RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#16 Mensagem por Kengo » 21 Dez 2010, 14:20

RESCALDO DAS ELEIÇÕES
Apesar de grande o texto vale ser lido
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu:caro Kengo..
vc diz que é apartidário..
mas só coloca noticias contra 45..??
Neste caso, Dr Farah, sou tão apartidário quanto você, que apesar de ter dito não ter votado no PSDB se indigna quando o mesmo é criticado.
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: vou citar , as pesquisas , td comprada..p/ eleger o 13
Sério mesmo?
Poste onde você leu esta denúncia para que eu não achar que é apenas uma mera opinião sua, motivo pela qual você não poderia afirmar, apenas supor...
A única certeza de que eu tenho é que nem você, nem eu, nem os partidos políticos podem provar isso que você está afirmando... caso contrário o PSDB (partido que teria sido prejudicado por essas "pesquisas compradas") já teria ingressado com algum tipo de representação, cassação... qualquer coisa do gênero contra o eleito. Ou ficariam com essa prova guardada a sete chaves?... De qualquer forma se não se pode provar é no mínimo leviano, neste caso (de ser uma mera opinião sua) o correto seria ter escrito EU ACHO QUE AS PESQUISAS FORAM COMPRADAS...
ou colocar EU LI EM TAL LUGAR (coloque o link) QUE AS PESQUISAS FORAM COMPRADAS.. daí a nossa conversa tomaria outro rumo... e todos no fórum sairiam ganhando com isso...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: panamericano,rombo descobriram em julho, pq divulgaram em nov-depois das eleições..
e abafaram com $$$ do governo..se não quebraria o sistema financeiro..
Se o que diz acima é A verdade e espero que não seja um outro achismo seu, por que o PSDB não denunciou isso durante a campanha?
Talvez por que isso não tem nada a ver com o governo. Talvez por que se trata de um roubo administrativo e nada a ver com política e governo.
Talvez por que a única entidade responsável por isso, o BC, presidido há 8 anos por um ex-PSDBista e que não foi competente para descobrir este rombo não achou necessário uma intervenção por parte do governo?
O único motivo aqui para uma quebradeira do sistema financeiro seria o fato do BC não ter identificado este rombo...
Aliás, não foi usado dinheiro do governo para cobrir esse rombo, você não sabe o que diz.
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: so p/ ter 1 idéia os EUA quebraram [crise] c/ valores menores do Panamericano[2 bilhões]
Sério que a crise que abalou os USA foi por causa de MENOS de 2 bilhões?
Mas isso é sério mesmo? rsrsrsrs
Países no mundo inteiro fizeram aportes da ordem de TRILHÕES para conter um rombo inferior a 2 BILHÔES... estranha matemática...
De onde diabos você tirou essa asneira?
A crise americana teve origem com um calote em hipotecas no valor de 12 TRILHÕES. e outros adicionais, nada a ver com um ROMBO DE MENOS DE 2 BILHÕES.... rsrsrsrs
De novo você não sabe o que diz.
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: vc citou sobre CPMF..so exemplificando..
quem derrubou este imposto , foi a oposição
quem fala em voltar é a situação..que diz que a saude está 1 caos[sabe pq, p/ acharcarem o $$$]
na propaganda não falaram..
Bem, eu não me lembro de ter citado a CPMF...
A CPMF foi criada durante a gestão... hããã... deixe-me ver hããã.... a sim, durante a gestão FHC.
Que por coincidência tinha como ministro da saúde quem hãããã deixe-me ver hããããã a sim, Hadib Jatene e hããã deime-ver hããããã a sim JOSÉ SERRA... rsrsrsrs
Que durante toda sua gestão a frente do ministério da saúde nunca criticou a CPMF.
Só passou a critica-la quando passou a ser oposição.
E o mesmo vale para o PT, que passou a perceber de sua necessidade somente quando se tornou governo.
Enfim, você deveria ter escrito que a mesma oposição que criou o imposto foi quem derrubou... soaria mais idôneo
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: sabe qtos ministérios tem neste governo do 13.. [37]
quem paga nós ..povão ..imposto..
quer criar +, a presidenta..
ministério da Pesca??micro empresa??
pq a 13 quer criar +, para abrigar os aliados, companheiros e afins..
Bem, para começo de conversa um Estado deve ter quantos ministérios forem necessários para a execução de suas demandas e isso é muito relativo.
Mas acredito que realmente seja para alocar apradinhados.
Tal qual José Serra fez em seu primeiro mês de governo quando nomeou a filha do Paulo Preto para ganhar quase R$ 5.000,00 em cargo de confiança e que durante a campanha afirmou que não o conhecia, depois afirmou que o conhecia mas não sabia quem era... rsrsrsr
Mas por ser José Serra e PSDB isso não deve se chamar apadrinhamento...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: pais de primeiro mundo.. ñ tem 10
Essa comparação é rídicula e vou mostrar por que;
Façamos uma comparação entre Brasil e Suiça, país de primeiro mundo e que não deveria ter mais que 10 ministérios na sua visão de gestor:
===================================================================
O Brasil (que não é primeiro mundo possuí:
uma àrea de 8.514.215,3 km²
uma população de 190.732.694 milhões
e 5.435 mnicipios
renda percapta de R$ 16.414,00 e vamos parar por aqui.
===================================================================
A suiça (país de primeiro mundo)
Uma àrea de 41.290 km²
uma população de 7,6 milhões
26 estados, 3 a mais que o Brasil,,,
renda percapta de US$ 64.276 ou R$ 102840,00 aproximadamente...
===================================================================
Comparando-se com a extensão territorial dos dois países veremos que proporcionalmente estamos muito defasados em relação a estados... em efeito cascata adicionaremos municípios e os respectivos cargos adicionais..., pois o primeiro mundo é que sabe o que é bom para o Brasil.
Criticar a quantidade de ministérios do Brasil com base na quantidade de ministérios que países de primeiro mundo tem agora não soa tão lógico, não é mesmo?
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: aumento de salário..78% quem insuflou ..a 13!!p/ aumentar o dela, e ministros, cascata..o aumento td antes de assumir..
O único partido que votou contra foi o PSOL...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: José Dirceu voltou..na propaganda nem citaram..quem é ex terror..matava,roubava,assaltava..
continuou roubando, no gabinete,[planalto] mensalão e o 13 não sabia de nada..
José Dirceu voltou para onde?
Quanto a questão de que ele pegava em armas DURANTE A DITADURA MILITAR eu tenho uma posição muito clara a esse respeito:
Eu prefiro pessoas que se tornem terroristas para defender a liberdade de seu país a burgueses filhos de putas que depois da procela veêm dizer que fulano era bandido, que fulano matou que ciclano pegou em armas, que o que tivemos aqui foi uma ditabranda...
Para mim, são filhos de putas convenientes...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: aero Dilma..500 milhões..
A troca de aeronave que o Lula fez no começo do mandato eu considero que era necessária, o próprio FHC tomou um susto quando presidente, pois o avião em que estava apresentou problemas mecânicos em pleno vôo. Agora troca-lo novamente em nome de conforto eu concordo com você, é um absurdo e devemos criticar sim.
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: pais de primeiro mundo p/ eles
SAUDE,EDUCAÇÃO,SEGURANÇA, 1 bosta..
Bem, quanto a isso o fato é que o país melhorou em todos os índices... o que não significa que está bom, significa que está progredindo.
Mas talvez devessemos copiar o modelo do PSDB de São Paulo.
Você já precisou do Hospital de Diadema?
Passe por lá para levar um parente seu como mãe, pai, filhos para ser atendido, irá gostar, e muito, do modelo de administração de saúde do PSDB de São Paulo que vigora no estada há 16 anos.
Quanto a educação, também acho que o modelo de educação do Paulo Renato do PSDB de São Paulo deveria ser adotado pela esfera federal.
Assim não haveria mais repetência.
E segurança pública?
A de São Paulo dá de 10.
Nem me lembro mais o que é cracolândia... Você lembra? Acho que você não lembra... acho que ninguém que goste do PSDB lembra, o próprio PSDB de São paulo não se lembra...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: estrada, circo dos horrores..
Sim, realmente...a solução deveria ser a mesma da Castelo Branco, PRIVATIZAÇÃO.
Tenho certeza de que quem mora em Osasco, Barueri, sem citar alphavlile, adora esse modelo de administração de estradas do PSDB.
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: federais, as estradas.. e vc cita alagamentos??
Dr Farah, preste atençao na cretinice que você argumenta....
Acho que voce deveria ir visitar àreas alagadas como Aricanduva, Córrego do Pirajussara e Jardim Romano, onde o José Serra pediu para ser tirado dali com medo de ser assaltado...
deveria ir lá, testemunhar o sofrimento dessas pessoas que pagam impostos tal qual as que moram ao lado do Shopping Villa-Lobos e lhes dizer que alagamentos são coisas de menor importância diante de estradas federais.
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: o Tiete alaga?? não..
Mas para ser rio não tem que estar "alagado"? rsrsrsrs
Mas eu acho que devemos esperar o Tietê transbordar para começar a nos preocupar com alagamentos...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: vc alguma vez\ comprou remedio, antes do generico..
é 1 patifaria..td caro, monopolio..e agora generico..
pela metade ou 1/4 do $$$, quem fez??
s/ ser médico..45
É mesmo? Você tem certeza disso?
Eu sei que não.
José Serra sabe que não.
eu nem sabia quando eu assumi o Ministério, diz José Serra...: Leia aqui realmente, sem ser médico... rsrsrsrs
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: a inflação controlada..quem fez , 45..está voltando..vão chamar o FHC.. de nv..
É mesmo?
Tem certeza disso?
Eu sei que isso não é verdade.
E não é que eu acho que seja. Não é verdade mesmo o que você diz.
Inflação no governo Lula é 37% menor que nos anos de FHC: Leia aqui
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: pq o 13 não vai conseguir.. c/ Sarney,Maluf,Genoino,Marta,Suplicy,Mercadante,Mentor,Collor,etc..
chega não vou + discutir isto é mto estressante..
Então, você joga esse monte de asneira, tem uma crise de chiliques e diz que não vai mais discutir por ser muito estressante? rsrsrsrsrsrs "chega" uí!
Realmente é muito estressante ficar rebatendo ponto por ponto tanta coisa sem fundamento...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: Lulla , pop star..
o cara, tonto, so fala besteira..temos varios presidentes que falam varias linguas..este ñ sabe nem falar o portugues correto!!
Sim, certos estão você e o Marcelo Madureira e errados o resto do mundo.
É outra cretinice achar que ser poliglota é garantia de alguma coisa.
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: era do povo, depois que assumiu, virou burgues..
Sim concordo com você, mas para desmerecer de vez o Lula, qual deles não foi assim? O pobre José Serra mora numa casa humilde ao lado do Shopping Villa-Lobos comprada pela filha...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: terno Ricardo Almeida, e aqueles que ganham salario minimo..não aumenta..
O que é ou quem é Ricardo Almeida?
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: ñ tem $$$, para mensalão tem..
Assim como teve para o mensalão do PSDB mineiro...
Assi com teve para o mensalão do DEM do DF durante a gestão Arruda para o qual José Serra era só elogios " Vote num careca e ganhe dois"...
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: veja bem , a saude no Brasil é tão boa, pq os politicos veem td p/ sampa se tratar..exames,avião,meidcos,hospitais,..etc..
quem paga..
???
vc...
Não seja rancoroso, Dr Farah, nós pagamos, eu você, nossos filhos, nossas putas... todos...
Eu sou indignado com todos os partidos...
Mas sou muito mais indignado com nossa classe média que se enoja das pessoas que moram em curtiços e favelas... que se gaba de falar duas três quatro línguas e sabe apenas lamber a rola de extrangeiros... alias, quantas putas não anunciam que falam mais de um idioma? Dessa classe média que se regozija de poder viajar para o exterior seja em férias a Disney, seja em Lua de Mel, seja o que for, tudo é motivo para enaltecer o que os outros tem e desprezar o que temos aqui.
Acho que o Lula errou muito, mas não vejo aqui criticas sobre as suas ações que realmente causaram danos ao país... tudo o que eu vejo aqui são criticas com fundamento no preconceito, pois criticar alguém por ACHAR que ele é tonto, mal educado, mal sabe falar o português e por isso mesmo não serve para ser presidente não ultrapassa o círculo do preconceito...
Por fim Dr Farah, competente deve ser você e um idiota o Lula.
O bom, é que o preconceito vem calcado apenas em emoção e não em fatos, e por não ter fundamento algum fica fácil desmascara-lo, mas enxerga quem quer.

Carnage
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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#17 Mensagem por Carnage » 31 Dez 2010, 15:05

http://clippingmp.planejamento.gov.br/c ... do-governo
A cara do governo

Marcos Coimbra - Marcos Coimbra
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Correio Braziliense - 01/12/2010


Ninguém votou em Dilma para que o “dilmismo” vencesse o “serrismo”. Só quem quis que a eleição fosse essa foi o próprio Serra, que sabia que perderia se o foco da escolha se alargasse


A reação de parte da imprensa às informações sobre a composição do governo Dilma é curiosa. Em alguns veículos, chega a ser cômica.

Outro dia, um dos jornais de São Paulo estampou em manchete que Dilma estava “montando o núcleo de seu ministério com lulistas”. O que será que o editor imaginava? Que ela fosse recrutar “serristas” para os postos-chave de sua administração?

Como ensinam os manuais do jornalismo, essa não é uma notícia. Ou será que algo tão óbvio merece destaque? “Cachorro come linguiça” não é um título para a primeira página. No dia em que a linguiça comer o cachorro, aí sim a teremos uma notícia (que, aliás, deverá ser impressa em letras garrafais).

Na mesma linha, um jornal carioca achou que era necessário alertar os leitores para o fato de que “Lula está indicando várias pessoas para o governo Dilma”. Em meio a estatísticas sobre quantos nomes já havia emplacado, a matéria era de franca desaprovação.

Na verdade, tanto nessa, quanto na manchete do jornal paulista, estava implícita quase uma denúncia, como se um duplo malfeito estivesse sendo cometido. Por Lula, ao “se meter” na formação do novo governo, ao “tentar interferir” onde, aparentemente, não deveria ter voz. Por Dilma, ao não reagir à intromissão e o deixar livre para apontar nomes.

Quem publica coisas assim dá mostras de não ter entendido a eleição que acabamos de fazer. Não entendeu como Lula, seu principal arquiteto, a concebeu, como Dilma encarnou a proposta, e como a grande maioria do eleitorado a assimilou.

Tudo mundo sabe que, quando Lula formulou o projeto da candidatura Dilma, a ideia central era de continuidade: do governo, de suas prioridades, de seu estilo. Ele nunca disse o contrário e insistiu no uso de imagens que caracterizavam, com clareza, o que ela representava. Para que ninguém tivesse dúvidas, chegou a afirmar que votar em Dilma era a mesma coisa que votar nele. Foi explícito nos palanques, nas declarações, na televisão.

Dilma sempre falou a mesma coisa. Mostrou-se à vontade como representante de Lula e do governo, seja por sua lealdade para com o presidente, seja pela boa razão de que o governo era dela também. Apresentar-se ao país como candidata de continuidade nunca a deixou desconfortável, pois significava defender aquilo a que havia se dedicado nos últimos oito anos.

Isso foi bem entendido pelos eleitores. Desde o primeiro momento e até o fim da eleição, as pessoas olharam para Dilma sabendo qual era a natureza de sua candidatura. Muitas descobriram suas qualidades pessoais, mas o núcleo da decisão de votar em seu nome foi outro, como mostraram as pesquisas.

Ninguém votou em Dilma para que o “dilmismo” vencesse o “serrismo”. Só quem quis que a eleição fosse essa foi o próprio Serra, que sabia que perderia se o foco da escolha se alargasse, se os eleitores olhassem para o que cada candidato representava e não se limitassem a fazer a velha comparação de biografias.

Agora, quando Dilma escuta Lula na montagem do governo, ela apenas cumpre a promessa fundamental de sua candidatura, a razão principal (para alguns eleitores, a única) de ela ter sido votada. Quando dá mostras de que manterá ministros e dirigentes, faz apenas o natural. Se, por exemplo, se comprometeu durante a campanha com a preservação de determinada política, porque razão não seria adequado que o responsável permanecesse?

O governo que está sendo organizado terá a cara da continuidade, política e administrativa. Terá a cara de Lula, do PT e das outras forças partidárias que venceram a eleição. Terá a cara da atual administração, que é aprovada pela maioria da sociedade. Terá a cara de Dilma, pois é ela que o chefiará.

É isso que foi combinado com o país.

http://www.viomundo.com.br/politica/mar ... dilma.html
O Ministério Dilma

26/12/2010

por Marcos Coimbra*, no Correio Braziliense


Por mais que a esperemos, é sempre surpreendente a má vontade de nossa “grande imprensa” para com o governo Dilma. No modo como os principais jornais de São Paulo e do Rio têm discutido o ministério, vê-se, com clareza, seu tamanho.

A explicação para isso pode ser o ainda mal digerido desapontamento com o resultado da eleição, quando, mais uma vez, o eleitor mostrou que a cobertura da mídia tradicional tem pouco impacto nas suas decisões de voto. Ou, talvez, a frustração de constatar quão elevadas são as expectativas populares em relação ao próximo governo, contrariando os prognósticos das redações.

As críticas ao ministério que foi anunciado na última semana estavam prontas, qualquer que fosse sua composição política, regional ou administrativa. Se Dilma chamasse vários colaboradores do atual governo, revelaria sua “submissão” a Lula, se fossem poucos, sua “traição”. Se houvesse muita gente de São Paulo, a “paulistização”, se não, que “dava o troco” ao estado, por ter perdido a eleição por lá. Se convidasse integrantes das diversas tendências que existem dentro do PT, que se curvava às lutas internas, se não, que alimentava os conflitos entre elas. E por aí vai.

Para qualquer lado que andasse, Dilma “decepcionaria” quem não gosta dela, não achou bom que ela vencesse e não queria a continuidade do governo Lula. Ou seja, desagradaria aqueles que não compartilham os sentimentos da grande maioria do país, que torce por ela, está satisfeita com o resultado da eleição e quer a continuidade.

Na contabilidade matematicamente perfeita da “taxa de continuísmo” do ministério, um jornal carioca foi rigoroso: exatos 43,2% dos novos integrantes do primeiro escalão ocuparam cargos no governo Lula (o que será que quer dizer 0,2% de um ministro?). E daí? Isso é pouco? Muito? O que haveria de indesejável, em si, em uma taxa de 43,2%?

Note-se que, desses 16 ministros, apenas oito tinham esse status, sendo os restantes pessoas que ascenderam do segundo para o primeiro escalão. A rigor, marcariam um continuísmo menos extremado (se é isso que se cobra da presidente). Refazendo as contas: somente 21,6% dos ministros teriam a “cara de Lula”. O que, ao contrário, quer dizer que quase 80% não a têm tão nítida.

Para uma candidata cuja proposta básica era continuar as políticas e os programas do atual governo, que surpresa (ou desilusão) poderia existir nos tais 43,2%? Se, por exemplo, ela chamasse o dobro de ministros de Lula, seria errado?

Isso sem levar em consideração que Dilma não era, apenas, a representante abstrata da tese da continuidade, mas uma profissional que passou os últimos oito anos trabalhando com um grupo de pessoas. Imagina-se que tenha desenvolvido, para com muitas, laços de colaboração e amizade. Mantê-las em seus cargos ou promovê-las tem muito a ver com isso.

No plano regional, a acusação é quanto ao excesso de ministros de São Paulo, nove entre 37, o que justificaria dizer que teremos um “paulistério”, conforme essa mesma imprensa. Se, no entanto, fizéssemos aquela aritmética, veríamos que são 24,3% os ministros paulistas, para um estado que tem 22% da população, se for esse o critério para aferir excessos e faltas de ministros por estados e regiões.

Em sendo, teríamos, talvez, um peso desproporcionalmente positivo do Rio (com seis ministros nascidos no estado) e negativo de Minas (com apenas um). Há que lembrar, no entanto, que a coligação que elegeu a presidente fez o governador, os dois senadores e a maioria da bancada federal fluminense, o oposto do que aconteceu em Minas. O PMDB saiu alquebrado e o PT ainda mais dividido no estado, com uma única liderança com perspectiva sólida de futuro, o ex-prefeito Fernando Pimentel, que estará no ministério.

Para os mineiros, um consolo, não pequeno: a presidente Dilma nasceu em Belo Horizonte. Os ministros são poucos, mas a chefe é de Minas Gerais.

* Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#18 Mensagem por Carnage » 31 Dez 2010, 15:07

http://cartacapitalwikileaks.wordpress. ... na-doenca/
Dilma Rousseff, na saúde e na doença

Não foi só a saúde da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que foi alvo da curiosidade do governo americano. A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, também teve detalhes do seu estado de saúde investigados pela embaixada americana em meados do ano passado, quando sofreu de câncer linfático.

Documentos publicados hoje pelo WikiLeaks também revelam que o ex-embaixador americano em Brasília, John Danilovich, relatou que ela havia planejado três assaltos quando era integrante da organização VAR-Palmares.

Dilma Rousseff nega qualquer participação em ações armadas durante o regime militar.

Ao todo, o WikiLeaks publica hoje 9 documentos que mostram como a representação americana acompanhou de perto a trajetória de Dilma e o processo eleitoral brasileiro – que, aliás, a própria Hillary Clinton classificou de “bizantino”.

Joana D´Arc

Dilma Rousseff começou a chamar a atenção da embaixada quando tomou posse como Ministra-Chefe da Casa Civil. Um relatório especial a seu respeito foi elaborado e enviado em 22 de maio de 2005. Apesar de “não classificado”, o telegrama traz uma porção de temas sensíveis e algumas gafes. Um dos títulos é, por exemplo, “Joana D’Arc da Subversão se torna Chefe da Casa Civil” – uma referência à alcunha dada pelos agentes da repressão.

O documento afirma que ela teria planejado o “legendário” roubo ao cofre do corrupto prefeito de São Paulo, Adhemar de Barros, no qual a VAR-Palmares obteve 2,5 milhões de dólares.

“Integrando vários grupos clandestinos, ela organizou três assaltos a banco e depois co-fundou o grupo guerrilheiro Vanguarda de Palmares”, diz.

Dilma sempre negou qualquer participação em ações armadas.

O documento escrito pelo embaixador John Danilovich observa que ela foi presa por mais de três anos e torturada de forma “brutal” com eletrochoques.

A seguir, entra em detalhes pessoais ao estilo de uma revista de celebridades: “Ela tem uma filha, Paula, em Porto Alegre, onde passa os fins-de-semana. Gosta de filmes e música cássica. Perdeu peso recentemente após ter adotado a dieta do presidente Lula”.

O documento diz ainda que Dilma é vista como “cabeça-dura, uma negociadora difícil e detalhista” e revela que as empresas americanas tiveram receio quando ela se tornou ministra de Minas e Energia, mas “agora admitem que ela fez um trabalho competente”.

Rumo à eleição

O assessor da embaixada em Brasília, Phillip Chicola, relatou a Washington que Dilma Rousseff aumentou muito as suas chances de ser a candidata do PT depois da sessão no Senado em 7 de maio de 2009.

Dilma foi chamada para explicar o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e acabou tendo que explicar o escândalo do vazamento de informações dos cartões de crédito do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Logo no começo, o senador do DEM José Agripino Maia perguntou como deveriam acreditar nela, já que ela havia mentido quando interrogada pelos militares.

Nas palavras de Chicola, “a performance de Rousseff perante o comitê poderia ter prejudicado ou afundado suas chances presidenciais, se tivesse ido mal”. Mas Jose Agripino Maia “mancou feio” ao fazer a pergunta.

“Rousseff respondeu que foi brutalmente torturada pelos militares e tinha orgulho de ter mentido sob tortura porque isso salvou as vidas de outros que lutavam contra a ditadura. Com essa resposta dramática e inquestionável, Rousseff permaneceu no controle durante a maior parte da sessão”, diz o telegrama.

Câncer

Em outro relatório, enviado em 20 de julho de 2009, a diplomata Lisa Kubiske comenta o aumento de Dilma nas pesquisas apontando como consequência da sua visibilidade nas obras do PAC e da sua luta contra o câncer.

“Enquanto Rousseff continuar parecendo uma lutadora que venceu o câncer, suas chances presidenciais vão aumentar”, diz ela.

O estado de saúde de Dilma já havia sido tema de um extenso relatório enviado a Washington em 19 de junho, sob o título “Quão doente está Dilma Rouseff?”.

Nele, o embaixador Clifford Sobel relata as informações coletadas em conversas sobre a saúde da futura presidente, incluindo detalhes sobre o câncer linfático do qual ela sofria.

“Seus médicos afirmam que o câncer foi diagnosticado cedo e ela tem 90% de chance de se recuperar totalmente. Ela tinha nódulos linfáticos debaixo do braço esquerdo e começou um programa de um mês de quimioterapia em abril. Em maio, foi hospitalizada emergencialmente com dores nas pernas, o que foi atribuído à interrupção abrupta de medicamentos associados à quimioterapia. Os médicos dizem que ela vai reduzir esses remédios para evitar uma recaída”, diz o telegrama.

“No começo de junho ela havia completado três sessões de quimioterapia. Em uma reunião no dia 18 com um visitante de Washington, Rouseff parecia bem, com boa cor natural e pouca maquiagem, e um assessor disse ao embaixador que Rousseff estava respondendo tão bem à quimioterapia que suas sessões deveriam ser reduzidas de seis para quatro”.

No documento, Sobel especula sobre as consequências da doença da pré-candidata. Dilma poderia estar bem mais doente do que foi revelado publicamente, o que seria pouco provável. Outra possibilidade seria a doença piorar, inviabilizando sua candidatura. Finalmente, Dilma poderia reagir bem à quimioterapia e se recuperar do câncer. O embaixador via essa possibilidade como a mais provável – foi o que acabou acontecendo.

“Alguns analistas notaram que uma ‘vitória’ sobre o câncer jogará a seu favor e impulsionará a imagem de uma lutadora e vencedora. Mas se ela parecer fraca e derrotada, os eleitores vão minguar”.

Caso de Dilma não pudesse mais ser a candidata, Sobel faz outra uma lista de cenários possiveis.

No primeiro, o candidato do PT seria Antônio Palocci ou Gilberto Carvalho. No segundo, Aécio Neves se mudaria para o PSB ou o PV e poderia ser o candiato com apoio petista. E finalmente, Sobel reproduz especulações sobre um terceiro mandato de Lula, ouvidas em especial do deputado federal PPbista George Hilton.

“A doença de Rousseff mostrou uma vulnerabilidade do PT que não existia alguns anos atrás, quando podia indicar diversos governadores e congressistas como estrelas do partido. Essas estrelas por uma razão ou por estão apagadas e o partido adotou Dilma Rousseff, a escolhida de Lula, seu maior líder, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”, conclui Sobel.

Jornalistas

A embaixada acompanhou com informes regulares a contagem regressiva para a campanha eleitoral. Em outubro de 2009, a conselheira Lisa Kubiske já arriscava palpites sobre o pleito brasileiro. Um telegrama confidencial do dia 21 alertava Washington: “fiquem ligados!’

Nele, Kubiske dizia que o resultado dependeria da capacidade de Lula de transferir sua popularidade a Dilma, “ao mesmo tempo permitindo que ela se distingua como uma figura presidencial viável”.

Kubiske aponta em diversos telegramas a “falta de carisma” de Dilma.

Em fevereiro de 2010 ela conta que Dilma encostou em Serra nas pesquisas, e descreve a opinião de diversos jornalistas consultados pela representação americana.

“Os críticos mais ferrenhos de Rousseff frequentemente enfatizam que a campanha na TV e os comícios vão matar a sua candidatura”, afirma Kubiske, citando o apresentador da Globo William Waack.

Waak teria dito que em um fórum com empresários, Aécio Neves teria se mostado “o mais carismático”, Ciro Gomes “o mais forte”, Serra “claramente competente” e Dilma “a menos coerente”.

“Outros críticos usam um argumento mais sutil, dizendo de maneira racional que o desejo do Brasil por continuidade depois de anos de progresso na verdade beneficia Serra, visto como mais provável a seguir o caminho econômico iniciado por Cardoso e seguido por Lula”, escreveu Kubiske.

Bizantino

Os relatórios enviados pela embaixada americana em Brasília sobre as eleições foram muito apreciados em Washingon. Em um telegrama de 23 de abril de 2009, Clinton agradece pelo informe “estelar” sobre o candidato do PSDB José Serra.

Em outro telegrama, datado de 24 de julho, Clinton explica que as informações sobre Dilma foram usadas em reuniões de “briefing” com o alto escalão do governo dos EUA, inclusive o secretário do Tesouro Timothy Geithner. Hillary finaliza agradecendo o assessor para assuntos políticos Dale Prince por esclarecer sobre o sistema político brasileiro, “frequentemente bizantino”.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#19 Mensagem por Kengo » 04 Jan 2011, 15:57

RESCALDO DAS ELEIÇÕES
É Dr. Farah, pelo visto não sou o único desconfiado de José Serra.

O governador eleito de SP, Geraldo Alckimin, decidiu passar um "pente fino" nas contas de José Serra.

Além de ter expurgado os "serristas" do Palácio dos Bandeirantes agora Geraldo Alckimin resolveu auditar as contas de josé Serra.

Dizem os "alckimistas" que não se trata de uma revanche do episódio de 2007 quando José Serra num ímpeto de austeridade fiscal declamou (sim, como se fosse um poema) que iria auditar as contas de seu antecessor, Geraldo Alckimin.

Auditoria cujos resultados nunca vieram a público.

Alckimin alega que são contratos da ordem de 4 bilhões.

Vejamos o que diz o Dr Farah sobre rombos financeiros
DR ABDELMASSIH FARAH escreveu: so p/ ter 1 idéia os EUA quebraram [crise] c/ valores menores do Panamericano[2 bilhões]
Seguindo essa linha de raciocínio, o que se dirá de contratos que somam 4 bilhões?

Talvez, daí a importância de se fazer uma auditoria nas contas de José Serra.

Talvez o governador Alckimin também tenha ficado apreensivo ao ter visto esse vídeo de José Serra lidando com números:

Imagem

A afirmação do Dr Farah e o vídeo acima são duas justificativas mais do que plausíveis para uma auditoria em contratos da gestão Serra.

E vão muito além de uma simples revanche.

E depois de tudo isso, Serra ainda foi ovacionado por um público animado pela oratória de Geraldo Alckimin:

Imagem

E dizem que Alckimin é tão sem graça quanto um chuchu... Geraldo Alckimin é maquiavéllico!

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#20 Mensagem por Tricampeão » 04 Jan 2011, 20:47

Kengo escreveu:
O governador eleito de SP, Geraldo Alckimin, decidiu passar um "pente fino" nas contas de José Serra.

O modus operandi do crime organizado não muda.
Quando um assecla falha vergonhosamente, ele é sacrificado pelos chefões. Leva toda a culpa, de forma que os demais possam sair livres.
Modéstia à parte, eu já sabia que isso ia acontecer. Alckmin não ia deixar o Aécio se tornar o anti-Serra, a renovação, a esperança do PSDB. Por isso apostei que o Aécio ia ter que deixar o partido.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#21 Mensagem por Kengo » 05 Jan 2011, 12:35

Tricampeão escreveu:
Kengo escreveu:
O governador eleito de SP, Geraldo Alckimin, decidiu passar um "pente fino" nas contas de José Serra.

O modus operandi do crime organizado não muda.
Quando um assecla falha vergonhosamente, ele é sacrificado pelos chefões. Leva toda a culpa, de forma que os demais possam sair livres.
Modéstia à parte, eu já sabia que isso ia acontecer. Alckmin não ia deixar o Aécio se tornar o anti-Serra, a renovação, a esperança do PSDB. Por isso apostei que o Aécio ia ter que deixar o partido.


Na minha opinião Aécio era o nome ideal para a presidência.

É o nome mais agregador do PSDB.

O país respiraria outros ares após 08 anos de PT no governo. Não acho saudável um partido se perpetuar no poder.

Enterraria o Serra e tudo o que ele representa em SP.

Diante das opções, qualquer coisa seria melhor que Serra no poder.

Agora é aguardar Aécio migrar para outro partido e fundar uma oposição, pois o que temos aqui como oposição são pessoas que gritam no parlamento que vão "espancar" o presidente nas ruas.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#22 Mensagem por Sempre Alerta » 06 Jan 2011, 21:49

Sobre o resultado das eleições presidenciais, artigo corajoso de um fundador do PSDB, Ministro de FHC e professor da FGV.
Dois males afinal evitados

LUIZ CARLOS BRESSER PEREIRA

Eleição rejeitou o udenismo moralista e potencialmente golpista e a americanização das discussões políticas
As eleições do último domingo foram livres e democráticas. Foram próprias de uma democracia consolidada, porque o Brasil conta com uma grande classe média de empresários e de profissionais e com uma classe trabalhadora que participa dos ganhos de produtividade.
Porque conta com um sistema constitucional-legal dotado de legitimidade e garantido por um Estado moderno, que é efetivo em garantir a lei e crescentemente eficiente em gerir os serviços sociais e científicos que permitem reduzir a sua desigualdade.
É verdade que os dois principais candidatos não conseguiram desenvolver um debate que oferecesse alternativas programáticas e ideológicas claras aos eleitores. Por isso, a grande maioria dos analistas os criticou. Creio que se equivocaram.
O debate não ocorreu porque a sociedade brasileira é hoje uma sociedade antes coesa do que dividida. Sem dúvida, a fratura entre os ricos e os pobres continua forte, como as pesquisas eleitorais demonstraram. Mas hoje a sociedade brasileira é suficientemente coesa para não permitir que candidatos com programas muito diferentes tenham possibilidades iguais de serem eleitos - o que é uma coisa boa.
Os dois males que de fato rondaram as eleições de 31 de outubro foram os males do udenismo moralista e potencialmente golpista e o da americanização do debate político.
Quando setores da sociedade e militantes partidários afirmaram que a candidata eleita representava uma ameaça para a democracia, para a Constituição e para a moralidade pública, estavam retomando uma prática política que caracterizou a UDN (União Democrática Nacional), o partido político moralista e golpista que derrubou Getulio Vargas em 1954.
Não há nada mais antipolítico ou antidemocrático do que esse tipo de argumento e de prática. As três acusações são gravíssimas; se fossem verdadeiras -e seus proponentes sempre acham que são- justificam o golpe de Estado preventivo. Felizmente a sociedade brasileira teve maturidade e rejeitou esse tipo de argumento.
Quanto ao mal da americanização da política, entendo por isso a mistura de religião com política em um país moderno.
Os Estados Unidos, que no final da Segunda Guerra Mundial eram o exemplo de democracia para todo mundo, experimentaram desde então decadência política e social que teve como uma de suas características a invasão da política por temas de base religiosa como a condenação do aborto.
De repente um candidato passa a ser amigo de Deus ou do diabo, dependendo de ser ele "a favor da vida" ou não. A separação entre a política e a religião -a secularização da política- foi um grande avanço democrático do século 19. Voltarmos a uni-las, um grande atraso, a volta à intolerância.
A sociedade brasileira resistiu bem às duas ameaças. E a democracia saiu incólume e reforçada das eleições.
Em seu discurso após a eleição, Dilma Rousseff reafirmou seu compromisso com os pobres, ao mesmo tempo em que se dispôs a realizar uma política de conciliação, não fazendo distinção entre vitoriosos e vencidos.
Estou seguro que será fiel a esse compromisso, como o foram os últimos presidentes. Nossa democracia o exige e permite.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0711201009.htm

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#23 Mensagem por Tricampeão » 06 Jan 2011, 23:04

Kengo escreveu:Na minha opinião Aécio era o nome ideal para a presidência.

É o nome mais agregador do PSDB.

O país respiraria outros ares após 08 anos de PT no governo. Não acho saudável um partido se perpetuar no poder.
Divirjo.
Entendo que nomes significam pouco. Essa última eleição provou isso, na minha opinião.
Como a eleição geralmente vai para o segundo turno, não tem jeito: no final, só há dois lados.
Um lado que é favorável à justiça social, à liberdade de expressão e de organização, à soberania nacional e outras posições que historicamente se associam à esquerda; e o outro lado tem que se posicionar exatamente de forma oposta.
Mesmo que o candidato que está mais à direita seja ateu e já tenha sido comunista, por exemplo, ele precisa se aproximar da Igreja.
Mesmo que o candidato que está mais à esquerda não queira, por exemplo, defender a livre escolha no caso do aborto, ele tem que fazê-lo. Porque o outro lado vai escolher a posição radicalmente oposta, a da criminalização do aborto. Mesmo que o candidato que está mais à direita na verdade não goste disso.
Numa eleição com dois candidatos, não há espaço para o cinza. É preto ou branco.
Não foi à toa que o último comício da Dilma foi na Praça da Liberdade e o do Serra, na Praça do Papa.
Acredito que, se o candidato fosse o Aécio, a campanha seria fundamentalmente a mesma. O Aécio não ia ser burro de pagar aquele mico da bolinha de papel, mas ele tem outras debilidades.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#24 Mensagem por Carnage » 09 Jan 2011, 14:51

http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com ... 01-31.html
PT pode realizar o sonho do PSDB: 20 anos de poder

No curso do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), Sérgio Motta, ministro das Comunicações, fez uma profecia.

Inebriado com o êxito do Plano Real, Sérgio Motta previu que o PSDB ficaria no poder por 20 anos.

Ao tomar posse neste sábado (1º), Dilma Rousseff converte o vaticínio de Sérgio Motta em pesadelo.

O sonho do tucanato mudou de mãos. Hoje, o maior receio da oposição é o de que o PT permaneça no poder por duas décadas.

Somando-se os dois mandatos de Lula ao primeiro ciclo de Dilma, chega-se a 12 anos de presidências petistas.

Se Dilma for bem, será difícil tirar dela a reeleição. Se for um desastre, Lula ganha discurso para voltar: a “arrumação da casa”.

Com uma ou com outro, o PT irá às urnas de 2014 com chances de reter a poltrona de presidente por mais quatro anos, até 2018.

Nessa hipótese, somará 16 anos de Planalto. E estará a um mandato da concretização do sonho que Sérgio Motta idealizara para o PSDB.

Ironicamente, o petismo serve-se de um mecanismo que o próprio Sérgio Motta ajudou a aprovar no Congresso: a reeleição.

Afora a mulher de FHC, Ruth Cardoso, poucas pessoas usufruíam da intimidade do ex-presidente tucano como Sérgio Motta.

Conhecera-o em 1975, no jornal “Movimento”. Em 1978, já era coordenador da campanha de FHC ao Senado.

Nessa época, Sérgio Motta, espaçoso e dado a crescer para as laterais, ganhou um apelido que esmagou-lhe o sobrenome. Chamavam-no Sérgio Gordo.

À frente da pasta das Comunicações passou a ser chamado de Serjão. Fazia jus ao aumentativo.

Exceto pela voz, fina como a de uma criança, tudo em Serjão parecia exagerado. A começar por seu apetite.

Tinha fome de comida e, sobretudo, de poder. Sob FHC, onde houvesse uma fresta vazia, lá estava Serjão para ocupá-la.

A certa altura, o combate à inflação estava tão bem encaminhado que parecia faltar oposição ao governo. Serjão fez as vezes de oposicionista.

Criticava o governo com gosto. Chegou a tachar o Comunidade Solidária, programa conduzido pela primeira-dama Ruth, de “masturbação sociológica”.

Uma infecção pulmonar matou-o em abril de 1998. Desceu à cova depois de articular no Congresso a aprovação da emenda da reeleição, contra os votos do PT.

Antes de virar ministro, Serjão era uma combinação de empresário e tocador de campanhas políticas, não necessariamente nessa ordem.

A obsessão pela tese da reeleição fez com que o governo FHC ficasse com a cara de Serjão, personagem pouco afeito a pedidos de licença.

Governos assim costumam encurtar caminhos. Mas flertam com o risco de esbarrões indesejados. No caso da reeleição, o Planalto esbarrou numa gravação.

Veiculada pelo repórter Fernando Rodrigues, na Folha, a fita revelava diálogos comprometedores de obscuros deputados acreanos.

Sem saber que estavam sendo gravados, contaram ter recebido R$ 200 mil para votar a favor da emenda que abriria o caminho para a reeleição de FHC.

Num dos diálogos, fez-se menção a uma “cota federal”, provida por Serjão. O noticiário provocou enorme alarido e nenhuma investigação.

Serjão foi ao esquife antes de ver o amigo reeleger-se em 1998. Cavalgando o Real, FHC prevaleceu sobre Lula, pela segunda vez, no primeiro turno.

O idílio de Serjão mudou de dono na eleição seguinte. Representado por José Serra, o PSDB foi, finalmente, batido por Lula em 2002.

No primeiro mandato, Lula manteve intactos os pilares sobre os quais FHC assentara a estabilidade da economia brasileira. Colheu frutos vistosos.

Nos dois reinados de Lula, o país conviveu com uma inflação média de 5,77% ao ano. Índice alto, mas inferior aos 9,10% da era FHC.

Lula entregou, entre 2003 e 2010, um crescimento médio do PIB de 4% ao ano. Acima da média de 2,47% obtida nos oito anos de FHC.

Ao êxito econômico, somou-se o sucesso social. Sob Lula, as despesas da União cresceram 2,9 pontos percentuais do PIB.

O grosso dos gastos –2,2 pontos percentuais do PIB— foi borrifado nos programas de transferência de renda a famílas pobres.

Na ponta do lápis, Lula chegou a 2010 aplicando nesse tipo de rubrica R$ 75 bilhões a mais do que aplicava FHC em 2002, último ano da era tucana.

Vem daí o tônico que levou à popularidade recorde de Lula, à eleição de Dilma e à conversão do vaticínio de Serjão em sonho do PT e pesadelo da oposição.



http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... erno-dilma
Na primeira “crise”, os primeiros sinais do governo Dilma

A agenda de um governo muitas vezes se define pelos seus primeiros sinais. Eles, em geral, não são muito diretos e até por isso são comumente ignorados pelo jornalismo tradicional, que vive de futricas.

No meio da campanha, os analistas dos veículos tradicionais insistiram na tese de que o dono do governo Dilma seria o PMDB.

Que o partido de Temer teria uma participação muito maior na era Dilma do que na de Lula. E que o PT teria de se contentar com um naco muito menor de poder.

Na formação inicial do governo, essa tese não se confirmou. Muito pelo contrário.

O PMDB perdeu duas pastas importantes, Saúde e Comunicação, “trocadas” por Assuntos Estratégicos e Turismo, bem menores e menos influentes.

Comunicação e Saúde passaram exatamente para as mãos do PT. E para gente da estrita confiança da presidenta eleita, Alexandre Padilha e Paulo Bernardo.

O que está por trás dessa decisão de Dilma? Ela está querendo apenas mostrar quem manda no governo para o partido de Temer? Por que ela decidiu mexer no vespeiro da aliança política que a levou ao Palácio cutucando exatamente seu aliado preferencial?

De fato, há um sinal claro de que Dilma dá um recado geral: “o governo é de todos nós, mas a última palavra é minha”.

Mas isso não explica o risco que a operação política de tirar o PMDB do controle da Saúde e da Comunicação implica. Há um algo mais aí.

Dilma escolheu, entre outras, as áreas de Saúde e de Comunicação como estratégicas do seu governo. E por isso resolveu enfrentar as feras logo de cara para controlar esses setores.

Na Comunicação, a presidenta não deve deixar a regulação da mídia de lado, mas a menina dos olhos vai ser a Banda Larga.

Ao escolher Paulo Bernardo, Dilma aponta que essa será uma de suas prioridades, pois quando estava no Planejamento o ministro realizava o plano estratégico deste setor.

A Banda Larga com preço acessível para a classe C parece ter sido um dos programas eleitos por Dilma para ser uma das marcas do seu mandato. Não vai ser o seu Bolsa Família, mas tem potencial para ser algo como o Luz para Todos da era virtual.

Outra ação que Dilma quer tornar marca deste seu mandato é a melhoria no atendimento à saúde. Ou seja, acabar com as filas no SUS e dar padrão de qualidade no setor público à média do setor privado.

A intenção da presidenta parece ser a de levar à Saúde procedimentos semelhantes aos que foram implementados na Educação no que diz respeito ao gerenciamento estratégico da área e à construção de indicadores.

Dilma quer uma gestão inteligente no ministério e tinha convicção de que isso só poderia ser realizado por alguém com tino político, mas sem compromissos de compadrio. Por isso, escolheu Padilha.

A ele vai caber a missão de trabalhar com senso de prioridade para mudar a realidade do setor sem fazer alarde, mas possibilitando que ao fim de quatro anos a presidenta possa falar da área com orgulho, o que não foi possível ao final dos oito anos de governo Lula.

A presidenta parece também estar convencida que a Saúde é fundamental para a ação de segurança pública ter eficiência no combate à proliferação do uso de drogas, especialemente o crack.

Furtos e pequenos crimes nas grandes cidades guardam relação com eessa droga e Dilma já tratou da questão em vários dos seus pronunciamentos, incluindo o discurso da posse no Congresso.

Ainda é cedo para fazer prognósticos sobre o governo que se inicia. Mas as primeiras cartas lançadas parecem mostrar que Comunicação e Saúde não serão patinhos feios deste governo.

Quanto ao PMDB, o partido vai ser compensado pelas perdas que teve nessas áreas. Isso já estava no cálculo.

Mas quanto mais chiar, menos vai levar. Na lógica de Dilma, não funciona a intimidação e a pressão. É bom o PMDB levar em conta que a nova presidenta não abriu o bico nem sob tortura. E na época era só uma jovem.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#25 Mensagem por Kengo » 10 Jan 2011, 14:20

Tricampeão escreveu:
Kengo escreveu:Na minha opinião Aécio era o nome ideal para a presidência.

É o nome mais agregador do PSDB.

O país respiraria outros ares após 08 anos de PT no governo. Não acho saudável um partido se perpetuar no poder.
Divirjo.
Entendo que nomes significam pouco. Essa última eleição provou isso, na minha opinião.
Como a eleição geralmente vai para o segundo turno, não tem jeito: no final, só há dois lados.
Um lado que é favorável à justiça social, à liberdade de expressão e de organização, à soberania nacional e outras posições que historicamente se associam à esquerda; e o outro lado tem que se posicionar exatamente de forma oposta.
Mesmo que o candidato que está mais à direita seja ateu e já tenha sido comunista, por exemplo, ele precisa se aproximar da Igreja.
Mesmo que o candidato que está mais à esquerda não queira, por exemplo, defender a livre escolha no caso do aborto, ele tem que fazê-lo. Porque o outro lado vai escolher a posição radicalmente oposta, a da criminalização do aborto. Mesmo que o candidato que está mais à direita na verdade não goste disso.
Numa eleição com dois candidatos, não há espaço para o cinza. É preto ou branco.
Não foi à toa que o último comício da Dilma foi na Praça da Liberdade e o do Serra, na Praça do Papa.
Acredito que, se o candidato fosse o Aécio, a campanha seria fundamentalmente a mesma. O Aécio não ia ser burro de pagar aquele mico da bolinha de papel, mas ele tem outras debilidades.
Os fatos me obrigam a discordar do que você diz, Tricampeão.

Na esfera política nomes significam muito aqui no Brasil. O que eu considero um erro... mas foi um nome que definiu essa eleição a presidente.

Ademais, essas questões levantadas por você que obrigaram os candidatos a se posicionarem contra seus princípios - a Dilma se comprometendo a ser contra o aborto e o Serra se dizendo contra a privatizações - foram questões levantadas pela campanha do candidato derrotado numa tentativa de dizer aos eleitores: "ou vocês ficam com ela que é a favor do aborto ou ficam comigo" quando seria no mínimo mais civilizado os candidatos ofertar planos de metas e de ação para que os eleitores pudessem diferencia-los uns dos outros...

Ídeologias políticas, religião, socialismo x capitalismo... nada disso deveria influir na escolha do presidente por um motivo simples:

Ele terá de governar para todos. Para aqueles de quem gosta e para aqueles que detesta.

Aquilo a que deveríamos nos ater em eleições nem apareceu nessa que é um plano de metas claras.

O que vamos de encontro àquilo que afirmei e que mantenho aqui, essa era a vez de Aécio sentar na cadeira do terceiro andar do palácio dos despachos.

Está mais preparado do que a Dilma e é mais conciliador e agregador do que José Serra... o capeta deve ter mais companheiros do que José Serra...

Espero que a Dilma consiga tocar o barco e que José Serra fique enterrado de vez.

Por falar no salamandro...

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#26 Mensagem por Kengo » 10 Jan 2011, 14:30

RESCALDO DAS ELEIÇÕES
Saiu na Falha de São Paulo:

SP revê prazos e promete apenas uma linha nova de metrô até 2014

Das quatro linhas de metrô anunciadas por José Serra, seu sucessor Geraldo Alckmin (aquele que pediu uma auditoria nas contas de José Serra) já diz que será possível concluir apenas uma até a copa de 2014.

De QUATRO só será possível entregar apenas UMA até 2014. (olha o trocadilho...rsrsrs)

Em contrapartida, o secretário de transportes da administração Geraldo Alckmin, Jurandir Fernandes, já declarou apoio incondicional ao trem bala anunciados por Dilma e Lula durante a campanha eleitoral...

Também declarou que "sonha com a volta dos trens regionais (o que houve com o modelo de concessão de rodovias?)

É... e dizem que o Geraldo é tão sem graça quanto um chuchu...

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#27 Mensagem por Kengo » 19 Jan 2011, 14:29

RESCALDO DAS ELEIÇÕES
Precatórios são:

"formalizações de requisições de pagamento de determinada quantia, superior a 60 salários mínimos por beneficiário, devida pela Fazenda Pública, em face de uma condenação judicial."

Estima-se que há cerca de 80 mil pessoas aguardando o pagamento de precatórios, tanto do estado quanto da prefeitura, em São Paulo.

Desses mais de 80mil precatórios pendentes, no ano de 2010 apenas 37 foram pagos.

Pessoas como o advogado Hamilton de Lima Neto de 67 anos que aguarda o pagamento de seu precatório há 25 anos "aceitou" , em outubro passado, um acordo para recebe-lo em prestações de 0,65% do montante que teria a receber a vista ao participar de um workshop no Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo em que o tribunal do Estado de São Paulo argumentou que o Estado não aguentaria o peso de todas essas dívidas...

A Fazenda Estadual de São Paulo é a maior devedora nacional de precatórios, atingindo o seu débito total cerca de 20 BILHÕES DE REAIS.

Nos anos de 2007, 2008 e 2009 foram pagos aos milhares de titulares de precatórios de natureza alimentar APENAS 504 MILHÕES DE REAIS.

Mas nesse mesmo período, 2007, 2008 e 2009, a Fazenda Estadual de São Paulo destinou para pagamento de grandes credores da fazenda pública, a inacreditável quantia de 4 BILHÕES E 650 MILHÕES DE REAIS.

Dentre os grandes credores que receberam 4 BILHÕES E 650 MILHÕES DE REAIS apenas um recebeu na gestão Serra quase UM BILHÃO E 100 MILHÕES DE REAIS.

Trata-se de ex-proprietários da área onde hoje situa-se o Parque Villa-Lobos em São Paulo, junto à Marginal Pinheiros.

Pois bem, agora questiona-se porque que em 28 de dezembro de 2009, Serra liberou cerca de 400 milhões de reais (pagando antecipado a nona parcela do precatório do Parque Villa Lobos) de uma única vez sendo que tinha a alternativa de diluí-la em parcelas ao longo de 15 anos.

Mas tudo isso torna-se irrelevante diante dos DOIS passaportes diplomáticos dos filhos do Lula ou diante da estadia dele em um um forte do exército no Guarujá...

Quando na verdade ambos os fatos deveriam ter o mesmo peso e exposição na mídia, pois ambos envolvem moralidade e dinheiro público.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#28 Mensagem por Kengo » 24 Jan 2011, 13:37

RESCALDO DAS ELEIÇÕES
Saiu no Estadão:



O Estadão é aquele jornal que em seu editorial de 25 de setembro de 2010 intitulado "O mal a evitar"
declarou apoio formal a candidatura José Serra.

O que, na minha opinião, é um exemplo a ser seguido pelos demais meios de comunicação, pois seriam honestos com seus leitores...

Porém...

Hoje José Serra virou a Geni Buarquiana... todos lhe jogam pedras... do bispo de olhos vermelhos aos banqueiros de milhão....

O próprio Geraldo Alckimin, segundo matéria do Estadão, que tanto lhe ajudou em campanha aqui em São Paulo, hoje confessa a interlocutores que José Serra "exagerou" em propaganda e decidiu remanejar R$ 24 milhões do orçamento de comunicação para o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), que a usará para desassorear a calha do Rio Tietê.

Desassorear a calha do rio Tietê é algo que provoca cólicas no dr Farah! Alckimin deve perder um eleitor por isso...

E anunciou que revisará todos os contratos de publicidade da gestão Serra/Goldman...

E no meio político não conta muito o que se faz, mas o que se diz...

Alckimin pode até não revisar coisa alguma, mas só a declaração de que irá revisar os contratos da gestão Serra/Goldman já faz com que muitos reanalisem José Serra.
.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#29 Mensagem por Compson » 24 Jan 2011, 18:57

Eu tenho vários motivos para achar que Aécio seria um candidato de oposição melhor que Serra:

- Aécio é muito mais hábil politicamente (o que não é exatamente um elogio, dada a base de comparação);

- Aécio possui uma eleitoral sólida em seu estado, não sobrevive apenas do ódio paulistano a Lula e ao PT;

- ele não seria ingênuo a ponto de acolher os núcleos evangélicos de sua coligação, achando que utilizar um truque tão desgastante como colocar pastor no programa da TV iria atrair mais eleitores do que afastar;

- ele valorizaria o governo FHC e uma política econômica mais liberal em vez de querer ser um supra-Lula... Uma das coisas mais engraçadas era ler os blogs liberalóides fazendo piruetas intelectuais para mostrar como um salário mínimo de $600 e o aumento do bolsa família era um marco da liberalidade contra o "estatismo populista" de Lula e do PT.

No mais, o segundo turno não foi direita contra esquerda, foi um governo amplamente apoiado na figura de Lula e nos programas sociais contra uma direita radical (que tomou de assalto o discurso de Serra, incapaz de se sustentar mesmo dentro de sua própria campanha) tentando se passar por esquerda liberal, cujo único programa era martelar as cagadas de corrupção daquele mesmo governo e promover debates da pior qualidade e do maior oprotunismo, como o do aborto, o do aumento do salário mínimo...

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#30 Mensagem por Kengo » 25 Jan 2011, 15:06

Compson escreveu:Eu tenho vários motivos para achar que Aécio seria um candidato de oposição melhor que Serra:

- Aécio é muito mais hábil politicamente (o que não é exatamente um elogio, dada a base de comparação);

- Aécio possui uma eleitoral sólida em seu estado, não sobrevive apenas do ódio paulistano a Lula e ao PT;

- ele não seria ingênuo a ponto de acolher os núcleos evangélicos de sua coligação, achando que utilizar um truque tão desgastante como colocar pastor no programa da TV iria atrair mais eleitores do que afastar;

- ele valorizaria o governo FHC e uma política econômica mais liberal em vez de querer ser um supra-Lula... Uma das coisas mais engraçadas era ler os blogs liberalóides fazendo piruetas intelectuais para mostrar como um salário mínimo de $600 e o aumento do bolsa família era um marco da liberalidade contra o "estatismo populista" de Lula e do PT.

No mais, o segundo turno não foi direita contra esquerda, foi um governo amplamente apoiado na figura de Lula e nos programas sociais contra uma direita radical (que tomou de assalto o discurso de Serra, incapaz de se sustentar mesmo dentro de sua própria campanha) tentando se passar por esquerda liberal, cujo único programa era martelar as cagadas de corrupção daquele mesmo governo e promover debates da pior qualidade e do maior oprotunismo, como o do aborto, o do aumento do salário mínimo...
Eu concordo plenamente com você Compson. Creio que neste momento o Brasil alguém com o perfil do Aécio contribuíria muito mais do que alguém com o perfil da Dilma.

José Serra é passado.

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