20/11 - Dia da Consciência Negra

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#166 Mensagem por O Pastor » 14 Mai 2011, 21:03

Fantástico!! O resultado final dos cotistas jogam por terra o mito de que negro/pardo/pobre na faculdade publica só iriam passar vergonha.

Esta reportagem é um soco no estomago da turma do mimimi/tucanato.
Carnage escreveu:http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 6366,0.php
Médicos da Uerj põem à prova sistema de cotas
Primeira universidade pública a formar turma com cotistas mantém qualidade de ensino e índice de aprovação, mas revela mudança sutil causada pela diversidade

Márcia Vieira - O Estado de S.Paulo


Os defensores falam em justiça social. Os críticos invocam a meritocracia. No acalorado debate sobre a política de cotas sociais e raciais nas universidades públicas sobram argumentos por todos os lados. Dois pontos permeiam inevitavelmente a discussão: a capacidade dos cotistas em acompanhar o ritmo das aulas e a possibilidade de queda na qualidade do ensino das universidades.

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Dr. Zero
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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#167 Mensagem por Dr. Zero » 14 Mai 2011, 21:10

Para botar lenha na fogueira:

http://www.imigracaojaponesa.com.br/nossahistoria.html

E para quem quiser ler o artigo de Priscila Nucci (IFCH/Unicamp) sobre o anti-niponismo:

http://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.ph ... le/200/192

E um trecho do artigo do Wikipedia:
Wikipedia escreveu:Além disto, a política de imigração brasileira era executada não só como um meio de colonizar e desenvolver o Brasil, mas também de "civilizar" e "branquear" o país com população europeia. A imigração de asiáticos foi praticamente proibida em 1890. Neste ano, o decreto nº 528 assinado pelo presidente Deodoro da Fonseca e pelo ministro da Agricultura Francisco Glicério determinava que a entrada de imigrantes da África e da Ásia seria permitida apenas com autorização do Congresso Nacional. O mesmo decreto não restringia, até incentivava, a imigração de europeus. Somente em 1892, foi aprovada a lei nº 97 que permitia a entrada de imigrantes chineses e japoneses no Brasil e, assim, o decreto nº 528 de 1890 perdeu seu efeito.
O preconceito contra o recebimento de imigrantes asiáticos era muito forte. Todos asiáticos eram considerados raças inferiores que prejudicariam o "branqueamento" que ocorria no Brasil com o recebimento de imigrantes europeus. Havia também o medo do "perigo amarelo", isto é, que as grandes populações de orientais se espalhassem étnica e culturalmente pelas Américas. O medo do "perigo amarelo" tinha sido exacerbado pelo expansionismo militarista do império nipônico que, buscando conquistar terras para colonizar, derrotou a China em 1895 e a Rússia, em 1905 (a terceira derrota de um país europeu em frente a um não-europeu nos tempos modernos, a primeira sendo a Invasão Mongol na Europa em 1241, a segunda a Itália perante a Etiópia em 1896). Finalmente, havia o sentimento de que o imigrante japonês era um "quisto inassimilável" devido a seus costumes e religião.
Francisco José de Oliveira Viana, autor do livro clássico "Populações Meridionais do Brasil" (publicado em 1918), e Nina Rodrigues, criador da Medicina Legal no Brasil, foram os grandes ideólogos do "branqueamento" do Brasil. Oliveira Viana propagava o antiniponismo pois considerava que "o japonês [fosse] como enxofre: insolúvel".
Apesar do preconceito, a necessidade de mão-de-obra era muito grande e a vinda de um navio com imigrantes japoneses começou a ser planejada para 1897. Entretanto houve uma crise de superprodução cafeeira nesta época, os preços internacionais desabaram e a vinda de imigrantes foi então desestimulada.
Por volta de 1901, os preços internacionais do café haviam se recuperado e o governo do Brasil voltou a estudar o recebimento de imigrantes japoneses. O encarregado de negócios da primeira missão diplomática brasileira no Japão, Manuel de Oliveira Lima, foi consultado e deu parecer contrário ao projeto de recebimento de imigrantes japoneses. Escreveu então ao Ministério das Relações Exteriores alertando sobre o perigo de o brasileiro se misturar com "raças inferiores.
Em 1902, o governo da Itália proibiu a emigração subsidiada de italianos para o Brasil. As fazendas de café sentiram uma grande falta de trabalhadores com a diminuição da chegada de italianos e o governo brasileiro aceitou o recebimento de imigrantes japoneses. Em 1907, o Brasil criou a "Lei de Imigração e Colonização" que regularizou a entrada de todos imigrantes e acabou definitivamente com as restrições do decreto nº 528 de 1890.


Resumindo: a "zelite" branca aqui do Brasil acha que tem um pé na cozinha mas é racista pra caramba, vejam só os japoneses que são tão "queridos" hoje em dia já foram considerados "inferiores" — só lembrar que a síndrome de Down antigamente era chamada de "mongolismo" nem preciso dizer o porquê. E posso dizer, com a minha experiência pessoal, que nem outras raças ditas brancas escapam do racismo brasileiro, afinal ter o pai apontado na rua como "comunista" e "comedor de criancinhas" definitivamente não tem a menor graça. E nem os policiais levam isso a sério, afinal racismo é racismo só se for contra negros. Mas tenho que admitir que hoje em dia a coisa melhorou, só escuto um "skavurska" de vez em quando de algum engraçadinho que acha que está abafando.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#168 Mensagem por rapaz solitário » 15 Mai 2011, 21:00

Tricampeão

Hehehe! Com certeza, a parte do "branquelos que se fingem de negro" foi pra mim. Essa cara insiste com a idéia que eu sou branco, e está irredutível quanto a isso. TÔ POUCO ME FODENDO PRA ISSO!!

Estava conversando com um colega meu pelo Skype, falando a respeito de Lei da Homofobia e Lei anti-racismo. No que se tratou da parte de cotas, ele citou exemplos de grupos de negros que se opunham às cotas. Bem, vejo ser mais fácil o contrário, mas não duvido de negros serem contra as cotas. Por que? Por eles terem sido hipnotizados pela elite de "brancos filhos da puta" (by Trica) pra pensar que lutar é errado? Pode até ser. Mas... tomando eu como exemplo, não gostaria de entrar em faculdade por cotas. Por mais que isso possa significar o ingresso facilmente a uma faculdade, e muita gente tendo dificuldade optaria por isso, sou do tipo que prefiro fazer as coisas do jeito mais difícil mesmo. Cotas servem pra estampar na cara dos cotistas, sejam eles negros, indios ou pobres em geral, que eles, de fato, são defasados, tanto educacionalmente quanto financeiramente. Mas. por mais que as cotas mostrem tal defasagem como um fato, a partir do momento que eu posso fazer as coisas do jeito "dificil", assim o farei. Posso quebrar a cara, não ter êxito nisso; outras pessoas também o podem. Mas é assim que eu penso. Nunca passou pela minha cabeça entrar numa faculdade por cotas, sendo que, pelo o que eu sei, a maior parte das cotas raciais são pra faculdades públicas, quanto pra pobres são pras particulares, caso não esteja enganado. E assim continuarei a pensar, e penso que muitos negros, indios e mestiços pensam da mesma forma. Se isso não é o bastante pra você, Tricampeão, nada posso fazer. Mas, tem que saber se pôr no lugar das pessoas e analisar cada caso, antes de assumir que tal luta por direitos seja assim do jeito que você pense, por todo o sempre.

Nazrudin

Meio que já dei a minha parte a respeito do que penso sobre cotas. Mas, o que me emputece de raiva é que se falam em cotas pra negros, cotas pra negros, cotas pra negros, e pouco se fala em cota pra indigenas. O foda disso é que tais vagas pra indigenas não são pra quem seja descendente, eu acho, mas pra quem seja indio de fato. Oras! Não só negros como mestiços de negro se enquadram no mesmo meio. Por que o mesmo não pode ser feito quanto à parte indigena? Oras... . Parte desse lado indigena acaba por aderir ao lado negro, meio que como quebra de identidade. Revoltante! Sempre fica a sensação que só há negros e brancos nesse País. Falácia!


Pastor


Quanto ao meu pai, esse "mestiço" por parte dele eu vejo como algo teórico, porque na prática, não vejo ele como mulato nem a pau! Ele tem a pele branca, traços de branco, formato de crânio de branco! Só os cabelos dele que não são tão lisos, mas não vejo nele esse seu pensamento de negros racistas que se odeiam e tal. Apesar de ter pai mulato, ele é branco, ao menos fenotipicamente. Nem considero esse lado negro no sangue dele. E nunca vi ele querendo sair pela tangente, do tipo: "não sou racista, pois meu pai é negro". Talvez, ele odeie o pai dele... . Embora, nunca eu tenha visto ele tratá-lo mal. Mas, pode ter passado por momentos na infância/juventude de revolta por isso. Ele não tem esse problema de esquizofrenia, de ficar pensando se é isso ou aquilo. Mas, tais exemplo que você deu, como este de problema de identidade, quem sofre sou eu. Não consigo olhar pra cara dele de italiano e me ver no espelho com cara de baiano e aceitar que eu sou filho dele nessas circunstâncias. E o mesmo acontece quando vejo a minha mãe. E, te confesso, que me odeio muito por essa situação toda, e passei a criar um conceito de privilegiar namorar ou me casar com alguém com quem eu me identifique fenotipicamente, por mais que você tenha dado o exemplo do "deixe a vida te levar". Meio que uma compensação por todos os pensamentos contrários ao meu fenótipo, de não me aceitar como sou, de viver junto com uma moça que passe pelos mesmos problemas e dificuldades que eu e, ao invés de passar pela dor da cor, nos fortalecermos juntos e criarmos uma identidade em comum, pra nós e pros futuros filhos. Se "deu merda" com os meus pais, que não aconteça o mesmo com os meus filhos. Mas, foi como eu já tinha te dito antes: se dependesse da minha vontade, namoraria e casaria mesmo era com brancas, ou orientais, que eu também aprecio muito. Tento me resumir só às fodas nos flats e clínicas da vida... . Só que eu tenho certeza de uma coisa: se eu aparecer com uma negra ou mestiça negra em casa como namorada, minha mãe aceita numa boa, mas meu pai... . Não sei qual seria a postura dele se eu aparecesse com uma india ou mestiça de india, por exemplo. Como minha mãe tem esse perfil, imagino que não implicaria. Já não sei o que ele falaria se eu aparecesse com a Regiane Brunnquell em casa... [/sonhomeu]

Quanto à parte de mistura e homogeneidade, por mais que você cite como os extremos de ambas as partes como algo errado (menos errado a parte da mistura, pelo o que eu entendi), te escrevi e escrevo de novo: não vejo, nessa questão, certo ou errado. Nada mais é do que o modo de vida de certas pessoas, motivado por suas reais vontades. Há o preconceito da não-mistura quanto há também o preconceito da banalização da mistura, por mais que a mistura seja normal e sempre aconteça, mesmo que em grau pequeno. Não se trata de ser certo ou errado: pessoas gostam e não gostam; concordam ou discordam, baseados nos seus conceitos, nas suas vontades.

E o diálogo a respeito de identidade em casa sempre foi pobre, e isso gera consequências. Só sei que sou muito atormentado e triste com isso tudo... .

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#169 Mensagem por Tricampeão » 15 Mai 2011, 21:32

rapaz solitário 2 escreveu:tomando eu como exemplo, não gostaria de entrar em faculdade por cotas. Por mais que isso possa significar o ingresso facilmente a uma faculdade, e muita gente tendo dificuldade optaria por isso, sou do tipo que prefiro fazer as coisas do jeito mais difícil mesmo. Cotas servem pra estampar na cara dos cotistas, sejam eles negros, indios ou pobres em geral, que eles, de fato, são defasados, tanto educacionalmente quanto financeiramente. Mas. por mais que as cotas mostrem tal defasagem como um fato, a partir do momento que eu posso fazer as coisas do jeito "dificil", assim o farei. Posso quebrar a cara, não ter êxito nisso; outras pessoas também o podem. Mas é assim que eu penso.
E daí?
Só porque você não gostaria de receber uma cota, não quer dizer que outros estejam errados em aceitar.
rapaz solitário 2 escreveu:pelo o que eu sei, a maior parte das cotas raciais são pra faculdades públicas, quanto pra pobres são pras particulares, caso não esteja enganado. E assim continuarei a pensar, e penso que muitos negros, indios e mestiços pensam da mesma forma.
Pensar o que?
As cotas raciais são pra faculdades públicas, e as cotas pra pobres são pras particulares. O que você conclui daí?
rapaz solitário 2 escreveu:Mas, o que me emputece de raiva é que se falam em cotas pra negros, cotas pra negros, cotas pra negros, e pouco se fala em cota pra indigenas.
Se você é contra as cotas, porque é a favor de cotas para índios, então?

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#170 Mensagem por O Pastor » 15 Mai 2011, 22:04

Rapaz,

Creio que a idéia que tento passar aqui não é a de convencer ninguém a mudar. A oprotunidade aqui é de trocar informações e mostrar pontos de vistas. Buscar um entendimento. Conhecer outras experiências.

Ficou claro pra mim, o quanto a questão racial é importante pra vc. O quanto ela foi e é marcante na tua vida. Eu não tenho a ambição ou condições de ser o seu analista e te mostrar uma saída indolor pros seus conflitos. Isso é algo que somente vc pode encontrar. Mas pra isso, vc precisa querer.

O que me entristece é vc dizer que "não gostaria de ver seus filhos sofrerem o que vc sofreu". Como se o futuro fosse algo que vc pudesse controlar. Quem é vc pra saber o que o futuro te aguarda. A sua psicologia é a do vencido, me desculpe. O seu discurso é o discurso de um cara "obediente", "passivo" que concorda com a merda e acha que o negócio é sentar em cima dela. Resumindo, vc é um bundão.

O seu pai poderia ser um perfeito ariano. POdeeria ter o sangue do Thor dentro dele. Ainda assim, ele não deveria ter a vergonha de ter sangue negro. E pior, propagar isso pros filhos. Ele tem todo o direito de se orgulhar mais de sua herança branca, de se identificar mais com ela, mas não deveria ter vergonha de sua herança negra. Ou mesmo, digamos, ignorá-la. Isto é ERRADO!! Isto é doentio. Infelizmente isso é o resultado clássico da política de embranquecimento do país. FRuto de uma relação mal resolvida que provavelmente foi ensinada pelo pai dele, e por um país caduco. Não culpo tanto ele, embora ele não seja totalmente inocente. Agora vc tem o DEVER do diScernimento, de saber dentro de vc, o q é certo E o que é errado. Esse papo de, vou fazer isso pra não contrariar meu pai...vai te fuder. E vc ficar se sentindo CULPADO, por causa da ignorancia dele?? Acorda garoto!!! Como diria Frank Zappa, you are what you is...

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#171 Mensagem por rapaz solitário » 15 Mai 2011, 22:10

E daí?
Só porque você não gostaria de receber uma cota, não quer dizer que outros estejam errados em aceitar.
E eu postei aqui que alguém está errado? Eu só dei um exemplo do que eu penso e que outras pessoas pensam a respeito disso.
Pensar o que?
Sobre não aceitar as cotas... .
As cotas raciais são pra faculdades públicas, e as cotas pra pobres são pras particulares. O que você conclui daí?
Se são isso mesmo, penso que visa a maior facilidade de inserção de negros, indios e mestiços, por assumir que ambos passem por muita necessidade, a ponto de isentarem eles de pagarem mensalidade. Quanto aos pobres, embora possam conseguir bolsa integral, é dado a chance de abater, ao menos, o preço das mensalidades. É o que eu acho.
Se você é contra as cotas, porque é a favor de cotas para índios, então?
Não entenda errado! Não postei nada de ser a favor de cotas pra indios, unicamente. Eu estou citando o fato de, já que se toca no assunto de cotas, só é falado, ou é muito mais falado de cotas pra negros, esquecendo da parte indiodescendente. Isso vai além das cotas, chegando a parte de identidade do povo indiodescendente. Se é pra falar de um, que fale devidamente do outro, também, oras! Que não diluam todos num mesmo grupo, como já foi discutido aqui, mas sempre é dito a respeito de negro ser um termo que venha a englobar todas as minorias sociais, o que é equivocado.

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#172 Mensagem por Tricampeão » 15 Mai 2011, 22:15

Notícias do Inferno do Norte:
http://english.aljazeera.net/indepth/op ... 72677.html
Birth certificates and unconscious racism
Institutional racism and racial profiling remain rampant in the US, epitomised by Obama's birth certificate controversy.
Paul Rosenberg

President Obama has been mired in controversy over publishing his 'long-form' birth certificate to prove he is a US citizen - a controversy which many believe is rooted in pure racism

Immediately after president Obama surprised everyone by releasing his long-form birth certificate on April 28, a quickly fielded poll by Survey USA showed that 28 per cent of respondents said they either "still have doubts where the president was born", or they were "sure the document was forged".

That was twice the number of those saying that their previous doubts had been put to rest. Results have varied with other polls, but clearly documents alone can't convince everyone. No doubt, the vast majority of "birthers" would be shocked and offended to be called racists. Donald Trump certainly was.

"I am the least racist person there is," Trump told Fox & Friends on Monday, May 9. "In fact," Trump added, "Randal Pinkett [who is black] won on The Apprentice a little while ago, a couple years ago, and Randal's been outstanding in every way. So I am the least racist person."

Trump seemed completely unaware that "some of my best friends are black" is a classic tell-tale racist expression, commonly used to preface anti-black remarks.

Similarly, "birthers" seem utterly unaware that in the US, as throughout the post-colonial world, the routine requirement to show papers has a long and painful history as a key element in enforcing the white supremacist order.

So it's equally unsurprising that many blacks, in particular, would see this clearly as racism. David Cole's 1999 book No Equal Justice: Race and Class in the American Criminal Justice System provided a detailed examination of how purportedly "equal" treatment produced wildly unequal results at every step of the criminal justice process, beginning with the most basic and most broad - the decision on who to stop for questioning.

In a 2001 New York Times op-ed, "The Fallacy of Racial Profiling" Cole underscored a key finding:
Police stops yield no significant difference in so-called hit rates - percentages of searches that find evidence of lawbreaking - for minorities and whites. If blacks are carrying drugs more often than whites, police should find drugs on the blacks they stop more often than on the whites they stop. But they don't.

They do, however, stop far more innocent blacks than whites in the process. Little wonder that black parents, regardless of class, routinely drill their children in how to act when stopped by the police, something few white parents ever think about.

Racism that transcends wealth and position

We got a high-profile example of this in the summer of 2009, when the eminent Harvard professor Henry Louis Gates - a personal friend of Obama's - was arrested in his own home, despite having already shown his identification to the arresting officer.

Moreover, Obama himself got into trouble simply for observing, "[T]he Cambridge police acted stupidly in arresting somebody when there was already proof that they were in their own home."

But proving who you are is just the tip of the iceberg.

Blacks are routinely regarded with suspicion, and treated unfairly as a result - usually without whites even realising it. One study found that whites with a criminal record were more likely to get a job offer than similarly qualified blacks with a clean record - despite all the stories you've heard about affirmative action favouring blacks.

No wonder the black unemployment rate is usually twice the white rate, regardless of what that rate might be. Or consider housing. When it came to sub-prime mortgages, both blacks and Hispanics were more likely to be steered into sub-prime loans, even when they qualified for prime-rate loans.

None of this proves conscious racist intent. But that hardly matters to the victims.

Unconscious racism

In a forthcoming Temple Law Review article, "Unconscious Racism", professor and civil rights attorney David Kairys begins with an example of unconscious racism in a 1960s bail-setting court.

"Two drunk-driving cases about a week apart were identical in all respects except the races of the defendants, but the judge, who was not an overt or self-perceived racist, showed empathy to the white drunk driver while his reaction to the black one was dominated by fear," Kairys explained, resulting in harsher bail treatment.

As a young attorney, Kairys delicately pointed out the disparity, and the judge graciously corrected himself, reflecting the standard at the time: disparity in treatment was impermissible, regardless of intent. That standard did not last long, however.

In the mid-1970s, a new standard emerged, requiring a showing of conscious racial intent - something often difficult to perceive, much less prove. Then, adding insult to injury, that standard was used to roll back race-conscious efforts to equalise the treatment of blacks.

"Alongside and not unrelated to these legal developments," Kairys wrote, "non-explicit forms of discrimination against African Americans and other minorities grew in number and significance, and became more easily non-explicit."

As whites moved increasingly to the suburbs, "whites and minorities were increasingly separated geographically; advantage and disadvantage could be described as a matter of where one lived rather than one's race."

White children who grew up benefiting as a result were genuinely innocent of racism on an individual level-and yet their black counterparts who grew up suffering were just as genuinely victims.

Such is the nature of unconscious racism in the US today. It's easy to ignore if you're not the victim. Easy to deny it even exists - especially when the president is black.

Until, of course, people start saying he's not really an American, not really president at all. Then, just maybe, you might start getting the feeling that something's just not right.
Nenhuma novidade que os gringos filhos da puta sejam racistas.
E nenhuma novidade que os gringos filhos da puta mintam dizendo que não são racistas.
Nenhuma novidade que os gringos filhos da puta não tolerem ter um presidente negro.
E nenhuma novidade que os gringos filhos da puta tratem os negros como criminosos, mesmo que se trate de um famoso intelectual e em sua própria casa.
Mais a respeito da prisão de Henry Louis Gates, acusado do crime de ser negro e morar em bairro grãfa pelo policial James Crowley.
http://en.wikipedia.org/wiki/Henry_Loui ... ontroversy
A vingança do professor Gates foi sutil.
Ele sugeriu que o tira racista fizesse um exame de DNA. O cara aceitou.
O exame provou que ambos tinham um ancestral comum.
"He and I descend from the same Irish ancestor," Dr. Gates says. "Eight percent of the men in Ireland have our identical DNA, and we all descend from King Niall of the Nine Hostages. It was good to be the king—the guy slept with everybody in the kingdom."

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roladoce
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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#173 Mensagem por roladoce » 15 Mai 2011, 22:21

rapaz solitário 2 escreveu:Tricampeão

Hehehe! Com certeza, a parte do "branquelos que se fingem de negro" foi pra mim. Essa cara insiste com a idéia que eu sou branco, e está irredutível quanto a isso. TÔ POUCO ME FODENDO PRA ISSO!!

Estava conversando com um colega meu pelo Skype, falando a respeito de Lei da Homofobia e Lei anti-racismo. No que se tratou da parte de cotas, ele citou exemplos de grupos de negros que se opunham às cotas. Bem, vejo ser mais fácil o contrário, mas não duvido de negros serem contra as cotas. Por que? Por eles terem sido hipnotizados pela elite de "brancos filhos da puta" (by Trica) pra pensar que lutar é errado? Pode até ser. Exato, boa parte da elite branca, utlizando-se dos meios de comunicação, sordidamente, passam a idéia que cotas é para fracassados, pra abitolados ou até mesmo, para quem quer facilidade no acesso ao ensino superior, e qualquer um mais informado, sabe que a politica de cotas, é uma reparação social, é necessário e não tem nada haver com qualquer tipo de facilidades ou benevolencia, é apenas a justiça de dezenas de anos de cerceamento do direitos básicos a população negraMas... tomando eu como exemplo, não gostaria de entrar em faculdade por cotas. Por mais que isso possa significar o ingresso facilmente a uma faculdade, e muita gente tendo dificuldade optaria por isso, sou do tipo que prefiro fazer as coisas do jeito mais difícil mesmo. Cotas servem pra estampar na cara dos cotistas, sejam eles negros, indios ou pobres em geral, que eles, de fato, são defasados, tanto educacionalmente quanto financeiramente. Mas. por mais que as cotas mostrem tal defasagem como um fato, a partir do momento que eu posso fazer as coisas do jeito "dificil", assim o farei. Posso quebrar a cara, não ter êxito nisso; outras pessoas também o podem. Mas é assim que eu penso. Nunca passou pela minha cabeça entrar numa faculdade por cotas, sendo que, pelo o que eu sei, a maior parte das cotas raciais são pra faculdades públicas, quanto pra pobres são pras particulares, caso não esteja enganado. E assim continuarei a pensar, e penso que muitos negros, indios e mestiços pensam da mesma forma. Se isso não é o bastante pra você, Tricampeão, nada posso fazer. Mas, tem que saber se pôr no lugar das pessoas e analisar cada caso, antes de assumir que tal luta por direitos seja assim do jeito que você pense, por todo o sempre. Deplorável que pense assim, justamente do jeito que a elite/classe media branca gosta, nos EUA existe a politica de cotas a mais de 20 anos, com pleno sucesso, já houve debates para seu fim, por lá, acharem que alcançou seu objetivo, porém, ainda é uma discurssão longa

Nazrudin

Meio que já dei a minha parte a respeito do que penso sobre cotas. Mas, o que me emputece de raiva é que se falam em cotas pra negros, cotas pra negros, cotas pra negros, e pouco se fala em cota pra indigenas. O foda disso é que tais vagas pra indigenas não são pra quem seja descendente, eu acho, mas pra quem seja indio de fato. Oras! Não só negros como mestiços de negro se enquadram no mesmo meio. Por que o mesmo não pode ser feito quanto à parte indigena? Oras... . Parte desse lado indigena acaba por aderir ao lado negro, meio que como quebra de identidade. Revoltante! Sempre fica a sensação que só há negros e brancos nesse País. Falácia!


Pastor


Quanto ao meu pai, esse "mestiço" por parte dele eu vejo como algo teórico, porque na prática, não vejo ele como mulato nem a pau! Ele tem a pele branca, traços de branco, formato de crânio de branco! Só os cabo,elos dele que não são tão lisos, mas não vejo nele esse seu pensa Apesar de ter pai mulato, ele é brancmento de negros racistas que se odeiam e tal. ao menos fenotipicamente. Nem considero esse lado negro no sangue dele. E nunca vi ele querendo sair pela tangente, do tipo: "não sou racista, pois meu pai é negro". Talvez, ele odeie o pai dele... . Embora, nunca eu tenha visto ele tratá-lo mal. Mas, pode ter passado por momentos na infância/juventude de revolta por isso. Ele não tem esse problema de esquizofrenia, de ficar pensando se é isso ou aquilo. Mas, tais exemplo que você deu, como este de problema de identidade, quem sofre sou eu. Não consigo olhar pra cara dele de italiano e me ver no espelho com cara de baiano e aceitar que eu sou filho dele nessas circunstâncias. E o mesmo acontece quando vejo a minha mãe. E, te confesso, que me odeio muito por essa situação toda, e passei a criar um conceito de privilegiar namorar ou me casar com alguém com quem eu me identifique fenotipicamente, por mais que você tenha dado o exemplo do "deixe a vida te levar". Meio que uma compensação por todos os pensamentos contrários ao meu fenótipo, de não me aceitar como sou, de viver junto com uma moça que passe pelos mesmos problemas e dificuldades que eu e, ao invés de passar pela dor da cor, nos fortalecermos juntos e criarmos uma identidade em comum, pra nós e pros futuros filhos. Se "deu merda" com os meus pais, que não aconteça o mesmo com os meus filhos. Mas, foi como eu já tinha te dito antes: se dependesse da minha vontade, namoraria e casaria mesmo era com brancas, ou orientais, que eu também aprecio muito. Tento me resumir só às fodas nos flats e clínicas da vida... . Só que eu tenho certeza de uma coisa: se eu aparecer com uma negra ou mestiça negra em casa como namorada, minha mãe aceita numa boa, mas meu pai... . Não sei qual seria a postura dele se eu aparecesse com uma india ou mestiça de india, por exemplo. Como minha mãe tem esse perfil, imagino que não implicaria. Já não sei o que ele falaria se eu aparecesse com a Regiane Brunnquell em casa... [/sonhomeu]

Quanto à parte de mistura e homogeneidade, por mais que você cite como os extremos de ambas as partes como algo errado (menos errado a parte da mistura, pelo o que eu entendi), te escrevi e escrevo de novo: não vejo, nessa questão, certo ou errado. Nada mais é do que o modo de vida de certas pessoas, motivado por suas reais vontades. Há o preconceito da não-mistura quanto há também o preconceito da banalização da mistura, por mais que a mistura seja normal e sempre aconteça, mesmo que em grau pequeno. Não se trata de ser certo ou errado: pessoas gostam e não gostam; concordam ou discordam, baseados nos seus conceitos, nas suas vontades.

E o diálogo a respeito de identidade em casa sempre foi pobre, e isso gera consequências. Só sei que sou muito atormentado e triste com isso tudo... .

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#174 Mensagem por Tricampeão » 15 Mai 2011, 22:23

rapaz solitário 2 escreveu:Não postei nada de ser a favor de cotas pra indios, unicamente. Eu estou citando o fato de, já que se toca no assunto de cotas, só é falado, ou é muito mais falado de cotas pra negros, esquecendo da parte indiodescendente. Isso vai além das cotas, chegando a parte de identidade do povo indiodescendente. Se é pra falar de um, que fale devidamente do outro, também, oras! Que não diluam todos num mesmo grupo, como já foi discutido aqui, mas sempre é dito a respeito de negro ser um termo que venha a englobar todas as minorias sociais, o que é equivocado.
Os índios estão em situação totalmente diferente. Não se trata de integrá-los à nossa sociedade, e sim de dar a eles condições de viver em sua própria, ao nosso lado. Uma coisa muito mais difícil, e que exige muitas outras medidas específicas.
É a mesma situação dos negros que optaram por viver em quilombos. Não se pode falar de cotas para esses casos. Mas são uma minoria.

Quanto aos indiodescendentes, não serão esquecidos, pois vão receber cotas devido à sua condição de pardos.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#175 Mensagem por rapaz solitário » 15 Mai 2011, 22:38

Pastor.

Eu não quis dizer que levaria uma namorada branca pra casa só pra agradar ele. Muito pelo contrário. Dos 3 filhos, eu sou o que mais contra-argumenta, o que mais questiona. E, se por ventura, eu namorar uma menina parecida comigo, e ele não gostar, quebro o pau com ele, se possivel. Ninguém vai interferir nas minhas escolhas, a não ser eu mesmo. Acho que deixei claro que, por mais que eu veja mais beleza em brancas e orientais, que eu dou privilégio pra namorar com quem eu me identifique, e deixo o restante pra "relax". Espero ter sido claro, desta vez.

E, noto que você tem um senso, um conceito de que há o certo e o errado de forma absoluta, mas, não sei se você entendeu, tem coisas que eu não vejo essa coisa de ser certa ou errada. Cada um com o seu cada um. Se o meu pai não gosta de preto, é da conta dele. Que continue não gostando, e digo isso pros outros que não gostam de x, y ou z. No caso do meu pai, não tô nem ai! Não me preocupo! Quanto aos outros, a recíproca é a mesma. Mas meu pai que tome cuidado quando ficar irritado e discriminar alguém pra não ser espancado, preso e virar mulherzinha na prisão... .

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#176 Mensagem por Nazrudin » 17 Mai 2011, 11:57

Tricampeão escreveu: Falemos, então, de EDUCAÇÃO.
O sistema de cotas se justifica, ao proporcionar EDUCAÇÃO de nível superior à maioria de negros e pardos, que se encontra subrepresentada nas universidades brasileiras, graças às inúmeras barreiras erigidas pelos branquelos ao longo da nossa História.
Devem ser eliminadas quando, e apenas quando, a democracia racial estiver consolidada. Acho que todos concordamos quanto a isso.
O sistema de cotas, como todas as medidas que visam a Justiça Social, foi, é, será e serará sempre combatido pelos branquelos e seus asseclas tiriricas e bolsonaros, tanto aqui quanto no Inferno do Norte, bem como em todos os outros países do mundo, pois todos enfrentam problemas similares, em maior ou menor grau. Acho que isso já foi suficientemente demonstrado.
Concedo que talvez não seja necessário instituir o sistema de cotas para branquelos onde eles, por sua vez, se encontram subrepresentados, como nas favelas, na prisões e na torcida do Galo. Deixemos as coisas se ajeitarem naturalmente..
O que falta, então, discutir?
Acho que apenas a visão ingênua de alguns, branquelos, negros e branquelos que se fingem de negros, de que a democracia racial poderá ser atingida por meios pacíficos.
Cabe aos colegas que defendem essa visão argumentar a favor disso, em vez de apenas mostrar que torcem para que aconteça assim.
Onde foi que a democracia racial foi conseguida por meios pacíficos, eu vos pergunto?
Onde foi que alguma forma de democracia foi conseguida por meios pacíficos, eu vos pergunto?
Onde foi que alguma concessão por parte dos dominadores foi conseguida por meios pacíficos, eu vos pergunto?
Sobre o sistema de cotas nas Universidades, já falei que sou a favor do sistema por critérios sócio-econômicos, ou para alunos egressos de escola pública. É um critério justo. Por mais que um classe média pague impostos escorxantes de um Estado mal-administrado e corrupto e receba pouca contrapartida e tenha que investir em escolas particulares para seu filho. É preciso reconhecer que o lado mais fraco da moeda ainda é (e sempre será) o pobre, que ao não ter boa educação pública, fica refém de um quase moto-continuo de desigualdade. O critério de cotas racial, é discriminador, tem conotações racistas (o que diz combater) e se baseia em critérios ultrapassados de classificação e divisão humanas que deveriam ser combatidos pelo Estado e não fomentados. Na prática, o que se busca é uma declaração, mais das vezes errônea, que que o sujeito é negro. A genética já provou que não é assim simples e será cada vez menos.... Pelo critério da escola pública vc. evita a idéia de que está alí por que é negro e precisa de uma forçinha... Precisa de suporte sim, mas por ter tido menos oportunidade de formação adequada e não por ser negro e ter menos capacidade Veja até onde vão essas questões. É uma questão de equidade e não racial. É claro que dependendo da região a maioria dos que se beneficiam serão de negros e pardos na prática. Não é torcida, é uma visão cuja raiz é a idéia de que não há raças em humanos. O preconceito não pode ser combatido com critérios preconceituosos. É por aí a idéia... vou ver se consigo aos poucos me fazer explicar melhor.

A democracia, o avanço, o progresso, nunca é conseguido realmente por meios pacíficos. O movimento do Universo segue em uma constante destruição e reconstrução. Mas não significa que o avanço dependa de rompimentos e catarses. É preciso reconhecer que acontecem, mas não como regra. A regra é a das tensões contínuas e negociadas, de choques esporádicos mas marcantes, de exemplos contundentes que provocam mudanças. Olhemos para as Guerras. São exceções excepcionalíssimas. É claro que nos livros de histórias elas ocupam boa parte dos Capítulos, mas se fossem a regra, não estaríamos tantos aqui.
Por outro lado, a paz também não é a regra; e nem deve ser. A busca pela melhoria de condições, de oportunidades a todos, de justiça social, de uma priorização da EDUCAÇÃO como instrumento fundamental para a construção de um país melhor, não acontecerá cantando-se KUMBAIAT. Temos ferramentas de luta para usar e devemos aprimorá-las. Mas também deve-se saber para quem apontá-las... nem sempre a raiz de todos os males é o branquelo que está ao lado...

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#177 Mensagem por O Pastor » 17 Mai 2011, 21:20

Para aqueles que acham que o negócio é só investir em educação vai um recado.

A decadência das escolas publica brasileira se explica por vários motivos. Eu vou explicar apenas um dos motivos, que parece relevante ao tópico.

Como a teoria do racismo “cíclico” explica o sucateamento das escolas públicas brasileiras. Por que as escolas públicas brasileiras, que até o inico da década de 70 eram excepcionais (se aprendia até latim), caíram tanto de qualidade??

Primeiramente, vou mostrar pra vcs um exemplo de “choque cultural” que ocorreu na Holanda, no meio da década passada, em 2006. E depois vou colocar a teoria que aprendi sobre como o exemplo brasileiro, de descaso com a escola pública, é exatamente igual. Quero dizer, igual em relação a mentalidade das elites, porque lá o estado é menos conivente que aqui. Isto porque o sistema PÚBLICO de educação holandês é um dos melhores do Mundo, se não for o melhor. É um sistema moderno e com resultados muito acima da média quando comparados com outros parceiros europeus.

Colégio Holandês tem uma entrada que separa os alunos brancos dos negros


Poderia ser a África do Sul da época do “apartheid”, mas a realidade é em Amesterdão. Embora as aparências enganem, o certo é que se trata de um colégio da simpática capital cultural Holandesa e que tem duas portas, uma para os filhos de holandeses brancos e outra para os imigrantes de outras raças. Será que se implantaram na Holanda as leis de segregação racial que se supunham ultrapassadas? Nada disso. No entanto, a política do multiculturalismo que regeu a vida social deste país nas últimas décadas desaparece pouco a pouco.

O diário De Volkstrant publicou esta semana a história de um colégio público situado no bairro de Oostelijk Havengebied, em Amesterdão, que possuía duas entradas. Uma por onde entravam os brancos e outra por onde entravam os restantes, um aglomerado de raças e mestiçagens. Uma vez conhecido o caso, o mais relevante é que não sucedeu nada.

Naturalmente, não se trata de uma decisão deliberada. Mas sim uma consequência da situação em que se encontravam os distintos grupos étnicos na Holanda.

O colégio em questão encontrava-se sem alunos, precisamente porque a maioria pertenciam a famílias de imigrantes e os pais holandeses resistiam em enviar os seus filhos, argumentando que a qualidade da educação era inferior. Até ao momento em que as aulas apenas possuíam alunos extra-europeus, metade do colégio encontrava-se vazio. Ao mesmo tempo, a conhecida organização “Montessori” queria fundar um colégio e alugou parte das instalações que sobravam do centro público. Porém, para que os pais aceitassem levar os seus filhos, exigiram uma entrada separada que evitasse o contacto com o “outro” colégio.

«A evolução da população»

Robin Gerrits, o jornalista que descobriu esta situação evita chamar-lhe de racismo, porque, diz, que se trata, na verdade, “de uma consequência da evolução da população” neste bairro da cidade.

Os responsáveis dos dois colégios reconhecem abertamente que, inicialmente, os pais brancos tinham abandonado o colégio por pensar que a presença dos imigrantes fazia diminuir a qualidade do ensino e que depois as famílias brancas também tinham imposto que o novo colégio se manteria separado. Podem os filhos de uma família imigrante aceder ao novo colégio? A resposta é que, teoricamente, sim. Mas, na prática, o preço e as condições específicas (não só académicas) que marcam as regras do colégio fazem com que isso seja muito complicado.

Nenhuma integração

E o facto inegável, como referia o De Volkstran, é que “em Amesterdão, há uma escola primária que tem crianças autóctones e não autóctones debaixo do mesmo tecto. Porém, não existe integração entre elas: brancos e não brancos têm cada um a sua porta”. Não houve nenhuma resposta social nem nenhum escândalo público por causa disso. Na Holanda, casos como o terrível assassinato do cineasta Theo van Gogh às mãos de um cidadão de origem marroquina, mas nascido na Holanda, elevou a desconfiança dos cidadãos e a sociedade que durante anos tinha ganho a reputação de ser a mais tolerante da Europa, transformou-se claramente. A tolerância é usada para tudo, até para o que se vê.

http://pt.novopress.info/513/colegio-ho ... os-negros/

Quem não conhece a Holanda, ou não lê muito a respeito, dificilmente tem idéia de que em torno de 40% da população do chamado Randstad (o miolo urbano central do país) é de origem não-européia (a maioria surinamesa, turca e marroquina). Essas populações já estão no país há algumas gerações e vão se organizando, exigindo com isso melhor educação, saúde, condições de moradia e emprego.

O exemplo acima nada mais é do que uma cena corriqueira na Holanda de hoje, onde se tem as chamadas “escolas negras”. São escolas onde a maioria dos alunos são negros e que foram pouco a pouco abandonadas pelos alunos brancos, muito por medo do convívio extra-cultural ou por acharem que a qualidade do ensino iria cair. É neste período que houve também um grande aumento do preconceito contra populações de origem muçulmana, no nosso exemplo ele se aplica a turcos e marroquinos. Mas principalmente contra marroquinos, no caso holandês. Em geral, são os que tiveram mais dificuldades de assimilação cultural e possuem os piores indicadores entre os não-europeus do país. Neste caso, ele não se aplica tanto a população surinamesa que já se encontra relativamente bem integrada, por causa da já afinidade histórica existente, e principalmente o domínio do idioma. Mas claro, são negrosou mestiços e eventualmente sofrem racismo por isso.

Num país onde há muita gente e pouco espaço, o uso do mesmo lugar para dois colégios diferentes não chega a surpreender. Se fosse em outro pais, com mais espaço, provavelmente isso não aconteceria. As crianças brancas ficariam a quilômetros de distancia das não-brancas.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#178 Mensagem por O Pastor » 17 Mai 2011, 21:21

Mas como o caso holandês do post anterior é exatamente igual ao brasileiro??

No Brasil sucedeu o seguinte. No inicio dos anos 70, junto com o milagre econômico, a qualidade de vida de negros e pardos foi pouco a pouco melhorando. Se antes uma criança negra no máximo ia ao colégio pra se alfabetizar e olhe lá, a partir daquela época, com a melhoria de vida, começaram a perceber que poderiam ir um pouco além. Na medida em que essa população começou a fazer peso nas escolas públicas, pouco a pouco os brancos brasileiros começaram a ter os mesmo dilemas que os brancos holandeses tiveram em 2006.

Os pais começaram a associar a presença negra nas escolas como algo negativo e foram pouco a pouco tirando seus filhos dali. Os de classe média alta, rapidamente foram para os colégios particulares ou para escolas públicas que se situavam em bairros onde haviam poucos ou nenhum negro. O Estado, percebendo essa debandada, foi pouco a pouco diminuindo os investimentos, o que fez com a escola publica fosse perdendo massa crítica que incluiu a saída dos melhores professores. Soma-se a isso, o “interesse” imenso do regime militar em investir na educação. Está criado o ciclo que foi pouco a pouco asfixiando a escola pública de base. Percebam que o mesmo não ocorreu com a escola pública superior e que por coincidência, possui um perfil racial branco, homogêneo.


Claro que essa depauperação não se deu do dia pra noite. Eu estudei toda minha vida em escola pública, nos anos 80, e a minha escola era vizinha a uma grande favela. No entanto, a qualidade daquela escola ainda era muito boa. Me deu total condições de entrar em universidade pública sem a necessidade de cursinhos suplementares. E olha que eu nunca fui um aluno brilhante. Na minha época, quem ia pras escolas particulares era porque não conseguia passar na pública, que dava “bomba” e ainda era muito difícil. As particulares, com exceção das grandes, eram sinônimos de malandragem e “passar sem estudar”. Quando eu estava finalizando o antigo 2º grau, já no primeiro ano dos anos 90, era claro a decadência do ensino. Alguns anos depois, soube até de casos de tiroteio naquela escola.

Logo, um dos motivod do esvaziamento das escolas públicas brasileiras se deu, pelo racismo. Ou o medo de convívio dos brancos da elite (leia-se classe média média e alta) com os não-brancos. Hoje, ela é freqüentada por brancos pobres, negros e pardos que se pudessem tirariam seus filhos dali imediatamente e não sem razão. Claro que há outras razões, mas esta foi uma que me pareceu decisiva.

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Re: 20/11 - Dia da Consciência Negra

#179 Mensagem por Carnage » 17 Mai 2011, 22:11

Nossa, Pastor, excelente! Nunca tinha me dado conta disso, mas faz bastante sentido!

Também sempre estudei em escola pública.

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#180 Mensagem por Tricampeão » 17 Mai 2011, 22:18

Os holandeses filhos da puta estão entre os povos mais racistas do mundo, talvez perdendo apenas para os belgas filhos da puta.
Foram os holandeses filhos da puta, por exemplo, que colonizaram a África do Sul e criaram o apartheid.
Nenhum espanto, por isso, pelo segregacionismo em sua própria terra natal.

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