Hugo Chávez

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#136 Mensagem por Carnage » 16 Fev 2009, 12:31

Polêmico!

Opinem:

http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=6100
Chávez, o mais democrático dos líderes latino-americanos
16/fevereiro/2009 9:57
Chávez está no poder há menos tempo que os tucanos em São Paulo

. O presidente Hugo Chávez da Venezuela se submeteu ontem à 15ª. eleição desde que chegou ao poder dez anos atrás.

. Ele conquistou por 54% a 45% o direito de concorrer a mais seis anos de Governo, quando o atual mandato expirar em 2013.

. Ou seja, ele pode ficar no poder até 2019.

. Se ganhar será no voto, numa eleição democrática, como a de ontem, referendada, como sempre acontece na Venezuela, por uma missão de observadores internacionais.

. Na Venezuela, não existe esse anacronismo pernicioso de que os brasileiros se orgulham, a urna eletrônica sem comprovante físico do voto do eleitor.

. Logo, na Venezuela é possível recontar os votos – o que, no Brasil, é impossível…

. E os brasileiros falam mal da democracia venezuelana.

. Há muitas críticas a fazer ao Governo Chávez e a forma de reter o poder.

. Mas, que outro governante latino-americano se submeteu tantas vezes à decisão do eleitor ?

. A máquina estatal condiciona a opinião do eleitor ?

. Claro que sim.

. Como aqui em São Paulo, onde Zé Pedágio e os tucanos usam a máquina para se perpetuar no poder.

. Chávez está no poder há dez anos.

. Os tucanos, em São Paulo, estão há 14 anos.

. A eleição de Chávez é menos legítima do que a Gilberto Taxab ?

Paulo Henrique Amorim

. Amigo navegante, não perca o seu tempo com o PiG (*). Leia a imprensa internacional sobre a vitória de Chávez:

El Pais, da Espanha, o melhor jornal em língua espanhola da América Latina:
Chávez recebe luz verde à reeleição

El Nacional, de Caracas, um jornal anti-Chávez:
Chávez: este soldado agora é pré-candidato a 2013

La Nación, um jornal conservador da Argentina:
Ganhou o "Sim" e Chavez pode ser re-eleito Presidente

O New York Times, que, positivamente, não gosta de Chávez:
Chávez ganha decisivamente plebiscito que determina o fim do limite de mandatos

Em tempo: o PiG tem o hábito de pintar Chávez como um tirano soviético. Quem também gostava muito de fazer consultas populares foi um dos construtores do mundo moderno, no âmbito da democracia ocidental: o general (êpa !) Charles De Gaulle. Ele renunciou em 1969, depois de perder um referendo sobre reforma administrativa. Ou seja, referendos, como eleições, também se perdem…

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ussama
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#137 Mensagem por ussama » 16 Fev 2009, 14:15

e olha que o paulo henrique tamborim é um reporter imparcial.

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FucaBala
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#138 Mensagem por FucaBala » 16 Fev 2009, 14:35

Ótima comparação... Realmente há muitas coisas em comum entre Hugo Chávez e o PSDB paulista...

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Roy Kalifa
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#139 Mensagem por Roy Kalifa » 16 Fev 2009, 14:43

É tudo FDP farinha do mesmo saco: Chavez, Evo Morales, Fidel Castro...

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Roman Barak
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#140 Mensagem por Roman Barak » 16 Fev 2009, 15:16

PRS escreveu:
PattyKitty escreveu:Ele fala coisas dignas de uma pessoa fora de seu completo juízo.
Acho que se ele estivesse em sã consciência teria mais reservas ao falar.
Não, acho que ele esta bem consciente . Isso chama-se polarizar a opinião interna contra o "exterior" e tem sido usado por n dirigentes em diversos paises e em diversas ocasiões. Só pra citar alguns casos: Castro vs EUA, Ceauscescu vs URSS, Galtieri vs Reino Unido e por aí vai...

A inflação esta alta? Culpa dos EUA
O Mercosul falha? Culpa do Brasil que é pau mandado dos EUA
A industria local vai pro chapeu? Culpa dos conglomoerados internacionais.
A população passa fome? Culpa dos banqueiros que cobram juros abusivos , tirando o pão da boca do povo.

Resumindo, é bem isso o que o PRS falou. Quando um governante começa atacar demais os EUA ou qualquer outro país, o faz simplesmente porque quer afastar a atenção da opinião pública do seu país para outro foco, que não o desatre do seu governo.

Pelo que vejo, todos, absolutamente todos sos países que detem grandes reservas de petróleo, são governados por ditadores picaretas. Assim ocorre na Venezuela, nos países árabes, na Rússia, na Nigéria e nos EUA (na era Bush) - será que vai acontecer com o nosso, depois que encontraram essa reserva na costa brasileira?

Não sei a razão disso ou se existe alguma ligação, mas essa regra não falha. E não só no caso do petróleo: grandes reservas de diamante ou ouro estão ligadas a regimes ditatoriais e corruptos, como a África do Sul da era Apartheid e o Zaire.

Voltando ao tema principal do tópico, Chavez não é nenhum imbecil, não é o palhaço que a imprensa internacional pinta. É um sujeito muito esperto, com educação nos EUA e que ussa esse discurso esdrúxulo de ficar atacando os EUA porque o povo venezuelano, como de resto todo o povo de país subdesenvolvido, é mesmo esdrúxulo, ou seja, sucetível de ser enganado e iludido com falsas promessas, por mais absurdas que sejam.

Não há nele nada de socialista, mas sabe muito bem que esse discurso de esquerda "cola" porque povo com fome e sem esperança se apega a uma lata d'água, uma barra de rapadura ou uma dentadura, como acontece no interior do nosso País.

Se as pessoas fossem de fato esclarecidas, esse tipo de político não sobreviveria ou nem entraria para a vida pública.

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BLL Tuning
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#141 Mensagem por BLL Tuning » 16 Fev 2009, 17:30

Roman Barak vc jah leu sobre a ditadura Mbasogo na Guiné Equatorial ???

então tente me explicar como um país de 500 mil pessoas e que ganha 4 bilhões de dólares /ano com o petróleo não eh um dos mais ricos ou o mais rico da África...


valeu...

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Roman Barak
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#142 Mensagem por Roman Barak » 16 Fev 2009, 20:50

BLL Tuning escreveu:Roman Barak vc jah leu sobre a ditadura Mbasogo na Guiné Equatorial ???

então tente me explicar como um país de 500 mil pessoas e que ganha 4 bilhões de dólares /ano com o petróleo não eh um dos mais ricos ou o mais rico da África...


valeu...
E é pra mim que você pergunta? Acho que não entendeu o sentido do que eu escrevi acima, pois o que eu disse condiz exatamente a esse caso da Guiné Equatorial, que, segundo você, ganha US$4 bilhões ao ano com petróleo, mas esse dinheiro, obviamente, não é investido no país.

Abrindo parênteses...

Sem pudor de dizer o que vou dizer, o fato é que a África é mesmo o fim do mundo e não me admiro com a situação que você relatou a respeito deste país africano. Não há país africano que chegue perto de ser desenvolvido e isso não se deve, como costumam dizer, ao fato, simplesmente, de a colonização européia da região ter se dado de forma predatória por lá no século XIX. A África desde sempre foi o lixo que é hoje. Sinto muito em dizer que, infelizmente, a escravidão dos povos africanos foi um sucesso como método econômico de exploração de mão-de-obra ou sistema de produção de baixo custo (melhor explicando, um sucesso no sentido de que os colonizadores lucraram e conseguiram manter o sistemas por séculos, mas um fracasso no sentido de evolução da humanidade) exatamente porque as guerras entre as tribos implicavam na "venda" dos derrotados como escravos aos europeus. Quando se deu a independência dos países africanos a partir da última metade do século XX, infelizmente os dirigentes africanos aprenderam sobre governo apenas o que de pior os europeus poderiam ensinar: ditadura, exploração do povo e corrupção.

Fechando parênteses.

Não sei porque as pessoas se espantam tanto com os absurdos do Hugo Chavez. Afinal de contas, o povo brasileiro elegeu coisa pior até nesse departamento, como o Fernando Collor de Mello, em 1989. Esse miserável só caiu porque não era habilidoso como o Chavez, que goza já um bom tempo de considerável popularidade.

E nem preciso dizer que mesmo povos ditos mais evoluídos elegeram verdadeiros estrumes políticos, que agiram com conivência de grande parte ou maioria da população. Para ilustrar o que digo, basta citar Adolf Hitler, que, antes de mais nada, foi eleito pelo povo alemão. para não cair nesse fatalismo extremo, vamos lembrar que George W. Bush também foi eleito, mesmo contando mentiras, condição que denota a estupidez do homem médio americano.

Podem até dizer que tais ocorrências históricas somente sucederam porque a maioria do povo é mesmo ignorante, não tem estudo e que, por isso, não sabe votar. Mas basta ler as seções "Cartas do Leitor" da revista Veja e de uma caralhada de jornais para perceber que possuir diploma universitário no Brasil não confere inteligência superior.

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Carnage
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#143 Mensagem por Carnage » 17 Fev 2009, 12:05

Roman Barak escreveu:Mas basta ler as seções "Cartas do Leitor" da revista Veja e de uma caralhada de jornais para perceber que possuir diploma universitário no Brasil não confere inteligência superior.
Eu já disse isso várias vezes e conheço exemplos vívidos e contundentes.

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Peter_North
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#144 Mensagem por Peter_North » 17 Fev 2009, 12:35

Carnage escreveu:
Roman Barak escreveu:Mas basta ler as seções "Cartas do Leitor" da revista Veja e de uma caralhada de jornais para perceber que possuir diploma universitário no Brasil não confere inteligência superior.
Eu já disse isso várias vezes e conheço exemplos vívidos e contundentes.
Eu também. Mas proporcionalmente, conheço mais exemplos vívidos e contundentes de burrice entre aqueles que não estudaram. Estudo ajuda e faz bem, mas tem gente que não tem como ser ajudada, até porque não se ajuda.

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FucaBala
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#145 Mensagem por FucaBala » 17 Fev 2009, 13:23

Peter_North escreveu:
Carnage escreveu:
Roman Barak escreveu:Mas basta ler as seções "Cartas do Leitor" da revista Veja e de uma caralhada de jornais para perceber que possuir diploma universitário no Brasil não confere inteligência superior.
Eu já disse isso várias vezes e conheço exemplos vívidos e contundentes.
Eu também. Mas proporcionalmente, conheço mais exemplos vívidos e contundentes de burrice entre aqueles que não estudaram. Estudo ajuda e faz bem, mas tem gente que não tem como ser ajudada, até porque não se ajuda.
Tem quem não queira ser ajudado...

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Capitão Caverna BsB
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#146 Mensagem por Capitão Caverna BsB » 17 Fev 2009, 14:52

Por que Hugo Chávez ganhou?
Emir Sader
(no site Carta Maior)_

Uma vez mais, em dez anos, Hugo Chávez triunfou nas eleições internas. À exceção da consulta de reforma constitucional de dezembro
de 2007, ele triunfou em todas as 14 eleições, presidenciais, de referendos do mandato presidencial e outras. Volta agora a triunfar.

A levar a sério as versões da grande maioria – a quase totalidade da mídia privada nacional e internacional – não se pode entender suas
vitórias. Que aos 10 anos de mandato, sob efeito de uma brutal oposição da mídia monopolista privada, das entidades do grande
empresariado, dos partidos tradicionais, entre outras entidades que fazem parte do bloco de direita, Hugo Chavez detenha um apoio popular majoritário, só poderia ser atribuído a algum tipo de fraude. No entanto a própria oposição reconheceu a normalidade das eleições e a vitória de Chavez.

A razão de fundo para o apoio de Chavez na massa majoritariamente pobre da população venezuelana é a mesma que explica o êxito de
governantes que privilegiam políticas sociais em detrimento da ditadura da economia e do mercado, característica dos governos que os
precederam. Num país petroleiro, é incrível a pobreza venezuelana, revelando como as elites desse país fizeram a farra do petróleo,
enriquecendo-se elas e distribuindo parte da renda petroleira a outros setores, políticos e sociais – incluindo a antiga "esquerda" e
grandes setores do movimento sindical – que participavam da corrupção estatal.

Essas mesmas elites não perdoam que Hugo Chavez lhes tenha arrebatado não apenas o governo e o Estado, mas a principal fonte de riquezas do país – a PDVSA. E que dedique cerca de um quarto dos recursos obtidos por essa empresa para políticas sociais – para resgatar direitos essenciais da massa pobre da população, vitima principal do enriquecimento das elites tradicionais. Além de se valer de parte desses recursos para políticas internacionais solidárias – inclusive com setores pobres dos EUA.

Os resultados são claros: a extrema pobreza foi reduzida de 17,1 a 7,9. Cresceu a taxa de escolaridade e de preescolaridade, que subiu
de 40 a 60%. Terminou o analfabetismo, segundo a constatação da Unesco. A participação feminina subiu muito no Parlamento e quatro
mulheres dirigem a Corte Suprema, a Procuradoria Geral, o Conselho Nacional Eleitoral e a Assembléia Nacional. A taxa de mortalidade
infantil diminuiu de 27 por mil a praticamente a metade: 14 por mil. O acesso a água potável subiu de 80 a 92% da população. Diminuiu
significativamente a desigualdade social, a Venezuela subiu bastante no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, aumentou a
expectativa de vida, diminuiu o desemprego, aumentou o trabalho formal em relação ao precário, foram legalizados milhões de
aposentados, o consumo de alimentos subiu 170%. Em suma, como em todos os governos que buscam reverter a herança neoliberal, se dá um imenso processo de afirmação dos direitos da grande maioria, refletido na sua promoção social e na expansão do mercado interno de consumo popular.

A ideologia bolivariana articula promoção dos direitos à soberania nacional, à solidariedade internacional e à construção de um tipo de
sociedade fundada nas necessidades da população e não nos mecanismos de mercado – a que Chavez aponta como o socialismo do século XXI.

A nova vitória de Chávez tem nessas bases seu fundamento. À falência das corruptas elites tradicionais, a Venezuela passou a viver o maior processo de democratização social e política da sua história. Essa vitória permite e compromete o governo com o enfrentamento da grande quantidade de problemas pendentes e que responde, em parte pela derrota anterior do governo, em dezembro de 2007.

Entre eles, a adaptação do Estado às necessidades de gestão eficiente e transparente de suas políticas, o enfrentamento do tema da
violência, o avanço na construção de estruturas de poder político popular de base e do partido, o desenvolvimento de políticas
econômicas que permitam a edificação de estruturas econômicas menos dependentes do petróleo, de caráter industrial e tecnologicamente avançadas.

As derrotadas são as elites tradicionais, que controlam 80% da mídia privada do país, que promoveram o golpe militar contra Chavez, um lock-out e a fuga de capitais contra o país, que se articulam com o governo dos EUA contra as autoridades legitimamente eleitas e
reconfirmadas pelo voto democrático do povo venezuelano. Chavez sai fortalecido da consulta, assim como a imensa massa pobre da
população, que ingressa, através do processo bolivariano à historia política do país

Mais um bom texto pro debate.

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Peter_North
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#147 Mensagem por Peter_North » 17 Fev 2009, 16:54

Se é pra citar o petistão Emir Sader, então vou à outra ponta do extremismo e vou trazer um texto do tucanão Reinaldo Azevedo. Coincidentemente, desta vez concordo com ele:
Vocês se lembram qual foi a pergunta feita no referendo de Chávez?

"Você aprova a emenda dos artigos 160, 162, 174, 192 e 230 da Constituição da República, tramitada pela Assembléia Nacional, que amplia os direitos políticos do povo, com o fim de permitir que qualquer cidadão ou cidadã em exercício de um cargo de eleição popular possa ser sujeito à postulação como candidato ou candidata para o mesmo cargo pelo tempo estabelecido constitucionalmente, dependendo sua possível eleição exclusivamente do voto popular?"

Na forma e no conteúdo, trata-se de um acinte. Com que então se pergunta ao povo se ele é favorável a ter seus direitos ampliados... E, vejam que coincidência!, tal “ampliação” coincide com os interesses de Chávez, que teve abertas as portas para o mandato vitalício. E o bufão conseguiu tal feito com o apoio de pouco mais de um terço do eleitorado. O método é manjado: recorrer aos instrumentos da democracia para solapá-la.

Mas Amorim gosta e acha aquilo tudo muito democrático. E, para defender Chávez, evoca Margaret Thatcher e Churchill. Querem ver como são as coisas?

No dia 5 de novembro de 2007, quando o coronel bolivariano tentava pela primeira vez a reeleição ilimitada, quem saiu em sua defesa? Lula! E qual foi o argumento? Este aqui: “É engraçado porque já a Margareth Thatcher foi tantas vezes reeleita primeira-ministra e eu vi o Helmut Kohl ficar tanto tempo [no poder]. [Mas] nunca vi ninguém perguntar se vários mandatos sucessivos era [algo] ruim”.

Neste blog, critiquei, então, a tolice:
O Brasil, que aspira à condição de líder continental (e teria razões para isso, diga-se) se cala diante da escalada ditatorial venezuelana. Não! Não se cala: defende. E com uma tese de pura delinqüência política.
Thatcher e Kohl ocupavam o cargo reservado ao primeiro-ministro, em regimes parlamentaristas, um monarquista e outro republicano. E não precisaram mudar uma vírgula da letra da lei. Não precisaram recorrer a constituintes, referendos e golpes parlamentares, como faz Chávez. Em nenhum momento houve qualquer agressão aos direitos individuais.
A lembrança dos dois políticos é mais má-fé do que ignorância. E má-fé soprada pelos aloprados ideológicos que o cercam. Por que Lula não citou Mitterrand, na França, ou Tony Blair, na própria Grã-Bretanha? A resposta: porque, bem ou mal, são considerados do campo “progressista”. Seus politicólogos lhe recomendaram a citação de dois ex-expoentes da chamada “direita” européia para tentar caracterizar uma crítica ideológica a Chávez — assim, ele só estaria sendo objeto de censura porque é um “progressista”, um esquerdista.

Será que foi Lula quem tomou aula de história e política externa com Celso Amorim ou terá sido o contrário: o Apedeuta é que foi o professor? Qual é a minha aposta? Sendo Amorim quem é, estou certo de que a idéia original é mesmo de Lula e que o gigante da diplomacia brasileira decidiu dar altitude teórica à asneira para que o chefe se sentisse intelectualmente confortado.

E notem: a referência à República Velha, tão aparentemente fora do contexto, é mais perniciosa do que parece. Amorim recorreu ao exemplo para demonstrar que, naquele período, os presidentes se revezavam no cargo, sem reeleição, e nem por isso havia democracia. Assim, este mestre do pensamento usa a crítica ao poder oligárquico para justificar um regime que caminha a passos largos para a ditadura, a despeito da notável resistência do povo venezuelano.

Como se vê, para ele, a alternância do poder é só um formalismo que pode, a depender das circunstâncias, ser descartado. Na sua lógica perturbada, se ela, por si mesma, não faz a democracia, então se pode fazer uma democracia sem ela. Entenderam?

Chávez, aliás, é o exemplo de que eleições, sozinhas, não fazem a democracia. Segundo Amorim, pode-se, então, fazer uma democracia sem eleições. Fidel Castro sempre achou isso. E os ditadores brasileiros também.

Nunca o Itamaraty foi tão pequeno!

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Capitão Caverna BsB
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#148 Mensagem por Capitão Caverna BsB » 17 Fev 2009, 17:35

Peter_North escreveu:Se é pra citar o petistão Emir Sader, então vou à outra ponta do extremismo e vou trazer um texto do tucanão Reinaldo Azevedo. Coincidentemente, desta vez concordo com ele:
Vocês se lembram qual foi a pergunta feita no referendo de Chávez?

"Você aprova a emenda dos artigos 160, 162, 174, 192 e 230 da Constituição da República, tramitada pela Assembléia Nacional, que amplia os direitos políticos do povo, com o fim de permitir que qualquer cidadão ou cidadã em exercício de um cargo de eleição popular possa ser sujeito à postulação como candidato ou candidata para o mesmo cargo pelo tempo estabelecido constitucionalmente, dependendo sua possível eleição exclusivamente do voto popular?"

Na forma e no conteúdo, trata-se de um acinte. Com que então se pergunta ao povo se ele é favorável a ter seus direitos ampliados... E, vejam que coincidência!, tal “ampliação” coincide com os interesses de Chávez, que teve abertas as portas para o mandato vitalício. E o bufão conseguiu tal feito com o apoio de pouco mais de um terço do eleitorado. O método é manjado: recorrer aos instrumentos da democracia para solapá-la.

Mas Amorim gosta e acha aquilo tudo muito democrático. E, para defender Chávez, evoca Margaret Thatcher e Churchill. Querem ver como são as coisas?

No dia 5 de novembro de 2007, quando o coronel bolivariano tentava pela primeira vez a reeleição ilimitada, quem saiu em sua defesa? Lula! E qual foi o argumento? Este aqui: “É engraçado porque já a Margareth Thatcher foi tantas vezes reeleita primeira-ministra e eu vi o Helmut Kohl ficar tanto tempo [no poder]. [Mas] nunca vi ninguém perguntar se vários mandatos sucessivos era [algo] ruim”.

Neste blog, critiquei, então, a tolice:
O Brasil, que aspira à condição de líder continental (e teria razões para isso, diga-se) se cala diante da escalada ditatorial venezuelana. Não! Não se cala: defende. E com uma tese de pura delinqüência política.
Thatcher e Kohl ocupavam o cargo reservado ao primeiro-ministro, em regimes parlamentaristas, um monarquista e outro republicano. E não precisaram mudar uma vírgula da letra da lei. Não precisaram recorrer a constituintes, referendos e golpes parlamentares, como faz Chávez. Em nenhum momento houve qualquer agressão aos direitos individuais.
A lembrança dos dois políticos é mais má-fé do que ignorância. E má-fé soprada pelos aloprados ideológicos que o cercam. Por que Lula não citou Mitterrand, na França, ou Tony Blair, na própria Grã-Bretanha? A resposta: porque, bem ou mal, são considerados do campo “progressista”. Seus politicólogos lhe recomendaram a citação de dois ex-expoentes da chamada “direita” européia para tentar caracterizar uma crítica ideológica a Chávez — assim, ele só estaria sendo objeto de censura porque é um “progressista”, um esquerdista.

Será que foi Lula quem tomou aula de história e política externa com Celso Amorim ou terá sido o contrário: o Apedeuta é que foi o professor? Qual é a minha aposta? Sendo Amorim quem é, estou certo de que a idéia original é mesmo de Lula e que o gigante da diplomacia brasileira decidiu dar altitude teórica à asneira para que o chefe se sentisse intelectualmente confortado.

E notem: a referência à República Velha, tão aparentemente fora do contexto, é mais perniciosa do que parece. Amorim recorreu ao exemplo para demonstrar que, naquele período, os presidentes se revezavam no cargo, sem reeleição, e nem por isso havia democracia. Assim, este mestre do pensamento usa a crítica ao poder oligárquico para justificar um regime que caminha a passos largos para a ditadura, a despeito da notável resistência do povo venezuelano.

Como se vê, para ele, a alternância do poder é só um formalismo que pode, a depender das circunstâncias, ser descartado. Na sua lógica perturbada, se ela, por si mesma, não faz a democracia, então se pode fazer uma democracia sem ela. Entenderam?

Chávez, aliás, é o exemplo de que eleições, sozinhas, não fazem a democracia. Segundo Amorim, pode-se, então, fazer uma democracia sem eleições. Fidel Castro sempre achou isso. E os ditadores brasileiros também.

Nunca o Itamaraty foi tão pequeno!

huahuauahaa Peter , descobri sua identidade, vc é o Reinaldo Azevedo. :D

Pega qualquer assunto, enrola aqui, pula pra lá, pula pra cá e aproveita pra meter pau no Lula e no PT.

Imagina que a direita, ( a mesma que tentou o golpe ) é dona de 70% dos meios de comunicação.Porque não esclareceram a população sobre a real intenção do referendo?

Impressionante quando a esquerda ganha o povo é burro e não sabe votar.

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Carnage
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#149 Mensagem por Carnage » 17 Fev 2009, 17:57

Eu também não gosto do Chavez.
Inegável que houveram vários avanços na Venezuela durante o seu governo, avanços estes certificados pela própria ONU em várias pesquisas, mas ele com certeza tem aspirações ditatoriais. Ele gosta do poder, e quer ficar lá pra sempre, se possível. Se existe aí apenas vaidade, sede de poder, ou é realmente alguma noção ingênua de que fazendo isto está fazendo o melhor pelo país dele, nem vou entrar na questão.

Mas o fato é que, se o Reinaldo Azevedo está tentando mesmo afirmar que o povo da Venezuela foi enganado neste referendo pelo texto rebuscado da pergunta, ele foi extremamente infeliz.

Qualquer idiota na Venezuela (talvez principalmente estes) sabia exatamente o que significava votar no SIM, pois isso foi exaustivamente batido neles, seja pelo governo e seus simpatizantes, seja pela oposição. Ou seja, todo mundo sabia que votar SIM significava dar ao Chavez carta branca pra disputar quantas reeleições ele quizesse, e foi por isso mesmo que 54% do venezuelanos votou no sim, porque eles querem que o Chavez fique! Nem entrando no mérito da questão se isso é bom ou ruim, se eles estão certos ou errados, mas é o que eles querem.
Não houve engodo algum, apesar do texto infeliz, e até certo ponto ridículo, da pergunta. O povo de lá é que escolheu o que queria, e vai pagar por esta decisão.

Eu acho extremamente salutar e benéfico a alternância de partidos no poder. 12 anos, por exemplo, é muito pra uma mesma pessoa ou um partido ficar no comando. Tanto é que São Paulo sofre a 16 com o PSDB. Uma pena que faltam alternativas para essa alternância...

Venho lembrar que uma ala do PSDB no meio do segundo mandato do FHC cogitou lutar pela possibilidade de um terceiro, mas isso não foi pra frente porque até mesmo eles viram que este segundo mandato estava sendo tão desastroso que FHC jamais ganharia. Justamente por isso Lula ganhou. E imagina se eles conseguissem o direito de dispoutar e deixassem o Lula ganhar com a chance de ficar três mandatos? :lol:
E pelo final do primeiro do Lula, PSDB novamente ataca tentando revogar a emenda da reeleição, que eles conseguiram antes a dura$ pena$ e por decisão do congresso, não por voto popular. FHC até apelou a Lula para desistir:
"Lula deve desistir da reeleição"
01.07.2005
Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, só assim será possível sair da crise política em curso
http://portalexame.abril.com.br/revista ... 79894.html

Política no Brasil é assim. Todo mundo quer tudo pra si, e nada para os outros.

Três mandatos com certeza é demais, que dirá reeleição vitalícia?
Mas Chavez sabia muito bem o que estava fazendo. Ele somente se submeteu a este referendo porque tinha plena confiança de que iria ganhar.

Engraçado é que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, aliado dos EEUU, está tentando a mesma coisa, e sem voto popular, e ninguém acha tão ruim.

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Peter_North
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#150 Mensagem por Peter_North » 17 Fev 2009, 18:06

Carnage escreveu:Engraçado é que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, aliado dos EEUU, está tentando a mesma coisa, e sem voto popular, e ninguém acha tão ruim.
Eu não vejo diferença nenhuma entre o que foi feito pelo Uribe e o que foi feito pelo Chavez. Ambos são um desastre para o futuro dos seus países.

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