RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#106 Mensagem por Carnage » 20 Ago 2011, 00:36

http://www1.folha.uol.com.br/poder/9614 ... iais.shtml
Em SP, petistas e tucanos temem parceria em programas sociais
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO


A união dos programas sociais do governo federal e do governo do Estado de São Paulo foi recebida com desconfiança por petistas e tucanos, que dizem não conseguir mensurar o impacto eleitoral da medida.

Nesta quinta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciarão a associação do Bolsa Família, principal vitrine petista na ação social, ao Renda Cidadã, versão paulista do programa.

A medida é direcionada a pessoas com renda inferior a R$ 70 mensais.
Nos bastidores da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal de São Paulo, representantes dos dois partidos externaram preocupação com a iniciativa --inédita na administração paulista.

Do lado petista, há o temor de que o pacto firmado entre Dilma e Alckmin auxilie o PSDB a consolidar a imagem de que prioriza a agenda social no Estado.

Já o PSDB teme que o eleitorado interprete a ação como adesão a um "modelo assistencialista", historicamente criticado pelo partido.

A associação dos programas será oficializada nesta quinta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, onde Dilma lançará o Brasil Sem Miséria para a região Sudeste.

Para conter insatisfeitos no PSDB, Alckmin acionou seu secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, que pediu aos deputados tucanos que participassem do evento.

O apelo para que a ação não fosse partidarizada também foi feito pelo presidente do PT em São Paulo, deputado estadual Edinho Silva. "Será um avanço histórico no modelo de gestão, com benefício para a sociedade. Não podemos partidarizar uma ação como essa", afirmou.

O mesmo discurso foi adotado pelo líder do PSDB na Assembleia, Orlando Morando. "É uma prova da postura republicana da presidente e do nosso governador", disse o tucano.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) também elogiou a medida, mas alfinetou a presidente. "É positivo [unir os programas]. E será uma ótima oportunidade para lembrar a presidente que os dois programas, o Bolsa Família e o Renda, têm o DNA do PSDB", afirmou.

Apesar dos discursos, os rumores de insatisfação chegaram ao governo. Em seu perfil no Twitter, kkkkkkkkk Lepique, secretário particular de Alckmin, afirmou: "Quanto à bobageira que tenho ouvido sobre a visita da presidente Dilma ao governador, só digo isso: sapo não pula por boniteza, mas por precisão".
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica ... 17914.html
Fernando Henrique Cardoso recepciona Dilma em São Paulo
Presidenta participou de evento com Alckmin para assinatura do Pacto Brasil Sem Miséria
Ricardo Galhardo, iG São Paulo


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recepcionou a presidenta Dilma Rousseff na sede do governo paulista. Ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), FHC ciceroneou a presidenta e a recebeu com um abraço.

Dilma participou de um evento no Palácio dos Bandeirantes com os governadores da região Sudeste, para assinar o Pacto Brasil Sem Miséria. Com a presença de petistas e ministros do governo Dilma no encontro, a presidenta Dilma foi recebeida com muitos aplausos, assim como Fernando Henrique.

A presidenta e o ex-presidente sentaram-se lado a lado no evento em São Paulo. Estão presentes os ministros Helena Chagas (Comunicação Social), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Affonso Florence(Desenvolvimento Agrário), Edson Lobão (Minas e Energia), Carlos Lupi (Trabalho) e Teresa Campello (Desenvolvimento Social), junto aos governadores Alckmin, Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), Antonio Anastasia (Minas Gerais ) e Renato Casagrande (Espírito Santo).

Combate à miséria

O objetivo é retirar 2,7 milhões de brasileiros da extrema pobreza nos quatro Estados da região, onde 79% da população mais pobre se concentra nas áreas urbanas. Com a assinatura do termo de compromisso para superação da miséria com os governadores, os Estados e municípios passarão a localizar e cadastrar famílias cuja renda mensal por pessoa seja inferior a R$ 70 e que não sejam atendidas ainda por programas sociais.

De acordo com o governo federal, 300 mil famílias serão contempladas até 2014 no Estado de São Paulo por meio do acordo de complementação de renda do Bolsa Família. As pessoas que já são atendidas pelo Bolsa Família receberão esse valor extra por meio do programa estadual Renda Cidadã. Essa complementação de renda já existe no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

Também como parte do plano Brasil Sem Miséria, Dilma vai assinar acordo de cooperação com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para que as concessionárias apoiem o programa na divulgação de informações e na localização das famílias de baixa renda. Outra meta do plano é levar energia elétrica a cerca de 11 mil famílias da região, além de, por meio do programa Água para Todos, facilitar a construção de cisternas e pequenos sistemas de irrigação.

O governo vai ainda assinar acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para que as empresas nesses quatro Estados comprem produtos de agricultores familiares. Além disso, estão previstas no plano a instalação de 286 Unidades Básicas de Saúde e 86 Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e ações para expandir a rede de ensino técnico.

*Com Valor Online e Agência Estado
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-estilo-dilma
O estilo Dilma
Enviado por luisnassif, qui, 18/08/2011 - 19:44
Por Joaquim Aragão
Atualizado às 19:43


Pois eu acho que a Dilma está se saindo melhor do que a encomenda. Com seu estilo próprio, diferente do Lula, está inovando nos mais diversos aspectos da política. É fato novo sobre fato novo. Tanto na forma de tratar com a imprensa, a corrupção quanto na articulação política. De dependente do Lula ela não tem mais nada (daí concordar com a crítica do próprio Lula aos queremistas lulistas)!

Primeiramente cabe destacar que a conquista do poder por forças progressistas não tem o objetivo apenas ganhar as eleições. De nada adianta ganhá-las se o progressistas não conseguirem emplacar sua agenda (ver Obama). Ao contrário do Obama, Dilma está conseguindo impor a agenda progressista dela até à oposição conservadora! Por mais que esta queira e vá explorar o programa nas próximas eleições, a vitória da agenda é, do ponto de vista estratégico, mais importante que o embate eleitoral (e, claro, a Dilma terá mais argumentos ainda para o eleitor, pois conseguiu dobrar governos conservadores para sua agenda, e não o contrário!).

Quanto ao estilo "dilmista" de governar, ela pode irritar os “confrontistas” por aparentemente estar bajulando “ingenuamente” seus algozes (Folha, Alckmin, FHC, etc.), mas o que ela está querendo na verdade é consolidar cada vez mais as instituições democráticas, independentemente de algumas estarem na mão do bloco conservador.

A ida à Folha deve ser interpretada como uma sinalização da Presidenta de que o PT é o verdadeiro fiador das instituições democráticas. Apesar de não fazer coro às críticas contra Chavez, a direita brasileira terá cada vez mais dificuldades de acusar o governo de atentar contra as liberdades (usando instituições como o SIP, OAB e outras) como isso tem sido feito contra o governo venezuelano.

Esse reforço das instituições democráticas burguesas é mais do que um “cala-boca” para golpistas de plantão da direita: como o Lula já enfatizou várias vezes, elas são essenciais para o progresso social, sem as quais ele nunca poderia ter feito a carreira que fez.  Inversamente, são os governos conservadores que primam mais pela falta de democracia, mesmo enchendo a boca com a defesa dela: a corrupção é desmedida, mas não noticiada pela imprensa, que se torna chapa-branca; a repressão contra movimentos sociais é dura, e por aí vai.

Portanto, defender as liberdades democráticas burguesas, as quais não são garantidas amplamente pelos governos da burguesia, é uma estratégica essencial para o progresso social. E quando a Dilma dá às mãos às instituições dominadas pelas forças conservadoras, ela não está entregando os pontos, pois a política dela continua cada vez mais progressista. E é a direita que fica desnorteada, pela perda de argumentos e pela adesão forçada à agenda do governo.

Por último cabe observar um outro aspecto da tática dilmista de governar: quando um ministro cai em função dos ataques da imprensa conservadora, ela vem o substituindo por uma figura alheia ao grupo de poder que se encastelava atrás do ministro substituído: assim, a queda de Jobim levou Amorim ao poder, para tristeza das viúvas da ditadura no setor militar; já a queda do Rossi, representante do agrobusiness, levou ao poder um político de fora desse mesmo bloco, para desespero dos latifundiários. Antes a direita e sua imprensa não tivessem mexido com o Rossi! Ou seja, a Dilma está fazendo a imprensa trabalhar para ela, contra a vontade desta!

Isso é um jogo sem risco? Claro que não, mas ela resolveu apostar nessa técnica. Até porque não podia continuar com a tática contemporizadora do Lula: ela não tem o carisma e o apoio popular do Lula para sobreviver aos escândalos, e não poderá governar com a corrupção andando solta, sobretudo em tempos de crise econômica e de necessidade de maior eficiência dos gastos. E o PT tem ainda de resgatar sua pretensão de honestidade, já tão desmoralizada, para continuar no poder: o rol sem fim de escândalos nos seus governos irá dificultar cada vez mais essa continuidade.

Os riscos de incentivar a imprensa a buscar cada vez mais escândalos para rachar o governo é real, até porque é essa a estratégia já patente  do bloco conservador. Ou seja, a fase do “aparente consenso”, sugerida pelo Nassif, acabou definitivamente: a oposição e a imprensa conservadora já encontrou sua tática de guerra.

Mas até agora Dilma comprovou saber gerenciar as crises, não deixando que elas prejudiquem as políticas públicas inovadoras. A “independência” do PR pode atrapalhar no momento. Mas quando os resultados positivos aparecerem, quero ver se eles não irão buscar seu pedacinho do sucesso.

Voltando ao ato com o Alckmin, essa capacidade fica claramente demonstrada: se o PSDB se dobra, porque o PR iria assumir o papel de oposição? Só porque o grupinho do Nascimento levou uma surra? E os outros, vão querer ficar de fora? O PV já está querendo voltar à base, vejam só...

Em suma: até agora, o Lula foi o presidente mais malandro (no bom sentido) da história nacional, superando as “imbatíveis raposas”. Dilma está mostrando que pode superar o seu mestre...

Por Chato Feliz

Senhores, é oficial: o senso crítico fugiu do país. Abram alas para o malabarismo retórico que interpreta qualquer arroto da presidente como o verso do mais sábio e profundo soneto em lingua portuguesa, porque ele chega forte (sem belas mulatas infelizmente). Não há ministro que entre que não seja lambido da cabeça aos pés, e não há ministro que saia que não seja demonizado. Não há bixo-grilo pró-Dilma que não receba total atenção e até mesmo veneração por parte da blogosfera. A polícia federal oscila mensalmente do céu ao inferno, conforme efetua prisões a corruptos da oposição ou da situação respectivamente. Os que temiam um FlaXFlu ideológico nas análises políticas que apertem o cinto porque o flamengo morreu. É pelada de um time só, com direito a aplauso pra gol contra (se o Lula pode fazer metáfora com futebol eu também posso).

Há tanta coisa errada a criticar (construtivamente principalmente), várias más indicações de ministros, há tantos problemas de agora que eram já completamente previsíveis desde antes da posse (e que foram previstos no blog), e no entanto virou tudo traço de genialidade, virou estilo, marca da presidente. Que apenas "ignorantes" e/ou mal intencionados não entendem. Aos olhos desse pessoal a forte e competente Dilma virou de repente um bonequinho de açúcar, e críticas gotas de água. Não é por aí, não é por aí mesmo.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -e-alckmin
A canoa de Dilma
Maria Cristina Fernandes
Do Valor


Foi a solidez da aliança da presidente Dilma Rousseff com o PMDB que derrubou Wagner Rossi da Agricultura e não o inverso. A carta do ex-ministro é cristalina. Vai no sentido oposto ao discurso com que o ex-ministro Alfredo Nascimento reassumiu sua cadeira no Senado. Enquanto o senador pelo PR acusou a presidente de abandoná-lo, Rossi isenta Dilma, a quem chama de "querida presidente", de qualquer responsabilidade sobre sua saída, e faz votos por seu sucesso.

Ao atribuir o desgaste aos interesses prejudicados pelas perspectivas eleitorais do PMDB em São Paulo o ex-ministro dá a exata medida da importância que o partido confere à aliança federal. A onda de denúncias contra si teria partido de quem não mais poderá "colocar o PMDB a reboque de seus desígnios" nas eleições paulistas. Mais do que as digitais insinuadas por Rossi, o que importa em sua declaração é a disposição do PMDB em manter uma aliança a salvo do assédio oposicionista.

Desde que Orestes Quércia (1938-2010) candidatou-se pela última vez ao governo paulista em 1998, o PMDB tem sido sigla auxiliar dos tucanos no Estado como seu principal fornecedor de vices em eleições majoritárias.

Com a morte de Quércia e a assunção de Temer ao comando do PMDB local, o partido resolveu ensaiar carreira solo com a candidatura do deputado federal Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo.

Como se trata de uma candidatura pemedebista, não poderia deixar de ter duas âncoras - o PT, com quem o partido já fez acordo de apoio mútuo no segundo turno, e a banda Geraldo Alckmin do PSDB, a quem Chalita deve sua ascensão na política paulista e com quem mantém relações estreitas.

Se Chalita enfrentar o ex-governador José Serra em 2012 na capital paulistana levará Alckmin a ter um amigo e um correligionário em campos opostos - situação ainda mais confortável do que a de Serra em 2008 quando, na condição de governador, assistiu Gilberto Kassab e Alckmin se confrontarem pela prefeitura paulistana.

A desenvoltura do PMDB no Estado não está restrita à capital. Em entrevista a Vandson Lima, do Valor, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), apostou que o PMDB é a legenda que mais vai crescer no Estado em 2012.

No partido que rebocou o PMDB paulista até aqui quem menos tem a ganhar com a desenvoltura dos aliados de Temer é Serra - o que não é suficiente para assegurar veracidade às insinuações feitas por Rossi. Ao sugerir que Serra é o pauteiro de sua demissão, o ex-ministro, além de ignorar seus próprios malfeitos, talvez tenha superdimensionado a capacidade de o ex-governador encontrar ressonância depois de uma campanha em que destroçou seu capital político.

Tão ou mais eloquente que a sinuca eleitoral montada pelo PMDB paulista para os não alckmistas do PSDB é o feitio que vem adquirindo a gestão do governador em São Paulo.

Poucos aliados da presidente no PT têm aderido de maneira tão incondicional aos programas federais quanto Alckmin.

A acolhida que deu ontem a Dilma, com direito a abraço do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à entrada do Palácio dos Bandeirantes, foi apenas a parte mais visível dessa aproximação.

Já no primeiro mês de governo Alckmin anunciou sua adesão às metas para acabar com a miséria. Depois promoveu a unificação dos programas sociais do Estado, tal como ocorreu no governo petista. Os programas de transferência de renda que haviam sido desidratados na gestão José Serra ganharam nova musculatura.

Na educação, além de voltar atrás na política de bonificação dos professores por meta de desempenho, severamente criticada pelos petistas do setor, Alckmin também criou um programa de bolsa para universitários inspirado no Prouni. De uma só tacada aproximou-se de Dilma e afastou-se de Serra. A contrapartida da bolsa é a participação do estudante em atividades de fim de semana nas escolas públicas. O programa que as mantinha abertas sete dias por semana havia sido descontinuado por seu antecessor.

Na habitação, Alckmin também enviou um projeto à Assembleia Legislativa que concede benefícios fiscais às construtoras contratadas pela estatal paulista do setor, a CDHU, a exemplo do que já faz o Minha Casa Minha Vida.

No plano plurianual que acaba de apresentar, Alckmin resolveu incorporar o Índice de Responsabilidade Social. Criado pela Assembleia há 11 anos para mensurar os avanços alcançados pelo poder público na promoção do bem estar social, o índice atravessou dois governos de Alckmin sem que a gestão estadual lhe prestasse atenção. Foi a rota de aproximação com Dilma que levou o governador a resgatá-lo.

O PPA também mantém a agressiva política de investimentos anunciada por Alckmin no início de seu governo. Justiça lhe seja feita, foi Serra quem ousou na expansão dos investimentos com o acordo, selado com Lula, que permitiu ampliar a margem de endividamento do Estado. Alckmin vai se beneficiar do acordo feito por seu antecessor para continuar a expandir o transporte metropolitano, marca do governo Serra, e aderir a bandeiras dilmistas, como o investimento no estádio do Corinthians e o trem bala.

A acolhida calorosa que Dilma teve no Bandeirantes somada ao enfático apoio do PSD de Kassab contrasta com as manifestações petistas da semana. O ministro Paulo Bernardo, que tem 100% de seu orçamento familiar na folha de pagamentos do primeiro escalão federal, disse ao repórter Fernando Rodrigues ("Folha de São Paulo") que a presidente, "se estiver bem", é candidata natural à reeleição, mas terá que discutir com Lula a sucessão de 2014. Como os petistas não contestaram o juízo do ministro sobre as circunstâncias em que a sucessão da presidente deve se dar, autorizam a versão de que devem concordar com ele.

No leilão que o PT tão precocemente faz de Dilma tampouco passou desapercebido o lançamento do Instituto Lula. Custa a crer que acabar com a fome na Somália tenha sido a motivação dos sete ex-ministros - de Walfrido dos Mares Guia a Miguel Jorge - lá reunidos.

Está claro que Temer, Alckmin e Kassab têm planos para 2014 que não necessariamente passam por Dilma. Ao contrário dos petistas, no entanto, não demonstram que pretendem prescindir dela. E ainda lhe oferecem uma canoa para atravessar as marolas que o PT vem armando em seu caminho.

Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras
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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#107 Mensagem por Carnage » 22 Ago 2011, 22:23

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ke ... ilma.shtml
FHC prega apoio tucano a Dilma

Nas conversas reservadas com dirigentes do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem defendido que o partido dê apoio à presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção. FHC acha que o PSDB deveria abandonar a articulação para criar uma CPI da Corrupção no Congresso.

O ex-presidente conversou sobre o assunto com os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Antonio Anastasia (MG). A recomendação foi transmitida ao senador mineiro Aécio Neves, hoje o primeiro da fila tucana para disputar o Palácio do Planalto em 2014.

A presença de FHC no encontro de Dilma com governadores do Sudeste, na quinta (18/08), em São Paulo, foi calculada para se transformar num gesto de apoio à presidente. No evento, houve o lançamento do projeto "Brasil Sem Miséria" para a região.

Na visão de FHC, se o PSDB bombardear Dilma agora, o principal efeito será torná-la refém dos setores mais fisiológicos e atrasados de sua base de apoio no Congresso. Mais: reforçar Dilma diminuiria a possibilidade de uma eventual candidatura presidencial de Lula em 2014.

FHC tem se chocado com o ex-governador José Serra, candidato derrotado por Dilma na disputa presidencial do ano passado. O ex-presidente discorda do tom oposicionista mais duro de Serra, que, hoje, está isolado no PSDB.

*

Dilma e Temer

Surtiu efeito a correção de rumos na articulação política do governo Dilma. Uma crise que se anunciava pior do que a do Ministério dos Transportes acabou contornada de modo profissional. Houve, de fato, uma melhora na relação entre a presidente e o PMDB.

Ao mesmo tempo, Dilma combinou a manutenção de maioria política no Congresso com rigor no combate às acusações de corrupção. Essa é uma tarefa difícil, que alguns que não têm a responsabilidade de governar um país complexo como o Brasil confundem com leniência ética.

A demissão de Wagner Rossi da pasta da Agricultura, episódio marcado para implodir a relação entre Dilma e o vice-presidente da República, Michel Temer, aproximou os dois. Dilma deu ao PMDB tratamento diferente daquele empregado com o PR.

Segurou Rossi até quando era possível. A saída e a substituição para preservar a família, o PMDB e o padrinho Temer foram feitas com rapidez. Por tabela, a escolha do deputado federal Mendes Ribeiro (RS) amenizou o clima de hostilidade da bancada do PMDB em relação ao Palácio do Planalto.

Dilma parece ter encontrado o tom político, bem como parceiro para a articulação (Temer). Já passava da hora. O governo tem convivido com uma instabilidade política precoce num momento de turbulência econômica internacional.

Na política, a prioridade do Palácio do Planalto é tentar retomar a iniciativa, como o republicano encontro da petista com tucanos em São Paulo. Na economia, encontrar as medidas certas para amenizar efeitos domésticos da crise econômica mundial. Uma delas é aumentar a pressão sobre o Banco Central por redução imediata da taxa básica de juros, a Selic.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#108 Mensagem por Carnage » 19 Set 2011, 21:59

Ué, o segundo o PSDB o PMDB não é um bando de corruptos que apodreceram o governo federal??

Estranho...

http://rudaricci.blogspot.com/2011/09/p ... -2012.html
PMDB vai com o PSDB em 2012?
por Rudá Ricci, em seu blog, via twitter


Depois de ser citado pelos tucanos mineiros como aliado preferencial, agora é a vez do Paraná. O governador Beto Richa (PSDB) conseguiu trazer toda a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa para a base do governo. Mais do que reforço no Legislativo, onde o governo já tem maioria, o acordo abre caminho para que Richa conquiste o apoio do PMDB para seu projeto de reeleição em 2014.

Em Minas, o PT fortaleceu a aliança com o PSB (que já governa a capital mineira), mas no Paraná, os tucanos praticamente isolaram o PT, que planejava lançar a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, como candidata ao governo. Nas eleições de 2010, o PMDB integrou aliança com o PT que apoiou a candidatura ao governo do ex-senador Osmar Dias (PDT), derrotado por Richa no primeiro turno. Após a eleição, os peemedebistas se dividiram: dos 13 parlamentares peemedebistas na Assembleia, sete já apoiavam o governo, sendo que um deles, o ex-líder da bancada de Requião, Luiz Cláudio Romanelli, foi nomeado secretário de Estado do Trabalho. Ainda estavam de fora os deputados Caito Quintana, Nereu Moura, Anibelli Neto e Waldyr Pugliesi. E oficialmente, o partido não se definia nem como oposição, nem como governo.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#109 Mensagem por Carnage » 21 Set 2011, 23:35

Ai que dó!

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/0 ... 407667.asp
Bandeiras dos tucanos, como LRF, são atribuídas a PT, aponta pesquisa

Publicada em 20/09/2011 às 22h51m
Adriana Vasconcelos ([email protected])


BRASÍLIA - Saiu caro para o PSDB não ter defendido o legado dos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso nas últimas três campanhas presidenciais. Essa foi a conclusão que a cúpula tucana chegou nesta terça-feira após a apresentação de pesquisas encomendadas pelo partido ao cientista político Antonio Lavareda. Embora o Plano Real continue lembrado como o principal ativo do PSDB, o PT acabou se apropriando de várias bandeiras dos tucanos, a ponto de 60% dos brasileiros atribuírem a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) aos petistas, esquecendo-se que eles votaram contra a proposta.

- Durante dez anos não defendemos o que fizemos. Esquecemos o nosso partido e permitimos que o PT se apropriasse do que fizemos - disse o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).

Os tucanos constataram que os escândalos de corrupção que eclodiram no governo Lula acabaram colando na imagem do PT de forma definitiva. A maioria dos brasileiros, porém, considera que o grau de corrupção na gestão do PT é igual ao do governo de FH. A pesquisa mostrou que 70% da população do país consideram a gestão petista como uma continuidade da iniciada pelos tucanos.

Já a faxina ética deflagrada pela presidente Dilma Rousseff ainda não convenceu totalmente a população. Pelo menos 40% dos ouvidos consideram que Dilma tem sido seletiva na apuração dos desvios, embora outros 40% achem que ela quer, de fato, enfrentar a corrupção.

A pesquisa mostrou também que todos os benefícios sociais existentes no país são vinculados ao governo do PT, embora o PSDB tenha lançado o Bolsa Escola, embrião do Bolsa Família.

Para mudar esse quadro, está sendo organizado um seminário para discutir o legado do PSDB e apresentar um projeto de país.

- Está na hora de o PSDB apresentar uma nova agenda, focando em educação básica, saúde e qualificação profissional - defendeu o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#110 Mensagem por Carnage » 21 Set 2011, 23:37

http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2011/ ... rasileira/
De Sarney a Kátia Abreu: uma tragédia brasileira

Por Leandro Fortes, no Brasília eu Vi


Até aqui, coube a José Sarney o papel explícito de estorvo a ser aturado, crise após crise, pela presidenta Dilma, como o foi, em tempos recentes, pelo ex-presidente Lula. Sarney é, de certa forma, a única herança realmente maldita deixada por Lula para Dilma, e muito embora haja sempre certa disposição seletiva da velha mídia em avacalhar o ex-presidente, o fato é que, na maior parte do tempo, os jornalistas o deixam em paz. Sarney tem uma complexa rede de aliados e apadrinhados em vários setores da vida pública, inclusive dentro das redações.

Sarney também domina o bilionário setor elétrico, nomeia e desnomeia ministros, é tratado com enorme deferência pelo Poder Judiciário, tanto no Maranhão, onde ainda se mantém como senhor feudal, como nas altas cortes. No Superior Tribunal de Justiça, foi brindado, recentemente, com a anulação da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, cujo principal alvo era, justamente, Fernando Sarney, o filho mais velho do coronel e seu principal operador nos negócios da família.

Sarney tem sido, para desespero dos que ainda crêem na política como uma ação baseada na ética e na decência, uma espécie de poder moderador entre as necessidades dos governos do PT e os velhos interesses das oligarquias no Senado e, por extensão, no Congresso Nacional. Não obstante estar na origem de todos os mecanismos de produção de miséria, violência e exclusão do Maranhão, Sarney, como de resto, todos os demais do clã, posa ainda de astuto líder político capaz de apaziguar e cooptar alas descontentes do PMDB e mesmo da oposição.

Como se os pilares dessa elogiada performance não fossem, no fim das contas, o domínio puro e simples das estruturas partidárias e o controle da máquina fisiológica que é, no fim das contas, o chicote que o velho coronel brande, aqui e acolá, com enorme habilidade.

A presença de José Sarney como protagonista de um governo popular nos envergonha a todos e, imagino, também a boa parte do PT, mas essa questão caminha para se tornar pequena diante do que vem por aí. Aos poucos, com a ajuda de colunistas amigos e interlocutores impregnados de pragmatismo dentro do Palácio do Planalto, a senadora Kátia Abreu, ex-DEM de Tocantins, atualmente, às vésperas de integrar o probo PSD, de Gilberto Kassab, vai se tornando a nova aliada do governo Dilma.

O fato é que nos falta a medida certa da indignação, acostumados a que estamos ficando em achar que basta juntar gente cheirosa em marchas contra a corrupção para, enfim, bradar por um país melhor. Mas essa simples perspectiva – a de um indivíduo como Kátia Abreu pertencer a um governo dito de esquerda, ainda que de forma periférica – deveria servir para tocar fogo nas ruas.

Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, líder da ultra-reacionária bancada ruralista no Congresso, Kátia Abreu é a face visível e supostamente moderna de uma ideologia que, desde o descobrimento, moldou as principais relações políticas, econômicas e sociais brasileiras.

Moldura esta, é preciso que se diga, que ainda nos confere uma realidade cruel e desumana, baseada numa doutrina escravocrata e excludente, cimentada sob os interesses do latifúndio, da monocultura e da devastação ambiental. Kátia Abreu é a representação física e institucional dessa cultura perversa que produz resultados econômicos vibrantes nos campos de soja e miséria humana em tudo o mais.

Ao admiti-la como aliada, Dilma terá apunhalado cada uma das 70 mil bravas camponesas que, na Marcha das Margaridas, foram lhe prestar apoio e solidariedade, no mês passado, em Brasília.

Carnage
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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#111 Mensagem por Carnage » 21 Set 2011, 23:40

http://www.valor.com.br/politica/101273 ... residencia
Maioria prefere que Lula concorra à Presidência
Por Cristian Klein | De São Paulo


A maioria da população brasileira (57%) gostaria que a presidente Dilma Rousseff desistisse de tentar uma reeleição para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se candidatasse em seu lugar. Apenas 29% preferem que Dilma busque um novo mandato em 2014. Esse é um dos principais resultados de pesquisa do Instituto Análise, que entrevistou 2 mil pessoas entre os dias 5 e 11 deste mês, em cem municípios de todas as regiões do país.

A pesquisa mostra como, depois de oito meses de governo Dilma, a boa lembrança de Lula e sua administração predomina a avaliação do eleitorado e pode influenciar o tabuleiro político e eleitoral.

Para o cientista político Alberto Almeida, coordenador do instituto, um dos dados que chamam mais atenção é a permanência da popularidade de Lula - o que o torna um fator de extremo desequilíbrio no jogo presidencial.

No auge de sua popularidade, Lula alcançou 80% de aprovação (ótimo + bom), quando a campanha de Dilma Rousseff divulgava os feitos de seu governo. Agora, depois de cair um pouco pela falta de exposição na mídia, a aprovação do ex-presidente, de acordo com a pesquisa, chegaria a 82%.

"Isso significa não apenas um reconhecimento de bom desempenho, mas também que parte importante do eleitorado está com 'saudades de Lula'", afirma Alberto Almeida.

A aprovação ao governo Dilma Rousseff é exatamente a metade da de seu antecessor: 41% de respostas "ótimo" e "bom". A desaprovação é ainda mais contrastante: enquanto apenas 3% dos entrevistados consideram que o governo Lula foi ruim ou péssimo, 16% avaliam a administração Dilma como tal. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

Outro fator que reforçaria a imagem e o peso de Lula é a transformação de seu governo numa espécie de referência à qual a população toma como medida. Ao serem questionados por que avaliam a administração Dilma Rousseff boa ou ótima, a principal justificativa (25%) dos entrevistados é que a presidente "está dando continuidade ao que o Lula fez". A manutenção do Bolsa-Família é a segunda razão e apareceu em 14% das respostas.

O modelo desenvolvimentista, marca do segundo mandato Lula, também ressurge como uma preferência do eleitorado. Em três questões, os entrevistados se mostraram mais tolerantes, em relação a pesquisa feita no ano passado, com um leve aumento da inflação desde que isso gere mais empregos (62% a 46%), com o risco de crescimento da inflação, se isso acelerar a geração de empregos (56% a 45%) ou se implicar mais gastos na solução dos problemas sociais (45% a 32%). Os resultados deste ano são semelhantes aos de 2009.

A pesquisa também traça cenários eleitorais para a disputa presidencial de 2014 nas quais Lula aparece na liderança absoluta, seja com que candidato for.

Enquanto Dilma, numa simulação de segundo turno, venceria o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por 57% a 18% (diferença de 39 pontos percentuais), Lula elevaria essa vantagem para 65 pontos percentuais: 76% a 11%.

Numa hipotética disputa entre Lula e Dilma, criador venceria criatura por 65% a 18%.


Almeida afirma que pesquisas com comparações como estas serão cada vez mais comuns e, caso os resultados se mantenham, farão com que cresçam as pressões para que Lula volte a disputar a Presidência da República, mesmo que Dilma Rousseff esteja bem avaliada pela opinião pública.

"O importante para o cálculo dos políticos é a expectativa de poder. A candidatura Lula significa minimizar os riscos", diz.

Para Almeida, a pressão virá de governadores, deputados federais e estaduais, que preferirão ter Lula como seu puxador de votos do que a presidente Dilma.

Por outro lado, diz o cientista político, a enorme popularidade de Lula, que põe o PT em situação confortável para 2014, permite a ela mais margem de manobra no governo, seja para arriscar mais, ou pelo, contrário, para adotar um estilo mais conservador.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#112 Mensagem por Carnage » 25 Set 2011, 19:32

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... izar-serra

PSDB usa pesquisa para exorcizar Serra
Enviado por luisnassif, dom, 25/09/2011 - 10:02


Qual a lógica para o PSDB encomendar uma pesquisa sobre eleições presidenciais hoje? Tem-se uma presidente no primeiro ano de mandato, um ambiente midiático relaticamente pacificado, um ex-candidato que vaga pelo eter como uma alma penada, e não se tem campanha eleitoral.

Só há uma explicação para essa pesquisa: exorcizar o partido do fantasma de Serra. Nas conversas privadas com lideranças tucanas, nacionais ou paulistas, há uma impaciência generalizada com a insistência de Serra em não admitir seu fim político. O papel de Serra, hoje em dia, resume-se a participar de qualquer evento em São Paulo, como se fosse governador - até de visitas de Dilma - e a coordenar o que sobrou do sistema de ataques à reputação na Internet.

Por Marco

http://correiodobrasil.com.br/tucanos-e ... ma/302400/
Tucanos e sua pesquisa sobre Dilma
24/9/2011 7:07, Por José Dirceu - de São Paulo

Pesquisa indica que Dilma venceria as eleições, se fossem hoje, ainda no primeiro turno


Num cantinho do site de O Globo há a menção de uma pesquisa encomendada pelo alto tucanato. Se os candidatos de 2010 fossem os mesmos, um pleito presidencial hoje daria à presidenta Dilma Rousseff condições de ser eleita, com folga, já no primeiro turno. Veja também a menciona, mas omite os números.

Voltando a esses mesmos tucanos – divididos e confusos, procurando se apegar e adotar uma bandeira que não têm autoridade para empunhar… A própria pesquisa sobre as intenções de voto de eleições presidenciais, caso se dessem hoje, explica o estado catatônico do PSDB e de toda oposição: Dilma teria 59% dos votos, José Serra apenas 25%. Também perderia votos a candidatura de Marina Silva (ex-PV), de 19,3% para 15%.

Outro dado revelador da pesquisa que tem como objetivo orientar o tucanato: para os entrevistados, o governo FHC ganha o primeiro lugar em matéria de tolerância com a corrupção. Recentemente, em levantamento realizado para o mesmo PSDB, verificou-se nada menos do que 67% aprovam o programa Bolsa Família. Estudos encomendados pelo partido têm dito o que já sabemos há muito tempo:o distanciamento do discurso do partido das expectativas da população.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#113 Mensagem por Kengo » 29 Set 2011, 20:06

O maior problema do PSDB não são seus "quadros".
Em seus "quadros" há nomes como os de Alckimin, Aécio, o neto do ex-governador Mário Covas, Jereissati e até o esquerdista ULTRA-DIREITA Aloysio Nunes...
São nomes que perambulam por aí pela mídia.
Embora sejam nomes que possuam força apenas regional, são nomes que tem chance de vitória sim.
Digo isto por que a vitória da Dilma levou ao chão a questão do "candidato desconhecido não ganha eleição". Eleição hoje depende primordialmente do marketing.
Em contrapartida, uma das leis do marketing é que ele só funciona se o produto for realmente de qualidade, caso contrário quem o compra só o compra uma vez.
E é este o maior problema do PSDB, é um produto que perdeu sua qualidade. E que qualidade seria essa?
Ideologia, bandeira... a capacidade de incutir esperança naqueles que os ouvem... e isso o PSDB perdeu após o último mandato de FHC.
O próprio PSDB renegou sua ideologia, sua história, seus feitos, seus méritos em troca das pesquisas de intenção de votos.
E hoje aquele cidadão que ouviu por tantos anos que o Lula era o demônio que iria foder com tudo descobriu por si só que tudo aquilo que ele ouviu do PSDB não passou de armação politica.
O PSDB perdeu credibilidade.
Então veio a re-eleição do Lula e novamente pregaram que o sapo barbudo era o Mephistópheles e que, agora sim, ele iria fuder com tudo e com todos. Novo engodo.
Por último a eleição da Dilma, que foi onde tudo se fodeu para o PSDB.
O PSDB passou a dizer que o Mephistópheles não era mais o Mephistópheles. Era Adonai.
FHC virou o cão, defenestrado de vez, tanto que quem apareceu no programa de tv do Serra foi o Lula e não o FHC..rsrsrs
Dilma era a mulher que iria apoiar os abortos.
Também iria apoiar o homossexualismo.
E o bisexualismo também.
Iria desfazer tudo o que o Lula fez...rsrsrs
O Serra quase morrendo na tela do JN quando foi atingido por uma bolinha de papel..rsrsrs
E o cidadão percebeu que o PSDB fez tudo isso não por que acreditava nisso.
Mas por que a pesquisa indicava que isso "PODERIA" lhe trazer votos.
E hoje o PSDB faz a mesma coisa, quer defenestrar José Serra não por que ele é o que temos de pior e mais antiquado no que se refere a quadros políticos, não não é por isso...
É por que as pesquisas apontam isso...
E deixo a pergunta, se é para agir de acordo com as pesquisas, não seria melhor eleger o Ibope, o Datafolha, etc, etc, etc?

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#114 Mensagem por Fortimbrás » 30 Set 2011, 07:41

É o que sempre digo: em um segundo turno, onde geralmente meus candidatos de esquerda não estão no paéreo, voto até no capeta, mas nunca no PSDB.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#115 Mensagem por Kengo » 30 Set 2011, 18:10

Do que padece o PSDB?
Sempre me pareceu um partido de meninos do Mackenzie/PUC/USP querendo aparecer.
FHC é a vaidade em pessoa.
José Serra está mais para Amaury Júnior, aparece em qualquer solenidade...
Aécio é o surfistão com ares de casanova... e agora vejam essa do Aloysio:
Aloysio Nunes expõe na internet fogo amigo entre tucanos
Em seu perfil no Twitter, decisão do partido de não mostrar José Serra e o senador nas propagandas partidárias irritou o político
30 de setembro de 2011 | 12h 53

Elizabeth Lopes, da Agência Estado
Enquanto os governadores e a cúpula do PSDB estão reunidos nesta sexta-feira, 30, em Goiânia para tentar acertar a sintonia fina do maior partido de oposição e discutir temas como os rumos da sigla, a conjuntura nacional e internacional e as eleições, o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira utilizou seu perfil no Twitter para criticar o partido e alimentar o fogo amigo entre os tucanos.

Numa crítica contundente e com alvo certeiro, Aloysio reclamou que ele e o governador José Serra foram ignorados nas recentes inserções partidárias da legenda que estão sendo veiculadas na mídia. "Vamos bem assim... ", profetizou o senador mais votado no Brasil nas eleições gerais de 2010.

Imagem

"Há quase uma década sem representação no Senado, o PSDB paulista me ignorou na propaganda política que está no ar", diz Aloysio no twitter. E continua nos ataques: "A propaganda do PSDB ignora também o líder político com a trajetória e o prestígio popular de José Serra. Vamos bem assim..." Ainda em sua página no microblog, o senador tucano diz que resolveu "passar recibo publicamente" porque sequer foi consultado a respeito da propaganda tucana.

As reações ao chamado fogo amigo tucano no Twitter não ficaram restritas apenas aos seguidores anônimos do senador Aloysio Nunes. Tucano de alta plumagem, o agrônomo e ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo Xico Graziano disse em sua página no microblog: "Nossa senhora, Aloysio Nunes botou a boca no trombone. Vai voar pena entre os tucanos!"
Essa é a atitude do SENADOR ELEITO MAIS VOTADO DO BRASIL... preparadíssimo para o cargo... rsrsrs

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#116 Mensagem por Compson » 30 Set 2011, 20:40

Kengo escreveu:

(...)

Imagem

(...)
Essa é a atitude do SENADOR ELEITO MAIS VOTADO DO BRASIL... preparadíssimo para o cargo... rsrsrs
Preparadíssimo para pular pro partido do Kassab... Quer apostar?

Kengo
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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#117 Mensagem por Kengo » 05 Out 2011, 16:46

Quem é maioria na Assembléia Legislativa de São Paulo e há quanto tempo?

Deputado paulista reafirma venda de emendas...

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#118 Mensagem por Carnage » 09 Out 2011, 19:24

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... da-do-psdb
O beco sem saída do PSDB
Autor: Luis Nassif


Dilma vai para a Europa e faz recomendações aos governos nacionais. Em editorial, o Estadão critica sua postura professoral. Aí o senador Álvaro Dias ecoa as críticas no Senado, em mencionar a fonte. E o mesmo faz José Serra no Twitter. Na entrevista de Aécio Neves ao Estadão, a falta absoluta de ideias.

E só. Consultem os jornais, rádios, as últimas declarações de políticos e lideranças tucanas. Resumem-se a isso, críticas pontuais, em geral pautadas pela mídia.

Há dois tipos de políticos que aspiram a presidência. Aquele que traz novas ideias que mudam primeiro seu partido, depois o país; ou aquele que reflete as ideias e valores de determinados grupos e, especialmente, de seu partido político.

Obviamente Aécio não é gerador de ideias próprias. Mas e o PSDB? Como solta assim no ar o balão do seu candidato, sem sequer ter se dado ao trabalho de costurar um programa, um conjunto mínimo de ideias que fosse? Cadê seus pensadores, seus estrategistas? Como é que se monta um discurso oco em cima de uma mera pesquisa de opinião?

Ouso supor que o partido está em um beco sem saída.

O núcleo financista do partido – hoje em dia encastelado na Casa das Garças – tem interesses próprios. O PSDB foi apenas a escada para se lançarem ao poder. Embarcaram de carona na onda neoliberal, traduziram os bordões e o jogo de interesses para o português, usaram o partido que tinham à mão. E nada mais.

O núcleo desenvolvimentista sumiu. Os irmãos Mendonça de Barros resolveram aderir ao mercadismo do dia-a-dia e núcleo FGV-SP – de Bresser-Pereira e Nakano- está fora do barco faz tempo.

De seu lado, Serra transformou seu entorno no mais puro esgoto político. Jogou pelo ralo as ideias de um grupo de técnicos respeitáveis, assumiu sua própria ignorância econômico-político-administrativa, passou a exigir dos seguidores provas seguidas de vilania e trouxe à tona a cara de um partido que já não tinha ideias para oferecer. Nem o DEM, na fase mais iracunda, conseguiu chegar perto da imagem medieval que Serra conferiu ao PSDB.

Sempre torci para que o PSDB conseguisse se refundar, apresentar-se como uma oposição legitima e civilizada, exorcizando os fantasmas da última eleição. Seria o amadurecimento final do modelo político brasileiro.

Apostei em Aécio como uma alternativa do partido ao cenário de trevas representado pelo Serra, muito mais pela concepção administrativa que seu governo desenvolveu. Mas não tem fôlego para se impor. A sorte do país é que, com Aécio ou sem Aécio, também não há retorno para Serra.

A cada dia que passa fica cada vez mais claro que o partido entrou em um caminho sem futuro. Perdeu massa crítica de pensadores. Com Serra, perdeu legitimidade junto aos meios intelectuais e à opinião pública esclarecida. Os sociólogos e cientistas políticos da USP desempenham apenas papel de viúvas de FHC, sem conseguir entender ou elaborar o novo. O próprio FHC recolheu-se a uma merecida aposentadoria. Faltava apenas o reconhecimento de fora para aplacar suas angústias. Dilma forneceu-lhe o reconhecimento.

Cumprir-se-á o vaticínio de José Sarney que, em 2009, previu que a oposição sairia do seio das forças coligadas à situação.

Jogo de xadrez

Passados mais de 20 anos da primeira eleição direta do país pós-64, é interessante notar como se deu o xadrez político.

Fernando Collor surgiu com o discurso novo, que mudou o país. Não colheu os frutos por ser um desastre político. FHC herdou o discurso modernizante de Collor, e atraiu – meramente pelo efeito imã do poder – as melhores ideias acumuladas ao longo dos dez anos anteriores.

Havia um genuíno sentimento centro-esquerda em curso, aspirando a modernização mas com responsabilidade social.

Fosse um político de visão, FHC teria avançado nas privatizações mas, ao mesmo tempo, fechado o campo para a oposição, entrando decididamente na área social. Tinha quadros, novas ideias amadurecidas pelo país e uma grande conselheira em casa, dona Ruth.

Mas limitou-se a entrar na onda financista mundial. Recebeu as ideias de mão beijada e não teve fôlego para elaborar em cima delas.

Não teve nem visão para perceber a armadilha cambial, montada pelo lado financista, nem sensibilidade para entender que a chave para os vinte anos de poder – ambicionados por Sérgio Motta – estava em dona Ruth, não nos Bachas da vida.

Como nunca teve visão apurada dos grandes Estadistas, deixou uma avenida aberta para o discurso social do PT.

Eleito, Lula deu as cabeçadas iniciais previstas. Mas a bandeira social foi tão forte que ajudou-o a resistir ao episódio do “mensalão”.

Depois, consolidou-se mapeando todos os diferenciais apregoados pela oposição e ocupando o espaço. Com sua intuição, fez o que FHC deveria ter feito no seu governo, para não abrir espaço para a oposição.

Com o Banco Central de Meirelles aplacou a oposição mercadista (a um custo alto para o país). Com as políticas sociais não populistas, consagrou-se mundialmente como o homem da inclusão. Com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) levantou a bandeira da gestão dos investimentos públicos. Absorveu os movimentos sociais, trouxe o PT mais para o centro e foi jogando gradativamente o PSDB para a direita.

Esvaziou a campanha sistemática dos que o apontavam como ameaça à democracia, golpista etc.

Finalmente, indicou para a presidência uma candidata com todas as características enaltecidas pelos seus próprios críticos – características acessórias, que não mudavam a essência do governo. Uma presidenta sem arroubos oratórios, classe média, estudada, mais comedida na política internacional, com mais gestão (em cima das bases plantadas), sem entrar em guerra com a mídia e encarnando a figura da “faxina” e pragmatismo nas questões de concessão e privatização.

Entende-se a sinuca de bico do PSDB.

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#119 Mensagem por Compson » 10 Out 2011, 00:07

Compson escreveu:
Carnage escreveu:http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ou-crise-0
Os dois fenômenos
JANIO DE FREITAS

Kassab é mesmo o político mais importante de São Paulo; como é possível que seja ele o relevo do Estado?

NEGÁ-LO, OU FINGIR que não percebe, não alteram a evidência: com a elevação de Lula a político acima de limites estaduais, Gilberto Kassab, senhoras e senhores, é mesmo o político mais importante de São Paulo.
Discordo frontalmente.

(...)

Kassab é subproduto do fracasso do projeto-Serra, aliado ao desespero da oposição após a derrota (aliás, nem tão grande) do ano passado. Ele não se reelegeria ano que vem, não elegerá sucessor no PSD, nem terá muita influência. É extremamente impopular...
Errei feio. Kassab pode ser impopular, mas é uma cobra espertíssima! O PSD foi uma bela sacada pra pegar a turma em cima do muro (nem entusiasmo com o governo nem oposição radical). Vamos ver no que vai dar...

É estranho, muita gente mudou ou entrou em partido nesta última "janela", mas ninguém nos supostos pólos (PT e PSDB/DEM). Parece que há uma tendência centrista ou, pelo menos, de convergência... Nada parecido com o que Marina Silva um dia chamou de "governar com os melhores de cada lado".

A oposição vai muito mal. A reputação de Aécio foi totalmente exagerada. Esses mineiros se empolgam com pouco... O camarada é uma besta de pai e mãe (e avô).

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Re: RESCALDO DAS ELEIÇÕES DE 2010

#120 Mensagem por bullitt » 10 Out 2011, 00:54

Carnage escreveu:http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... da-do-psdb
O beco sem saída do PSDB
Autor: Luis Nassif


Dilma vai para a Europa e faz recomendações aos governos nacionais. Em editorial, o Estadão critica sua postura professoral. Aí o senador Álvaro Dias ecoa as críticas no Senado, em mencionar a fonte. E o mesmo faz José Serra no Twitter. Na entrevista de Aécio Neves ao Estadão, a falta absoluta de ideias.

E só. Consultem os jornais, rádios, as últimas declarações de políticos e lideranças tucanas. Resumem-se a isso, críticas pontuais, em geral pautadas pela mídia.

Há dois tipos de políticos que aspiram a presidência. Aquele que traz novas ideias que mudam primeiro seu partido, depois o país; ou aquele que reflete as ideias e valores de determinados grupos e, especialmente, de seu partido político.

Obviamente Aécio não é gerador de ideias próprias. Mas e o PSDB? Como solta assim no ar o balão do seu candidato, sem sequer ter se dado ao trabalho de costurar um programa, um conjunto mínimo de ideias que fosse? Cadê seus pensadores, seus estrategistas? Como é que se monta um discurso oco em cima de uma mera pesquisa de opinião?

Ouso supor que o partido está em um beco sem saída.

O núcleo financista do partido – hoje em dia encastelado na Casa das Garças – tem interesses próprios. O PSDB foi apenas a escada para se lançarem ao poder. Embarcaram de carona na onda neoliberal, traduziram os bordões e o jogo de interesses para o português, usaram o partido que tinham à mão. E nada mais.

O núcleo desenvolvimentista sumiu. Os irmãos Mendonça de Barros resolveram aderir ao mercadismo do dia-a-dia e núcleo FGV-SP – de Bresser-Pereira e Nakano- está fora do barco faz tempo.

De seu lado, Serra transformou seu entorno no mais puro esgoto político. Jogou pelo ralo as ideias de um grupo de técnicos respeitáveis, assumiu sua própria ignorância econômico-político-administrativa, passou a exigir dos seguidores provas seguidas de vilania e trouxe à tona a cara de um partido que já não tinha ideias para oferecer. Nem o DEM, na fase mais iracunda, conseguiu chegar perto da imagem medieval que Serra conferiu ao PSDB.

Sempre torci para que o PSDB conseguisse se refundar, apresentar-se como uma oposição legitima e civilizada, exorcizando os fantasmas da última eleição. Seria o amadurecimento final do modelo político brasileiro.

Apostei em Aécio como uma alternativa do partido ao cenário de trevas representado pelo Serra, muito mais pela concepção administrativa que seu governo desenvolveu. Mas não tem fôlego para se impor. A sorte do país é que, com Aécio ou sem Aécio, também não há retorno para Serra.

A cada dia que passa fica cada vez mais claro que o partido entrou em um caminho sem futuro. Perdeu massa crítica de pensadores. Com Serra, perdeu legitimidade junto aos meios intelectuais e à opinião pública esclarecida. Os sociólogos e cientistas políticos da USP desempenham apenas papel de viúvas de FHC, sem conseguir entender ou elaborar o novo. O próprio FHC recolheu-se a uma merecida aposentadoria. Faltava apenas o reconhecimento de fora para aplacar suas angústias. Dilma forneceu-lhe o reconhecimento.

Cumprir-se-á o vaticínio de José Sarney que, em 2009, previu que a oposição sairia do seio das forças coligadas à situação.

Jogo de xadrez

Passados mais de 20 anos da primeira eleição direta do país pós-64, é interessante notar como se deu o xadrez político.

Fernando Collor surgiu com o discurso novo, que mudou o país. Não colheu os frutos por ser um desastre político. FHC herdou o discurso modernizante de Collor, e atraiu – meramente pelo efeito imã do poder – as melhores ideias acumuladas ao longo dos dez anos anteriores.

Havia um genuíno sentimento centro-esquerda em curso, aspirando a modernização mas com responsabilidade social.

Fosse um político de visão, FHC teria avançado nas privatizações mas, ao mesmo tempo, fechado o campo para a oposição, entrando decididamente na área social. Tinha quadros, novas ideias amadurecidas pelo país e uma grande conselheira em casa, dona Ruth.

Mas limitou-se a entrar na onda financista mundial. Recebeu as ideias de mão beijada e não teve fôlego para elaborar em cima delas.

Não teve nem visão para perceber a armadilha cambial, montada pelo lado financista, nem sensibilidade para entender que a chave para os vinte anos de poder – ambicionados por Sérgio Motta – estava em dona Ruth, não nos Bachas da vida.

Como nunca teve visão apurada dos grandes Estadistas, deixou uma avenida aberta para o discurso social do PT.

Eleito, Lula deu as cabeçadas iniciais previstas. Mas a bandeira social foi tão forte que ajudou-o a resistir ao episódio do “mensalão”.

Depois, consolidou-se mapeando todos os diferenciais apregoados pela oposição e ocupando o espaço. Com sua intuição, fez o que FHC deveria ter feito no seu governo, para não abrir espaço para a oposição.

Com o Banco Central de Meirelles aplacou a oposição mercadista (a um custo alto para o país). Com as políticas sociais não populistas, consagrou-se mundialmente como o homem da inclusão. Com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) levantou a bandeira da gestão dos investimentos públicos. Absorveu os movimentos sociais, trouxe o PT mais para o centro e foi jogando gradativamente o PSDB para a direita.

Esvaziou a campanha sistemática dos que o apontavam como ameaça à democracia, golpista etc.

Finalmente, indicou para a presidência uma candidata com todas as características enaltecidas pelos seus próprios críticos – características acessórias, que não mudavam a essência do governo. Uma presidenta sem arroubos oratórios, classe média, estudada, mais comedida na política internacional, com mais gestão (em cima das bases plantadas), sem entrar em guerra com a mídia e encarnando a figura da “faxina” e pragmatismo nas questões de concessão e privatização.

Entende-se a sinuca de bico do PSDB.

Concordo que o PSDB está numa sinuca de bico, pois o PT acabou ocupando o espaço ideológico que era do PSDB. A oposição foi pouco eficaz durante todo o governo Lula. Entretanto, não concordo que as políticas sociais do Lula não foram populistas. Acredito que o PSDB só terá alguma chance se a crise mundial chegar a tal colapso que o Brasil seja gravemente afetado, e mesmo assim, o PT terá o Lula como um trunfo messiânico para substituir o suposto fracasso econômico da Dilma.

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