Alunos da USP em conflito com a PM

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#166 Mensagem por Carnage » 20 Nov 2011, 13:52

Compson escreveu:Em tempo: pensei, pensei, pensei e não entendi qual o problema do cara com agasalho da GAP...
E o que isso prova?

Eu vi um agasalho destes na 25 de março por 30 reais...

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ZeitGeist
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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#167 Mensagem por ZeitGeist » 20 Nov 2011, 15:00

Carnage escreveu:Uma pergunta me passou pela cabeça esta semana.

No centro de São Paulo, em frente ao Largo do Paissandú, foi aberta a Galeria Olido, um centro cultural.

A alguns anos já, quase todo dia tem eventos nesse centro, em sala aberta, quase sempre de música, e lota de gente.
Sempre nestes eventos fica uma molecada, espalhada pela rua Dom José de Barros, na casa de dezenas, às vezes mais de 100 pessoas, batendo papo.

E praticamente um terço desta molecada está sempre fumando maconha.

Pertunta: porque a PM, ou a Guarda Municipal, neste tempo todo, nunca fez uma revista nesse pessoal?
Boa pergunta.

Carnage
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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#168 Mensagem por Carnage » 20 Nov 2011, 15:30

ZeitGeist escreveu:
Carnage escreveu:Uma pergunta me passou pela cabeça esta semana.

No centro de São Paulo, em frente ao Largo do Paissandú, foi aberta a Galeria Olido, um centro cultural.

A alguns anos já, quase todo dia tem eventos nesse centro, em sala aberta, quase sempre de música, e lota de gente.
Sempre nestes eventos fica uma molecada, espalhada pela rua Dom José de Barros, na casa de dezenas, às vezes mais de 100 pessoas, batendo papo.

E praticamente um terço desta molecada está sempre fumando maconha.

Pertunta: porque a PM, ou a Guarda Municipal, neste tempo todo, nunca fez uma revista nesse pessoal?
Boa pergunta.
Fui no show do racionais ontem, no Memorial da América Latina.
Grande presença da GM e alguns PMs por perto.

Parece que é só na USP que não pode fumar maconha...

Roman Barak
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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#169 Mensagem por Roman Barak » 20 Nov 2011, 19:01

Carnage escreveu:Uma pergunta me passou pela cabeça esta semana.

No centro de São Paulo, em frente ao Largo do Paissandú, foi aberta a Galeria Olido, um centro cultural.

A alguns anos já, quase todo dia tem eventos nesse centro, em sala aberta, quase sempre de música, e lota de gente.
Sempre nestes eventos fica uma molecada, espalhada pela rua Dom José de Barros, na casa de dezenas, às vezes mais de 100 pessoas, batendo papo.

E praticamente um terço desta molecada está sempre fumando maconha.

Pertunta: porque a PM, ou a Guarda Municipal, neste tempo todo, nunca fez uma revista nesse pessoal?

Fui no show do racionais ontem, no Memorial da América Latina.
Grande presença da GM e alguns PMs por perto.

Parece que é só na USP que não pode fumar maconha...

Elementar, meu caro Carnage: certamente a maconha que estava sendo consumida na USP não era proveniente da boca de fumo da qual o comandante da PM responsável pela ocupação da universidade coletava o seu "cafezinho". A prisão dos estudantes usuários foi apenas uma forma de aterrorizar os demais estudantes, dissuadindo-os de continuar consumindo o "produto" daquela específica boca de fumo. Já no show dos racionais, pode ter certeza que o comandante da PM tem participação nos lucros da boca fornecedora.

Simples assim.

Você não assistiu o filme "Tropa de Elite"? Aqui em São Paulo as "milicias" agem um pouco diferente, mas o objetivo é o mesmo.

Olha, eu não li todas as notícias e opiniões postadas no tópico, apenas vou tentar resumir a minha ideia sobre os fatos.

Desde há muito os estudantes não vem mais sentido na vida, ou seja, pelo que lutar. Não dá pra comparar os universitários dos anos 1960 e 1970 com os de hoje, não vivemos numa ditadura militar - muito embora vivamos, sim, numa ditadura da idiotia dos meios de comunicação -, não há um inimigo "paupável" e contra o qual qualquer um que tenha mínima consciência dos direitos civis se oponha.

A insatisfação - que transcende a classe estudantil, avança por todos os estames da sociedade - com a vida é um fenômeno mundial que, diferentemente do que propagam, não tem genese na crise americana de 2008, é anterior. Lembrem-se que desde a década de 1980 se fala em desemprego, inflação e incerteza sobre a eficiência econômica dos governos para acabar com a desigualdade social e promover o crescimento dos países. Quem estuda economia vive falando em "crise cíclica". Pois é, vivemos apenas alguns momentos de melhora, mas de forma geral a nossa vida é mesmo uma bosta. Grosso modo é isso.

Com os estudantes universitários não poderia pesar consciência diferente. Eu, quando universitário, por vezes fui a festas da FFLECH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciencias Sociais da USP), local onde começou a "rebelião", com o claro propósito de comer coleguinhas estudantes sem maiores esforços. Sim, "maconhadas" e bêbadas, até as estudantes de filosofia, de grego, de antropologia e de ciência política davam pra mim... sem me desmerecer, mas é que na época eu não tinha um puto no bolso. Invariavelmente comia essas moças nos seus próprios aposentos e... bom, acho que me alonguei um pouco na digfressão. Eu queria dizer que o pessoal de lá, pelo que eu percebia, não tinha nenhuma perspectiva de emprego ao final do curso, nem mesmo do que fazer depois de receber o canudo (diploma). O que lhes restava era o movimento estudantil. Mas, porra, pra que um movimento estudantil se não havia mais ditadura militar e o PT já havia ocupado a prefeitura de São Paulo e feito merda?

Essa crise de identidade acomete os estudantes desde meados dos anos 1980, creio eu, com a "redemocratização" e o fim da República Velha. Os próprios estudantes envelheceram... alguns envelheceram tanto que perseguiram o vil metal, como os nossos pais, como dizia a canção do Belchior consagrada na voz da Elis Regina - é o caso dos ex-Ministro dos Esportes e do ex-prefeito de Duque de Caxias-RJ.

Fumar maconha é o que lhes restou.

E não só aqui, o mesmo ocorre na Europa e nos EUA... acabei de lembrar que nos anos 1980, toda semana tinha imagens dos estudantes da Coreia do Sul entrando em confronto com a polícia, onde estrá esse pessoal agora? Na certa, hoje são sócios da Hyundai...

Aos estudantes não cabe mais discurtir os rumos do ensino público, que a cada dia que passa deixar mais ainda de ser prioridade para o governo do PT - puxa, eu não quero ficar atacando o PT aqui, mas porra, eles não diziam que eram tão diferentes dos malufistas, dos demos, dos tucanos? Eu e as minhas digressões...

Daí os estudantes ficaram emputecidos porque nem maconha podem mais fumar.

Ora, o problema não é se esses estudantes possuem um horizonte tão miúdo que as suas reivindicações pela liberdade de fumar maconha não chega nem ao chinelo da categoria das motivações de luta dos estudantes dos anos 1960 e 1970 - redemocratização do País, para esclarecer.

O problema é que a crise de desigualdade social - em meio ao sucesso econômico do País, vejam bem - levou ao aumento da violência e, por conseguinte, a ter a diretoria da Universidade de São Paulo de chamar a Polícia Militar para "fazer a segurança" nos campi (plural de campus), de forma ditatorial e em desprestígio do pluralismo de opiniões - o reitor bem que poderia ter levado essa discussão a todos os envolvidos e interessados antes de simplesmente "decidir" pelo tal convênio com a PM.

Mas o problema maior de todos é que saber, por que diabos, a PM, ao invés de se preocupar com segurança, efetivamente, resolveu agir como agia na época da ditadura militar, ou seja, deixar de se preocupar com os bandidos para ir importunar estudantes desiludidos com o sistema universitários e com falta de perspectiva de vida, cuja única válvula de escape é a tal da maconha?

Sim, a PM foi prender 3 pobres diabos - bodes expiatórios, se preferirem - que cometeram o deslize de serem usuários de substância ilegal, ao invés de procurar quem matou a garota morta dia desses dentro de um campus sem iluminação e sem nenhuma segurança - segurança que, aliás, deveria ser da obrigação de quem gerencia a universidade, não da Polícia Militar.

Os erros grosseiros provém muito mais dos "adultos" (reitoria da USP, PM, Governador de São Paulo) do que da "molecada", não acham?

Não pensem vocês que dou razão aos estudantes. Eles, a meu ver, não tem muita coisa na cabeça que se aproveite, seu discurso é totalmente incoerente e disconectado com a realidade contemporânea. E não poderiam ter ocupado a reitoria e danificado o prédio - apesar que, suspeito, a destruição foi mesmo provocada pela tropa de choque que ocupou o local a guiza de cumprir ordem judicial, ficando fácil, depois, por a culpa nos estudantes.

Mas insisto que os mais errados foram os "adultos", não os "moleques".

Assim ocorre na Europa e nos EUA, com o tal de "Ocupem Wall Street" - aliás, não sei bem se aquele movimento é de estudantes ou de cidadãos comuns que perderam o emprego e as residências com a crise econômica gerada pela especulação financeira.

Prendam os manifestantes e usem isso como desculpa para a própria incompetência e mau-caratismo, senhores Reitor da USP, Governador de São Paulo e Comandante da PM.

Carnage
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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#170 Mensagem por Carnage » 20 Nov 2011, 20:20

Barak, eu não mudo uma vírgula do que você escreveu.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#171 Mensagem por Dr. Zero » 20 Nov 2011, 23:44

Roman Barak escreveu:
Carnage escreveu:Uma pergunta me passou pela cabeça esta semana.

No centro de São Paulo, em frente ao Largo do Paissandú, foi aberta a Galeria Olido, um centro cultural.

A alguns anos já, quase todo dia tem eventos nesse centro, em sala aberta, quase sempre de música, e lota de gente.
Sempre nestes eventos fica uma molecada, espalhada pela rua Dom José de Barros, na casa de dezenas, às vezes mais de 100 pessoas, batendo papo.

E praticamente um terço desta molecada está sempre fumando maconha.

Pertunta: porque a PM, ou a Guarda Municipal, neste tempo todo, nunca fez uma revista nesse pessoal?

Fui no show do racionais ontem, no Memorial da América Latina.
Grande presença da GM e alguns PMs por perto.

Parece que é só na USP que não pode fumar maconha...

Elementar, meu caro Carnage: certamente a maconha que estava sendo consumida na USP não era proveniente da boca de fumo da qual o comandante da PM responsável pela ocupação da universidade coletava o seu "cafezinho". A prisão dos estudantes usuários foi apenas uma forma de aterrorizar os demais estudantes, dissuadindo-os de continuar consumindo o "produto" daquela específica boca de fumo. Já no show dos racionais, pode ter certeza que o comandante da PM tem participação nos lucros da boca fornecedora.

Simples assim.

Você não assistiu o filme "Tropa de Elite"? Aqui em São Paulo as "milicias" agem um pouco diferente, mas o objetivo é o mesmo.

Olha, eu não li todas as notícias e opiniões postadas no tópico, apenas vou tentar resumir a minha ideia sobre os fatos.

Desde há muito os estudantes não vem mais sentido na vida, ou seja, pelo que lutar. Não dá pra comparar os universitários dos anos 1960 e 1970 com os de hoje, não vivemos numa ditadura militar - muito embora vivamos, sim, numa ditadura da idiotia dos meios de comunicação -, não há um inimigo "paupável" e contra o qual qualquer um que tenha mínima consciência dos direitos civis se oponha.

A insatisfação - que transcende a classe estudantil, avança por todos os estames da sociedade - com a vida é um fenômeno mundial que, diferentemente do que propagam, não tem genese na crise americana de 2008, é anterior. Lembrem-se que desde a década de 1980 se fala em desemprego, inflação e incerteza sobre a eficiência econômica dos governos para acabar com a desigualdade social e promover o crescimento dos países. Quem estuda economia vive falando em "crise cíclica". Pois é, vivemos apenas alguns momentos de melhora, mas de forma geral a nossa vida é mesmo uma bosta. Grosso modo é isso.

Com os estudantes universitários não poderia pesar consciência diferente. Eu, quando universitário, por vezes fui a festas da FFLECH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciencias Sociais da USP), local onde começou a "rebelião", com o claro propósito de comer coleguinhas estudantes sem maiores esforços. Sim, "maconhadas" e bêbadas, até as estudantes de filosofia, de grego, de antropologia e de ciência política davam pra mim... sem me desmerecer, mas é que na época eu não tinha um puto no bolso. Invariavelmente comia essas moças nos seus próprios aposentos e... bom, acho que me alonguei um pouco na digfressão. Eu queria dizer que o pessoal de lá, pelo que eu percebia, não tinha nenhuma perspectiva de emprego ao final do curso, nem mesmo do que fazer depois de receber o canudo (diploma). O que lhes restava era o movimento estudantil. Mas, porra, pra que um movimento estudantil se não havia mais ditadura militar e o PT já havia ocupado a prefeitura de São Paulo e feito merda?

Essa crise de identidade acomete os estudantes desde meados dos anos 1980, creio eu, com a "redemocratização" e o fim da República Velha. Os próprios estudantes envelheceram... alguns envelheceram tanto que perseguiram o vil metal, como os nossos pais, como dizia a canção do Belchior consagrada na voz da Elis Regina - é o caso dos ex-Ministro dos Esportes e do ex-prefeito de Duque de Caxias-RJ.

Fumar maconha é o que lhes restou.

E não só aqui, o mesmo ocorre na Europa e nos EUA... acabei de lembrar que nos anos 1980, toda semana tinha imagens dos estudantes da Coreia do Sul entrando em confronto com a polícia, onde estrá esse pessoal agora? Na certa, hoje são sócios da Hyundai...

Aos estudantes não cabe mais discurtir os rumos do ensino público, que a cada dia que passa deixar mais ainda de ser prioridade para o governo do PT - puxa, eu não quero ficar atacando o PT aqui, mas porra, eles não diziam que eram tão diferentes dos malufistas, dos demos, dos tucanos? Eu e as minhas digressões...

Daí os estudantes ficaram emputecidos porque nem maconha podem mais fumar.

Ora, o problema não é se esses estudantes possuem um horizonte tão miúdo que as suas reivindicações pela liberdade de fumar maconha não chega nem ao chinelo da categoria das motivações de luta dos estudantes dos anos 1960 e 1970 - redemocratização do País, para esclarecer.

O problema é que a crise de desigualdade social - em meio ao sucesso econômico do País, vejam bem - levou ao aumento da violência e, por conseguinte, a ter a diretoria da Universidade de São Paulo de chamar a Polícia Militar para "fazer a segurança" nos campi (plural de campus), de forma ditatorial e em desprestígio do pluralismo de opiniões - o reitor bem que poderia ter levado essa discussão a todos os envolvidos e interessados antes de simplesmente "decidir" pelo tal convênio com a PM.

Mas o problema maior de todos é que saber, por que diabos, a PM, ao invés de se preocupar com segurança, efetivamente, resolveu agir como agia na época da ditadura militar, ou seja, deixar de se preocupar com os bandidos para ir importunar estudantes desiludidos com o sistema universitários e com falta de perspectiva de vida, cuja única válvula de escape é a tal da maconha?

Sim, a PM foi prender 3 pobres diabos - bodes expiatórios, se preferirem - que cometeram o deslize de serem usuários de substância ilegal, ao invés de procurar quem matou a garota morta dia desses dentro de um campus sem iluminação e sem nenhuma segurança - segurança que, aliás, deveria ser da obrigação de quem gerencia a universidade, não da Polícia Militar.

Os erros grosseiros provém muito mais dos "adultos" (reitoria da USP, PM, Governador de São Paulo) do que da "molecada", não acham?

Não pensem vocês que dou razão aos estudantes. Eles, a meu ver, não tem muita coisa na cabeça que se aproveite, seu discurso é totalmente incoerente e disconectado com a realidade contemporânea. E não poderiam ter ocupado a reitoria e danificado o prédio - apesar que, suspeito, a destruição foi mesmo provocada pela tropa de choque que ocupou o local a guiza de cumprir ordem judicial, ficando fácil, depois, por a culpa nos estudantes.

Mas insisto que os mais errados foram os "adultos", não os "moleques".

Assim ocorre na Europa e nos EUA, com o tal de "Ocupem Wall Street" - aliás, não sei bem se aquele movimento é de estudantes ou de cidadãos comuns que perderam o emprego e as residências com a crise econômica gerada pela especulação financeira.

Prendam os manifestantes e usem isso como desculpa para a própria incompetência e mau-caratismo, senhores Reitor da USP, Governador de São Paulo e Comandante da PM.
insigne Roman Barak:
quanto ao movimento OWS (Ocupem Wall Street), tem de tudo — desde estudantes a desempregados —, que se intitulam "os 99% da sociedade" (em oposição ao miliardário segmento dos 1% que está pouco se lixando com o sofrimento do restante da sociedade) e cujo descontentamento tem muito a ver com a ruptura de expectativas que, mesmo antes da crise econômica, deu as caras para a dita "Geração X"
a Geração X foi a primeira a perceber que não teria como ter melhores perspectivas que a de seus pais (os "Baby Boomers") e partiu apra o consumismo desenfreado e o endividamento que desembocou na inadimplência de numerosas pessoas que, agora, têm que encarar a perspectiva de rebaixamento social e econômico (e que tem toda a cara de ser algo permanente); assim, da falta de perspectivas e de ideias, se nutre o OWS

Compson
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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#172 Mensagem por Compson » 21 Nov 2011, 11:12

Em linhas gerais, concordo com o Barak, especialmente no que diz respeito ao diagnóstico da polícia e dos "erros grosseiros" das autoridades da universidade e do governo.

Concordo que os anos 1980 e 1990 marcaram um esvaziamento do idealismo no movimento estudantil, com falta de bandeiras mais amplas a serem definidas. Isso levou a seu isolamento, concentrando-se em questões muito específicas, que raramente fugiam (e fogem) do contexto da política universitária...

Mas tenho algumas discordâncias pontuais:

(1) Esse não é um problema exclusivo do movimento estudantil, mas da esquerda em geral, cujo discurso deixou de inspirar a população média. Se essa crise mostra alguma coisa, é que, mesmo com a derrocada do paradigma "liberal" das últimas décadas, não surgiu um novo discurso marxista ou estatista popularmente arraigado para substituí-lo; movimentos como os de Wall Street estão mais próximos da Revolução Francesa (cortar a cabeça dos banqueiros e managers) do que do modelo revolucionário clássico de transformação sistêmica do mundo.

(2) Mas talvez isso não seja exatamente um problema. As grandes transformações da história moderna (a independência dos EUA, a Revolução Francesa e mesmo a Revolução Russa) não aconteceram porque seus líderes tinham uma ideia clara de como mudar a sociedade, mas porque acontecimentos contingentes levaram a população a se aglutinar em torno de uma rejeição (contra as tarifas inglesas - embora haja controvérsia entre os historiadores -, contra a aristocracia que produzia fome, contra o czar, a elite e a guerra). Na prática, as grandes transformações históricas têm ocorrido não porque os líderes sabiam exatamente "o que fazer", mas porque uma determinada situação se tornou insuportável para os cidadãos. Nesse sentido, o marxismo-leninismo foi uma grande barreira ao progresso, com suas prescrições rígidas sobre o tudo ou nada da revolução, e não lamento muito que ele tenha ido para a "lata do lixo da história", não obstante muitas ideias de Marx ainda sejam úteis.

(3) Além disso, não creio que a situação de estudantes de humanas seja tão desprovida de perspectivas assim. Acho que a política de ensino superior do governo Lula melhorou isso, por dois motivos: (a) a expansão de universidades federais efetivamente desarticulou o jogo feudal que são as universidades tradicionais e transformou a carreira acadêmica em algo viável para a ascensão meritória; (b) antigamente, muitos alunos que faziam humanas estavam lá para conseguir um diploma para concurso ou porque não conseguiriam entrar/pagar um curso mais concorrido de sua preferência; hoje a maioria está lá porque gosta de ciências humanas (se não gostar, há mais opções de ensino público ou financiamento estudantil para conseguir outra carreira), tanto é que a procura por esses cursos caiu, mas também caiu a evasão. Também há mais oportunidades, tanto pelo crescimento do setor de serviços, quanto pelo desenvolvimento de instituições/ONGs de pesquisa e cultura. Sem contar que professor ganha mal, mas nunca está desempregado.

Enfim, talvez movimentos como o Wall Street (e mesmo o Fora PM do campus ou os saqueadores de iPad de Londres) não sejam apenas reflexo da falta de ideiais para lutar, mas consciência da falta de dignidade para viver, condição básica de todo inconformismo e espírito transformador.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#173 Mensagem por oGuto » 21 Nov 2011, 18:44

Novamente, interessante a visão que se tem da polícia.
Porém, antes de fazer qualquer comentário, melhor deixar bem claro que não quero polemizar com ninguém, apenas um debate sadio.
Melhor esclarecer também, que sou partidário da tolerância zero em relação a qualquer atitude abusiva de policiais (como alguém já mencionou neste tópico, isso inclui o simples fazer um lanche e sair sem pagar, que tanto se vê em padarias, lanchonetes e afins, sob o pernicioso disfarce de ser uma “cortesia” e nada mais).
Portanto, quando falei em ética em outro post, foi porque me considero dentro do grupo, já que não tenho o cinismo de querer me pôr à parte (mesmo que isso seja um dado real), preferindo ver as corporações como um todo, sem a infantilidade fácil e cômoda de apenas enaltecer seus méritos e fingir corrigir suas mazelas.
Mesmo assim, inevitável deixar de perceber a incoerência de alguns pensamentos.

Por alguma lógica um tanto capenga, a impressão que fica é que se PM age (reprimindo estudantes maconheiros) ela está errada; só que, se ela não age (não reprimindo maconheiros em outras situações mencionadas), também está errada.
Ou seja, aquela velha história do “por que só comigo?....e os outros?”
Convenhamos que não existe nenhuma razoabilidade nesse tipo de pensamento.
Seria o mesmo que exigir que sejam soltos todos os criminoso presos, apenas porque existem muitos que não estão.
Ora, na base desse torto raciocínio, ou se punem a todos ou não se pune ninguém, o que é de uma deslavada cretinice.

Outra incoerência, diz respeito à noção que alguns têm sobre o que seja um campus universitário.
Para entender, basta tomar como exemplo qualquer outro campi sem a singular dimensão da cidade universitária.
Peguemos, então, os campus da PUC, do Mackenzie, ou seja lá qual for.
Evidente que seus estudantes maconheiros são absolutamente proibidos de darem vazão ao seu vício dentro deles.
Que fumar um baseado? Sem problemas, contanto que do portão para fora.
Evidente que não haveria de ser diferente no caso da USP.
Portanto, quer fumar sua maconha? Sem problemas, mas fora da cidade universitária (que também tem seus limites bem claros e definidos).
A única coisa realmente diferente é que os maconheiros teriam o “trabalho” de percorrer distâncias maiores, em razão da grandiosidade daquele campus.
Ora, também aqui a incoerência é total, a não ser que esperem da reitoria a expressa autorização (que não virá) para que possam usar drogas dentro da cidade universitária.

Outra incoerência, na verdade, uma falsa premissa, é considerar que a questão da violência é externa ao campus.
Fosse isso verdadeiro, basta fechar os portões e controlar o acesso ao seu interior, que tudo se resolverá.
Porém, além de não ser verdadeiro, não passa de uma infundada aposta.
Quem mora em condomínios verticais ou horizontais, sabe que, a despeito de toda a segurança existente contra o que seja externo, a maioria dos problemas (desde vandalismo a furtos, passando por tantos outros até de maior gravidade) são causados pelos próprios moradores ou de quem neles adentram sob suas autorizações.
Portanto, ter a ingenuidade de achar que os problemas de segurança são externos, ainda mais agora que se escancarou a questão do uso de drogas entre seus alunos, e, principalmente, depois que algumas dezenas de baderneiros tiveram que ser desentocados da reitoria, às custas e ao custo da utilização de centenas de policiais (mais uma conta paga pelos pacatos contribuintes paulistas).
Mais ainda, sem querer aprofundar a questão das drogas, evidente que perante a legislação atual apenas se tem acesso a elas através de criminosos, razão pela qual, se há alguma pretensão dela vir a ser “tolerada” dentro do campus, estará aí a fragilidade dos portões que, eventualmente, se pretendam fechar.
No mais, não vejo porque apenas o fato de ser uspiano seja um selo de qualidade moral ou, quando menos, de caráter não criminoso.
Quem sabe, não seja o caso do Núcleo de Estudos da Violência daquela própria universidade, opinar seriamente sobre esse assunto e se ver obrigada a olhar para o próprio umbigo, com a mesma rigidez de outros tantos estudos (aliás, tenho em minhas gavetas inúmeros estudos desse mesmo departamento corroborando a essencialidade do policiamento ostensivo).

P.S. Não discutirei, muito menos cogitarei qual sejam os “anseios” dos universitários nos tempos atuais.
Penso que já são bem grandinhos para falarem por eles mesmos.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#174 Mensagem por Compson » 21 Nov 2011, 21:27

PUC e Mackenzie defendem que a polícia faça rondas em seu interior?

Simples assim...

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#175 Mensagem por ZeitGeist » 21 Nov 2011, 23:55

Compson escreveu:PUC e Mackenzie defendem que a polícia faça rondas em seu interior?

Simples assim...
Eu sou a favor, pode pegar todo mundo que estiver com maconha, cocaína e demais derivados em seu poder!

Pode chamar de blitz universitária!

oGuto
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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#176 Mensagem por oGuto » 22 Nov 2011, 15:35

Compson escreveu:PUC e Mackenzie defendem que a polícia faça rondas em seu interior?

Simples assim...
Pois é.
No entanto, essa simplicidade, ao ser manipulada, fica simplória.
A questão é: será que os estudantes uspianos maconheiros confundiram uma mínima tolerância ao uso de drogas dentro do campus com “permissão” para tanto?
Ou, quem sabe, imaginaram que iriam se impor aos policiais militares como estavam acostumados a fazer em relação aos vigilantes que ali atuavam?
Ora, se alguma diferença há, é que os alunos das universidades citadas (imagino que não por serem mais inteligentes) são conscientes de que tal permissão não existe, muito menos tolerância ao uso de drogas dentro de seus respectivos campus.
No mais, pela primeira vez na história estudantil (se souberem de algo semelhante, favor corrigir) houve a esdrúxula tentativa de se dar uma “carteirada” na polícia, baseado no ridículo argumento de que, por serem estudantes da USP, aquele espaço lhes seria mais legítimo do que à presença da PM, fato esse supostamente autorizador a ali queimarem quantos baseados quisessem.
De resto, foi-se o tempo em que fumar maconha pudesse ser visto como transgressão a alguma coisa, uma vez que, já há muito, com isso se lida de duas formas: ou como uma questão de saúde pública (portanto, um vício como outro qualquer) ou como ocorrência policial (portanto, sujeita a averiguação como outra qualquer).

P.S. Um amigo me informou que dentro da cidade universitária é proibida a venda de cigarros e que os fumantes são obrigados a sair do campus para comprá-los.
Diante disso, será que estudantes maconheiros terem que cruzar os limites da cidade universitária para acenderem seus baseados é algo tão repressor assim?
Ops , esqueci que fora dali (em suas mentalidades tacanhas) eles passam a ser “pessoas comuns” e não mais “estudantes da USP”, o que os colocam (vejam que coisa!) ao alcance da lei (quanta idiotice...).
ZeitGeist escreveu: Eu sou a favor, pode pegar todo mundo que estiver com maconha, cocaína e demais derivados em seu poder!

Pode chamar de blitz universitária!
Também sou a favor, mas desnecessário que isso se dê nos campus, basta ser no entorno.
Não vejo porque dar colher de chá a quem já se acostumou a considerar o traficante seu melhor e mais confiável amigo.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#177 Mensagem por Compson » 22 Nov 2011, 20:55

Vejam, a questão da maconha é o de menos... Por mim, nem se venderia cerveja regularmente dentro do campus...

O problema não é que o policial prendeu os caras que estavam fumando... O problema é que o policial não deveria estar lá.

Não conheço os campi do Mackenzie e da PUC, mas certamente devem ter seus fumódromos, embora mais discretos que o estacionamento da FFLCH. A própria USP tem muitos outros pontos...

Independentemente disso, se alguém estiver fumando maconha dentro do campus de uma dessas faculdades e a diretoria quiser acabar com isso, não vai chamar a polícia, pelo menos não logo de cara. Vai pedir para o fumante se retirar, vai aplicar as sanções administrativas previstas no regulamento e, em última análise, recorrer à segurança privada.

Por que a segurança privada é muito mais adequada para uma situação dessas do que a polícia?

Porque é muito mais fácil responsabilizar um segurança privado pelos abusos que ele venha a cometer do que responsabilizar um policial.

De todo modo, a PM não foi chamada no campus para combater as drogas. Seria uma estupidez fazer isso sem nenhum tipo de campanha prévia.

A PM entrou para evitar assaltos e roubos... O policial que fez a prisão, ou é burro, pois poderia ter feito vista grossa como de praxe, ou se precipitou tentando preparar o terreno para extorquir o traficante local, ou é um pau mandado da reitoria tentando arrumar uma confusão que queimasse o filme dos "maconheiros mimados".

Mas uma coisa é certa, o policial não tinha a menor noção do contexto universitário.

No mais, a tal base não foi implantada até agora. Pode ser uma mera questão estratégica, mas acho que aquela pesquisa do Datafolha mostrando que 42% dos estudantes não são a favor da PM surpreendeu muita gente... Eu mesmo achava que numa pesquisa "Sim" ou "Não", o "Não" ficaria abaixo de 10%...

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#178 Mensagem por Carnage » 22 Nov 2011, 21:04

oGuto escreveu:Ou seja, aquela velha história do “por que só comigo?....e os outros?”
Convenhamos que não existe nenhuma razoabilidade nesse tipo de pensamento.
Seria o mesmo que exigir que sejam soltos todos os criminoso presos, apenas porque existem muitos que não estão.
Ora, na base desse torto raciocínio, ou se punem a todos ou não se pune ninguém, o que é de uma deslavada cretinice.
Muito, mas muito longe da questão que eu quis levantar.
A fora o despropósito de comparar fumar um cigarro de maconha com atos cometidos por criminosos presos, somente quis destacar que a PM não faz a menor questão de abordar certas "pessoas suspeitas" no âmbito da cidade em geral, porque então o faz com tanta frequência e sem bases bem definidas dentro do campus? Noto uma disparidade nos procedimentos e critérios. Apenas gostaria de saber o porque desta disparidade.
Noto também que a mesma disparidade é frequentemente flagrante na periferia da cidade, onde cidadãos são abordados também com mais frequência e mais truculência que em outros bairros "melhores".
oGuto escreveu:Quem mora em condomínios verticais ou horizontais, sabe que, a despeito de toda a segurança existente contra o que seja externo, a maioria dos problemas (desde vandalismo a furtos, passando por tantos outros até de maior gravidade) são causados pelos próprios moradores ou de quem neles adentram sob suas autorizações.
A PM não faz, nunca fez nem nunca fará a segurança dentro de condomínios particulares fechados. Onde fica essa analogia então?


E incrível como a discussão sempre se reduz a "fumar macanho no campus"....



Aliás, o MP vai abrir inquérito pra apurar várias denúncias de abuso policial no dia da reintegração de posse.
Editado pela última vez por Carnage em 22 Nov 2011, 21:13, em um total de 1 vez.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#179 Mensagem por Carnage » 22 Nov 2011, 21:11

http://www.viomundo.com.br/politica/cai ... randa.html
Folha reabilita o ideólogo da ditabranda

por Caio Navarro de Toledo

Os editores da Folha de S. Paulo sempre se regozijam com os resultados de pesquisas que asseguram que, do ponto de vista de sua formação escolar, os leitores do jornal seriam “altamente qualificados” (74% teriam cursado o ensino superior e 24% o ensino médio).

É possível afirmar também que, desde o final da ditadura militar, o jornal passou a abrir suas páginas para uma colaboração regular de acadêmicos e intelectuais críticos (a “campanha das diretas já” talvez tenha se constituído em momento privilegiado do congraçamento com esses setores). Creio que os vínculos com a academia se acentuaram quando os editores e colunistas do jornal (com cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado) passam a ser recrutados nas várias unidades de ensino e pesquisa das universidades públicas paulistas, em particular da USP.

Por meio de seus editores, alguns intelectuais e acadêmicos – vários deles de esquerda e alguns, inclusive, de convicções marxistas – são convidados a escrever colunas semanais enquanto outros têm artigos, entrevistas e depoimentos publicados nas diferentes seções do jornal (economia, política nacional e internacional, cultura, educação etc.); igualmente, escrevem cartas, têm seus livros resenhados, pedem que abaixo-assinados com fins acadêmicos e políticos sejam divulgados etc.(*)

Na inexistência de jornais ou revistas definidamente de esquerda e ampla circulação nacional – que poderiam servir de canal alternativo à grande mídia –, uma parte dos acadêmicos críticos e intelectuais socialistas acredita que é imprescindível travar o combate ideológico dentro dos meios de comunicação da burguesia. Embora possam ser críticos da linha editorial da Folha, muitos intelectuais e acadêmicos de esquerda não deixam de assinar o jornal e alguns destes colaboradores sentem-se prestigiados quando vêem seus textos ali reproduzidos. Assim, publicar na Folha ou ter seu livro ali discutido passa a ser uma prova de reconhecimento intelectual mais apreciada do que, inclusive, ver um texto ou uma resenha de livro divulgada em algumas revistas acadêmicas dirigidas por seus próprios pares.

Mas nem todos pensam assim. Sob uma outra perspectiva, existem aqueles, dentro das esquerdas, que são críticos da colaboração com a grande imprensa, particularmente com a Folha de S. Paulo posto que isso implicaria legitimar os aparelhos de hegemonia das classes dominantes. Em seu blog, a jornalista Elaine Tavares foi categórica:

“No que diz respeito aos jornalões nacionais como Globo, Folha de S. Paulo e Estadão, nunca houve dúvidas sobre o que eles defendem. Por isso sempre me causou espécie ver a intelectualidade brasileira de esquerda render-se ao feitiço da Folha, que insistiam em dizer que era o `mais democrático´ ou que `pelo menos abria um espaço para a diferença´” .

Embora o duradouro namoro entre a Folha e os acadêmicos de esquerda tenha sofrido um relativo abalo com o episódio do malfadado editorial “Limites a Chavez” (25/2/2009) – que denominou de “ditabranda” o período do regime militar pós-1964 –, alguns acadêmicos e intelectuais socialistas, talvez hoje em menor quantidade, continuam colaborando regularmente com o jornal. Importante lembrar também que o “episódio da ditabranda” provocou intensos protestos pela internet e uma expressiva manifestação de leitores, militantes sociais e blogueiros diante da sede da Folha; versões informam que centenas de assinaturas do jornal foram canceladas a fim de expressar o repúdio pela falsificação histórica e ofensa à memória de brasileiros e brasileiras mortos pela ditadura militar. (Um relato circunstanciado e analítico do episódio pode ser consultado AQUI)

Acredito que o recente caso da militarização do campus da USP poderá contribuir para lançar novas luzes sobre a ambivalente relação entre os intelectuais/acadêmicos e a Folha. Além da publicação de vários artigos de colunistas do jornal apoiando a presença da PM no campus da USP, deve-se destacar um fato: numa edição dominical, a Folha tomou a iniciativa de publicar um artigo de autoria de um jornalista que o conjunto da grande imprensa brasileira, nos últimos anos, havia decidido “colocar de quarentena”. Sabe-se que as editorias de O Globo, JB, O Estado de S. Paulo, Zero Hora, Veja, Época etc., hoje, dispensam os “bons serviços” do sr. Olavo de Carvalho. [Atualmente o ultradireitismo desse publicista é difundido em suas páginas na internet e reproduzido em blogs e sites inequivocadamente anti-esquerda (“Terrorismo nunca mais”, “Mídia sem Máscara” e outros), em artigos e livros de militares etc.]

Embora de orientação conservadora ou liberal, os maiores veículos de comunicação do país, entre outras razões, afastaram o “filósofo” pelos problemas criados por seu estilo de intervenção; além de substituir a argumentação racional pela desqualificação pessoal dos autores dos quais diverge, sempre adota em seus textos uma linguagem desabrida e utiliza a verrina como arma contra os adversários políticos e ideológicos.

Não cabe aqui examinar o caráter e o significado do panfletarismo arqui-conservador desse senhor. Temos nítida consciência da pertinente questão crítica que a nós seria feita caso cometêssemos este desatino: examinar os trabalhos do “filósofo de província” não seria pura vacuidade intelectual ou “render-se ao seu jogo”? Isto posto, cabe sublinhar que apenas nos interessa aqui indagar as razões da Folha reabilitar um autor que outras publicações da grande imprensa brasileira, de forma sensata, hoje ignoram.

Por que, agora, a Folha de S. Paulo – que exalta a sofisticação e o refinamento intelectual de seus colaboradores – reabilitou um jornalista cujos escritos não seriam aceitos por qualquer direção de jornal orientado por um criterioso manual de redação? No artigo que o jornal acaba de publicar (seção “Tendências e debates” , 13/11/2011), por exemplo, afirma-se a USP está controlada pelas esquerdas: ontem, “stalinistas, trotskistas, maoístas etc.”; hoje, “pela estratégia gramsciana, que integra como instrumentos de guerra cultural o ´sex lib´, a apologia das drogas e a legitimação da criminalidade como expressão do “grito dos oprimidos”. Tendo em vista que, hoje, “não existe direita no jornalismo brasileiro” (1964. 31 de março, p. 122), a conclusão desta catilinária não pode ser outra: o ideário presente na USP é, “a ideologia, em suma, da própria Folha de S. Paulo”. Em suma, ficamos sabendo que a Folha de S. Paulo é um periódico de esquerda tal como o conjunto da elitista Universidade de São Paulo!

Deixando de comentar esta autêntica peça de ficção, é de se indagar se as razões da iniciativa da Folha não se explicariam em virtude das afinidades hoje existentes entre a direção do jornal e o “filósofo paulista” quando ambos examinam o regime de 1964. Como se desconhece uma autocrítica séria e consistente feita pela Folha sobre o emprego da noção “ditabranda” no editorial citado, deve-se reconhecer que continuariam existindo concordâncias entre a direção do jornal e o publicista sobre o assunto. Vejamos o que o jornalista, em várias ocasiões, escreveu:

“muita gente na própria esquerda já admitiu (…) a contribuição positiva do regime militar à consolidação de uma economia voltada predominantemente para o mercado interno – uma condição básica da soberania nacional. Tendo em vista o preço modesto que esta nação pagou, em vidas humanas, para a eliminação daquele mal (a ameaça totalitária representada pelo comunismo no pré-1964, CNT) e a conquista deste bem, não estaria na hora de repensar a Revolução de 1964 e remover a pesada crosta de slogans pejorativos que ainda encobre a sua realidade histórica?” (O Globo de 19/1/1999) (negrito meu).

É também esclarecedora uma alocução dele dirigida aos militares brasileiros em livro editado pela Biblioteca do Exército,

“Não temos que nos (sic) envergonhar do que foi feito de bom durante todo o período militar, e, sobretudo, ninguém que tenha participado do regime de 1964 tem que abaixar a cabeça perante esses criminosos (comunistas brasileiros, CNT) que são cúmplices do genocídio (…) Não devemos permitir que essa gente julgue ninguém, pois eles não têm autoridade. Nosso dever é mostrar exatamente como eles têm sido e como estão comprometidos com o mal”. 1964. 31 de março, 2003. p. 144.

Provavelmente, nenhum editorial da FSP – com exceção do trecho do “mal menor” ou do “preço modesto” – endossaria os candentes termos presentes nas citações acima. Mas a questão persistiria: conhecendo as radicais opiniões desse autor – apoiador incondicional dos (modestos!) “crimes da ditadura” –, por que a Folha apela para esta voz justamente numa conjuntura na qual acadêmicos e intelectuais pedem a desmilitarização do campus da USP? Por que a Folha de S. Paulo apela para a voz deste proeminente ideólogo civil do regime militar de 1964, justamente numa conjuntura em que amplos setores da sociedade brasileira se mobilizam para que a Comissão da Verdade e Justiça consiga revelar e promover a verdade histórica sobre todo o período da ditadura militar, o esclarecimento dos fatos e as responsabilidades institucionais, à semelhança do que em ocorrendo no âmbito internacional?

Ao publicar o frágil e inconsistente “A USP e a Folha” – uma imposição de setores da ultra-direita brasileira (ou uma estratégica argumentativa visando reforçar a versão do “pluralismo das idéias” praticado pelo jornal) ? –, a pergunta se imporia: quem a Folha buscaria iludir?

Por último, é cedo para se saber se está em curso uma inflexão ainda mais à direita na Folha de S. Paulo. Pode-se, no entanto, concluir que a sistemática crítica aos estudantes e docentes da USP que resistem à militarização do campus – agora reforçada com a colaboração de um dos ideólogos da ditabranda – não é um bom sinal para os leitores progressistas e intelectuais de esquerda que aceitam colaborar com o jornal.

* Destaque-se, a este respeito, que, em setembro de 2005, sob o título “Intelectuais de esquerda criticam blindagem de Lula”, a FSP divulgou amplamente um abaixo-assinado organizado por acadêmicos marxistas da USP e da Unicamp. O caráter polêmico do abaixo-assinado residia no fato de que ele admitia – logo no início do debate sobre o chamado “mensalão” – a hipótese da instauração de um processo de impeachment contra Lula da Silva. Sabe-se que outros intelectuais e acadêmicos de esquerda não apoiaram o abaixo-assinado; criticava-se o fato desta iniciativa pouco se distinguir da “campanha neoudenista” orquestrada por partidos e mídia conservadora.

Caio Navarro de Toledo é professor aposentado do Departamento de Ciência Política, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Unicamp.


http://www.viomundo.com.br/politica/ant ... finho.html
Na USP, o choro do derrotado

por Antônio David

Não é de hoje que a turma da direita procura desesperadamente os holofotes e microfones da imprensa para se autoproclamar os representantes da “maioria”, os que vieram para salvar os estudantes contra a “esquerda radical” que, segundo eles, toma conta do movimento estudantil da USP.

No dia seguinte mesmo da ocupação da Administração da FFLCH, alguns estudantes de direita postaram-se em frente do prédio ocupado, procurando as câmaras de TV para fazer o discurso que já conhecemos: que este movimento estudantil é uma minoria, e que eles são os verdadeiros porta-vozes da “maioria”.

Esqueceram-se os colegas de dizer que na última eleição para o DCE da USP, eles, porta-vozes da “maioria”, tiveram apenas 5% dos votos, num universo de mais de 8 mil votos. Onde estava a “maioria”, que não votou neles? Que eu saiba, a “maioria” não tem porta-vozes oficiais e não deu procuração a ninguém pra que fale em nome dela.

Seu principal líder é Rodrigo Souza Neves, estudante de História até ano passado e agora estudante de Gestão de Políticas Públicas, amplamente conhecido como “Malufinho”. O motivo? A foto, no final desse artigo. Se falo dele, é porque ele é de fato o líder, articulador, porta-voz e figura pública do grupo. A crítica não é personalista; o grupo é que parece ser.

Há alguns dias, durante uma reunião do Conselho de Centros Acadêmicos em Ribeirão Preto, Malufinho gabava-se dizendo que sua chapa “ganharia fácil” a eleição do Centro Acadêmico. Eu estava lá, e ouvi ele dizer isso. Pois bem, a eleição já aconteceu, e a chapa do Malufinho perdeu de lavada. A chapa concorrente teve mais que o dobro de votos. Nem no seu próprio curso Malufinho é maioria.

Agora que estamos em greve, com mais de 50% do campus Butantã parado (vale lembrar, o maior campus da USP), Malufinho e sua turma estão esperneando, dizendo que o adiamento da eleição foi golpe. Malufinho só esqueceu de dizer que ele não apenas estava na assembleia que deliberou pelo adiamento da eleição, como defendeu a proposta de não adiar a eleição. Todos ouviram sua defesa, e ele teve o mesmo tempo dado aos outros para defender sua proposta. Como pode, uma pessoa defender uma proposta, perder, e depois sair dizendo “é golpe”? Se é golpe, o coerente não seria ter dito que aquela votação não poderia acontecer? Mas Malufinho e sua turma parecem não se preocupar com a coerência.

Aos que não estavam na assembleia, um dado curioso: a votação foi mais ou menos 3 mil contra 10. (Isso mesmo, votaram contra o adiamento da eleição só os membros da chapa da direita que estavam na assembléia, umas dez pessoas. Os demais 3 mil votaram pelo adiamento da eleição). Essa deve ter sido a votação mais folgada da história das assembleias dos estudantes da USP.

Atentado à democracia é haver uma eleição no meio de uma greve tão grande, com tanta adesão. Se a eleição ocorresse na data original, um imenso contingente de estudantes não teria condições de votar, dada a impossibilidade de organizar a eleição e de organizar as atividades de greve ao mesmo tempo. Precisa dizer? Uma criança de dez anos é capaz de entender isso. Além disso, não há absolutamente nada no Estatuto do DCE que impeça uma assembléia de mudar a data da eleição numa situação como a que estamos vivendo. Mas Malufinho e sua turma parecem ignorar isso tudo.

Agora eles evocam o Estatuto do DCE. Que ironia! Pois, não bastasse Malufinho interpretar o Estatuto de maneira equivocada, ele se esquece que, segundo o Estatuto, a diretoria do DCE deve seguir as deliberações aprovadas nas instâncias do DCE (Art. 7), a saber, o Congresso dos Estudantes da USP, as Assembleias e o Conselho de Centros Acadêmicos. Será que Malufinho e sua turma reconhecem essas instâncias? Como eles inscreveram uma chapa, pressupõe-se que sim. Será? É duvidoso, haja vista o tanto de ataques que eles fazem contra as deliberações dessas instâncias.

Há alguns dias, a imprensa divulgou uma pesquisa feita pelo Datafolha, que supostamente dá razão para Malufinho e sua turma. A chamada em um jornal de grande circulação foi: “Pesquisa indica que maioria dos alunos da USP é a favor da PM no campus”. No entanto, uma leitura mais atenta mostra que não é bem assim.

Segundo o Datafolha, 58% dos entrevistados são a favor da presença da PM no campus. É possível que entre os docentes o percentual seja o mesmo. Mas, se os trabalhadores do campus tivessem sido entrevistados, muito provavelmente este percentual seria muito mais baixo. Sobretudo se a entrevista tivesse contemplado os trabalhadores terceirizados, muitos dos quais moradores da favela São Remo, que fica ao lado da USP, e que são vítimas diariamente da truculência e dos abusos policiais.

Mesmo se desconsiderarmos essa falha grosseira na pesquisa – afinal, os trabalhadores também são usuários do campus e também necessitam de segurança tanto quanto os estudantes -, ainda assim o resultado é favorável para os críticos da presença da PM no campus. Afinal, com a campanha violenta e diária que a mídia está fazendo contra nós, marcada pelo esforço de estigmatizar nosso movimento e de fazer o elogio da presença da PM no campus, este percentual deveria ser de no mínimo 90%.

Não é à toa que Malufinho e sua turma não vibraram quando saiu o resultado da pesquisa. 58% representa uma derrota para a Reitoria e uma vitória para o nosso movimento. Pois o que os estudantes querem não é a PM no campus; mas sim, segurança. E se muitos ainda acreditam que segurança rima com PM, não é porque a PM traga segurança, mas sim porque nós somos todos os dias bombardeados com mau jornalismo, que, de forma tendenciosa e antiética, ataca nosso movimento e faz a apologia da Polícia Militar.

É sintomático, aliás, que essa mesma pesquisa tenha mostrado que 79% dos entrevistados têm medo de andar pelo campus à noite. Ora, como têm medo, se agora a PM faz rondas ostensivas no campus? Sintoma de que os reais problemas de segurança do campus não foram resolvidos. De fato, não o foram. E não serão, enquanto Rodas for Reitor e enquanto não houver uma estatuinte paritária na USP, que abra a estrutura de poder feudal dessa universidade.

Isso tudo pra dizer que a mídia não apenas manipula as informações; ela inverte a realidade. Defesa da democracia e atentado à democracia parecem na mídia ocupar o lugar um do outro. Há alguns dias, Alckmin afirmava que “os estudantes precisam de uma aula de democracia”. No entanto, a Assembleia Legislativa nunca investigou nenhuma denúncia de corrupção contra seu Governo. Vivemos na era do cinismo.

Não poderia deixar de encerrar este artigo sem compartilhar essa bela foto, de Malufinho prestando solidariedade a seu grande mestre, no Encontro Estadual do PP em 2009. O site de onde copiei a foto está AQUI. (Aproveitem para guardar essa recordação (rs), antes que eles tirem do ar!)

O que dizer de Maluf? Não falarei das denúncias e dos processos que Paulo Maluf responde na Justiça. Todos já os conhecem. Lembrarei de algumas frases imemoriais, de sua autoria:

- Os EUA não têm AI-5; têm cadeira elétrica.

- Professora não é mal paga; é mal casada.

- O que fazer com um camarada que estuprou uma moça e matou? Tá bom, está com vontade sexual, estupra, mas não mata.

- O Collor é um bom rapaz, mas não aceitem atravessadores. Se quiserem um malufista, votem em mim.

- Nossa polícia é boa. O que atrapalha é essa política de direitos humanos para bandidos.

- Não se pode comprar deputados, porque eles saem por aí contando, e você se desmoraliza com o eleitorado.

- Vou pôr a ROTA na rua.

Com a palavra, Malufinho…

Antônio David é mestrando em filosofia na FFLCH/USP

PS 1 do Viomundo: Malufinho é o jovem de camisa azul, terno e gravata, com a mão no ombro do original. O autor do apelido é Ramos Toledo, que foi veterano de Rodrigo Souza Neves na História da USP, na época em que este organizou a sua primeira chapa para o CAHIS (Centro Acadêmico da História): “Lancei o apelido em uma de suas intermináveis colocações sobre o perigo marxista que rondava a universidade!”

PS 2 do Viomundo: Em função de observações feitas nos comentários, o próprio autor, Antônio David, fez um reparo no seu texto em relação à greve da USP. Leiam nos comentários.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#180 Mensagem por oGuto » 22 Nov 2011, 23:45

Carnage escreveu:E incrível como a discussão sempre se reduz a "fumar macanho no campus".....
Eu, particularmente, entendo ser melhor ficar na questão da maconha, nem que seja para excluí-la dessa mixórdia toda.
Porque, de resto, é cair na política interna da USP, o que em nada a mim interessa.
Não por ser desimportante, mas por entender que uma instituição de seu porte, relevância e representatividade tem mais do que a obrigação de discutir e resolver seus próprios problemas.
Agora, se há essa necessidade tão evidente de aproveitar de uma ocorrência policial corriqueira para tais fins, ainda menor interesse me desperta.

Quanto às outras questões, quando me referi a condomínios fechados foi para exemplificar que alguns dos problemas de segurança na cidade universitária podem perfeitamente ter sua origem na própria comunidade uspiana.
E, como não se pode excluir a questão das drogas de qualquer discussão acerca de segurança pública, o fato originário de toda essa celeuma (independente da conotação que queiram a ele atribuir agora) apenas comprova o alegado.
Ora, por que devemos imaginar que seus alunos sejam (se for o caso) apenas usuários e não também traficantes?
Do mesmo modo, por que considerar que os furtos de veículos que ocorram nos campus são sempre obra de agentes externos ?
Nisso tudo, fica patente um grave erro da universidade nessa questão das drogas, que é ignorar todo o entorno que ela carrega simbioticamente.
Se drogas entram não só no campus, mas nas salas de aulas, já que nas mochilas e bolsos dos estudantes, junto com elas a criminalidade também se faz presente e pensar diferente beira a ingenuidade.

Quanto ao fato de abordagens policiais serem mais freqüentes na periferia, isso se deve apenas ao fato dos índices de criminalidade serem mais elevados nessas regiões.
Conquanto pareça ser algo preconceituoso, na verdade tem mais a ver com a realidade nesses locais que, mesmo em nada sendo bonita, não há que ser tratada com indiferença.

Aproveitando, esclareço que o que eu mais admiro na PM, talvez seja o que cause o efeito contrário na maioria das pessoas.
Resumidamente, é o fato dela , como se diz, “enxugar gelo”, frase que bem define o que seja o policiamento ostensivo, uma vez que impossível se estar em todos os lugares a qualquer momento.
Espero, apenas, que os próprios PMs jamais se dêem conta disso, da tarefa surreal que são obrigados a cumprir diuturnamente.
Porque, no dia em que eles desistirem, conheceremos nada mais nada menos do que o caos total.

P.S. A polícia civil, a requerimento do MP vai investigar se houve abusos na recente desocupação da reitoria, principalmente quanto aos moradores do Crusp, que se sentiram lesados em alguns direitos.
Evidente que desconsiderar a existência do Crusp, numa operação efetuada nas primeiras horas do dia, poderia ser um erro fatal para o êxito da operação.
A PM jamais cometeria essa falha grosseira, portanto, espero que também reste esclarecida a necessidade do que foi feito, mesmo que aparentemente descabido (aos leigos apenas).
Obviamente, se houve excessos, que sejam devidamente apurados, responsabilizando-se os seus autores.

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