09/02/2010 - 19h35
Advogado diz que ação da OAB contra Arruda é oportunista e covarde
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
A defesa governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido) reagiu nesta terça-feira às ações que pediram a perda do mandato, o afastamento do cargo ou a prisão preventiva.
Segundo o advogado, Nélio Machado, as ações são improcedentes. Machado subiu o tom do discurso contra a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que solicitou ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o afastamento ou a prisão preventiva de Arruda por obstruir as investigações do esquema de arrecadação e pagamento de propina ao tentar subornar uma das testemunhas do caso.
Para o advogado, a ação da OAB é oportunista, covarde e foi motivada por representantes da entidade que estão atrás de minutos de fama.
"A OAB lamentavelmente está no descaminho de sua postura habitual. Essa foi uma medida precipitada, motivada por pessoas que estão buscando se tornar uma celebridade. O Ophir [Cavalcante, presidente da OAB] está com um mandato de uma semana e quer espaço com esse assunto que está com destaque nacional", disse.
Machado afirmou que o afastamento ou a prisão devem ser determinadas apenas pelo Ministério Público ou pela Polícia Federal. "O Ophir quer transformar a OAB em uma sucursal, ou melhor, filial do Ministério Público, da Polícia Federal, e exercer até mesmo o papel de juiz, prejulgando e até coibindo a defesa de garantias constitucionais", afirmou.
Em relação ao pedido do procurador Regional Eleitoral do Distrito Federal, Renato Brill de Góes, para a cassação do mandato do governador por desfiliação partidária, Machado afirmou que a medida deve ser arquivada pela Justiça porque Arruda estava ameaçado de expulsão. "Não houve infidelidade", disse.
Em nota à imprensa, o GDF (Governo do Distrito Federal) afirmou que o pedido da perda de mandato só poderia ter sido provocado pelo DEM.
"O pedido do Ministério Público Eleitoral é improcedente uma vez que o governador Arruda deixou o partido, em razão da existência de um processo de expulsão do Democratas em rito sumário. A prerrogativa jurídica para devolução do mandato é unicamente do partido democratas, o que no caso do governador não foi feito", afirma o documento.
A ação da Procuradoria Eleitoral também envolve o deputado Leonardo Prudente (sem partido) que foi flagrado colocando dinheiro de suposta propina nos ternos e na meia.
Alvo de três pedidos de impeachment na Câmara Legislativa, Arruda foi pressionado a se desligar do DEM. Após oito anos no partido, o governador ficou isolado dentro da legenda depois das denúncias do envolvimento dele num suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina. O esquema envolveria o pagamento de uma mesada a parlamentares da base aliada, secretários de governo, assessores e empresários.
A pressão sobre Arruda ficou maior depois que vieram à tona imagens de dele recebendo dinheiro de suposta propina de Durval Barbosa, seu ex-secretário de Relações Institucionais. Num primeiro momento, ele justificou a verba como doação para compra de panetones. Depois, disse que o dinheiro --recebido quando era candidato ao governo do DF, em 2006-- havia sido declarado para a Justiça Eleitoral. A doação, entretanto, só foi declarada em 2009.
Segundo Arruda, o escândalo de corrupção faz parte de uma farsa. 'Essas imagens fazem parte de uma farsa montada pelos meus adversários para me tirar da disputa de 2010. Tudo porque as pesquisas eleitorais me davam ampla vantagem. As práticas políticas que marcam negativamente a vida brasileira, infelizmente, devo admitir, são herança que, agora vejo com clareza, não consegui extirpar completamente como gostaria e como era o meu dever', afirmou.
A situação do governador ficou ainda mais delicada nos últimos dias. Ele é acusado de participar da tentativa de suborno de uma das testemunhas do esquema de corrupção e ainda de mandar monitorar deputados da oposição.
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... a-em-lula/
O Globo tenta colar Arruda em Lula
Atualizado em 12 de fevereiro de 2010 às 00:44 | Publicado em 11 de fevereiro de 2010 às 23:07
http://www.viomundo.com.br/img/o%20globo_4.jpg
O jornal remete o assunto a um post do blogueiro Noblat, que não identifica as fontes da "notícia" e ainda dá um esculacho no presidente da República, como se Arruda fosse do PT, como se não fosse do DEM, como se não fosse aliado de José Serra.
O link para a matéria do jornal carioca está aqui.
http://www.viomundo.com.br/img/arruda%20e%20serra_1.jpg
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora ... 807055.xml
http://noticias.terra.com.br/brasil/not ... 96,00.htmlPolítica | 11/02/2010 | 21h35min
Lula pede que PF trate Arruda com cuidado e respeito
Palácio do Planalto evitou falar sobre a possibilidade de intervenção no governo do Distrito Federal
Logo após a decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar a prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), o diretor da Polícia Federal ligou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informando que já havia feito uma acordo para que o governador se entregasse. Na mesma ligação Lula reforçou a recomendação de tratar o assunto com muito cuidado e respeito.
De acordo com uma fonte do Palácio do Planalto, não houve nenhuma ligação de integrantes do governo Arruda para membros da Presidência da República. Diante da decisão de prisão do governador, o Planalto preferiu tratar o assunto com sobriedade. O presidente demonstrou a preocupação do Planalto em adotar uma postura de deixar a apuração dos fatos para a Justiça. De acordo com a fonte, Lula disse que ninguém está feliz com o que está acontecendo e que não convém tripudiar em cima da desgraça alheia.
O Palácio do Planalto evitou falar sobre a possibilidade de intervenção no governo do Distrito Federal. Hoje, o presidente manteve a agenda com os ministros e não chegou a discutir sobre a possibilidade de ter que indicar um interventor para o DF, caso o pedido de intervenção federal apresentado pelo procurador-geral da República, Luiz Fernando de Souza, seja aceito pelo Supremo Tribunal Federal.
Ele não discutiu esse assunto até porque o governador do estado ainda é Arruda, disse um interlocutor próximo ao presidente Lula. Ele disse ainda que Lula lamentou que o escândalo no Distrito Federal tenha ocorrido justamente quando Brasília completa 50 anos.
AGÊNCIA BRASIL
Prisão de Arruda serve de exemplo contra corrupção, diz Lula
12 de fevereiro de 2010 • 14h54 • atualizado às 15h00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta sexta-feira que a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), sirva de exemplo para que os casos de corrupção não se repitam em outros locais. "Eu espero que o que aconteceu com Arruda siga de exemplo para que não possa mais se repetir em lugar nenhum. Por isso que eu mandei para o Congresso Nacional um Projeto de Lei que transforma o crime de corrupção em crime hediondo. Nós precisamos ser mais duros com a corrupção, com o corrupto e com o corruptor", disse Lula, em entrevista às rádios Difusora 640 AM e 730 AM, de Goiânia.
O presidente afirmou que fica chocado sempre que toma conhecimento de denúncias de casos corrupção no País. "Eu fico chocado quando vejo denúncias de corrupção no País, fiquei chocado quando apareceu aqueles filmes do Arruda recebendo dinheiro", disse.
Durante a entrevista, Lula também rebateu as críticas feitas nos últimos dias pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rouseff. "Eu acho que é uma falta de respeito do ex-presidente ficar criticando a Dilma, primeiro porque ele não a conhece. Segundo, seria extremamente importante que ele esperasse começar a campanha para poder fazer os debates e ai sim, fazer julgamentos", disse.
Para Lula, as críticas de FHC contra Dilma refletem o medo do ex-presidente tucano de cair no esquecimento. "O FHC está com medo de cair no esquecimento. Então, uma forma de você voltar a ser na política é você arrumar um inimigo para criticar".
O presidente disse que não quer que Dilma responda as críticas de FHC, pois quer manter uma campanha de nível. "Eu acho que ele está baixando muito o nível para um homem que tem a formação intelectual que ele tem. Eu não quero que a Dilma responda. Ela tem que apresentar o trabalho dela, tem que mostrar o que ela já fez no governo e o que vai fazer daqui para frente", disse.