros da família Martins, posseiros da área em questão. Quatro meses depois, os herdeiros venderam essas terras ilegalmente (pois teriam que preservá-las por cinco anos) por R$ 1 milhão, ao empresário Gregório Marin Preciado.
Segundo Oliveira, mais ou menos um ano depois, Gregório Preciado revendeu o terreno a um mega-especulador belga, Philippe Meeus, por R$ 12 milhões. Para o advogado: No mínimo, houve leniência por parte do Estado. O terreno vale, hoje, R$ 50 milhões, pois se trata de uma das áreas mais valorizadas da América Latina.
Nas denúncias, César Oliveira informa ainda que: Gregório Marin Preciado, espanhol, naturalizado brasileiro, é casado com a prima de José Serra, governador de São Paulo e pré-candidato a presidência da República. O senhor Gregório Marin Preciado responde a uma ação penal do Ministério Público Federal por uma dívida de R$ 55 milhões, que foi perdoada irregularmente pelo Banco do Brasil. (na época do governo FHC) Ele tomou também um empréstimo de R$ 5 milhões no Banco do Brasil e deu a Ilha do Urubu como garantia, enquanto litigava com a família Martins, disputando a posse da Ilha.
Senhor Presidente, ainda segundo o advogado, no ano de 1993, Gregório Marin Preciado havia contraído empréstimos no Banco do Brasil para duas empresas de sua propriedade a Gremafer e a Acetato. Como Preciado não conseguiu pagar o débito, no ano de 1995, entrou em cena o Sr. Ricardo Sérgio, que, na época, era diretor do Banco do Brasil e ficou conhecido por ser caixa das campanhas de José Serra e FHC. Ele conseguiu para Gregório Preciado um gracioso desconto de 16 milhões de reais na tal divida.
Mas a coisa não parou por aí. Mesmo inadimplente, Gregorio Preciado arrancou outro empréstimo de 2,8 milhões de dólares no mesmo Banco do Brasil. Reportagem de maio de 2002, da Folha de São Paulo, destacou que documentos internos do Banco tratavam aquelas negociações como heterodoxas e atípicas, e por isso, o agente financeiro começou a listar os bens do Sr. Preciado para arrestá-los.
Foi assim que se descobriu a propriedade de um terreno valiosíssimo no bairro do Morumbi, onde José Serra era dono de metade e Gregório Preciado da outra parte. O terreno foi vendido rapidamente antes de o Banco do Brasil fazer o arresto e ambos foram beneficiados.
No ano de 1996, Ricardo Sérgio (diretor do Banco do Brasil com influencia na Previ) montou com Preciado o consórcio Guaraniana S/A. Segundo notícias da época, o mencionado consórcio foi composto pela Previ, Banco do Brasil e por fundos administrados pela instituição, e tem como sócia a Iberdrola, empresa gigante do setor energético. Ainda de acordo com o advogado José César Oliveira, a Iberdrola deu a representação da Guaraniana a Gregório Marin Preciado.
Com o processo de privatização ocorrido no governo Fernando Henrique, o consórcio montado pelos dois, o tesoureiro e o parente de José Serra, entre 1997 e 2000, arrematou a baiana Coelba, a pernambucana Celpe e a potiguar Cosern, e Gregório Marin Preciado, de inadimplente do Banco do Brasil, passou a ser o todo poderoso representante da Iberdrola no consórcio montado.
Senhoras e senhores deputados, o aprofundamento das relações de Paulo Souto, então governador, com Gregório Marin Preciado culminou na doação da Ilha do Urubu, no dia 20 de novembro de 2006, após a sua derrota nas eleições.
Diante do escândalo, atualmente escancarado na mídia baiana, uma equipe de técnicos da Coordenação de Desenvolvimento Agrário – CDA foi deslocada para Porto Seguro para fazer uma nova vistoria nas terras da Ilha do Urubu. Certamente para estudar a situação, analisar as irregularidades e adotar todas as providências cabíveis.
Na verdade, a doação da Ilha do Urubu após a derrota eleitoral de 2006 é apenas um pequeno episódio da estratégia adotada por Paulo Souto para prejudicar o novo governo. Para isso, o ex-governador executou três formas de ação: procurou cobrir o descalabro contábil e financeiro do seu final de mandato; beneficiou os amigos o máximo possível e criou numerosas obrigações para o governo Jaques Wagner, deixando o terreno minado por verdadeiras bombas de efeito retardado.
No período compreendido entre 04 de outubro e dezembro de 2006, após ter tomado consciência da derrota eleitoral sofrida, o ex-governador Paulo Souto adotou diversas atitudes que chamam negativamente a atenção. São vários atos e fatos, que contradizem a postura aparentemente republicana e civilizada assumida publicamente, mas que visavam impactar negativamente o próximo governo. Partiu para a famosa política de terra arrasada.
Naquele período de apenas três meses, pode-se constatar no Diário Oficial do Estado que o governador Paulo Souto, além da Ilha do Urubu, autorizou a outorga de 17 áreas de terra do Estado, e órgãos públicos descentralizados doaram mais 12 imóveis e 1.043 veículos. É uma autêntica farra do Urubu.
Inicialmente, o que mais surpreendeu foram as alterações produzidas no Orçamento 2006, na época ainda em curso, e até no Plano Plurianual 2004 – 2007. O volume de modificações oficialmente procedidas demonstrou o esforço para ajustar as contas estaduais, que desesperadamente o governo que acabava tentava fechar até fins de dezembro de 2006, sob pena de colocar o governador em situação de improbidade, passível de enquadramento legal. Só de alterações orçamentárias o ex-governador baixou, em três meses, atos que atingiram a estrondosa quantia dos R$ 1,5 bilhão. Considerando-se 60 dias úteis no período, perfaz uma média de R$ 25 milhões de modificações orçamentárias por dia.
O Sr. Paulo Souto, no afã de produzir receita para tentar fechar o caixa daquele ano, alterou, também, o prazo e o valor de recolhimentos do ICMS, visando antecipar arrecadação de 2007 para o exercício de 2006, atingindo as principais empresas arrecadadoras do tributo no Estado, tais como as de telecomunicações, de energia elétrica e de petróleo, englobando um montante superior a R$ 70 milhões.
Por outro lado, abriu a famosa caixa de bondades de última hora, distribuindo benesses aos seus amigos, bondades essas que viriam a vigir a partir de 2007, ou seja, no novo governo. Como exemplo, o ex-governador concedeu remissão parcial do ICMS e dispensou multas e acréscimos moratórios para empresas de comunicação, beneficiando diretamente a Rede Bahia, propriedade da família de Antonio Carlos Magalhães, então seu chefe político.
Alterou, ainda, o regulamento do ICMS, desta vez para reduzir o imposto sobre a importação de nafta. Tal medida compensou uma grande empresa pela antecipação, para dezembro de 2006, de receita que seria arrecadada em janeiro de 2007, possibilitando assim a redução do rombo do caixa estadual. Além disso, o ex-governador distribuiu benefícios tributários, incluindo, na última hora, 105 novas empresas em programas de renúncia fiscal, como o Desenvolve e o Probahia.
Outros atos causaram estranheza, por sua dimensão e importância, e pelo fato de que poderiam ter sido implementados durante 3 anos e nove meses de governo e vieram a ser adotados exatamente nos últimos três meses, após a derrota eleitoral.
O Sr. Paulo Souto apresentou também projetos alterando a Política de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade e a Política de Recursos Hídricos, e disciplinou os procedimentos de anuência prévia em áreas de proteção ambiental, além de aprovar norma técnica sobre pedidos de revisão de zoneamento ecológico-econômico. Tudo isso visando tornar a questão ambiental do Estado muito mais permissiva à degradação.
Considerando somente os maiores valores, que saltavam aos olhos no Diário Oficial do Estado, no período de outubro a meados de dezembro, constataram-se 328 novos contratos ou aditamentos, perfazendo um total de quase R$ 160 milhões, o que dá uma média de mais de R$ 2,5 milhões de valor novo contratado por dia útil. É importante destacar que, tentando driblar a fiscalização, uma grande parte dos atos publicados no DOE, referentes a contratos e aditamentos, irregularmente, não traziam qualquer valor financeiro programado para o pagamento do produto ou serviço.
Considerando-se a distribuição dos contratos e aditivos por empresa, chama a atenção a TELESP S.A. que aparece contratada 27 vezes, abocanhando quase R$ 17 milhões, sendo que mais da metade, ou seja: R$ 8,7 milhões, com dispensa de concorrência.
Outra campeã de contratos foi a área de tíquetes alimentação. Só em um pequeno órgão estadual de processamento de dados dois contratos totalizaram R$ 3,6 milhões, o que, considerando um valor de refeição de dez reais, dá para adquirir 360.000 almoços/ano.
Mais um setor de despesas assustadoras foi o batalhão aéreo da Polícia Militar, que contratou no período de três meses mais de R$ 2 milhões de despesas, apenas para a manutenção de três aeronaves.Somente na área de propaganda, encontram-se gastos novos de mais de R$ 2,2 milhões, e isso só no apagar das luzes.
Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, como se pode constatar foi um verdadeiro festival de atos e fatos no mínimo discutíveis, e o escândalo da Ilha do Urubu é um pequeno, porém, assustador exemplo.
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2010/ ... -apurando/
Verônicas: a Folha está apurando!
por Leandro Fortes, no Brasília Eu Vi
Enfim, um caso exemplar de jornalismo investigativo na imprensa brasileira
Leio no Blog do Nassif um post sobre a carta do leitor Ricardo Montero enviada à ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, na qual ele questiona as razões de o jornal paulistano não ter repercutido a informação, publicada na CartaCapital, sobre a monumental quebra de sigilo bancário levada a cabo pela empresa Decidir.com, das sócias Verônica Serra, filha de José Serra, e Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas. O leitor de Nassif quis saber o porquê de a Folha ter ignorado a matéria da Carta, mas ter dado amplo destaque a uma outra, da Veja, sobre a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. Abaixo, a carta de Montero, sobre a qual comento em seguida:
“Prezada ombudsman,
O que justifica a Folha nada comentar a respeito da matéria da CartaCapital desta semana, que mostra a violação do sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros pela firma Decidir.com, ocorrida em 2001, sendo a empresa de propriedade de Verônica Dantas e Verônica Serra?
O que justifica a Folha, ao repercutir a matéria da Veja desta semana (caso Erenice Guerra), engolir a versão do repórter da Veja, apesar de desmentidos categóricos vindos até de sua suposta fonte (que inclusive é erradamente apresentado pela revista como dono de uma empresa envolvida no imbróglio)? A folha não deveria agira com mais cuidados neste caso?
Enfim, nos últimos tempos, a Folha tem se superado na ruindade. Saudades do Frias-pai!
Cordialmente
Ricardo Montero”
A resposta de Suzana Singer, curta e melancólica, restringiu-se a repassar ao leitor uma informação burocrática, eivada de pavor funcional, do editor Allan Gripp, da editoria do caderno Poder da Folha. Eis-la:
“Caro Ricardo,
agradeço sua manifestação. Abaixo transcrevo resposta de Alan Gripp, da editoria do caderno Poder.
Atenciosamente,
Suzana Singer
“Nós estamos apurando a história, mas não tivemos acesso ainda ao processo (em sigilo).”
Quando li o post no Nassif, dei uma gargalhada. Uma sonora e feliz gargalhada, uma reação familiar às desgraças do cotidiano que eu e meus irmãos herdamos de meu pai que, até hoje, aos 75 anos, sofre de maravilhosos ataques de risos quando diante de tolas tragédias do dia-a-dia.
Então, a Folha não repercutiu a matéria da Carta porque está “apurando a história”? Como assim? Essa história já foi apurada pela Folha em 2001! Foi um então repórter da Folha, Wladimir Gramacho, que descobriu a quebra de sigilo. Na época, no entanto, ele se centrou não no quadro societário da Decidir.com, formado pelas Verônicas, mas na emissão de cheques sem fundo de 18 deputados. Para apressar a apuração e ajudar a Folha a publicar o assunto antes das eleições de 3 de outubro, aconselho ao editor de Poder buscar as informações nos arquivos digitais do jornal, embora, hoje, não seja uma tarefa muito fácil. A Folha tratou de tornar quase impossível, mesmo aos assinantes, encontrar a matéria pelo site do jornal. Só consegue acessar a reportagem quem sabe a data exata da publicação – 30 de janeiro de 2001 –, mesmo assim, depois de passar pelo índice da edição e dar de cara com uma manchete totalmente descolada do assunto principal: “18 deputados emitiram cheques sem fundo”.
Mas fica a dica, à guisa de generosidade.
Outra coisa: de onde o editor tirou essa história de que existe um processo? Ainda mais em sigilo? Só se for algum tipo de sigilo editorial, porque, na Justiça mesmo, nada foi aberto. O acordo das Verônicas com o Banco do Brasil, no governo Fernando Henrique Cardoso, embora sutilmente noticiado pela Folha, não foi investigado por ninguém, apesar de o então presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB, ter enviado ao Banco Central um pedido de explicação por conta da quebra do sigilo bancários dos 18 deputados que emitiram cheques sem fundo – um crime muito mais grave, como se sabe, do que se associar à família Dantas para quebrar o sigilo bancário de estimados 60 milhões de brasileiros.
Então, meus caros leitores, só rindo mesmo.
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
http://noticias.terra.com.br/brasil/not ... +MPSP.html
http://www.tijolaco.com/26948
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com ... 09-30.html
Fraude em licitações causou prejuízo de R$ 615 mi, diz MP-SP
20 de setembro de 2010 • 12h22 • atualizado às 18h54
O Ministério Público de São Paulo estimou em pelo menos R$ 615 milhões o prejuízo causado aos cofres públicos por um suposto esquema de fraudes em licitações e contratos envolvendo orgãos estaduais e municipais. Na última sexta-feira, oito pessoas suspeitas de participar da fraude foram presas.
De acordo com a promotoria, as fraudes ocorriam em contratos de prestação de serviços de segurança, vigilância e limpeza. Seis empresas de propriedade dos suspeitos, todas registradas em nomes de laranjas, teriam contratos com municípios como São Paulo, Campinas, Indaiatuba, Hortolândia, Paruíbe, Guarulhos, Jundiaí, Arujá, Itapetininga, Taubaté e Araraquará.
Além de contratos e licitações irregulares com estas prefeituras, o MP apontou a existência de contratações irregulares com a Sanasa, de Campinas, Defensoria Pública da União, Sabesp, Companhia Engenharia de Tráfego (CET), Companhia Paulista de Obras e Serviços, Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Imprensa Oficial, Prodesp, DAE de Jundiaí, e Secretaria de Educação do Estado de Tocantins.
As fraudes ocorriam com o pagamento de propina para agentes públicos ou através do ajuste de preços com empresas supostamente concorrentes. No dia da prisão dos suspeitos foram apreendidos automóveis de luxo como um Jaguar, um Audi Q7 e uma BMW X5. Outros dois suspeitos estão foragidos.
A secretaria de Comunicação do Estado de São Paulo e a Defensoria Pública da União informaram que iam tomar conhecimento das denúncias antes de se pronunciarem. A CET informou que não poderia comentar o assunto com base apenas nas informações divulgadas pelo Ministério Público.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Educação do Tocantins afirmou que só teve informações sobre as de denúncias com base no que foi divulgado pela imprensa. A pasta disse que não houve notificação oficial e que vai apurar melhor assunto antes de fazer qualquer declaração.
A prefeitura de Campinas divulgou nota informando que as empresas: Lotus Serviços Técnicos LTDA, Pluriserv Serviços Técnicos LTDA, Infratec Segurança e Vigilância LTDA, Pro Saneamento Ambiental LTDA, O.O. Lima Empresa Limpadora LTDA E São Paulo Serviços não tinham contratos com a administração municipal desde 2003, segundo informações fornecidas pela secretaria municipal de Administração.
A prefeitura informou ainda que vai instaurar uma auditoria na Sanasa e na Informática de Municípios Associados (IMA) apara apurar eventuais denúncias nos contratos com as empresas Lotus Serviços Técnicos LTDA, Pluriserv Serviços Técnicos LTDA, Infratec Segurança e Vigilância LTDA.
A prefeitura de Jundiaí informou, por meio de nota que a DAE teve contrato com a empresa Pluriserv, entre abril de 2005 e junho de 2008, e que desde então não presta mais serviços. Segundo a administração, o contrato com a empresa Lótus ocorreu entre fevereiro de 2007 e julho de 2009, com a substituição da mão-de-obra por funcionários contratados através de concurso público. Um sindicância foi instaurada para apurar as denúncias.
A assessoria de comunicação da prefeitura de Arujá informou que a atual administração não tem envolvimento com nenhuma das empresas citadas pelo Ministério Público.
Já as administrações municipais das cidades de Paruíbe, Guarulhos e Araraquara e São Paulo estão averiguando as informações, mas ainda não se pronunciaram sobre as denúncias.
Ninguém foi encontrado nas prefeituras de Indaiatuba, Itapetininga e Taubaté e Hortolândia para comentar o caso.
http://www.tijolaco.com/26948
http://www.tijolaco.com/27299A corrupção que a Globo abafou
http://www.youtube.com/watch?v=HHEv7NV1 ... r_embedded
Semana passada uma equipe enviada pela direção nacional de jornalismo da TV Globo esteve em Campo Grande, MS. A Globo estava de posse de gravações, das quais reproduzo ai em cima alguns trechos, que revelavam o esquema de corrupção envolvendo os poderes públicos naquele estado. O homem que aparece na imagem é o deputado estadual Ary Rigo, eleito pelo PDT e comprado pelo esquema político do governador André Puccinelli- aquele q apareceu ontem aqui distribuindo cota de casas populares para vereadores e prefeitos e dizendo que elas podiam ser dadas aos “cupinchas”.
A Globo abafou o escândalo, mas ele estourou hoje no youtube.
Embora eu esteja escandalizado com o nível de imundície em que as coisas chegaram não posso deixar de me sentir aliviado por ver que este sacripanta, que deixou o PDT, foi para os tucanos, e que contou com a proteção da Justiça para não ter que devolver ao Partido o mandato conquistado com os votos pedetistas, ter este castigo providencial.
É contra este esquema que meu companheiro Dagoberto Nogueira, candidato ao Senado, ao lado de Zeca do PT, está lutando.
Não há explicações para Globo estar abafando este escândalo, até porque reafirmo: ela tinha as fitas. Não há uma notícia sobre o assunto, exceto por um site de notícias campograndense, o Mídiamax, que valentemente divulgou.
Esta é a liberdade de imprensa que defendem. Liberdade para abafar os escândalos dos seus aliados. Liberdade para exercer uma vigilância seletiva. Contra as forças populares uma migalha vira banquete. Contra as forças do serrismo até um elefante varrem para debaixo do tapete.
Graças à internet não somos mais escravos dessa gente. Assista e veja porque eles querem ser donos da opinião pública.
A Globo confirma: Globo engavetou denúncia
http://www.youtube.com/watch?v=lWJr-kwL ... r_embedded
O telejornal local da Globo no Mato Grosso do Sul colocou ontem no ar uma matéria que confirma o que o Tijolaco.com afirmou: a Rede Globo ocultou a denúncia de corrupção envolvendo deputados estaduais, Ministério Público, Judiciário e o Governador André Puccinelli, aliado de Serra no Estado.
Na matéria, se aproveitam trechos de uma reportagem preparada para o Fantástico de domingo, dia 19, que não foi levada ao ar, já contendo os vídeos que, na terça-feira, explodiram no Youtube.
Foi o que salvou o povo sul-mato-grossensse de continuar ignorando o esquema. Porque a Globo engavetou a matéria, que estava pronta no final de semana e não foi veiculada. A emissora que colocou, sem qualquer prova, um homem condenado por receptação de carga e de um BMW roubados, guardou a matéria feita pelo seu próprio repórter Maurício Ferraz, que tinha para comprovar as denúncias nada menos que o vídeo-confissão do operador do esquema de Puccinelli.
O jornal local da emissora, ontem à noite, veiculou trechos da matéria produzida e editada uma semana antes, porque explodiu na internet. Coloco aí em cima uma versão editada, com o trecho onde se admite que o Fantástico tinha o material. A versão na íntegra você pode assistir aqui.
A liberdade de imprensa da Globo é assim. Só quando a verdade inconveniente vaza publicamente é que vai ao ar.
A da Folha vai ao mesmo caminho. Hoje, veicula-se a explicação do editor de política do jornal, via “ombudsman”, de que nada havia sido publicado sobre a denúncia da Carta Capital envolvendo a quebra de sigilo de milhões de brasileiros pela empresa dirigida pela filha de José Serra e pela irmã de Daniel Dantas. O jornal diz, candidamente, que “está apurando” o fato, que estaria sob sigilo judicial.
O repórter Leandro Fortes, em seu blog, informa que não há nenhum procedimento judicial instaurado. Portanto, não há sigilo algum.
O jornal está apurando há 15 dias uma história que é de seu conhecimento desde 2001, quando a publicou sem revelar a quem pertencia a empresa. Agora, não publica uma linha. Mas abre, em apenas um dia, seus espaços para o receptador condenado e recém saído da prisão para atacar integrantes do Governo. Leia aqui a impressionante descrição do caso, feita pelo blogueiro e supercineasta Jorge Furtado.
É isso que a oligarquia dos dirigentes da grande imprensa não compreende. Agora, com a internet, eles já não têm o poder do silêncio.
O poder da censura.
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com ... 09-30.html
Vídeo traz indícios de novo ‘mensalão’, agora no MS
O vídeo acima, levado ao Youtube nesta terça (21), aponta para a existência de um novo mensalão, dessa vez no Mato Grosso do Sul. A peça foi gravada em 12 de junho pelo secretário de Governo do município de Dourados, Eleandro Passaia.
Ele usou uma câmera escondida. Em primeiro plano, aparece nas imagens o deputado estadual Ary Rigo (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Sem saber que estava sendo filmado, o tucano Rigo discorre sobre um esquema de rateio de verbas. Conta que parte do dinheiro repassado pelo governo estadual para o custeio do legislativo era “devolvido” ao governador André Puccinelli (PMDB).
Há mais: repassava dinheiro também para deputados. Há pior: em troca de proteção, distribuía mesadas a autoridades do Judiciário e do Ministério Público do Estado. A certa altura, o deputado tucano reclama de uma mudança que fez minguar o caixa disponível para a partilha.
“Pra você ter ideia, nós devolvíamos R$ 2 milhões em dinheiro pro André [Puccinelli], R$ 900 [mil] nós dávamos pros desembargadores do Tribunal de Jutiça e R$ 300 [mil] pro Ministério Público. Cortou tudo. Nós vamos devolver R$ 6 milhões pro governo”.
O aumento da “devolução” fez minguar o montante supostamente destinado ao mensalão. Ouça-se Ary Rigo: “Lá na Assembléia, nenhum deputado ganhava menos de R$ 120 mil. Agora, os deputados vão ter que se contentar com R$ 42 [mil]”.
Há na Assembléia de Mato Grosso do Sul 24 deputados, dos quais 20 integram a bancada que dá suporte à gestão de Puccinelli. Em notícia veiculada na edição da Folha desta quarta (22), os repórteres Sílvia Frias e Graciliano Rocha contam o seguinte:
1. Eleandro Passaia, o secretário de Dourados que gravou, na surdina, o deputado Ary Rigo, agia sob orientação da Polícia Federal.
2. O vídeo exposto lá no alto é apenas um pedaço da cinemateca. Além de reuniões com políticos, gravou-se o pagamento de propina ao prefeito de Dourados.
3. O prefeito se chama Ari Artuzi. Antes das investigações, estava filiado ao PDT. Foi expulso.
4. As fitas do secretário Passaia deram origem à Operação Uragano. Foram presos, em 1º de setembro, o prefeito, secretários e vereadores de Dourados.
Repare que, no início da gravação lá do alto, Rigo menciona uma reunião que manteve com um assessor de um certo “Londres”.
Vem a ser o deputado estadual Londres Machado (PR), ex-presidente da Assembléia. Rigo conta que também participou do encontro um personagem chamado “Claudionor”. Seria o desembargador Claudionor Abss Duarte, do Tribunal de Justiça do Estado.
Pois bem. Ary Rigo relata que, durante a reunião, foi informado, pelo telefone, sobre um “zumzum” de que “o Artuzi vai ser preso”. Referia-se a Ari Artuzi, o prefeito de Dourados. Seria detido em junho, antes da deflagração da operação da PF.
“Há meia hora atrás ia [ser preso], agora não vai mais”, diz o deputado Rigo no vídeo. Ele repete que o desembargador Claudionor tomava parte da reunião.
Noutro trecho da conversa, Ary Rigo queixa-se do prefeito Artuzi, que não lhe seria grato pelo esforço que empreendera para socorrê-lo.
“O André [Puccinelli] tá puto com ele. Sabe por quê? Por que ele dizia que eu e o André queríamos foder ele, quando nós tiramos ele da cadeia pô. Ah, para com isso pô. Você dá R$ 300 mil por mês no Ministério Público, seguramos tudo. [...] E ele dizendo que eu e o André estávamos fodendo ele. Você acha que é fácil?”
Ouvido sobre a encrenca, nesta terça (21), o governador Puccinelli, que concorre à reeleição, deu de ombros: "Não vi [o vídeo] nem estou preocupado. Pergunte para o Rigo".
Ary Rigo, o deputado que foi gravado sem saber, falou por meio do advogado, Carlos Marques. Disse que a distribuição de verbas mencionada por seu cliente na conversa de junho não se refere a propina. Seriam repasses institucionais da Assembléia.
"Eles, da Assembléia, estão economizando e repassando para o governo. Os repasses eram institucionais", disse o advogado.
E quanto à mesada dos deputados? "Ele se referiu a quanto custa o gabinete do deputado, salário, verbas de gabinete, verba indenizatória. Ele não sacava o dinheiro e dava. Não existe isso".
Em nota, o Tribunal de Justiça afirmou que os repasses recebidos do governo do Estado são previstos em lei, contabilizados e publicados no ‘Diário da Justiça’ e no Portal da Transparência da instituição.
No texto, assinado pelo desembargador Paulo Alfeu Puccinelli, o tribunal informa qie "interpelará judicialmente o denunciante, para que a verdade seja esclarecida com transparência e rapidez".
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar
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Serra defende governador cassado da PB em comício
Edson Lopes Jr./Folha
José Serra talvez devesse considerar a hipótese de não realizar mais comícios no Nordeste. Não lhe dão boa sorte.
Na semana passada, em Sergipe, Serra ouviu um aliado dizer, em discurso, que Albano Franco, líder tucano no Estado, fechara com Dilma Rousseff.
Neste sábado (25), Serra foi ao palanque na cidade paraibana de Campina Grande.
Estava acompanhado do ex-governador Cássio Cunha Lima, do PSDB.
Candidato ao Senado, Cunha Lima foi alcançado pela lei da Ficha Limpa. Impugnado, faz campanha pendurado em recurso judicial.
A ficha do ex-governador traz a nódoa de uma cassação. O TSE passou o mandato de Cunha Lima na lâmina em 2009.
Súbito, Serra pôs-se a defender o correligionário. Disse coisas assim: "Houve uma injustiça do TSE quando o afastou tempos atrás..."
“...O Cássio não foi acusado de nenhum desvio de dinheiro público, de nenhuma conduta imprópria. Foi uma acusação frágil".
Depois de festejar o cassado no palanque, Serra insistiu: "O Cássio é um homem limpo. A Justiça Eleitoral cometeu um erro, Justiça não é infalível..."
"...No caso dele, cometeu um erro que o obrigou a deixar o governo". Beleza. A Justiça só é boa quando alcança os inimigos!
Eleito governador em 2006, o “homem limpo” foi cassado pelo TRE da Paraíba em julho de 2007. Manteve-se no cargo agarrado em liminares judiciais.
O tempo passou. E a encrenca subiu ao TSE. Em novembro de 2008, o tribunal superior confirmou a sentença estadual. O “injustiçado” recorreu.
Em fevereiro de 2009, o TSE confirmou a cassação. Decisão unânime. Nenhuma voz dissonante.
Cunha Lima foi enxotado da cadeira de governador porque restou provado que, na gestão anterior, valera-se do cargo para azeitar a reeleição.
A Fundação Ação Comunitária, órgão do governo paraibano, distribuíra, no ano eleitoral de 2006, 35 mil cheques. Coisa de R$ 3,5 milhões.
No dia do julgamento final, depois de confirmado o veredicto, o então presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, declarou:
"Não basta vencer uma eleição, é preciso ganhá-la limpamente".
Ao dizer que não houve “conduta imprópria”, Serra associa-se ao malfeito, ofende o Judiciário e passa ao eleitor uma mensagem desconexa.
De quebra, Serra perdeu a autoridade para repetir o bordão segundo o qual Lula passa a mão na cabeça de aliados transgressores.
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