Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1411 Mensagem por Carnage » 09 Out 2010, 01:42

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... amara.html
Coligação de Dilma tem maioria na Câmara

Coligação de Dilma tem maioria na Câmara

Por Caio Junqueira – Valor Econômico


A nova configuração política da Câmara dos Deputados apresenta um desenho mais favorável à candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, do que seu adversário no segundo turno, José Serra (PSDB). A coligação de Dilma, formada por PT, PMDB, PRB, PDT, PTN, PSC, PR, PTC, PSB e PCdoB, elegeu 311 deputados, contra 136 da de Serra, que inclui PSDB, DEM, PPS, PTB, PMN e PTdoB. Seis partidos que não estão nem na coalizão petista nem na tucana somam 66 deputados. São eles PV, PSOL, PP, PHS, PRP, PRTB e PSL.

Embora com estreita margem, os números dão à candidata do governo quórum suficiente para aprovar reformas constitucionais, para as quais são necessários os votos de 308 deputados. Dão ainda margem folgada para aprovar projetos do governo, que necessitam de aprovação de maioria simples de 257 deputados.

A nova Câmara, que teve renovação de 44,6% -abaixo da média das cinco últimas eleições-, apresentou a ascensão das bancadas de partidos médios à direita e à esquerda no espectro político. Isso fez emergir na Casa duas novas forças que tendem a ser decisivas nas votações e na eleição da Mesa da em fevereiro de 2011, quem quer que seja o presidente eleito.

O grupo formado por PSB, PDT e PCdoB, que articula a recomposição do chamado “bloco de esquerda”, ficou com 77 deputados, 13 a mais do que os 64 eleitos em 2006. Pela direita, PP, PTB e PR, partidos que saíram chamuscados das urnas há quatro anos em decorrência do escândalo do mensalão, do qual foram protagonistas com o PT, apresentaram representativo salto nas urnas anteontem. Juntos, elegeram 103 deputados, 15 a mais do que em 2006.

Esse cenário coloca a coligação de Dilma, liderada por PT e PMDB, os dois partidos que terão as maiores bancadas em 2011 e que já articulam nomes para a presidência da Câmara, na dependência direta de negociações com esses blocos parlamentares. Isso porque, sozinhos, não têm a maioria necessária para eleger os dirigentes da Casa e os principais cargos nas comissões temáticas.

Os pemedebistas, que perderam dez deputados, querem que Henrique Eduardo Alves (RN) seja presidente da Câmara. Os petistas falam em Cândido Vaccarezza (SP), atual líder do governo, embora haja articulações em torno de João Paulo Cunha (SP), Arlindo Chinaglia (SP) e Henrique Fontana (RS).

Em outra frente, a oposição, que fez 136 deputados, pode, no caso de vitória de Serra, atrair o bloco de direita para uma eventual base governista tucana, uma vez que o PP ficou indiferente na disputa deste ano e o PTB apoiou formalmente Serra -apesar de a base parlamentar de ambos ser dilmista; e o PR compôs a base aliada de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ainda no tempo em que era PL. O partido cresceu 78% na Câmara entre as eleições de 2006 e 2010, muito em decorrência de Anthony Garotinho (PR-RJ), ex-governador e deputado federal mais votado do Rio. Tendo arrastado seis deputados consigo, será um interlocutor importante dentro da legenda nas articulações da Casa.

Os partidos que mais cresceram foram PRB (700%), PTdoB (200%) e PSC (89%), que, contudo, partiram de bases pequenas, o que explica o salto. O PRB foi de um para oito deputados; PTdoB de um para três e PSC de nove para dezessete. Na oposição, todos os partidos tiveram queda na bancada. O PPS teve a maior queda, de 46%. Foi de 22 eleitos em 2006 para 12 neste ano; o DEM caiu de 65 para 43 (-34%); e o PSDB de 66 para 53 (-20%). Entre os partidos governistas, o maior deles, o PMDB, caiu 11%. Elegeu 89 deputados em 2006 e anteontem 79.

O quadro geral com as novas bancadas pode ainda sofrer alterações, tendo em vista que a Justiça Eleitoral ainda não decidiu o destino dos candidatos considerados “ficha suja”. O PMDB deve ser o mais beneficiado com uma eventual validade da lei neste ano. Pelos seus cálculos, se tiver vigência já nessas eleições, sua bancada na Cãmara tende a se aproximar da do PT.

http://www.viomundo.com.br/politica/con ... amara.html
Congresso em Foco: Base aliada conquistou 400 vagas na Câmara

4 de Outubro de 2010 – 16h19

Base aliada conquistou mais de 400 vagas na Câmara dos Deputados

do Congresso em Foco, via Vermelho


Em 2011, a base aliada de um eventual governo Dilma Rousseff (PT) será 13% maior do que aquela que emergiu das urnas há quatros anos e estava alinhada com a administração do presidente Lula. Serão 402 deputados federais, ante os 380 de hoje e os 357 eleitos em outubro de 2006. O PT será o partido com maior número de cadeiras, com 88 parlamentares, seguido pelo PMDB, com 79.

Confira as listas (arquivos em PDF):

* Lista com nome dos deputados federais eleitos
http://congressoemfoco.uol.com.br/uploa ... CD2011.pdf

* Lista com as mudanças nas vagas dos partidos
http://congressoemfoco.uol.com.br/uploa ... adasCD.pdf

Ou seja, se hoje o presidente Lula tem uma maioria folgada na Câmara, o eventual governo Dilma Rousseff deve ter ainda mais tranqüilidade com os deputados federais. E a eventual e improvável administração de José Serra (PSDB) terá razoáveis dificuldades com a oposição dos petistas.

É o que revela levantamento do Congresso em Foco com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), coletados até pouco depois da 0h desta segunda-feira (4).

De forma inversa, as oposições devem encolher um pouco mais. Se em outubro de 2006 PSDB, DEM, PPS e PSOL somavam 156, atualmente eles são 133. E a previsão é que em 2011 eles sejam apenas 111 parlamentares. Uma redução de 29%.

Imagem

Partidos

O PT têm motivos para comemorar em 2011. O partido desejava fazer a maior bancada da Casa, principalmente para poder disputar a vaga de presidente da Câmara, numa negociação com o PMDB, dentro da coalizão governista. Projeções de institutos e cientistas políticos já apontavam essa tendência.

O desejo vai virar realidade. O partido de Lula e Dilma passará de 79 para 88 cadeiras na Casa. A quantidade é expressiva, mas ainda menor do que a obtida em 2002, quando o PT teve 91 deputados eleitos. Apesar disso, as outras três legendas atrás dos petistas terão suas bancadas reduzidas no ano que vem.

O PMDB, que hoje é o maior partido, cairá de 90 deputados para 79. Ainda antes das eleições, a sigla também brigava internamente com os petistas para presidir a Câmara. Com a redução da bancada, o PMDB de Henrique Eduardo Alves (RN) perde força nessa pretensão.

O PSDB se mantém como a terceira força na Casa e o principal partido de oposição. Mas caiu de 59 para 53 parlamentares. O DEM (ex-PFL) terá 43 deputados em vez dos atuais 56. Mas o pior revés para os oposicionistas foi a queda na bancada do PPS, que elegeu 22 deputados em 2006 e agora elegeu apenas 12.

Mudanças à vista

Os dados apresentados pelo Congresso em Foco estão sujeitos a modificações. Isso porque, com um sem número de candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não contabilizou os votos dos políticos vetados pela Justiça. O resultado pode ser revertido com liminares e futuras decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, a apuração das eleições não havia terminado até o fechamento desta reportagem. O levantamento do Congresso em Foco foi fechado pouco depois da 0h desta segunda-feira (4). E coletou dados dos 27 estados, nos quais pelo menos 98,30% dos votos estavam apurados, caso do Acre. Ou seja, ao término da contagem dos votos, é possível que a quantidade de deputados por partido seja alterada. Mas é pequena esta possibilidade.

Fonte: Congresso em Foco

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1412 Mensagem por Carnage » 09 Out 2010, 01:45

http://www.conversaafiada.com.br/politi ... rotogenes/
Dantas e Bonner não impedem eleição de Protógenes

O Conversa Afiada publica e-mail de amigo navegante especialista em legislação eleitoral:


PH,

O Jornal Nacional cometeu uma gafe ontem.

Em matéria de destaque sobre os votos do Tiririca, William Bonner afirma com todas as letras que, “caso a candidatura de Tiririca seja impugnada, os votos dele serão anulados”. Na matéria ainda o JN fez questão de colocar em destaque os 3 deputados, entre eles Protógenes Queiroz, que “teriam sua eleição ameaçada” na hipótese de Tiririca ser punido.

Veja aqui o vídeo da “barriga” do JN.

A informação NÃO É VERDADEIRA.

Ou faltou lição de casa para o JN ou sobrou assessoria do Daniel Dantas.

O Art. 175 do Código Eleitoral é claro no sentido de que, caso a impugnação ocorra após uma eleição, OS VOTOS NÃO SÃO ANULADOS e ficam com o partido/coligação que o elegeu. Portanto, caso Tiririca seja punido, José Genoíno, primeiro suplente da coligação, seria eleito Deputado Federal. Os 3 deputados mostrados no JN não correm qualquer risco com relação a Tiririca (Apenas o Deputado Wanderley Sidraque – PT perderia o cargo caso Maluf seja considerado “ficha-suja”).

Segue o Art. 175 do Código Eleitoral (ou da “Constituição” como o JN gosta de falar) e os parágrafos esclarecedores sobre o caso: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/ ... ei-4737-65

§ 3º Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados a candidatos inelegíveis ou não registrados. : (Parágrafo renumerado pelo art. 39 da Lei 4.961 , de 4 5.66)

§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica quando a decisão de inelegibilidade ou de cancelamento de registro for proferida após a realização da eleição a que concorreu o candidato alcançado pela sentença, caso em que os votos serão contados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu registro. (Incluído pela Lei nº 7.179 , de 19.12.1983)

Para desespero de Daniel Dantas e tristeza de alguns jornalistas (inclusive dentro da Rede Globo), o – ínclito, como você diz – Delegado Protógenes Queiroz está definitivamente ELEITO !


Em tempo: infrutífera também foi a tentativa de melar a eleição do ínclito delegado com a farta divulgação de um livro cujas teses coincidem com os ataques de Daniel Dantas à Operação Satiagraha, que o prendeu duas vezes (e poderá prender mais !). – PHA
http://www.cartacapital.com.br/politica ... na-justica
Eleição de Tiririca ainda é questionada na Justiça
Felipe Corazza 5 de outubro de 2010 às 17:20h


O candidato a deputado federal mais votado do Brasil está ameaçado. Tiririca, eleito no domingo 3 pelo Partido da República, teve mais de 1,3 milhão de eleitores em São Paulo, mas as tentativas de impugnação de sua candidatura continuam, mesmo após o pleito.

A Justiça Eleitoral de São Paulo recebeu nesta segunda-feira 4 denúncia elaborada pela Procuradoria Eleitoral do estado contra Tiririca. O imbroglio tem como base uma matéria publicada na revista Época, levantando a suspeita de que o palhaço é, na verdade, analfabeto.

Segundo a denúncia, a declaração escrita por Tiririca para conseguir o registro eleitoral pode ter sido feita por outra pessoa. De acordo com uma nota publicada pela procuradoria no dia 27, “se eleito e se for comprovada eventual irregularidade na documentação apresentada, há a possibilidade de recurso por inelegibilidade constitucional (analfabetismo, conforme artigo 14, parágrafo 4º da Constituição Federal)”.

Eleito, Tiririca foi. Agora, resta comprovar, em 10 dias, que sabe ler e escrever. Caso não consiga e seja considerado inelegível, o palhaço perde sua passagem para Brasília e quem herda os votos é o partido. Isso porque, segundo o parágrafo quarto do artigo 175 do Código Eleitoral, “quando a decisão de inelegibilidade ou de cancelamento de registro for proferida após a realização da eleição”, caso de Tiririca, “os votos serão contados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu registro”.

Como o PR está coligado com PRB, PT, PC do B e PT do B, o candidato da coligação que irá para a Câmara dos Deputados caso Tiririca caia será o mais bem colocado entre os que ainda não conquistaram uma vaga. No caso, José Genoíno, do PT.
Felipe Corazza
Editado pela última vez por Carnage em 09 Out 2010, 01:49, em um total de 1 vez.

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1413 Mensagem por Carnage » 09 Out 2010, 01:47

Quando uma oposição acha que precisa inventar mentiras sobre o candidato governista pra vencer a eleição alguma coisa está errada. E está errada com essa oposição.

Não, pensa bem, o que isso diz sobre os postulantes a sucessores do governo? O que isso realmente significa?

http://www.sejaditaverdade.net/blog2/?p=2091
Todos os emails falsos sobre Dilma Rousseff
Posted by Seja Dita Verdade On September - 27 - 2010


Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fiz uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:

A morte de Mário Kosel Filho: http://migre.me/1pfAb

A Ficha Falsa de Dilma Rousseff na ditadura http://migre.me/1pfCc

O porteiro que desistiu de trabalhar para receber o Bolsa-Família http://migre.me/1pfEJ

Marília Gabriela desmente email falso http://migre.me/1pfSW

Dilma não pode entrar nos Estados Unidos http://migre.me/1pfTX

Foto de Dilma ao lado de um fuzíl é uma montagem barata http://migre.me/1pfWn

Lula/Dilma sucatearam a classe média (B) em 8 anos: http://migre.me/1pfYg

Email de Dora Kramer sobre Arnaldo Jabor é montagem http://migre.me/1pfZH

Matéria sobre Dilma em jornais canadenses é falsa: http://migre.me/1pg1t

Declarações de Dilma sobre Jesus Cristo – mais um email falso: http://migre.me/1pg2F

Fraude nas urnas com chip chinês – falsidade que beira o ridículo: http://migre.me/1pg58

Vídeo de Hugo Chaves pedindo votos a Dilma é falso: http://migre.me/1pg6c

Matéria sobre amante lésbica de Dilma é invenção: http://migre.me/1pg7p

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1414 Mensagem por Carnage » 09 Out 2010, 01:51

http://www.cartacapital.com.br/politica ... pa-tucanos
Eleição em feriado prolongado preocupa tucanos
Redação Carta Capital 6 de outubro de 2010 às 17:04h

Abstenção pode ser maior que no primeiro turno


Os tucanos estão preocupados com a data em que caiu a votação do segundo turno. Marcada para acontecer no dia 31 deste mês, ela antecede o dia de Finados, provocando um feriado prolongado que culmina com o dia da eleição, o que pode causar maior abstenção do que a que houve no primeiro turno.

Esse risco é apontado pela própria campanha tucana. Márcio Fortes, interlocutor de José Serra, falou na manhã de terça-feira 5, em um café da manhã da cúpula do partido, sobre a derrota de Fernando Gabeira (PV), que concorria à prefeitura do Rio em 2008. O segundo turno daquele ano teve feriado facultativo decretado pelo governado Sérgio Cabral e houve grande abstenção de eleitores da região da zona Sul, e Eduardo Paes (PMDB) ficou com o cargo de prefeito.

A abstenção no primeiro turno foi de 18,12% o que corresponde 24 milhões de brasileiros que deixaram de votar. O valor é 1,34% maior que o número ausências na eleição de 2006 que somou 16,75%.

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1415 Mensagem por Carnage » 09 Out 2010, 01:55

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=17025
As 10 chaves da eleição no Brasil

Dilma obteve aproximadamente o mesmo percentual de votos que Lula no primeiro turno das eleições presidenciais de 2002 (46%) e 2006 (47%): quase 47% (46,9%). Em fevereiro deste ano, quando Lula pediu sua proclamação como candidata ao Quarto Congresso do PT, sua intenção de voto era menor que a de Serra e era pouco conhecida pela população. Por isso seu resultado de ontem, é interessante: obteve 47 milhões de votos. Lula seguirá sendo chave na construção da vitória. Não só fará campanha como se ocupará ainda mais do desenho fino da campanha no segundo turno. O artigo é de Martín Granovsky, do Página/12.

Martín Granovsky - Página/12


A maioria das pesquisas dava vitória em primeiro turno para Dilma Rousseff, a candidata do Partido dos Trabalhadores e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não aconteceu. Também essa a era a percepção da maioria dos dirigentes do PT e dos membros do governo, que agora deverão redefinir a estratégia para o segundo turno, no dia 31 de outubro. Outra surpresa foi a votação obtida pela candidata do Partido Verde e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que fez quase 20% dos votos. No entanto, o PT e seus aliados não enfrentam um quadro desesperador. Isso pode ser mostrado por meio dos dez seguintes elementos de análise eleitoral:

1. O Partido dos Trabalhadores conseguiu uma base territorial da qual carecia. A partir de 1° de janeiro de 2011, haverá governadores do PT em Sergipe, Bahia, Rio Grande do Sul e Acre, além do Distrito Federal, Brasília, onde tem altas possibilidades de vencer no segundo turno. Os aliados do PT ganharam, entre outros, os governos do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Piauí, Mato Grosso, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Rio e Pernambuco (onde nasceu Lula) estão entre os principais Estados do país em população.

2. Em função dessas vitórias, o PT e seus aliados, principalmente o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), terão maioria no Senado. Só o PT, passou de 8 para 16 senadores. A coalizão oficial ampliou o número de sua bancada na Câmara de Deputados, ainda que os cálculos mais finos devam ser feitos após a divulgação dos resultados finais e da recontagem Estado por Estado.

3. O Partido dos Trabalhadores melhorou seus números no Estado de São Paulo, mas não triunfou. José Serra, do PSDB, de centrodireita, ganhou de Dilma em São Paulo por 41 a 37. É um pobre desempenho de Serra que no último debate jactou-se de sua maior experiência em gestão e recordou que foi prefeito da capital do Estado e governador paulista, cargo que deixou este ano para candidatar-se à presidência da República. Nas eleições para governador, por volta da meia noite de ontem, o petista Aloizio Mercadante esteve a ponto de obter o sucesso histórico de passar para o segundo turno, coisa que nunca havia ocorrido. Mas Geraldo Alckmin, candidato de Serra, superou por décimos a casa dos 50%. Serra foi derrotado por Lula nos dois turnos da eleição presidencial de 2002. E Alckmin ocupou o posto de perdedor nos dois turnos de 2006.

4. O PT ganhou o governo em outro Estado importante, o Rio Grande do Sul, com um de seus principais dirigentes nacionais, o ex-ministro Tarso Genro, que terminou com uma impressionante diferença de 30 pontos sobre o segundo colocado (um dirigente do PMDB) e de 36 pontos sobre o terceiro, do PSDB. No RS, Dilma também ganhou de Serra, mas só por seis pontos. Transferir parte dos votos de Tarso Genro para Dilma é um dos desafios nacionais para o segundo turno.

5. O Rio de Janeiro, por sua vez, coloca um problema sério para o PT. Dilma ganhou a eleição no RJ com 43,76%, mas Marina Silva obteve nada menos que 31,52%. Um aliado petista, Sergio Cabral, ganhou no primeiro turno com 66% dos cotos. Também aqui deveria ter funcionado a transferência de votos, que, como em qualquer país do mundo, não é um fenômeno simples ou automático.

6. Minas Gerais segue sendo, dos grandes Estados, o mais resistente ao PT em termos locais, porque ali venceu o PSDB de Serra no primeiro turno. No entanto, Dilma também ganhou ali por uma diferença importante: 47 contra 31 de Serra. Marina Silva fez uma grande votação, chegando a 21,26%.

7. Dilma obteve aproximadamente o mesmo percentual de votos que Lula no primeiro turno das eleições presidenciais de 2002 (46%) e 2006 (47%): quase 47% (46,9%). É verdade que, em boa medida, os votos se devem ao crescimento econômico, à importância internacional do Brasil, à justiça social e ao próprio Lula. Mas Dilma não tem o carisma nem a popularidade de Lula. Em fevereiro deste ano, quando Lula pediu sua proclamação como candidata ao Quarto Congresso do PT, sua intenção de voto era menor que a de Serra e era pouco conhecida pela população. Por isso seu resultado de ontem, é interessante: obteve 47 milhões de votos em eleições livres.

8. Marina Silva fez uma grande eleição, com 19,4% dos votos, e provocou um baque. Nenhuma pesquisa previu esse resultado. É possível que a ex-ministra de Lula deixe seus eleitores livres para votar, com o que uma parte poderia votar em branco (e favorecer, de fato, a Dilma, porque quem está na frente se beneficia do voto em branco ao aumentar o índice dos votos válidos) e outra dividir-se entre Dilma e Serra. Em nenhum lugar do mundo 20 milhões de votos do primeiro turno se movem em bloco no segundo. Se Marina concentrou o voto descontente com o PT, mas que não queria votar em Serra ou em candidatos ainda mais conservadores, se verá no segundo turno quanto há de descontentamento entusiasmado e quanto de temor de regresso de um presidente ligado, como Serra, à estagnação de Fernando Henrique Cardoso.

9. O PSDB retrocedeu notavelmente em governos e também no Senado. Também foi importante o retrocesso de vários dos antigos coronéis (chefes territoriais) que foram derrotados no Nordeste.

10. Lula seguirá sendo chave na construção da vitória. Não só fará campanha como, segundo anunciaram ontem à noite dirigentes do PT, se ocupará ainda mais do desenho fino dos dias que faltam até o segundo turno. Ele tem, pelo menos, cinco desafios: seduzir eleitores de Marina Silva, melhorar os índices do PT no Rio e em São Paulo, reduzir a abstenção no Nordeste (que chegou a cerca de 20%), convencer militantes e eleitores que não ter vencido no primeiro turno está longe de ser uma derrota, porque obviamente foi uma vitória, e reforçar a percepção de que o que foi alcançado socialmente nos últimos oito anos pode ser perdido em um único dia.

Tradução: Katarina Peixoto

http://altamiroborges.blogspot.com/2010 ... arina.html
E agora, Marina?
Reproduzo artigo de Mair Pena Neto, publicado no sítio Direto da Redação:

Nas primeiras eleições presidenciais pós-ditadura, em 1989, quando perdeu para Lula o direito de disputar o segundo turno contra Collor, Brizola, apesar do enfrentamento direto que teve com o petista na primeira fase do processo, não hesitou sobre que lado tomar. Foi quando cunhou a frase de que seria fascinante fazer a elite engolir o “sapo barbudo” e apoiou Lula, transferindo alguns dos milhões de votos que teve no primeiro turno.

Em um momento crucial para o país, que elegia seu primeiro presidente após 25 anos de ditadura, não havia meio termo. Ou se estava ao lado da candidatura das forças populares, naquele segundo turno, representadas por Lula, ou se estava com as elites e o “filhote da ditadura”, como Brizola, em mais uma de suas históricas tiradas, classificou Fernando Collor. Em toda a sua trajetória política, Brizola jamais teve dúvidas ideológicas. Principalmente, no momento das grandes decisões para a vida do país.

Agora, o Brasil volta a viver uma situação de encruzilhada. O segundo turno das eleições presidenciais terá o caráter plebiscitário que Lula quis apresentar desde o início. O que estará em jogo são dois projetos antagônicos. Um, representado por Dilma Rousseff, baseado no fortalecimento do Estado e na sua capacidade de promover o crescimento com redução das desigualdades. O outro, personificado por José Serra, pró-mercado, privatista, que entende o Estado apenas como gerente e não vê sentido em programas sociais de grande alcance, como o Bolsa Família.

Novamente, não há meio termo ou terceira via. Ou é um ou é outro. É nesta hora que se pergunta se Marina Silva, responsável por levar a eleição ao segundo turno, terá a grandeza de Brizola, se irá se aproximar da direita, ou, pior ainda, se amiudará politicamente e tomará a posição conveniente e covarde da neutralidade.

Marina também está numa encruzilhada. Sua votação acima do esperado e não captada em sua verdadeira dimensão por nenhum instituto de pesquisa a alçou a um novo patamar político. E nesta nova condição, ela precisa tomar partido na completa acepção do termo.

A partir de sua decisão tomaremos conhecimento de quem é a Marina que sai dessas eleições. Se a seringueira forjada pela luta de Chico Mendes, a ex-militante histórica do PT e ex-ministra do governo Lula, que sempre participou das lutas populares ao lado das forças da esquerda, ou uma evangélica conservadora, apoiada num confuso discurso ambientalista, com mais aceitação no empresariado do que na população.

Marina, não há dúvidas, foi a maior beneficiária da sucessão de “escândalos” midiáticos e da exploração eleitoral nas últimas semanas de campanha da fé das pessoas, através da disseminação em púlpitos e pela internet de temores envolvendo aborto e união de homossexuais, onda que aproveitou sem maiores questionamentos.

Com o segundo turno, tem a oportunidade de mostrar que é bem mais do que isso e se posicionar no espectro político que sempre defendeu, comprometido com um Brasil socialmente mais justo. A neutralidade nesse momento é uma não tomada de posição e será entendida como preocupação exclusiva com um projeto político pessoal, em detrimento do que é melhor para o povo brasileiro.

http://www.conversaafiada.com.br/pig/20 ... em-marina/
PiG foi para o lixo.
Religião votou em Marina


Não tem mais PiG (*).

Não tem debate na Globo.

Não tem Erenice.

Não tem Eduardo Jorge.

Não tem jatinho da Natura.

Não tem James Cameron.

Nada disso deu voto à Marina.

O Conversa Afiada tinha dito “Dilma tem que conquistar o voto religioso”.

O jornal Valor foi fazer o que antigamente os jornais faziam: reportagem.

Hoje, como se sabe, o PiG (*) não tem mais reportagem.

Tem opinião.

Ou “reportagem” produzida por uma Central Lunus 2010, para destruir personalidades – de preferência a do Lula.

A pág. A16 do Valor de hoje traz reportagem sobre o voto em Marina em Sabará, Minas; na Grande Recife; em Piquete, no Vale do Paraíba, SP; e em Volta Redonda, no Rio de Janeiro – áreas onde a Marina foi bem votada.

Em Sabará, não houve campanha da Dilma nem do Serra.

O Aécio só pediu voto para o Anastasia.

O vice prefeito é do PV.

Em Piquete, o que decidiu foi a forte religiosidade da região, que abriga a Basílica de Aparecida.

Ali se disseminou o rumor de que Dilma é a favor do aborto.

Em Volta Redonda, segundo o vice do Sergio Cabral, o Pezão, a instrução que líderes religiosos davam era clara: não votar na Dilma.

Em Recife, onde Eduardo Campos derrotou Jarbas de forma esmagadora, Marina se beneficiou do contágio do “segmento evangélico”.

Essa onda não foi “verde”.

Foi religiosa.

Quem acha que é “verde” é a urubóloga, que se abraça à Marina como uma bóia de salvação.

Marina é o último e passageiro vínculo do PiG (*) com o poder real.

Não adianta os malufistas do Bom (?) Dia Brasil dizerem que um assalto a uma carrocinha de pipoca no Paraná é culpa do Lula.

Pode desentocar o Eduardo Jorge.

A Erenice.

O mensalão.

Pode jogar a Globo no limite da desobediência civil – e da cassação da concessão.

Pode esconder as vaias ao Serra.

Pode a Folha (**) dizer que o PT vai tirar o aborto do programa – outra mentira, como demonstrou o Marco Aurélio Garcia.

Não adianta nada.

Esse voto foi para a Marina por mecanismo autônomo, inacessível à pregação Golpista.

Se você chegar em Sabará e perguntar pelo Alexandre Garcia, eles vão pensar que é o açougueiro.

Sorry, Ali Kamel, mas você não está nesse jogo.

Essa batalha se travará num campo já previamente inclinado a favor da Dilma.

Ela precisa de 3 milhões de votos e o Zé Baixaria, de 18 milhões.

A distância entre eles é de um eleitorado de Minas.

Nesse campo inclinado, a luta será entre a pregação visível, ostensiva, pública e transparente da Dilma.

E a treva da baixaria que beneficia o Serra.

De um lado, a disputa do voto dos religiosos, com argumentos que os convençam de que a Dilma apóia o aborto que está na Constituição: em caso de estupro ou de risco de vida.

De outro, a turma que se inspira nos baixios do Serra.

Este ordinário blogueiro sempre disse que a baixaria é a ultima arma do Serra.

Como diz o Ciro, que entende de Serra como ninguém: o Serra não tem escrúpulos: se preciso for, passa com um trator por cima da mãe.

A arma mais eficaz para beneficiar o Serra é a que foi usada no primeiro turno.

Espalhar o medo.

O “tenho medo” da Regina Duarte foi substituído pelo “tenho medo” do aborto.

Era o Golpe do Medo, agora é o Golpe do Aborto.

A essência é a mesma: Golpe.

Como o Bush: “tenho medo do Bin Laden”.

Como enfrentar essa campanha sórdida, subterrânea ?

Aparentemente, a Dilma tomou medidas apropriadas.

Chamou o Ciro para desafiar o Serra no tom apropriado: aos berros.

Serra tinha dito que Ciro era um fósforo apagado.

Apagado ?, como ?, se ainda queima.

Eduardo Campo vai empenhar seus 80% em Pernambuco.

Sergio Cabral e Pezão os seus 65%.

Patrus, católico fervoroso, o homem do Bolsa Família, pode passar em Sabará e falar um pouco da Dilma.

Não precisa falar do Serra, porque, lá, nem o Aécio falou dele.

E os líderes religiosos que conhecem a Dilma, apoiaram a Dilma e agora vão para o horário eleitoral.

É só divulgar o que aconteceu com o Chalita.

Bastou ele romper com o Serra para ser perseguido por uma campanha abjeta nas redes sociais e no Youtube.

Serra está em casa.

É o seu habitat – a vala negra, que também corta a redação da Veja, essa escória, como diz o Ciro.

Agora, uma pergunta: quais são as credenciais para Serra herdar os votos da Marina ?

Credenciais “verdes”, ele não tem: basta respirar às margens dos rios que cortam a cidade de São Paulo.

Evandro Lins e Silva defendeu Samuel Wainer numa batalha judicial que Carlos Lacerda, outro pai do Serra (***), moveu contra ele.

Lacerda assegurava que Samuel tinha nascido na Bessarábia e, portanto, não podia ser dono da Última Hora.

A lei dizia que só brasileiro podia ser dono de jornal.

Evandro tinha lá as dúvidas dele.

Mas, a certa altura, Samuel apareceu com uma testemunha bomba: o rabino que o tinha circuncidado, na Tijuca.

Evandro me contou que, tempos depois, ele soube que o rabino, coitado, tinha caído na lábia do Samuel e mentiu.

Por hipótese, a equipe do Serra pode produzir duas testemunhas bombas, até o fim da eleição.

O membro do PCC que trabalhou para a Dilma.

E São João Batista que o batizou no Jordão.

Ou o rabino que o circuncidou.

Paulo Henrique Amorim

http://www.cartacapital.com.br/destaque ... evangelico
Voto em Marina não é ecológico, mas também não evangélico
Antonio Luiz M. C. Costa 5 de outubro de 2010 às 19:04h


A religião e a legalização do aborto se tornaram os grandes temas nacionais, capazes de decidir os rumos da eleição presidencial, conforme parecem defender alguns comentaristas? Parece-nos antes que isso é um mal-entendido, que se for levado a sério pode distorcer terrivelmente os rumos de campanhas e de programas políticos. Considere-se, para começar, a distribuição geográfica, por atacado, dos votos em Marina.

Como se sabe, os votos de Dilma, assim como os votos de Lula em 2006, concentram-se em um arco leste-norte, que vai do Espírito Santo e norte de Minas ao Amazonas, com centro de gravidade no Nordeste. Os votos de Serra, assim como os votos em Alckmin de 2006, concentram-se em um eixo que sai do Sul, tem o centro de gravidade em São Paulo e se estende ao Mato Grosso, com alguns enclaves nas fronteiras nortistas do agronegócio (interior do Pará, Acre, Roraima). A maior diferença em relação ao quadro do primeiro turno de há quatro anos é que o Rio Grande do Sul, em boa parte, “avermelhou”.

O voto da Marina, tido como “verde” – mas só em um sentido convencional, já que só secundariamente tem algo a ver com ambientalismo e menos ainda com a pequena votação do Partido Verde a cargos no legislativo – concentra-se principalmente na fronteira entre as regiões “vermelha” e “azul”: no Sudeste e Centro-Oeste – Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Tocantins – embora também sejam significativas, e muito importantes em termos absolutos, as votações em São Paulo, Paraná e nas metrópoles do Nordeste, nos “corações” políticos dos adversários.

Em grandes números, 25% da votação de Marina veio de São Paulo, 28% dos outros estados do Sudeste, 21% do Nordeste, 11% do Sul (principalmente Paraná), 8% do Centro-Oeste e 7% no Norte – muito pouco, por sinal, de seu estado natal, o Acre. Suas votações mais fracas foram as dos estados mais pobres do Nordeste, Maranhão, Piauí e Alagoas (também Sergipe, exceção nesse aspecto) e dos estados politicamente mais polarizados ou com intensas disputas de terras – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia, Pará – onde há menos espaço para conciliação e “terceira via”.

Só por isso, já é de se pensar que Marina ocupa de fato o espaço que reivindicou ao longo da campanha: de um progressismo moderado, uma terceira via “centrista” entre o PT e o PSDB. Impreciso, com certeza, mas igualmente são imprecisas as ideias políticas de uma parcela importante do eleitorado, chamada “nova classe média”, a classe C ascendente.

É uma camada principalmente urbana, que progrediu em relação aos pais pobres e mal educados, tem certa educação, até superior, está decentemente empregada e precisa cada vez menos de programas sociais como o Bolsa-Família, do SUS ou de novos projetos de saúde e saneamento. Ao mesmo tempo, é mestiça, não está à vontade com a “alta cultura”, tem gostos populares e se sabe desprezada pela elite tradicional. Não se identifica totalmente com as prioridades da esquerda – redução da desigualdade e crescimento econômico – mas também não com as da direita – conservação de privilégios disfarçados em competência e meritocracia. Busca um meio-termo que, assim como Marina, não sabe definir com precisão e chama de “mudança”.

É uma camada que se identifica mais com a história pessoal de Marina, uma ex-empregada doméstica alfabetizada pelo Mobral que “subiu na vida”, fez curso superior e uma carreira política pacífica e respeitada, do que com a carreira de um integrante convencional da elite política como Serra ou com o passado combativo de uma ex-guerrilheira como Dilma. Que tem um vago receio do “comunismo” e do MST e se esforça por se diferenciar das “massas” pobres e turbulentas e hesita em dar um cheque em branco a Dilma e ao PT. Não é a parcela da opinião pública mais conservadora, nem a que tem seu voto definido pelo padre, pelo pastor ou pela questão do aborto. Estes provavelmente votaram em Serra.

Esta interpretação se reforça quando se desce ao detalhe dos votos por município. Recife, capital do estado natal de Lula, não tem uma proporção excepcional de evangélicos pelos padrões brasileiros: apenas 17,6%. Mas 37% dos recifenses votaram em Marina (42% em Dilma, 19% em Serra). Já o município pernambucano de Abreu e Lima, o mais evangélico do estado (31,2%) teve 27% de votos em Marina, 52% em Dilma e 15% em Serra.

No Rio de Janeiro, Marina teve 29% em um município de alta concentração de evangélicos (30%) como Belford Roxo, 32% na capital (17,7% evangélica) e 37% em Niterói (15,3% evangélica), enquanto Dilma teve 57%, 43% e 35%, respectivamente, nesses municípios (e Serra 12%, 22% e 25%).

A abstenção acima do esperado explica alguma coisa? Não. Se alguém achou surpreendente que a soma de ausências, votos nulos e brancos no Nordeste tenha chegado a 29,34%, devia pensar de novo, pois no primeiro turno de 2006 foi 27,01%. Esses 2,33% de diferença – mesmo que fossem todos votos em Dilma, o que é muito improvável – não explicam por que a votação nela ficou algo abaixo de 60% nos principais estados, em vez dos mais de dois terços que se chegou a esperar. No conjunto do país, o não comparecimento às urnas foi 16,75% em 2006 e 18,12% em 2010: um aumento de apenas 1,37%.

Pode ser, porém, que os institutos de pesquisa tenham deixado de levar em conta as diferenças históricas de comparecimento entre as regiões ao ponderar as médias nacionais das intenções de voto e com isso tenham superestimado a votação em Dilma. Se fizeram isso, poderiam ter evitado o erro. Nos EUA, como em muitos outros países, as pesquisas sempre indagam ao eleitor se ele pretende votar. O fato de o voto ser teoricamente obrigatório no Brasil não justifica negligenciar o fator abstenção.

O mais importante, porém, é que candidatos, partidos e analistas percebem que a decisão do segundo turno não depende de propaganda religiosa ou anti-religiosa, de se ser contra ou a favor da legalização do aborto, mas de convencer um eleitorado centrista e flutuante, desconfiado tanto da esquerda quanto da direita, de que seus interesses práticos e racionais estão mais de um lado que de outro. É muito mais fácil para Dilma do que para Serra – até porque a vitória de Dilma depende de conquistar apenas 16% do voto em Marina, mesmo sem contar os 1% de Plínio que, no segundo turno, poderão votar nulo ou em Dilma, mas jamais em Serra. Mas superestimar a importância do voto religioso e conservador só vai atrapalhar.
Antonio Luiz M. C. Costa

Antonio Luiz M.C.Costa é editor de internacional de CartaCapital e também escreve sobre ciência e ficção científica.

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Eleições 2010 e os aproveitadores da boa fé da crueldade evangélica
Segunda Igreja 6 de outubro de 2010 às 17:14h

Por Rev. Sandro Amadeu Cerveira*


Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos “ungidos” de alguns caciques evangélicos. [1]

Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e “vídeos” afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da “viagem” do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas “notícias” deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas. [2]

A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um “candidato evangélico” a presidência da república simplesmente ignoraram esta assembleiana de longa data.

Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser “dissimulada”, “pior do que o ímpio” e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e a apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.

De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que “casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito” [3], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.

O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta “barbaridade”.

Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6].

Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade à notícia veiculada pelo jornal a Folha de S. Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que “O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais.” [7]

Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.

A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denúncia seletiva de quem está comprometido com a “iniquidade” é, no mínimo, desonesto.

Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo “problemas”) é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.

Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.

Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.

Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá “abençoar” o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.

Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.

Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.

__________________

[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.

*Matériaoriginalmente publicada no site Segunda Igreja
Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte

Carnage
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1416 Mensagem por Carnage » 09 Out 2010, 02:06

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... pesos.html
DOIS PESOS…

por Maria Rita Kehl, no Estadão, via Vermelho


Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.

Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por “uma prima” do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da “esmolinha” é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de “acumulação primitiva de democracia”.

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.
Eu achei o artibo bábaro. Com certeza aqueles que aqui adoram dizer que o Lula e a Dilma só recebem votos porque os compraram com os bolsas-esmola vão detestar.

Mas olha que interessante o que resultou deste artigo:
viewtopic.php?p=1390183#p1390183

Hammermart
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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1417 Mensagem por Hammermart » 09 Out 2010, 09:38

Na minha opinião, a chamada bolsa-família é realmente uma esmolinha que a consciência social impõe. Não acho que seja ruim não, acho que é aquele último recurso que uma sociedade utiliza para não levar as regras de um capitalismo selvagem às últimas consequencias, que seriam matar de fome ou condenar a uma miséria absoluta muitos que não conseguem conviver com essas regras.
Todos sabem que o bolsa-família começou durante o govêrno FHC. Mas não digo que seja mérito desse ou daquele govêrno, exclusivamente. Apenas que traz votos para o govêrno que administra sua distribuição, apoiada numa força básica da natureza humana que é o instinto de sobrevivência. Até aí tudo bem, cada um tem o direito de se defender e sobreviver com os recursos que conseguir acessar.
Mas o que é ruim é o medo que um govêrno procura disseminar entre os beneficiários desse programa, espalhando que outros govêrnos iriam extinguí-lo. Isso sem base nenhuma, e tocando num ponto tão vital para os que estão nessa posição tão frágil que não se atrevem nem mesmo a questionar essas afirmações e rumores. Então, essa estratégia política suja vem em detrimento de um julgamento dos demais aspectos da atuação do govêrno atual, permitindo que políticas medíocres permaneçam inquestionadas.
E, nesses demais pontos da política do govêrno Lula, excluindo o bolsa-família, acho que pouco foi feito. A posição econômica do Brasil é razoável, parafraseando o presidente, como raras vezes na história, mas porque a economia global também de forma inédita propiciou essa condição ao país. O Brasil sempre foi um produtor de recursos naturais, um pouco de semi-industrializados, e o crescimento avassalador da China e de alguns poucos outros beneficiou extremamente os países com esse perfil. Isso mesmo em meio a uma crise financeira e econômica também fortíssima, nos EUA, Europa e Japão.
Foi essa situação econômica favorabilíssima do Brasil que permitiu ampliar o bolsa-família, mas o programa ainda está muito abaixo das possibilidades que foram criadas com o crescimento do país. Daí ser chamado de "esmolinha", porque é isso mesmo. Não quer dizer que quem assim o chama seja contra ele.

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1418 Mensagem por FURA-OLHO » 09 Out 2010, 14:31

Srs

Quanto ao bolsa-família a questão é muito simples : como tudo que o governo faz ele é pago por nós cidadãos, inclusive por aqueles que a recebem, via impostos. Portanto, o que eu sempre irei questionar neste país é essa presunção dos governantes de se colocarem como aqueles que "dão" as coisas. É essa falta de consciência que permite a manipulação das massas miseráveis e, de rebote, um bando de gente que deveria ser mais esclarecida, mas que se perde na politicagem da coisa. Ou seja, fora dessa politicagem tosca, nosso Lula, vulgo "o cara", está muito enganado, já que sou eu e vcs quem pagamos isso e tudo o mais que os governos fazem, sejam eles de que partidos forem. Um dia, o que será valorizado no Brasil será a cidadania e não as conveniências interesseiras de alguns.

Um abç a todos

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1419 Mensagem por Tiozinho50 » 09 Out 2010, 21:22

Economia| 08/10/2010 | Copyleft

O projeto entreguista de Serra para o pré-sal


Imagem




O assanhamento dos tucanos chega ao ponto de David Zylbersztajn, ex-genro de FHC que assessora ao mesmo tempo a campanha de José Serra e multinacionais de energia, inserir uma informação falsa no elogio ao regime das concessões, adotado quando era presidente da Agência Nacional do Petróleo. Os lobbies conservadores e anti-nacionais reunidos em torno da candidatura de José Serra à presidência já se atrevem a defender sem disfarces um retorno ao entreguismo que marcou a gestão do petróleo brasileiro nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso. O artigo é de Igor Fuser.




Igor Fuser

No embalo do segundo turno, os lobbies conservadores e anti-nacionais reunidos em torno da candidatura de José Serra à presidência já se atrevem a defender sem disfarces um retorno ao entreguismo que marcou a gestão do petróleo brasileiro nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Eles querem a abertura irrestrita das fabulosas reservas do pré-sal brasileiro, a maior descoberta petrolífera dos últimos trinta anos no mundo inteiro, à voracidade das empresas multinacionais. O assanhamento é tanto que, em entrevista ao jornal Valor, David Zylbersztajn, “assessor técnico” da campanha de Serra para a área de energia, distorceu completamente a realidade dos fatos com um grosseiro erro de informação ao defender que, num eventual governo demo-tucano, a exploração do pré-sal ocorra nos marcos do atual regime de concessões, em escandaloso benefício do capital transnacional.

O argumento apresentado por Zylbersztajn, ex-genro de FHC e presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) quando se realizou o primeiro leilão de reservas brasileiras entregues ao capital estrangeiro, em 1999, tem como foco uma questão contábil. De acordo com ele, o atual regime de concessões é melhor que o de partilha porque que o governo recebe antecipadamente o dinheiro referente ao bônus de assinatura, quantia cobrada às empresas em troca do direito de explorar as reservas. “No sistema de partilha, você só vai receber lá na frente”, alegou. “Depois de ter descontado o que gastou com o campo, vai receber sua parte em óleo, que vai ter que ser vendido. Isso só vai gerar alguma coisa lá na frente. Enquanto hoje, se licitar um campo, o governo coloca dinheiro no Tesouro hoje mesmo", disse.

Uma simples consulta ao Projeto de Lei 5.938, que cria o regime de partilha, é suficiente para revelar a falsidade do raciocínio apresentado por Zylbersztajn contra o regime de partilha. No seu capítulo II, parágrafo XII, o projeto do atual governo afirma textualmente que o bônus de assinatura é “um valor fixo devido à União pelo contratado, a ser pago no ato da celebração e nos termos do respeito do contrato de partilha da produção”. Essa norma é reiterada mais adiante, no capítulo V, parágrafo II, que trata dos editais de licitação. Como se pode conceber que um especialista ignore uma regra formulada em termos tão claros?

Curiosamente, o mesmo Zylbersztajn se mostra muito zeloso em esclarecer que suas declarações não representam o ponto de vista oficial da campanha de Serra. "A minha opinião é pelo lado técnico, mas dentro do contexto político, eu não sei”, ressalvou, para em seguida voltar à carga contra o regime de partilha: “Eu aconselharia a deixar o que está funcionando bem do jeito que está. Se houvesse justificativa para mudar, tudo bem", insistiu, deixando claro que não vê nenhum motivo para a troca do regime de concessões pelo de partilha, como propõe o governo Lula e sua candidata, Dilma Rousseff.

A linguagem escorregadia tem a ver com o cuidado de Serra em evitar uma postura de ataque frontal à mudança nas regras do pré-sal. Em vez de expor abertamente suas intenções, o candidato tucano prefere manifestar “dúvidas” sobre a utilidade do regime de partilha. Enquanto isso, o centro de estudos do PSDB, Instituto Teotônio Vilela, bombardeia sem sutilezas o projeto governista. Em entrevista ao jornal O Globo, em abril, o deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES), porta-voz oficioso dos tucanos para os assuntos petroleiros, chamou de “retrocesso histórico” a lei que retira o pré-sal do sistema de concessões e o transfere ao controle estatal por meio de uma nova empresa, a Petro-Sal. Nas suas palavras, trata-se de um “erro estratégico” comparável à fracassada Lei de Informática, de 1984.

Até o dia 3 de outubro, esse assunto era mantido em surdina pelos tucanos, quase como um tabu. Agora que o assessor de Serra saiu a campo em defesa da posição privatista, o candidato corre o risco de ser cobrado pelos seus adversários em uma questão crucial para o desenvolvimento do país e o bem-estar dos brasileiros. No caso de Zylbersztajn, a margem de opção é nula. Como presidente da empresa de consultoria DZ Negócios com Energia, voltada para a prestação de serviços a “investidores interessados no mercado brasileiro”, conforme o site da firma, ele tem mesmo é que defender os interesses dos seus clientes estrangeiros, nem sempre coincidentes com os interesses da sociedade brasileira. Entre os seus clientes está a AES Eletropaulo, companhia de eletricidade paulista privatizada em favor do capital estadunidense durante o governo tucano de Mário Covas.

Para que se compreenda o que está em jogo no pré-sal, recorde-se que, no regime de concessões, implantado por FHC, todo o petróleo retirado do subsolo se torna, automaticamente, propriedade da empresa concessionária, que pode fazer com ele o que quiser (salvo algumas restrições só aplicáveis em casos excepcionais). Atualmente, as empresas estrangeiras é que determinam o ritmo de exploração das reservas. Elas também escolhem, por sua própria conta, os fornecedores de equipamentos, em geral importados. Como retribuição ao governo, essas concessionárias se limitam a pagar uma porcentagem sobre o valor da produção (os royalties) e mais algumas taxas, o que totaliza, no máximo, 40% da renda obtida com o petróleo. Esse é um percentual altamente vantajoso, comparado com os 80% cobrados pelos maiores produtores mundiais.

Já no regime de partilha, tal como propõe o governo, a União mantém a propriedade do petróleo obtido, o que lhe dá o direito de ditar a política de exploração. O volume produzido e a duração das reservas podem ser administrados de acordo com objetivos de política econômica. E o Estado é quem estabelece as normas para os investimentos e a política de compras, a partir de metas voltadas para o desenvolvimento de cadeias produtivas nacionais, criação de empregos e aperfeiçoamento tecnológico. O regime de partilha, adotado atualmente por cerca de 40 países, representa, historicamente, um avanço em relação ao sistema neocolonial das concessões, que vigorou na primeira metade do século XX, época em que a indústria do petróleo era dominada pelo famoso cartel das “Sete Irmãs”.

A participação nacional na riqueza do petróleo será sensivelmente maior no caso de aprovação das novas normas defendidas pelo governo Lula. De acordo com os projetos de lei em discussão no Congresso, a estatal Petro-Sal controlará a exploração dos blocos petrolíferos do pré-sal, garantindo à Petrobras uma participação mínima de 30% em cada área de produção. Mais importante: caberá à empresa brasileira a função de operadora de todas as áreas de extração, de modo a garantir que as decisões estejam afinadas com os objetivos do desenvolvimento nacional.

Os royalties aumentam para 15% e a participação estatal na renda petroleira – aí incluídos União, Estados e municípios, segundo regras que ainda estão em debate – ultrapassa, de longe, os 50%. O aumento dessa fatia se deve, em parte, à recente capitalização da Petrobras, quando a participação acionária da União pulou dos 32% a que foi reduzida nos tempos de FHC para os atuais 48%. Tudo isso, sem a necessidade de gastar um só centavo do dinheiro público, pois a União utilizou como moeda o petróleo que ainda repousa no fundo do mar.

Zylbersztajn encara essas proezas com azedume, e parece até torcer para que tudo dê errado. Na entrevista ao Valor, profetizou que a Petro-Sal será um antro de corrupção e reprovou a presença de uma estatal brasileira no comércio de petróleo – algo que a Petrobras já vem fazendo há muito tempo, com notável eficiência. Na realidade, a mudança que o governo Lula está propondo significa um avanço bem modesto, comparado com as propostas mais ousadas defendidas por um conjunto de entidades e movimentos sociais agrupados na campanha “O Petróleo Tem Que Ser Nosso”, como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet). Um projeto de lei alternativo, assinado por 21 congressistas, do PT e do PCdoB, prevê que a Petrobras volte a ter 100% do seu capital nas mãos do Estado e que sejam anulados os contratos de exploração petroleira por companhias privadas feitos após a promulgação da Lei 9.478, de 1997.

O projeto do governo representa uma posição intermediária entre o marco regulatório neoliberal adotado por FHC e as posições mais nacionalistas defendidas pelos sindicatos e outros atores no campo popular. Para se ter uma idéia, nas áreas do pré-sal já leiloadas continuará em vigor o regime das concessões, em estrito cumprimento aos contratos já firmados. Dessa forma, se as coisas correrem conforme os planos traçados pela equipe de Lula, o petróleo brasileiro do pré-sal seguirá como um negócio muito atraente para os investidores estrangeiros. Que o digam os chineses, cada vez mais confiantes no Brasil como um parceiro indispensável perante as incertezas do abastecimento de energia no futuro.

Ainda assim, há quem se mostre insatisfeito. Inclusive brasileiros, como Zylbersztajn. Para esses – os executivos das multinacionais petroleiras e seu séquito de consultores, acadêmicos e jornalistas – a passagem de Serra ao segundo turno é um fator de alento. Quem sabe, imaginam, seja possível retomar o fio da história no ponto em que estava em janeiro de 2002, quando o banqueiro (recentemente falecido) Francisco Gros, em seu primeiro ato após a posse como presidente da Petrobras, anunciou aos investidores em Houston, nos EUA, que sua missão era privatizar a empresa. Seu antecessor, Henri Philippe Reichstul, tentou – e quase conseguiu – trocar o nome da estatal para Petrobrax, supostamente mais agradável aos ouvidos dos potenciais compradores em uma planejada privatização. Agora, com as reservas do pré-sal avaliadas em centenas de bilhões de dólares, o prato se tornou bem mais suculento. E o apetite, maior.

(*) Igor Fuser é jornalista, professor na Faculdade Cásper Líbero, doutorando em Ciência Política na USP e autor do livro “Petróleo e Poder – O Envolvimento Militar dos Estados Unidos no Golfo Pérsico” (Editora Unesp, 2008).

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=17041

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1420 Mensagem por Hammermart » 09 Out 2010, 23:35

FURA-OLHO escreveu:Srs

Quanto ao bolsa-família a questão é muito simples : como tudo que o governo faz ele é pago por nós cidadãos, inclusive por aqueles que a recebem, via impostos. Portanto, o que eu sempre irei questionar neste país é essa presunção dos governantes de se colocarem como aqueles que "dão" as coisas. É essa falta de consciência que permite a manipulação das massas miseráveis e, de rebote, um bando de gente que deveria ser mais esclarecida, mas que se perde na politicagem da coisa. Ou seja, fora dessa politicagem tosca, nosso Lula, vulgo "o cara", está muito enganado, já que sou eu e vcs quem pagamos isso e tudo o mais que os governos fazem, sejam eles de que partidos forem. Um dia, o que será valorizado no Brasil será a cidadania e não as conveniências interesseiras de alguns.

Um abç a todos
Concordo plenamente com você, o govêrno apenas aloca os recursos que o povo disponibiliza, através do pagamento de impostos.
Há um ponto a considerar, que é o de que o govêrno detém o chamado "poder", o direito de fazer essa alocação seguindo suas próprias políticas. No caso do bolsa-família, pode-se dizer que foi criado no govêrno FHC e Lula deu continuidade ao programa.
É preciso considerar também que o govêrno conta com recursos de impostos hoje em dia abundantes, devido principalmente ao fato do Brasil ter alavancado sua economia com as exportações, o que não tem muito a ver com o Lula, mas sim com a China...
Vocês sabiam que cerca de 60% do superavit comercial brasileiro vem da Vale do Rio Doce?

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1421 Mensagem por roladoce » 09 Out 2010, 23:57

Hammermart escreveu:
FURA-OLHO escreveu:Srs

Quanto ao bolsa-família a questão é muito simples : como tudo que o governo faz ele é pago por nós cidadãos, inclusive por aqueles que a recebem, via impostos. Portanto, o que eu sempre irei questionar neste país é essa presunção dos governantes de se colocarem como aqueles que "dão" as coisas. É essa falta de consciência que permite a manipulação das massas miseráveis e, de rebote, um bando de gente que deveria ser mais esclarecida, mas que se perde na politicagem da coisa. Ou seja, fora dessa politicagem tosca, nosso Lula, vulgo "o cara", está muito enganado, já que sou eu e vcs quem pagamos isso e tudo o mais que os governos fazem, sejam eles de que partidos forem. Um dia, o que será valorizado no Brasil será a cidadania e não as conveniências interesseiras de alguns.

Um abç a todos
Concordo plenamente com você, o govêrno apenas aloca os recursos que o povo disponibiliza, através do pagamento de impostos.
Há um ponto a considerar, que é o de que o govêrno detém o chamado "poder", o direito de fazer essa alocação seguindo suas próprias políticas. No caso do bolsa-família, pode-se dizer que foi criado no govêrno FHC e Lula deu continuidade ao programa.
É preciso considerar também que o govêrno conta com recursos de impostos hoje em dia abundantes, devido principalmente ao fato do Brasil ter alavancado sua economia com as exportações, o que não tem muito a ver com o Lula, mas sim com a China...
Vocês sabiam que cerca de 60% do superavit comercial brasileiro vem da Vale do Rio Doce?
Quanto ao bolsa familia, ele é totalmente necessário, precisa de alguns ajustes, principalmente fiscalização, em cidades pequenas e remotas, esse dinheiro nem vai para o miseravel que realmente precisa, muitas vezes vai para parentes de funcionarios da prefeitura da cidade..

Necessário, por que um ser humano, que por algum motivo alheio a nosso conhecimento, não estodou ou não teve oportunidade de estudar, está com 40 anos de idade, filhos, o governo tem que disponibilizar sim renda para esssas pessoas FATO!!!, geralmente quem é contra o bolsa familia ou qualquer programa de assistencia social, é egoista, e tem uma visao de mundo distorcida, acha que todos tiveram as mesmas oportunidades.

Garanto que essas mesmas pessoas, se tivesse aqui, algo parecido com a alemenha, que lá estão querendo extinguir, bolsa auxilio para universitarios, la, um estudante por ganhar 80% de um salario minimo, a titulo de ajuda de custo..ninguem reclamaria, pelo simples fato da renda continuar concentrada, como a elite gosta!!!

A classe media branca, fica muito irritada quando Seu João ou Dona Maria, da pele escura, passa a frenquentar shopppings, comprar carro, computador, banda larga..então eles criam todo tipo de falácia, pra tentar frear.

Enquanto o governo não prover educação, nunca haverá cidadania, por que, até hoje nenhum governo fez ou faz uma politica seria de educação.

Em sao paulo, existe e/ou existia politica de aprovação compulsoria, isso é educar? todos os governos que passaram e estão no poder, acha que educar é tornar o professor milionário, esquecendo de primeiro qualifica-lo, exigir qualidade do profissional, da estrutura boa de trabalho, ou seja, escolas, cadeiras, merendas adequadas aos alunos, universalizar o transporte escolar, já que hoje, tem crianças que ainda andam kilometros para ir a escola..

No final das contas, não é um governo X ou Y que vai resolver, o brasil tem que aprender a exigir a politica de continuidade, o que é bom continuar, e não essa esputidez de achar que tudo que o anterior fez não presta, e querer começar do zero e no final das contas o país ficar estagnado ou até andar "pra trás"!!

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1422 Mensagem por Tiozinho50 » 10 Out 2010, 19:41

roladoce escreveu:
Necessário, por que um ser humano, que por algum motivo alheio a nosso conhecimento, não estodou ou não teve oportunidade de estudar, está com 40 anos de idade, filhos, o governo tem que disponibilizar sim renda para esssas pessoas FATO!!!, geralmente quem é contra o bolsa familia ou qualquer programa de assistencia social, é egoista, e tem uma visao de mundo distorcida, acha que todos tiveram as mesmas oportunidades.
Exatamente como eu penso, o mais curioso, que esse pessoal reclama do bolsa família que beneficia os miseráveis, e esquece do proer que beneficiou os banqueiros.

O Bolsa família, iniciado pelo Cristovão Buarque, é apenas um paliativo que se fez necessário diante da miséria em que se encontrava boa parte da população brasileira depois de 8 anos de governo tucano.

Chamar de esmolinha é um deboche a um programa que tirou milhões da miséria, fica fácil na confortortável condição da classe média criticar o B.F., o engraçado é que em época de eleição aqueles que chamavam de bolsa esmola, dizem agora que vão duplicá-la. Mas é uma questão básica de civilidade não permitir que nossos semelhantes morram de fome.

Isso é um estágio que se está superando no pais, o governo atual não se limitou ao bolsa família, o pais hoje é uma potencia emergente, assim reconhecida no mundo inteiro, o governo lula gerou 15 milhoes de empregos com carteira assinada, e, apesar da crise mundial o pais cresce a índices chineses, a previsão para esse ano é de 7,5%.

Tudo isso sem vender estatais nem alienar nosso petróleo e com desenvolvimento social. O salário-minimo triplicou no período, e a massa salarial global cresceu mais de 20% acima da inflação, na mesma proporção cresceu nossa renda percapita . O governo Lula criou mais Universidades e escolas técnicas do qualquer um na história deste pais, além disso foi o governo que mais investiu em ciência e tecnologia.

O Proer - Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional foi um verdadeiro “prêmio à corrupção”.

O governo FHC, destinou cerca de 112 bilhões ao sistema financeiro. Hoje, isso representa mais de 20% dos investimentos iniciais do PAC.

A dívida dos bancos foi sociabilizada. E quem pagou por ela foi o povo brasileiro. Mas sobre isso esse pessoal que odeia pobre não reclama.

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1423 Mensagem por Hammermart » 10 Out 2010, 23:28

Tiozinho50 escreveu:
roladoce escreveu:
Necessário, por que um ser humano, que por algum motivo alheio a nosso conhecimento, não estodou ou não teve oportunidade de estudar, está com 40 anos de idade, filhos, o governo tem que disponibilizar sim renda para esssas pessoas FATO!!!, geralmente quem é contra o bolsa familia ou qualquer programa de assistencia social, é egoista, e tem uma visao de mundo distorcida, acha que todos tiveram as mesmas oportunidades.
Exatamente como eu penso, o mais curioso, que esse pessoal reclama do bolsa família que beneficia os miseráveis, e esquece do proer que beneficiou os banqueiros.

O Bolsa família, iniciado pelo Cristovão Buarque, é apenas um paliativo que se fez necessário diante da miséria em que se encontrava boa parte da população brasileira depois de 8 anos de governo tucano.

Chamar de esmolinha é um deboche a um programa que tirou milhões da miséria, fica fácil na confortortável condição da classe média criticar o B.F., o engraçado é que em época de eleição aqueles que chamavam de bolsa esmola, dizem agora que vão duplicá-la. Mas é uma questão básica de civilidade não permitir que nossos semelhantes morram de fome.

Isso é um estágio que se está superando no pais, o governo atual não se limitou ao bolsa família, o pais hoje é uma potencia emergente, assim reconhecida no mundo inteiro, o governo lula gerou 15 milhoes de empregos com carteira assinada, e, apesar da crise mundial o pais cresce a índices chineses, a previsão para esse ano é de 7,5%.

Tudo isso sem vender estatais nem alienar nosso petróleo e com desenvolvimento social. O salário-minimo triplicou no período, e a massa salarial global cresceu mais de 20% acima da inflação, na mesma proporção cresceu nossa renda percapita . O governo Lula criou mais Universidades e escolas técnicas do qualquer um na história deste pais, além disso foi o governo que mais investiu em ciência e tecnologia.

O Proer - Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional foi um verdadeiro “prêmio à corrupção”.

O governo FHC, destinou cerca de 112 bilhões ao sistema financeiro. Hoje, isso representa mais de 20% dos investimentos iniciais do PAC.

A dívida dos bancos foi sociabilizada. E quem pagou por ela foi o povo brasileiro. Mas sobre isso esse pessoal que odeia pobre não reclama.
Comentário típico de petista...
Como eu disse, acho que o Bolsa-família é importante sim, mas está ainda bem longe do que a prosperidade alcançada pelo Brasil permite, nesse sentido é uma "esmolinha".
Quando o Lula entrou, não encontrou um país miserável após 8 anos de FHC, a miséria já vinha de muitos e muitos anos mais.
E agora que o Lula está saindo, está deixando um país que beneficiou-se muito por ser um exportador de commodities compradas especialmente pela China. Isso tem pouco a ver com o Lula. Por outro lado, deixa um país ainda com infra-estrutura caótica, tentou nos últimos meses de seu govêrno emplacar o PAC, cuja maioria das obras não saiu do papel. E dizer que este ano prevê-se um crescimento do PIB de 7,5%, bom, pegue a média dos últimos 8 anos ou até mesmo dos últimos 4 anos e compare com os 12% que os chineses cresceram por anos...
Quanto ao PROER tenho a mesma opinião dos colegas acima, foi um avergonha semelhante à que ocorreu mais recentemente nos EUA, sob o argumento do "too big to fail".
Enfim,não vejo nada de brilhante no govêrno Lula por méritos dele. O Lula é bajulado por governantes de quase o mundo todo porque não passou nem perto de suas supostas tendências comunistas, deixou a política de juros altos prosseguir e fez tudo dentro da cartilha capitalista. Então, é o que eu já disse, ele é mais admirado pelo que não fez do que pelo que fez.

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1424 Mensagem por Tiozinho50 » 11 Out 2010, 13:09

Hammermart escreveu: Comentário típico de petista...
Em primeiro lugar penso que o amigo deveria assumir suas posições antes de rotular os outros.

Não entendo esses tucanos enrustidos, não tem coragem de assumir seu apoio ao Serra, mas criticam abertamente o PT.

E o amigo não é o único, percebam que nesse espaço todos os críticos do PT não tem lado, são todos neutros. Essa é a maior prova de quão deletérios foram os tucanos para esse país, seus partidários não tem sequer coragem para assumir a constrangedora condição de tucanos.
Hammermart escreveu: Como eu disse, acho que o Bolsa-família é importante sim, mas está ainda bem longe do que a prosperidade alcançada pelo Brasil permite,
Muito bem, pelo menos reconhece que a administração do Lula/Dilma levou o Brasil a prosperidade, muito diferente dos anos em que os tucanos governaram e levaram esse país a calamidade.
Hammermart escreveu: nesse sentido é uma "esmolinha".
Quando o Lula entrou, não encontrou um país miserável após 8 anos de FHC, a miséria já vinha de muitos e muitos anos mais.
Nesse ponto eu concordo, e isso prova que em 8 anos de governo Lula/Dilma foi feito o que não fizeram nos 500 anos anteriores.

Srs. o governo Lula tirou 27 milhões de pessoas da linha da miséria, os tucanos e enrustidos chamam isso de “esmolinha’, porque então não fizeram nada pelos miseráveis quando estiveram 8 anos no poder no governo FHC/Serra?
Hammermart escreveu: E agora que o Lula está saindo, está deixando um país que beneficiou-se muito por ser um exportador de commodities compradas especialmente pela China. Isso tem pouco a ver com o Lula.
E o Brasil exportava o que no governo FHC/Serra alem de commodities?

Tens razão o governo FHC/Serra exportava estatais lucrativas para seus amigos como Daniel Dantas.

Hammermart escreveu: E dizer que este ano prevê-se um crescimento do PIB de 7,5%, bom, pegue a média dos últimos 8 anos ou até mesmo dos últimos 4 anos e compare com os 12% que os chineses cresceram por anos...

Bom pelo visto o amigo defende que o Brasil se torne um pais socialista, para ter a China como exemplo.

Mas tomemos o próprio país como exemplo, quais foram as taxas de crescimento do Brasil nos 8 anos de governos Serra/FHC?
Hammermart escreveu: Quanto ao PROER tenho a mesma opinião dos colegas acima, foi um avergonha semelhante à que ocorreu mais recentemente nos EUA, sob o argumento do "too big to fail".

Não foi apenas uma vergonha foi uma grosseira corrupção que levou dos cofres públicos mais de 100 bilhões, que rendeu inclusive processos por improbidade administrativa, o ministro da época Sr. Jose Serra já foi condenado em primeiro grau por improbidade administrativa, danos ao erário público, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos.

Conforme a verificação na disputa presidencial, o caso mais grave refere-se ao candidato Serra, que além das 17 certidões positivas, soma três processos ativos, ambos por improbidade administrativa. Os casos correm na Justiça Federal do Distrito Federal e referem-se ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer).

O Proer foi um programa implementado no início do governo Fernando Henrique Cardoso de ajuda a bancos e instituições financeiras que enfrentaram dificuldades na virada do período de hiperinflação para o início do Plano Real. Na época, Serra era o ministro do Planejamento. As ações envolvem diversas pessoas que tiveram algum grau de responsabilidade nas decisões do Proer. Os nomes mais conhecidos são Serra e o então ministro da Fazenda, Pedro Malan. Elas questionam a assistência concedida pelo Banco Central, no valor de R$ 2,975 bilhões, ao Banco Econômico S.A., em dezembro de 1994, assim como outras ações do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Conforme verificado, já houve um decisão monocrática, ou seja, de um único juiz em favor da denúncia. A juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, considerou que houve dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no caso.
http://congressoemfoco.uol.com.br/notic ... acao=33999
Hammermart escreveu: Enfim,não vejo nada de brilhante no govêrno Lula por méritos dele. O Lula é bajulado por governantes de quase o mundo todo porque não passou nem perto de suas supostas tendências comunistas, deixou a política de juros altos prosseguir e fez tudo dentro da cartilha capitalista. Então, é o que eu já disse, ele é mais admirado pelo que não fez do que pelo que fez.
Esse argumento é falacioso, no governo Lula os juros atingiram os menores índices de história:
BC: juros bancários para pessoas físicas atingem menor taxa da história
http://www.abril.com.br/noticias/econom ... 8441.shtml

A taxa Selic que no governo FHC/Serra chegou a 85,74%, no governo Lula está em torno de 10%.

Veja o gráfico abaixo:

Imagem
Hammermart escreveu: E agora que o Lula está saindo, está deixando um país que beneficiou-se muito por ser um exportador de commodities compradas especialmente pela China. Isso tem pouco a ver com o Lula.
Esse argumento é patético, o país melhorou sob todos os aspectos, atribuir todos esses avanços a “sorte” do Lula, bem demonstra o desrespeito a inteligência alheia, típico de quem procura ocultar sua predileção aos DEMO-Tucanos, sob o manto de uma falsa neutralidade.

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Re: Largada para 2010 - Panorama da política atual e os rumos para a sucessão presidencial.

#1425 Mensagem por Hammermart » 11 Out 2010, 13:39

Tiozinho50 escreveu:
Hammermart escreveu: Comentário típico de petista...
Em primeiro lugar penso que o amigo deveria assumir suas posições antes de rotular os outros, não entendo esses tucanos enrustidos, não tem coragem de assumir seu apoio ao Serra, mas criticam abertamente o PT.
E o amigo não é o único, percebam que nesse espaço todos os críticos do PT não tem lado, são todos neutros. Essa é a maior prova de quão deletérios foram os tucanos para esse país, seus partidários não tem sequer coragem para assumir a constrangedora condição de tucanos.
Hammermart escreveu: Como eu disse, acho que o Bolsa-família é importante sim, mas está ainda bem longe do que a prosperidade alcançada pelo Brasil permite,
Muito bem, pelo menos reconhece que a administração do Lula/Dilma levou o Brasil a prosperidade, muito diferente dos anos em que os tucanos governaram e levaram esse país a calamidade.
Hammermart escreveu: nesse sentido é uma "esmolinha".
Quando o Lula entrou, não encontrou um país miserável após 8 anos de FHC, a miséria já vinha de muitos e muitos anos mais.
Nesse ponto eu concordo, e isso prova que em 8 anos de governo Lula/Dilma foi feito o que não fizeram nos 500 anos anteriores. Srs. o governo Lula tirou 27 milhões de pessoas da linha da miséria, os tucanos e enrustidos chamam isso de “esmolinha’, porque então não fizeram nada pelos miseráveis quando estiveram 8 anos no poder no governo FHC/Serra?
Hammermart escreveu: E agora que o Lula está saindo, está deixando um país que beneficiou-se muito por ser um exportador de commodities compradas especialmente pela China. Isso tem pouco a ver com o Lula.
E o Brasil exportava o que no governo FHC/Serra alem de commodities? Tens razão o governo FHC/Serra exportava estatais lucrativas para seus amigos como Daniel Dantas.

Hammermart escreveu: E dizer que este ano prevê-se um crescimento do PIB de 7,5%, bom, pegue a média dos últimos 8 anos ou até mesmo dos últimos 4 anos e compare com os 12% que os chineses cresceram por anos...

Bom pelo visto o amigo defende que o Brasil se torne um pais socialista, para ter a China como exemplo.
Mas tomemos o próprio país como exemplo, quais foram as taxas de crescimento do Brasil nos 8 anos de governos Serra/FHC?
Hammermart escreveu: Quanto ao PROER tenho a mesma opinião dos colegas acima, foi um avergonha semelhante à que ocorreu mais recentemente nos EUA, sob o argumento do "too big to fail".

Não foi apenas uma vergonha foi uma grosseira corrupção que levou dos cofres públicos mais de 100 bilhões, que rendeu inclusive processos por improbidade administrativa, o ministro da época Sr. Jose Serra já foi condenado em primeiro grau por improbidade administrativa, danos ao erário público, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos.
Conforme a verificação na disputa presidencial, o caso mais grave refere-se ao candidato Serra, que além das 17 certidões positivas, soma três processos ativos, ambos por improbidade administrativa. Os casos correm na Justiça Federal do Distrito Federal e referem-se ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer).

O Proer foi um programa implementado no início do governo Fernando Henrique Cardoso de ajuda a bancos e instituições financeiras que enfrentaram dificuldades na virada do período de hiperinflação para o início do Plano Real. Na época, Serra era o ministro do Planejamento. As ações envolvem diversas pessoas que tiveram algum grau de responsabilidade nas decisões do Proer. Os nomes mais conhecidos são Serra e o então ministro da Fazenda, Pedro Malan. Elas questionam a assistência concedida pelo Banco Central, no valor de R$ 2,975 bilhões, ao Banco Econômico S.A., em dezembro de 1994, assim como outras ações do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Conforme verificado, já houve um decisão monocrática, ou seja, de um único juiz em favor da denúncia. A juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, considerou que houve dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no caso.
http://congressoemfoco.uol.com.br/notic ... acao=33999
Hammermart escreveu: Enfim,não vejo nada de brilhante no govêrno Lula por méritos dele. O Lula é bajulado por governantes de quase o mundo todo porque não passou nem perto de suas supostas tendências comunistas, deixou a política de juros altos prosseguir e fez tudo dentro da cartilha capitalista. Então, é o que eu já disse, ele é mais admirado pelo que não fez do que pelo que fez.
Esse argumento é falacioso, no governo Lula os juros atingiram os menores índices de história:
BC: juros bancários para pessoas físicas atingem menor taxa da história
http://www.abril.com.br/noticias/econom ... 8441.shtml

A taxa Selic que no governo FHC/Serra chegou a 85,74%, no governo Lula está em torno de 10%.

Veja o gráfico abaixo:

Imagem
Hammermart escreveu: E agora que o Lula está saindo, está deixando um país que beneficiou-se muito por ser um exportador de commodities compradas especialmente pela China. Isso tem pouco a ver com o Lula.
Esse argumento é patético, o país melhorou sob todos os aspectos, atribuir todos esses avanços a “sorte” do Lula, bem demonstra o desrespeito a inteligência alheia, típico de quem procura ocultar sua predileção aos DEMO-Tucanos, sob o manto de uma falsa neutralidade.

Bem se vê que és um petista de carteirinha...

Eu não sou tucano enrustido nem nada disso, não gosto da linha política do Serra e não tenho vergonha do PSDB pela simples razão de que nunca votei neles. Acho que petistas como você é que enxergam o mundo como o velhos reis da Espanha e Portugal, dividido entre PT e PSDB somente.

Quanto às suas observações, na maioria demonstram uma miopia próxima à cegueira. O contexto em que se passaram os govêrnos FHC e Lula, a nível da economia mundial, foram muitíssimo diferentes. É claro que nos tempos do FHC o Brasil também exportava principalmente commodities, ocorre que a China não comprava do Brasil os volumes de produtos que hoje compra, e os preços desses produtos eram muito inferiores.

Isso de dizer que no govêrno Lula os juros foram os menores da história, bem, isso também tem que ser medido vis-a-vis os juros internacionais. Petistas radicais não entendem que o Lula só entrou para a presidência após um acordo com empresários locais e a turma da direita, nacional e internacional, que impôs a ele um vice-presidente empresário, um presidente do Banco Central banqueiro internacional e ministros como o Palocci e o Furlan? Ora, isso é ser muito obtuso, fanático em nome de um partido tão corrupto como tantos outros, dirigido pelos Dirceus e Delúbios da vida.

Enfim, é difícil discutir com radicais, eu sou da opinião que o Lula fez muito pouco pelo país no que dependeu dele. Apenas presidiu o país quando as condições econômicas globais favoreceram enormemente o Brasil, com seu perfil de exportador de commodities. Foram essas condições econômicas globais que mudaram muito do govêrno anterior ao govêrno Lula, não o Brasil. E o crescimento do país nesse período não foi acompanhado de investimentos de infra-estrutura que tornem o crescimento sustentável por muitos anos, os gargalos já estão visíveis.

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